Já que deixaram cair a net, fiquemo-nos pelo sexo.

Sexo mesmo, Senhor Visconde, não são histórias de príncipes desencatados ( homens perfeitos?!), Gatas Borralheiras (lorpas que vos realizam sonhos?...), Women in Red (compras em Nova York e férias em Chamonix ?) e essas coisas todas dignas de um Shrek IV.
Sexo, Senhor Visconde. Duas semanas sem sexo. Assim, tal e qual.
Pareceu-me, mas nem acredito nos meus olhos, que o vi escrever qualquer coisa como Nunca, mas nem vou confirmar, que prefiro sempre embalar-me na doce ilusão dos enganos. É que este Nunca, a ter sido escrito, não augurava nada de bom, ó Visconde.
Passando de largo o básismo de implicar que a vida começa no primeiro rebolanço, inda assim o Nunca me parece excessivo, mas cada um fica com as suas afirmações categóricas, ou alegóricas, que nem sei já que escrevo. Nunca, Visconde?
Pois eu, que sou muito céptica nestas coisas, achei por bem fazer umas contas de cabeça, testar umas hipóteses, provar umas teses, tirar umas ilacções, usar o tal saber de experiência feito.
Eu caro amigo, eu, que sou eu, e de freira tenho pouco, posso já dizer-lhe que nem foram duas semanas, foram dois anos e mais uns pózes. Porquê? Porque estamos a falar de sexo, Visconde, e nós, as tais que não acreditam em homens perfeitos, não precisamos de compras em Nova York para sabermos o que é um orgasmo, e entre ter que os fingir ou passar sem eles, garanto que escolhemos a segunda opção.
Sabe, às vezes sinto um certo dó pelo homem erectus, que em milhões de anos de evolução ainda não conseguiu perceber a diferença entre a qualidade e a quantidade, e se enfrasca em vinho carrascão achando que o alcool é sempre o mesmo. Falo (termo certo num post destes) por mim, mas penso, sem medo de errar, que poderei fazer de muitas outras as minhas palavras. Não imagina, Visconde, as vezes que nós, mulheres, nos embrulhamos no manto das púdicas para não termos de informar o garanhão de serviço que de serviço tem pouco. Muito, mas muito pouquito mesmo. Mas que quer, temos este instinto maternal que nos impede de causar grandes danos a criaturas indefesas, e lá vamos pondo o nosso ar de absolutamente maravilhadas enquanto contamos as manchas do tecto e pensamos, com os botões que na altura não temos, que não lhes podemos fazer a desfeita de dar duas palmadinhas nas costas e informar, lacónicamente, que podem antes dedicar-se à nobre arte de arranjar sapatos, que sapateiro por sapateiro...
O Visconde, homem de jardins requintados, já reparou seguramente nos pavões machos com a sua rica e colorida plumagem e nas pavoas, pássaros monocromáticos e discretos. Acha que as plumas são para atrair as fêmeas? Está enganado, são para afastar os outros machos. A basófia masculina, a treta das quatro seguidas, é para a rodada de amigos, para afastar a concorrência crédula que se intimida com essas coisas porque sabe a miséria que tem, porque as fêmeas já não vão nessas cantigas. É que sabe, Visconde, quem conhece os homens somos nós, as mulheres, e posso garantir-lhe que a cauda emproada e a pena levantada não são garantia de coisa nenhuma, antes pelo contrário. A natureza, sábia mãe, compensa com folclore a falta de hard core, e qualquer mulher sabe que os caladinhos são os mais perigosos.
Quer um desafio? Assim, às escuras, era capaz de apostar o que não tenho que a grande maioria das mulheres deste blog apresenta um curriculo muito mais composto que os machos das duas semanas sem é que nem pensar... Tirando o Santo, mas esse é dos tais caladitos e, como já disse, por esses não me atrevo a pôr as mãos no fogo.
E tenho dito, que o jantar já foi há muito.

23 comentários:

gaija do norte disse...

tu não me digas que antes do contar as manchas no tecto não utilizaste a do ataque de tosse ou das cãibras? cruzes! eu nunca cheguei ao ponto de contar as manchas...
e chefa, por muita obediência que te deva, não queres que desembrulhe o meu cv, pois não?

Teresa disse...

deixa estar tudo embrulhadinho, gaija, que assim ficam na dúvida...

caimbras e ataques de tosse? esses são sempre a sério, não é preciso inventar nada..

(achas que o nosso visconde se aguenta à pancada ou vai ter outro jantar e só aparece daqui a 24 horas?)

gaija do norte disse...

vamos acreditar que está a meditar...

Teresa disse...

(e lá em cima eram cãibras mas deve-me ter dado uma caimbra...)

gaija do norte disse...

(pois, não era dessas que eu dizia! essas não resultam e vais continuar a olhar para o tecto!)

Mad disse...

Fantástico post!
E bom 2009.

O Santo disse...

eu??? mas pq e que sou chamado ao assunto? caladito??
bem, nao tenho realmente essas penas todas nem e mto menos a cauda emproada...
mas daí a caladito e de vasto cv vai uma distância a perder de vista (apesar que pensando melhor sobre o cv e melhor tar caladito, sera isto que lea quis dizer?)

O Santo disse...

e... sim, eu vi as horas dos comentarios e o faltar a verdade tem custos terriveis

Anônimo disse...

então, mas eu que sou um cabro preto tresmalhado é que tenho de vir lembrar umas coisas? Desfolhando as minhas namoradas todas lá para trás, as gaijas têm ondas, ondas em que querem muito sexo e outras em que não querem e é biológico, está lá nas luas delas; nós gajos é que andamos todos os dias de pau feito, ou pelo menos eu, embora também tenha fases, fases em que até dói e outras nem por isso.

bem, eu já abri o ano bem e só não foi mais porque achei que era gula, fico sempre com dúvidas desde que aquela mãe-de-santo na Bahia me disse que eu tenho patas que curam, já não sei onde termina o deboche e começa o egoísmo.

tadinho do Santo que estava muito sossegadinho e tumba!, chamado pela chefa ao combate,

tou aqui amigo, não preocupa,

tem um aranho giro agora que já fui ver,

o Sol está tremidinho mas está

(portanto: gaijaaaaaa!, a família tá toda bem, né?)

Marias disse...

Ok, eu também acho que o sexo é sobrevalorizado e entre contar manchas no tecto e ir deitando o olho à TV ou estar duas semanas (meses...) sem sexo...desde que não se baseie a auto estima nas vezes que se tem sexo.

Anônimo disse...

portanto, estando esta resolvida à discricionaridade de cada um, para a qual se acrescenta aquela soa sexos como unidades relacionais de contotnos indefinidos, não querem ir à caça de um tesouro qualquer?

sou gamado em caçar um tesouro de vez em quando,

gaija do norte disse...

(esta gente não dorme???)

toda ;)

calamity jane disse...

Estava a ver que não aparecia por aqui uma nota de bom-senso! (Por mais que aprecie uma boa ficção...)

shark disse...

Eu disto não percebo pevas, por isso não comento.

Teresa disse...

Mad, obrigada, bom 2009 também para ti.

Teresa disse...

Santo, deixa estar o curriculo sossegadinho que, como diz a gaija, não quero saber de pormenores... (mas essa coisa das gémeas intriga-me um pouco...)

quanto a faltar à verdade é simples a explicação - depois de tantas noites seguidas a dormir acompanhada estranhei a cama e não imaginas o difícil que foi conseguir adormecer sem ter alguém a gritar-me ao ouvido que não estamos em Outubro mas em Maio...

Teresa disse...

Z, tás melhor que eu que por aqui os gatos não abundam... Quanto à gula não te preocupes que sempre achei que era virtude e não pecado...

Teresa disse...

(já viste gaija?? a comentarem aquelas horas? e hoje é domingo, não é?? será que anddam a aprender com o Visconde e levanta-se tudo de madrugada?)

Teresa disse...

Gabs, o sexo não é sobrevalorizado, não pode ser, por definição. O que é sobrevalorizado pelos nossos machos é a apetência para, a disponibilidade tipo posto de gasolina, abertos 24 horas.

Teresa disse...

Calamity, se virmos bem há poucas, muito poucas, mulheres a escrever contos de fadas. A capacidade de fantasiar é característica masculina...

Teresa disse...

Disto quê, Tubarão lindo?

gaija do norte disse...

chefa, tu dormes com quem te grita uns meses sem nexo? também eu te pergunto, queres falar?...

Teresa disse...

Quero gaija, quero, que isso tem-me andado a transtornar...