Chamem o Salomão.

Nunca, até hoje, escrevi uma linha sobre aquilo a que se chama o caso Esmeralda. Pela mesma razão que nunca escrevi uma linha sobre a Maddie. Tanto na Esmeralda como na Maddie achei que o barulho de fundo foi altamente prejudicial e, sendo esta a minha crença profunda, recusei-me a ajudar à festa.
O processo judicial da Esmeralda terminou, apesar de ser possível a regulação do poder paternal ser alterada a qualquer momento, mas já há uma decisão que não é provisória - a criança foi entregue ao pai. E não se lhe chame pai biológico, chame-se-lhe pai, porque é inútil começarmos desde logo com julgamentos de valor, que é o que implica essa etiqueta do biológico.
Antes do que quer que seja há que deixar bem claro o seguinte - os Tribunais não podem, NUNCA, deixar de proferir uma decisão. Os Tribunais não podem dizer que não têm opinião formada, não sabem muito bem, têm dúvidas, são os dois simpátcos. Esse é o nosso papel, o mais fácil, pois claro. A guarda da miúda tem de ser decidida, e foi o que aconteceu, os Tribunais decidiram. Antes, muito antes da decisão, fizeram o que lhes competia e a lei estipula, tentaram um acordo entre as partes. Nestes casos de menores, e para quem não saiba, o Ministério Público representa o menor, zela para que os seus interesses e direitos não sejam violados, mas as partes podem acordar livremente como se irá processar a guarda. E, neste caso, para quem não o percebeu, a Justiça, a nossa Justiça de que se tem dito tanto mal, deu um enorme passo - conferiu a uma família de acolhimento, que era a família da criança, o tal Sargento de quem não sei o nome, o que tem graça, é tratado pela patente e não pelo nome, e à mulher, Adelina, continua a ter graça ela ter um nome, apesar de também ser conhecida por A Mulher do Sargento ou A Esposa do Sargento se a notícia for do 24 Horas, o direito de poderem reclamar a guarda. Reclamar a guarda, tal qual como se fossem pais, ou avós, ou familiares directos. É pouco? Não, é muito. É reconhecer uma situação de facto e equipará-la a uma situação de direito. Mas estava eu dizendo que a tal família de acolhimento, ou com a guarda provisória, pode vir, no mesmo plano jurídico do pai, pedir a alteração da regulação do poder paternal e ficar com a guarda da menor. E parece que o vão fazer. E mais uma vez se vai tentar chegar a um acordo antes da tal decisão, que nunca é final, porque pode sempre ser alterada se as circunstâncias se alterarem. E, da próxima vez, esperemos que as partes cheguem a acordo. Ou que os pais cheguem a acordo, que já se percebeu que isto é uma guerra de pais e não de mães. Mais uma graça neste processo tão cheio delas, mas guerras pelo poder são assim, são de homens e não de mulheres. E, nessa altura, que espero que seja uma altura de eleições, tenho esperança que finalmente se dispensem os advogados de manchete e os jornalistas das manchetes e se chegue a acordo em nome da tal Esmeralda que nunca o foi (Ana quê?).
Mas o que todos reclamam, por aqui, é que se chame o Salomão. O tal rei justo que entregou a criança a quem provou que preferia ficar sem ela a vê-la sofrer.
E esta miúda está a sofrer? Sem dúvida. Todas as memórias dela estão ligadas a um pai e uma mãe que afinal não o são, o quarto dela ficou perdido não se sabe bem onde, tem andado em bolandas sem saber como vai ser o dia a seguir, dá por um nome que não é o dela. Nem isso tem, um nome.
Culpas? Sim, já sei, da Justiça e dos Tribunais. Nem mais, todos batem na Justiça. Deve ser por ser ceguinha. Mas será que a tal Justiça terá assim tanta culpa? Não me cheira. Nem me parece que este processo tenha sido daqueles que andaram anos seguidos em cima de secretárias ou que tenha sido despachado com os pés.
Comecemos pelo princípio. A mãe engravida e nascida a criança informa o tal Baltazar que o pai é ele. Este, apesar de ter nome de Rei Mago, não vai atrás de estrelas e pede um teste de paternidade. Errado? Mas errado porquê? Não tem o direito de duvidar? Tem de ser punido por isso? Se forem apanhados no balão não podem pedir a contra prova porque isso não abona a vosso favor? É só este o suposto erro do Baltazar? Quem tiver um filho nas mesmas circunstâncias, sem duvidar, que lhe atire a primeira pedra. Pediu teste de DNA? Fez muito bem. No lugar dele eu teria pedido também. Está a renegar um filho? Não, está a interessar-se o suficiente para querer saber se é dele ou não. O teste demorou a ser feito? Sim, demorou, mas sabem quanto custa um teste num laboratório privado? Este foi feito por ordem do Tribunal, o pai não tinha dinheiro para o pedir num laboratório privado. Os resultados chegaram, ele perfilhou a criança e pediu a guarda. Tudo normal? Parece que sim. A miúda teria um ano, se tanto. Mas o que o Baltazar esqueceu foi o pormenor Sargento. É que o caso estava entregue ao foro militar e não ia ser um tribunal civil que ia alterar a logística ou vencer uma guerra que se julgava ganha desde o início - afinal o inimigo era de somenos importância, fraco de armas e sem grande poder bélico. E o Sargento atacou, ou desacatou. Desacatou a ordem do Tribunal e não entregou a criança. E foi à liça, apresentando-se como parte no processo e pedindo a guarda. O Tribunal não lhe concedeu o direito de a reclamar, não era da família, e entregou- a ao pai. O Sargento recorreu para o Tribunal da Relação e considerou que não tinha de entregar a criança enquanto não tivesse uma resposta a este recurso, que tudo estava pendente. E começou assim a saga daquela miúda. Anos e anos de um lado para o outro, decisões que não foram cumpridas, notificações que não foram feitas, o Sargento a ser preso por se recusar a entregá-la, os flashes dos jornais em cima e o país de lágrima no canto do olho e derretido com o "pai herói".
Agora vamos até ali, ao outro lado. A miúda chama-se Esmeralda, chamaram-lhe Ana Filipa. Desde há quase seis anos que nos Tribunais se discute a guarda e não a possibilidade de adopção, o que quer dizer que, oficialmente, desse por onde desse, o nome nunca iria ser mudado. Ela seria sempre Esmeralda e nos registos apareceriam um tal de Baltazar e de Aídida como pai e mãe, e não um Sargento e mulher de Sargento. Como é que o Sargento achou, quando fugiu com ela, que um dia iria descalçar esta bota? O que iria contar à tal filha que tanto quis proteger? Que tinha sido abandonada? Que o pai e a mãe, o tal Baltazar e Aidida de BI e matricula de escola, não queriam saber dela? Iria dizer-lhe que o Baltazar até andava a tentar vê-la mas eles achavam que era melhor não, que ela era filha deles e eles sabiam o que era melhor para ela? E a miúda ia pedir mais um Happy Meal e continuar como se nada fosse? E durante todo o tempo que fosse possível o Sargento iria continuar a chamar-lhe Ana Filipa e a miúda iria assinar Esmeralda? Caramba, se o Salomão ainda está por aqui deve estar com mais formigueiro nos dedos que eu.
Conheço vários casos de miúdos adoptados, de pessoas adoptadas, não conheço um único que não queira conhecer as suas raízes. Curiosidade, apelo de sangue, seja o que for, vão sempre à procura. Nós iríamos. Que aconteceria aquela miúda se só soubesse que o pai andava à procura dela quando tivesse idade para poder ela ir à procura dele? O que iria passar na cabeça dela? Como recuperaria o tempo perdido, o tempo das mentiras, dos enganos, da Esmeralda no papel e da Ana Filipa nos lábios sorridentes de um pai e uma mãe que afinal não o eram? Como iria lidar com tudo isto? Tortura ficar sem um quarto aos sete anos? E como se chama ficar sem uma vida aos dezoito? Mas, pelo que parece, foi isto que o tal Sargento tentou que acontecesse. Ou então preparou bem a batalha e ficou à espera que a razão lhe chegasse pela força dos factos consumados, pelo barulho dos foguetes do arraial que se montou, para agora dizer que a criança tem laços é com ele e não com o pai e que vai ser violento para ela ter de redescobrir-se num mundo que não conhece? Sim, violento vai ser, mas onde começou a violência?
Laços. Vamos então falar de laços (e é aqui que as águas se misturam). Sei, conheço, a força dos laços. Dos laços de sangue, das famílias que todas as crianças querem ter, que todos nós queremos ter. De podermos saber onde pertencemos, quem somos, de onde vimos.
A Esmeralda esteve sete anos sem viver com o pai? Parece que sim, mas não esqueçamos que o pai a tentou ver. Tentou ficar com ela. Há seis anos que o tenta.
Tenho duas filhas, acho que já sabem. Estiveram sete anos sem ver o pai. Não, não fugi com elas, nem desapareci pelo mundo para ele não as poder ver. Não as viu porque não quis. Um dia quis. E no dia que quis elas estavam à espera dele.Penteadinhas e de banho tomado. Eu podia ter evitado? Podia. Podia ter impedido? Podia. Podia ter-me armado em Sargento? Não tenho duvidas, e até tinha mais razões do meu lado, de certezinha. E também podia ter de olhá-las nos olhos e explicar-lhes porque raio eu, mãe delas, as tinha privado do maior direito que uma criança pode ter - o direito a saberem quem são, a terem um pai, um pai que está nelas, que é metade delas, a olharem para ele sem terem de pensar num porquê, só porque é assim, é pai e pronto e essa linguagem qualquer criança conhece. Chamar-lhe pai biológico? Rídiculo, no mínimo, ou pelo menos difícil de lhes explicar. Podia ter fugido, evitado, e quando um dia fizessem perguntas, que as perguntas haviam de vir, que lhes respondia eu? Foi para vosso bem, eu que vos amo e vos criei tenho o direito de decidir o que é melhor? Elas ficariam muito satisfeitas com esta resposta, tenho a certeza. Querem um pai? Está aqui, é o que há, é o que têm. Gostam dele? Encantada da vida, que assim é que tem de ser, é vosso pai. Dê por onde der, seja quem fôr, têm o direito de estar com ele. E eu, se as amo, tenho o dever de lhes proporcionar isso. E era isso que o tal Sargento podia ter feito. E não sei se o tivesse feito, se tivesse aberto as portas ao pai, não teria agora, hoje, uma criança a dormir no quarto do costume.
Sangue. Digam o que disserem o apelo é forte. Têm os olhos dele, ou os pés, ou as manias, ou os defeitos, ou as genialidades. Não têm o amor, não têm a presença, mas precisam como de pão para a boca de saber de onde vieram, quem na realidade são. O pai nunca esteve? Pois não. Não esteve, não deu, não sabe nada da vida delas, dos sonhos, dos amigos, das escolas, das doenças. Nada, ou quase nada. Podia ter estado? Podia. Fez alguma coisa para estar? Não. Isso faz dele um sacana? Talvez, apesar de nem ter pedido testes de paternidade como o desgraçado do Baltazar. As filhas são minhas, isso nem discuto, mas dão muito trabalho e vou ali viver a minha vida e já volto. Se voltar. E se voltar, ou cada vez que voltar, mesmo que de sete em sete anos, eu posso impedir? Tenho o direito de impedir? De dizer nunca estiveste, nunca sofreste, nunca pagaste um papo seco, não és pai? Talvez, mas façam-me um favor - expliquem isso, mas devagar e com desenhos, às filhas, aos filhos desses pais.
São pais. É o pai delas e elas, tenho a certeza, que o amam da mesma maneira desenfreada que me amam a mim. E já o faziam mesmo antes de o conhecerem. Não me agrada isso? Não, não me agrada. Fico insegura e acho uma injustiça? Com caraças, acho mesmo. Posso fazer alguma coisa? Posso, se quiser ter de acertar contas com elas mais tarde. É que com elas, com eles, com os nossos filhos, podemos discutir comportamentos, valores, princípios. Não podemos discutir amores ou desamores. Não podemos discutir a vida deles, a deles, a que não é nossa, nem podemos tentar fazer nossa. Código genético. Está lá. Só metade veio de nós.
Blood is sicker than water, por muito que isso custe a quem sempre deu amor em troca de nada, como o Sargento pode ter dado.
Mais um exemplo? Dos meus?
As minhas filhas têm uma irmã mais nova. Elas sempre souberam que ela existia, ela não sabia que tinha irmãs. Soube há dois anos, e na mesma tarde em que o soube falou com elas. São irmãs desde aí, desde esse exacto momento. Irmãs como eu sou da minha, sem diferenças, sem lapsos de tempo.
Quando finalmente se encontraram, se viram, poucos dias depois, já eram irmãs. Continuam irmãs, apesar de estarem longe e de pouco estarem juntas porque as vidas estão separadas.
Na altura tinham sete, nove e onze anos. Não sabiam nada umas das outras, mas depressa descobriram cumplicidades. Cumplicidades de irmãs.
Dois meses depois a irmã delas veio passar férias cá a casa. Aquela miúda, com a mesma idade da tal Esmeralda, nunca tinha dormido uma noite sem ser com a mãe. Dormiu quinze noites connosco. Todas as noites chorava e todas as noites dizia que era o momento dela e que iria passar depressa. E passava sempre, com uma gargalhada como só ela sabe dar. Estava bem, equilibrada, no meio de uma famíla nova e estranha. Não houve chantagens nem tens de. Houve um encontro de pessoas adultas que esqueceram raivas passadas em nome das crianças e elas, sensatas, perceberam que havia harmonia e ficaram em paz.
Da mesma forma que a Esmeralda, essa Esmeralda que nunca devia ter tido outro nome, podia estar se o Salomão tivesse sido chamado e não tivessem andado com ela de um lado para o outro, com medo de dividir amores. O que o Sargento nunca deve ter percebido, e sim, eu não gosto dele, é que o amor nunca se divide, acrescenta-se, e amar um pai, um pai Baltazar, não implica deixar de amar um outro pai, que se de mago teve muito, de pai, apesar de lhe ter mudado as fraldas ou de ter ido preso por ela, teve muito pouco. Porque um pai, ou uma mãe, nunca tem medo de ficar a perder, nunca tem medo que os filhos, por amarem este deixem de amar aquele, deixem de nos amar a nós. Sejamos nós, pais e mães, o que formos.

As perguntas que ainda tenho? Quem anda a pagar estes processos todos? Quem anda a pagar os advogados, Tribunais, recursos, peritos. No fundo, quem anda a lixar a vida da Esmeralda?

16 comentários:

calamity jane disse...

"(...)medo de dividir amores": com esta expressão disseste tudo... Não concordo com tudo o que dizes mas compreendo. Penso que é preciso ser uma mãe (ou um pai) muito serena (o), muito segura (o) para precisamente não ter esse medo. Que é irracional, que é tolo, mas que (também) é humano. Claro que tudo teria sido muito mais fácil se tivesse havido bom senso. Se não tivesse havido posições extremadas. Se tivesse havido essa postura tão simples que é compreender (e aplicar, ora pois, e aí é que a porca torce o rabo*)que o amor não se divide, multiplica-se. Só o tempo precisa de ser dividido, mas, quando se ama...
Mas tb entendo o lado irracional, inseguro, medroso da história e não o condeno. Precisamente porque sei que há formas de amar que não são seguras, que não são serenas, que não são saudáveis. Todos os dias assistimos a elas e não só na TV...

* tal como muitas pessoas sabem racionalmente que não têm motivos para terem ciúmes e não conseguem evitar fazer cenas de, para usar um dos exemplos mais comuns

Anônimo disse...

A questão Teresa é que o sargento tem um tio, coronel do exército que frequenta o jet set de cascais. É amigo da Maria Barroso, do psicólogo (que também é coronel), e por aí fora. Já pode ver porque razão foi tão difícil notificar o sargento para entregar a criança. Pode ver porque razão os meios de comunicação social apoiam tanto o casal sargento. . . O Baltazar é um pobre, que pelos vistos não tem direito a ter filhos porque pediu um teste de paternidade.

Anônimo disse...

recuso-me a ajudar gente a ganhar dinheiro com o sacrifício das miúdas - acho nojento. Digo-te isto, cabrinha-mor, para te explicar porque nunca falo destes assuntos.

snowgaze disse...

Post genial. E tocaste numa coisa que ainda não tinha visto/lido/ouvido ninguém dizer: a questão das raízes. Tenho familiares que adoptaram uma menina, e a maior preocupação deles era o que lhe haviam de responder quando um dia ela quisesse saber quem eram os pais "verdadeiros" (não é assim que eles põem a questão?).
Por piores ou melhores que sejam esses pais biológicos, todos os miúdos querem saber quem são. O que é que o sargento estaria a pensar quando tentou negar o pai à Esmeralda? Na longa corrida da vida, ele não tinha hipótese de ficar a ganhar. Nem que ganhasse no tribunal.

I. disse...

Grande post: palmas de pé.
Juízo e amor à criança, era o que se pedia aos adultos envolvidos neste caso. Que a sacrificar alguma coisa, sacrificavam as suas próprias sensibilidades, que sempre puseram à frente do que achavam ser melhor para a menina.
Os tribunais, quando decidem nestes casos de regulação de poder paternal, decidem sempre mal. Porque há um vencedor e um vencido, um pai que perde e outro que ganha, quando devia haver uma criança a ganhar com a sensatez dos pais que pôem de parte as suas guerras para se entenderem a favor dela.

Mais uma vez: grande post e grande mulher. as tuas filhas têm uma grande mulher por mãe.

Marias disse...

O Sargento Luís nunca a adoptou legalmente, por isso é família de acolhimento, não sabia, pensei que como lhe mudara o nome a adoptara.
Continuo a achar que ela tem o direito de conhecer e se dar com o pai, agora ter de escolher entre os dois , é brutal. Sem falar da mãe, com quem prefere de certeza ficar.

sem-se-ver disse...

«É que com elas, com eles, com os nossos filhos, podemos discutir comportamentos, valores, princípios. Não podemos discutir amores ou desamores. Não podemos discutir a vida deles, a deles, a que não é nossa, nem podemos tentar fazer nossa.»

gosto mesmo de ti.

Ângela disse...

Disseste tudo.
Todo o folclore criado em volta só serve para complicar uma questão já de si muito complexa.
Todos os que fazem parte desta história erraram em algum momento, mas os "pais de acolhimento" têm grandes, grandes culpas na embrulhada em que a situação se encontra hoje.
Espero que o bom senso prevaleça e que a Esmeralda, daqui por uns anos, se possa rir de tudo isto e possa dizer que, tal como muitos filhos de pais divorciados, tem dois pais e duas mães, sem qualquer outra distinção.
Bjs

mãe disse...

Gostei de ler. Cá por mim os tribunais haviam de os ter obrigado a chegar a um acordo - ou se entendem e chegam a um acordo em nome da garota de forma a que ela tenha, no minimo e para já, duas famílias, ou vai mas é tudo passar uns tempinhos no "hotel" à conta do zé... É que inocente, nesta história, há, quanto muito, uma, a miúda. Todos os demais meteram água, e muita, de uma maneira ou de outra. E acho-me no direito de o dizer assim, como se soubesse de tudo tim-tim por tim-tim porque sou mãe de 5 de 3 pais diferentes, 1 que ainda por aqui anda, outro que só aparece de 15 em 15 dias e de outro que, em 10 anos quase 11, apareceu 3 meses. E são 5, e ainda não se estragou nenhum e até mos gabam como docinhos e tal e tal...
Claro que me farto de engolir sapos vivos e a espernear à conta deles e dos respectivos pais, mas é assim, ser mãe e gostar deles, também é isto...

Rachel disse...

Hummm...
Vou comentar quando tiver mais tempo. Para já, vou reler.

Anônimo disse...

Realmente,é caso para se ler várias vezes.A perspectiva é muito boa e muito saudável.É pena que sejam sempre as crianças que pagam pelo egoísmo dos supostos pais.Mas concordo plenamente quando os tribunais querem proteger as crianças dos próprios pais.Parabéns pelo post,e pelo amor que tem ás suas filhas...

Unknown disse...

Nós, o público.

Anônimo disse...

E se as suas filhas vêm ao blog e a lêem, como já tem dito que acontece?
Acha que gostarão da imagem do pai delas que passa para o público?
Não está a dar-lhes com uma mão e a retirar com a outra?
E acha que era mesmo necessário o tom auto-panegírico que perpassa no post?
Afinal, o caso Esmeralda, foi um pretexto para a põr como protagonista de um outro caso?
Se sim, como parece, a meus olhos, perdeu o mérito que, eventualmente, o resto da prosa lhe teria merecido.
Desculpe a sinceridade mas foi o que senti, finda a leitura. E isto sem querer embarcar em apreciações valorativas sobre os dois casos que refere.
Pessoas que ostentam o que dão deixam-me sempre com "a pulga atrás da orelha".

Visconde de Vila do Conde disse...

Teresa, saiba que li. Três vezes, para perceber bem. Obrigado pela primeira parte, a factual, a que sintetiza de forma brilhante o que fui ouvindo nestes dois anos. O outro "obrigado" virá das suas filhas, um dia destes, se calhar todos os dias. E quem escreveu este comentário fui eu, não foi o Visconde.

Anônimo disse...

Você deve ser uma grande mulher, não há dúvida. Não pode haver dúvida. Só pode ser uma mulher maravilhosa. E oferece ao público toda a história, a verdade de uma mártir repleta de razão e cheia de razões. Tantas que até consegue fazer um paralelo entre o caso Esmeralda e o seu caso, como de resto consegue fazer paralelo com seja o que for desde que dê para contar a sua história e jogar mais achas nessa fogueira que a consome, como só não vê quem não quer ou quem emprenhe pelo ouvido. Esse pai das suas filhas deve ser um grande malandro, só pode ser. E as suas filhas, crescendo amparadas por esse seu ódio, já o devem saber de cor e para a vida. Não que você lhes diga mal do pai, vê-se bem que você não é pessoa para fazer uma maldade dessas, elas é que vêem por elas próprias e você não as pode impedir, até de virem aqui escrever também, partilhar com o público a triste paternidade que lhes coube. Tudo por iniciativa delas, ninguém o duvida. Não, aqui não há dúvidas, não pode haver, você deve ser uma grande mulher. Só pode ser. Não há outra hipótese que não seja essa, porque seria demasiado terrível, demasiado horroroso, demasiado nojento que assim não fosse. Já pensou? E se ele não fosse tão mau, talvez, tão monstro como você o pinta? E você não fosse tão boa, tão verdadeira como diz ser, se a verdade fosse outra e diferente. Seria terrível, não acha? Não acham?

Anônimo disse...

Isso era terrível se fosse mesmo assim.Mas a verdade verdadinha,é que realmente ele é um SR.Monstro.
Sim,manipulador,mas de pai não tem nada,só os 5 registos em nome dele,para azar dos filhos.E não é só a Teresa que pensa isso,são todas aquelas pessoas que já o conheceram e a quem ele enganou e prejudicou..Quanto aos filhos,eles sabem bem o pai que é,neste caso que não é.não é preciso existir a net,basta existir o natal,o dia de anos,sempre na companhia daqueles que gostam deles,e que estão sempre cxom eles.porque será que ele nunca está.AH!!!!Devem ser as mães as más...,todas elas,pois acontece com todos....
juízo antes de escreverem alguma coisa da qual não conhecem factos nem realidades.