Acabámos de decidir

Sábado há festa cá em casa. De Entrudo.

É Carnaval, bago de amor, que sendo velho,
volta a nascer quando há calor,
o povo que saia á rua e a fanfarra que não páre de tocar.

Estimados ouvintes peço apenas dois minutos de atenção,
que eles não sabem que o sonho é uma constante da vida.

Que venham guizos, chocas e derrotas, e alguns poetas,
que venham ainda mais cinco,
e tragam outro amigo também.

Esta é uma casa portuguesa, com certeza,
com muito pão sobre a mesa,
mas que venha vinho,
do branco ou tinto,
para os nossos copos.

Eu não sei como te chamas,
mas ontem apenas,

Frágil, sentiamo-nos frágil
mas a seita tem um radar,
está na hora de acordar.

E se todo o mundo é composto de mudança,
troquemos-lhe as voltas que inda o mundo é uma criança,

As rapariguinhas do shopping vão chegar,
bem vestidas e confiantes,
e podes não tar quietinho
que não levas no focinho.

Mas este é o último dia
do resto das nossas vidas
E disseram que se eu fosse audaz
o prometido era devido.

Com um brilhozinho nos olhos.
cuidado com as imitações,
que vígaro cá vígaro lá,

Chamem a polícia
ou o corpo é que paga,
se ficarem quase mortos no deserto,
com a casa aqui tão perto.

(O mapa do costume segue pelo correio do costume. Ou por outros)

Chat

Foi há muitos anos atrás. Por um acaso, entrei numa sala de chat. Era a sala dos Portugueses, no chat do Terra, um site brasileiro. Para os entendidos havia uma coisa chamada Chatbrowser, ou algo no género, que nos facilitava a navegação e a vida.
Passei horas a teclar e passei também dos momentos mais divertidos da minha vida. E tenho uma vida, mas era o descobrir de um mundo novo, uma nova linguagem, uma forma diferente de entrar por gente adentro.
Sete, oito anos? Não sei, mas tenho amigos desde aí.

Acabei de ir "postar" mais um comentário numa caixa de comentários cheia até às orelhas. Discutimos o mundo, as eleições americanas, filósofos alemães ou a última remodelação do governo? Não. Estamos no chat que não é o do Terra, a fingir que somos muito adultos e dizemos coisas muito importantes.

Onde estão os homens?

Era um torvelinho lá em casa. A minha mãe oferecia-me assinaturas d'A Cruzada, o meu pai do Tintin. A minha mãe ensinava-me o Pai Nosso e o meu pai matemática moderna, com uns cadernos da Gulbenkian que ainda hoje, se fechar os olhos, consigo ver. Quando a minha mãe me ofereceu um livrinho cheio de passarinhos e abelhas, já eu tinha papado as filas de trás da biblioteca do meu pai, e isso eram os Miller todos, as várias Emanuelle, uma tal de Fanny Hill, a Alemã que era cantora e escreveu as memórias, o Sade e as suas virgens, a "O" que virou história e tantos outros que já nem lembro (aos primeiros "herdei-os", que fazem parte de mim). No Verão dos meus dez anos o meu pai ofereceu-me "O meu pé de laranja lima" e o "Tom Saywer". Despachei-os depressa e a seguir li o Papillon, com umas contra capas de papel pardo a dizer " Casa Havaneza", sempre que a minha mãe se esquecia dele no sofá. Era o da casa da Rua da Fonte, a última dos Verões de aluguer, ao lado da fábrica dos bolos, onde comprava as "almofadas" recheadas de chantilly antes de ir para as aulas de natação.
Mais tarde, naquele jantar em que a minha mãe descreveu, minuciosamente, o casamento da princesa Diana, eu pensava na minha tarde na tenda de campismo e se o meu pai conseguiria ler na minha cara o que eu tinha estado a fazer. Nunca decorei a data. Achei sempre que se quisesse saber era só ver em que dia a tal outra que ficou princesa, mas na altura ainda não do povo, se tinha casado. E, no dia em que cheguei àquela casa de estudante onde vivia sozinha há muito, com os cigarros que tinha começado a fumar, e encontrei o meu pai e a minha mãe, numa visita surpresa, vi-o a ele a explicar qualquer coisa muito científica aos gajos que enchiam a sala e que ele tinha proibido de entrar lá "nem que fosse para pedir um lápis" e à minha mãe, lívida, encostada à parede da cozinha, a perguntar entre dentes "não tens medo de estar aqui sozinha com tantos homens?"
Saí assim, cabra e de serviço. Não gosto de vulgaridades e faltas de caridade, não tenho paciência para imbecis e não perdoo desonestidades intelectuais.

O rei vai nu

Tenho um metro e noventa e tal atravessados na garganta. Cuspo ou engulo?

Nós é que queremos ser os Presidentes!

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) entrega hoje ao Ministério da Educação um abaixo-assinado com mais de 25 mil assinaturas contra o novo regime de gestão escolar, que afasta os professores da presidência dos futuros Conselhos Gerais.

A proposta da tutela prevê a criação do Conselho Geral, futuro órgão máximo de direcção estratégica das escolas e com competência para escolher e destituir o director do estabelecimento de ensino.

Aquele órgão só poderá ser presidido por um encarregado de educação, um elemento da autarquia ou um representante da comunidade local.


Não conhecia a proposta do governo, nem sabia quais os poderes do presidente do Conselho Geral, mas só podiam ser muitos que com tanta agitação o caso tinha de ser sério. Pensei que, para além de poder, como em quase todos os casos, conduzir as reuniões e convocá-las per si, o presidente teria algum direito de veto, ou mesmo um voto de qualidade em caso de empates.
Encontrei o documento aqui, e agora ajudem que posso ter visto mal. Corri a subsecção dedicada ao Conselho Geral e tentei encontrar as graças especiais concedidas ao seu presidente, mas não havia nadinha. Zero. Nem um artigozinho do projecto que fosse exclusivo para o presidente. Não há direito de veto, nem desempata coisa nenhuma. Escondido no meio de um parágrafo, lá está o único poder específico de tão alto cargo - poder convocar as reuniões sozinho.

Agora expliquem-me, vinte e cinco mil assinaturas e declarações deste tipo
"o mais violento ataque desferido à organização democrática" das escolas públicas, só porque os professores não podem ser presidentes do tal Conselho Geral?

Será que o abaixo assinado tem mesmo 25.000 assinaturas ou algumas são a rogo por não as saberem fazer?

Prazo para pagamento do IUC adiado para 25 de Fevereiro

Gosto quando me dão razão.
E também gosto quando me dão mais prazo, que para mim também acabava hoje...

Não é justo que tenha sido com a Volvo, mas é justo que comecem a pagar

Saverne, França, 31 Jan (Lusa) - O construtor automóvel sueco Volvo foi condenado hoje pela Justiça francesa a pagar uma multa de 200.000 euros por homicídio e ferimentos involuntários num acidente que custou a vida a duas crianças em 1999 na Alsácia, leste.

Durante o julgamento, o Ministério Público francês tinha pedido em Novembro uma multa "dissuasora" de 150 mil euros contra a Volvo por considerar que a "causa indirecta" do drama tinha decorrido de uma "falha do sistema de travagem" imputável ao construtor sueco.

A condutora do veículo, Catherine Kohtz, uma professora de 57 anos, foi condenada a seis meses de prisão, com pena suspensa, à inibição de conduzir durante um ano e ao pagamento de uma multa de 300 euros por falta de controlo sobre o veículo.

No acidente, a 17 de Junho de 1999, em Wasselonne, Volvo 850 TDI conduzido por Catherine Kohtz, atingiu mortalmente duas crianças, de nove e 10 anos, que iam para a escola.

Uma outra criança ficou gravemente ferida.

Partos/Santa Marinha do Zêzere: Mulher de 28 anos deu à luz pela terceira vez numa ambulância

Somos portugueses e não há nada a fazer. O IRS é entregue no último dia, inventámos o quarto de hora de tolerância, estamos sempre por um fio e ficamos orgulhosos por nos desenrascarmos "à rasquinha" ...

Três filhos nascidos em ambulâncias? Que esta mulher receba uma comenda no próximo 10 de Junho. Representa, melhor que ninguém, os altos valores da nossa pátria!

Irresistível

Nobel Paz: José Manuel Durão Barroso deverá estar entre nomeados, diz France Presse

Nobel da Literatura para Margarida Rebelo Pinto, já!

Scoop*

Ontem postei isto. Tinha acabado de ouvir a notícia da nomeação de José António Pinto Ribeiro para Ministro da Cultura e achei que era engano do jornalista. Que tinha sido feita confusão com o simplesmente António Pinto Ribeiro.
Hoje, tomada que está a posse do José António, dou por mim a pensar como um erro assim seria tão fácil de cometer e tão difícil de emendar. Um primeiro telefonema para o homem errado, a engrenagem começa a mexer e pará-la é o diabo.
Pode estar tudo certo e ter sido escolhido para Ministro da Cultura um homem das leis com nome igual ao de um homem da cultura, mas a dúvida já está aí. E a piada também. A enorme graça de podermos pensar que uma rábula do Solnado deu posse a um ministro.


* Evelyn Waugh. Aproveito e recomendo a leitura.

Não há órgãos suficientes e são precisos dadores vivos

"O dador vivo é fundamental porque não há órgãos suficientes para todos. É preciso que os maridos dêem às mulheres, é preciso ver os amigos a darem aos amigos. É preciso haver solidariedade", apelou Eduardo Barroso."

Eduardo, tudo isto é muito bonito, mas estou mesmo a ver os próximos divórcios:

"Senhor Doutor, vou sair e é já hoje, mas essa aí vai ter de me entregar o cabidezinho que é meu, o MP3 que me faz falta e o rim que andou a usar, que ir embora até vou, estou farto que me dê cabo da cabeça por passar o dia a pensar sentado ao sol, mas não vou sem levar o que me pertence"

O casaquito preto da Ana Jorge

Acabei de ver a tomada de posse da nova ministra e dei por mim a imaginar a minha mãe a receber um telefonema do primeiro, com um convite para ministra.
Pânico absoluto.
Muito pânico.
Completamente impossivel aceitar o cargo:
"Tomada de posse amanhã?!!! Nem pensem. Não tenho nada para vestir!"

Menezes pede a Sócrates debate televisivo


Se visse mais desenhos animados já sabia que o Road Runner ganha sempre...

Simplex


Sistemas de Queixa Electrónica e Perdidos e Achados apresentados hoje.

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, apresenta hoje o Sistema de Queixa Electrónica, projecto que permite aos cidadãos apresentar queixas ou denunciar crimes à Polícia pela Internet.

Rui Pereira vai igualmente apresentar o projecto Perdidos e Achados, que coloca em funcionamento permanente um sistema on-line de registo de objectos perdidos e achados entregues nas forças de segurança.


Ex.mos Senhores,

Ontem, pela tardinha, eu e a minha colega fomos brutalmente agredidos na zona de S. Bento tendo-nos sido roubadas duas pastas de fina pelica. A dela, de senhora, era bastante discreta, quase transparente, não tendo nunca sido vista por ninguém. A minha era preta, com asa a tiracolo e forma de ataúde, estando bastante carregada de queixas várias, injúrias muitas, dois ou três defuntos e um SNS moribundo.
Para o caso de vos serem entregues poderemos ser contactados nas filas do Desemprego.

Os melhores cumprimentos,

António Correia de Campos
Isabel Pires de Lima

Sandokan, o Tigre da Azambuja

Azambuja, Lisboa, 30 Jan (Lusa) - Cerca de duas dezenas de militares da GNR e elementos do circo Chen estão há cerca de duas horas a tentar capturar um dos dois tigres que hoje de manhã fugiram de uma carrinha na zona da Azambuja.

A GNR montou um perímetro de segurança de cerca de 300 metros em torno do local onde se encontra encurralado o animal que falta capturar, junto à estrada Nacional 3, que liga o Cartaxo à Azambuja, para manter afastados os populares que têm parado em grande número motivados pela curiosidade.

Um dos dois animais foi capturado cerca das 8:00 e o segundo, apesar de estar localizado e confinado, encontra-se num local inacessível, o que está a provocar maior demora na sua captura, disse à agência Lusa o comandante da GNR local, Pedro Ramos.

"A situação está controlada e não há qualquer perigo para a população", acrescentou.

Que confusão!

O novo ministro da cultura é o José António Pinto Ribeiro, homem das leis, ou o António Pinto Ribeiro, homem da Cultura?

Cá para mim alguém fez porcaria da grande ...

Meia Idade? Agora é que o meu U bateu no chão.

Lisboa, 29 Jan (Lusa) - Um estudo envolvendo dois milhões de pessoas em 80 países, incluindo Portugal, constatou um padrão mundial extraordinariamente consistente nos níveis de depressão e felicidade que torna a meia-idade o período mais problemático da vida.

Os cientistas constataram que os níveis de felicidade têm a forma curva de um U, com o ponto mais alto no início e final da vida e o mais baixo na meia-idade. Muitos estudos anteriores do decurso da vida sugeriam que o bem-estar psicológico se mantinha relativamente estável e consistente com o avançar da idade.

Com base numa amostra de um milhão de pessoas no Reino Unido, os investigadores concluíram que os picos de depressão são mais prováveis por volta dos 44 anos, tanto nos homens como nas mulheres. Nos Estados Unidos encontraram uma diferença significativa nos dois géneros, com a infelicidade a atingir o pico por volta dos 40 anos na mulheres e dos 50 nos homens.

Num total de 72 países em todos os continentes, o estudo constatou a mesma forma de U nos níveis de felicidade e satisfação com a vida por idade.

Os dois autores, ambos economistas - os professores Andrew Oswald, da Universidade de Warwick, e David Blanchflower, do Dartmouth College - consideram que o efeito da curva em U tem origem no interior dos seres humanos, já que encontraram sinais de depressão no meio da vida em todos os géneros de pessoas, independentemente de terem crianças em casa, de divórcios ou mudanças de emprego ou rendimento

Setúbal:Unidos Panificadores declara falência - 86 trabalhadores no desemprego

Na semana passada foi o leite que não chegou aos supermercados. Agora é o pão que já não chega para as bocas.
Estamos a bater no fundo, mas a crise deve ser uma invenção destes 86 que hoje ficaram na rua, que os outros 150.000 já têm todos belíssimos empregos com direito a carro de serviço e seguro de saúde...

"Honrada Saúde" motiva detenção de 18 mafiosos

E por cá, começam quando?

Deficiência: PSD vai questionar Governo sobre legislação que obriga escolas a acolherem crianças com deficiência

Não foi fácil tomar esta decisão, mas não posso falar da Clara sem mostrar a Clara. Dizer que é linda, esperta, com um sentido de humor refinado e uma impressionante capacidade de avaliação das pessoas, sem mostrar a Clara, é estar a pintar com vulgaridades de mãe um quadro que quem nunca viu não consegue imaginar.
Vou pôr a fotografia da minha filha num blog? Vou! Mas quantas fotografias das minhas filhas não estão espalhadas pelos Hi5 delas, dos amigos e dos amigos dos amigos, sem qualquer controle ou conhecimento meu? Quantas andam por aí em telemóveis, descarregadas em computadores, por sítios a que já perdi o rasto e a razão do ter estado? Não vale a pena tapar o sol com a peneira e pruridos de virgem são falhos de pudor se virgindade não há.
Assim, e para princípio de conversa, esta é a Clara. Que só podia ter este nome, Clara.


Esta é, então, a Clara.
Que foi operada ao coração aos 6 meses porque "agora já se acha que vale a pena operar estes meninos" e que, desde os dois anos, está integrada em escolas ditas "normais". A Clara. Uma criança que é igual às outras, porque sempre foi tratada como todas as outras e nem de outra forma podia ser.
Há vinte anos atrás a Clara não seria esta Clara.
Mas há Rosas, Joões, Manueis, Anas, Margaridas, Carlos e tantos tantos nomes a quem não é ainda permitido que sejam crianças. A quem, por razões mais ou menos nobres, que nós até não discriminamos ninguém, isso eram histórias do antigamente, não é ainda dada a possibilidade de se misturarem e deixarem as suas diferenças crescer no meio das outras diferenças todas e ficarem menos diferentes por isso.

Vou voltar à Clara, muitas e muitas mais vezes. Todas as que forem precisas para que uma folhinha, pelo menos, mude de lugar e destape mais uma Clara.

Acabei de receber uma carta do Pereira!

Felicidade é isto. Sentirmo-nos súbitamente sugados pela força de um sol acabado de nascer num céu que parecia escuro. Acabou de chegar agorinha e assim que ouvi o badalo do You've got mail senti logo que era coisa bonita. Acobardei-me um pouco antes de clicar no envelope de todas as surpresas, mas a emoção era muita e não conseguia resistir, nem mais um momento, sem mergulhar de sentidos perdidos em mais uma carta dele. Um frémito de prazer mal contido guiou a minha mão, quebrei o lacre de sangue e deixei-me invadir lentamente pela suave música das palavras do Pereira:

Exma. Senhora:

Nos termos da Lei nº 22 - A/2007, de 29 de Junho, procedeu-se à reforma global da tributação automóvel com a aprovação do Código do Imposto Sobre Veículos (ISV) e do Código do Imposto Único de Circulação (IUC), abolindo-se, em simultâneo, o Imposto Automóvel (IA), o Imposto Municipal sobre Veículos (IMSV), o Imposto de Circulação (ICi) e o Imposto de Camionagem (ICa).

1 - Nos termos do nº 1 do Artº 3º do Código do Imposto Único de Circulação (IUC), são devedores do imposto os contribuintes em nome dos quais os mesmos se encontram registados, passando a tributar-se a propriedade e não a sua utilização, como ocorria anteriormente no IMSV, ICi e ICa;

2 - O IUC é um imposto de periodicidade anual, sendo devido por inteiro em cada ano a que respeita, devendo ser liquidado e pago no mês a que corresponde a data de 1º matrícula ou em cada um dos seus aniversários;

3 - Porque na base de dados recebida do Instituto de Registos e Notariado se encontra identificado como proprietário de veículo(s) com data de aniversário de matrícula em Janeiro, relembramos que o imposto deve ser liquidado e pago até ao final do mês em curso;

4 - Encontrando-se para breve a publicação de legislação que permitirá a simplificação do registo de propriedade automóvel, no caso de já não ser proprietário de algum dos veículos que constam em seu nome (aceder a www. e-financas.gov.pt - contribuintes - consultar - I.U.Circulação - consultar situação de veículos), deverá dirigir-se à Conservatória do Registo Automóvel para promover a actualização do correspondente registo de propriedade.

Com os melhores cumprimentos,

O Director-Geral

(José A. De Azevedo Pereira)

Lógicas femininas

Não é nada meu mas, de vez em quando, lá me distraio e as unhas das minhas mãos crescem um pouco mais do que seria desejável e ficam com aquele ar de unhas à senhora. Isso mesmo, senhora! É que se repararem bem, na definição de senhora, e logo a seguir aos dois cromossomas X, vêm as unhas compridas e bonitas.
Se isso de senhora me deixa confusa e nunca entendi muito bem o meu avô quando me explicava as diferenças entre as mulheres e as senhoras, esta coisa das unhas compridas deixa-me completamente a "anhar", como diz quem sabe o que diz. Ou, então, é como sempre achei e ser uma das tais senhoras tem tão pouco de lógico, como de prático. Nalgumas situações, como esta das unhas, é mesmo um enorme problema. Vejamos. Há duas coisas que deixo logo de conseguir fazer quando tenho as unhas grandes - carregar nas teclas do telefone e tirar creme de um boião. Como é então possível querermos dificultar a nossa vida precisamente naquelas coisas que nos são mais importantes - telefones e cremes? Mas há mais, e pior, nesta guerra das unhas e dos cremes. As minhas unhas têm 15 mm de largura e tenho aproximadamente 2 mm de espaço entre unha e dedo. Se deixar crescer as unhas 4mm, cada vez que vou com o dedo ao boião ficam 0.12 ml do meu rico creme perdidos nos interstícios. Continuando a fazer contas, num frasquinho de 40 ml, o normal, e que custa € 40 - sim que é Clinique, eu não me atiro para os € 400 do La Mér - desperdiço 12 cêntimos sempre que ponho creme na cara ... vinte e quatro mil réis, para ser mais precisa...
Com as unhas curtas poupo para muitos cafezinhos em creme que já não é mal gasto, mas, por outro lado, carrego mais facilmente nas teclas do telefone. Tecla puxa tecla, lá vai mais uma conversinha que isto assim é tão fácil, e os resultados de uma brilhante teoria económica de unhas e cremes perdem-se com o aumento diário dos "vê lá o que ele me fez desta vez..."
Parece contraditória esta coisa das unhas, dos cremes, dos telefones e das contas que nunca saem certas, mas como disse no princípio, aos incautos que ainda não tinham percebido, isto de ser mulher, tal como ser senhora, não tem lógica nenhuma...

Idiotas




«Saberão os Nazis que Estão Perdidos? American Magazine .... 58».

Era isto, só isto, que estava escrito por baixo da tinta preta com que a mão zelosa do antigamente protegia a inocência do povo. Este é um exemplar das Selecções da Reader´s Digest de Outubro de 1942.
Um amigo que passou por esse tempo encontrou-as num alfarrabista e mandou-me a fotografia e o texto a seguir:
" A revista era impressa no Brasil e era então enviada para Portugal. Estou a imaginar o envio das revistas para serem censuradas, o diligente funcionário a ler os títulos e o conteúdo da revista, a apreciar se algo iria perturbar a paz pôdre que havia por cá, mandar um relatório em papel azul de 25 linhas, esperar pelo parecer do chefe, e, depois, pegar na tesoura e cortar, em cada exemplar!, o artigo em questão. Zelosamente, em cada capa, cobria a tinta preta o título perturbador"

Parece que um tal de Mendes Bota diz que a ASAE faz o mesmo..... Não sei se lhe chame Santa Ignorância se Santa Imbecilidade....

Eu Génia!

Cheguei ao fim. São 22, repito, 22, problemas. Podem começar a tentar, mas não se deixem enganar pela manteiga das primeiras...

14 de Fevereiro

Descobri o cartão certo para o Dia dos Namorados!

Novo Catecismo

Quatro criancinhas. As minhas e mais duas emprestadas. Acabei de perceber que o verdadeiro milagre não é o "levanta-te e anda" mas o "deitem-se e estejam quietas".

Parece mas não é...

(obrigada viajante)

Pneu sobresselente

Infelizmente não faço parte daquela extensa lista de pessoas, normalmente do sexo feminino, que não faz a miníma ideia como se muda um pneu de um carro. Sei exactamente como se faz e já mudei vários pneus e nas circunstâncias mais complicadas. Mudei o de um velho Portaro debaixo de um nevão, que parecia ainda mais antigo que ele, e depois de ter mandado parar um autocarro para pedir o macaco emprestado, um outro às quatro da manhã em cima da Ponte 25 de Abril, ainda um outro a contra relógio, tal qual um mecânico da Ferrari em pleno Grande Prémio, com o sol de um Agosto algarvio a bater a pique e um avião para apanhar, e tantos mais outros que já nem me lembro. Nenhum destes era de um carro meu.
No meu carro tive dois furos, mas nem as mãozinhas sujei. A idade aprimora a cabronice e agora percebo que um ar de mulher desvalida consegue o milagre de pôr dois pedreiros a mudarem uma roda ou o de parar uma Brigada de Trânsito e passar o macaco para as mãos de um GNR que se não era simpático, passou a sê-lo.
Não me assustam estas coisinhas do dia a dia porque sei que, de uma forma ou outra, as consigo resolver. Mas assusta-me não ter pneu sobresselente. A estatística até pode dizer-me que provávelmente não terei qualquer furo naqueles poucos quilómetros que vou ter de fazer com um pneu furado no sítio onde devia estar o que roda na estrada, mas eu tenho medo.
Nos últimos tempos, e deve ser isso a velhice, tenho sentido a falta de muitos outros pneus sobresselentes.
Já não me chega saber que se quiser sou capaz. Percebi que nem sempre depende do querer e que o não poder é que me tolhe os movimentos. Sempre achei que isso de sobresselentes ficava demasiado caro e que a maior parte das vezes eram um enorme flop. Pior do que não ter o pneu ali mesmo à mão de semear era ir buscá-lo e estar completamente em baixo, sem um cheirinho de ar, e incapaz para qualquer serviço. Eram as falsas expectativas, as ilusões, os desencantos que custavam muito mais, porque me apanhavam de surpresa. Roda no chão, macaco instalado, chave de porcas pronta a usar e um sobresselente inútil a olhar para mim.
Desisti de tentar e tenho andado em viagem a confiar que se estiver um prego na estrada vai ser mesmo em frente de uma oficina. Mas o medo tem vindo a aumentar e já não consigo ir para muito longe. Vou mesmo ter de pensar em pneus sobresselentes. Talvez da Pirelli e com jantes especiais. Parece que são bons e bonitos e pode ser que não falhem se um dia precidar deles. Carotes, mas talvez haja mesmo que pagar um alto preço por algum descanço.

Jolly Good Fellows

Barack Obama venceu este sábado, na Carolina do Sul, uma eleição vital para se manter na corrida à escolha do candidato democrata à Casa Branca, isto num estado em que a população negra constitui metade do eleitorado democrata.
...
De acordo com as agências noticiosas internacionais, as sondagens realizadas à boca das urnas, e enquanto não são conhecidos os resultados oficiais, indicam que Obama ganhou quatro votos em cada cinco eleitores negros bem como um quarto dos votos dos eleitores brancos, um valor mais alto que o previsto.


Dos quatro eleitores negros que votaram em Obama, quantos eram mulheres? O apelo da raça é mais forte que o apelo do género? Se se vêem rostos sem se olhar para as caras, então poderiamos lembrar-nos que os negros, nos Estados Unidos, tiveram direito de voto antes das mulheres.
Espero, sinceramente, que o próximo Presidente de todos nós se chame Clinton ou Obama. O resto são acertos de contas que já deviam estar acertadas.

Só coisas que me atormentam

Tenho uma cabra, encostada aos vidros da porta, a olhar-me com olhos de carneiro mal morto à espera que a deixe entrar.
O cão, que ou é asmático ou se engasgou com o meu isqueiro, não pára de tossir no meio da carpete da sala impecávelmente lavada.
A criança, que devia estar na cama há muito, posta postas no blog dela e a baby sitter, no sofá em frente, está perdida nos ping pong do messenger.

Tomo um copo ou uma atitude?

Porque comi o meu pai

O Bastonário da Ordem dos Notários (ON) insurgiu-se hoje contra a isenção de obrigatoriedade de escritura pública em transacções de imóveis, considerando que a medida proposta pelo Governo em nada beneficiará os cidadãos mas criará «maior insegurança»

"Fogo ad lib - disse o Pai, ignorando a interrupção ...
(...) Eu estou a construir com vista ao futuro, e tu resmungas por ter de deixar a tua caverna por um ano ou dois... suponho que a maldita erva voltará a crescer qualquer dia, não? Espero ansiosamente o dia em que cada horda tenha a sua caverna, cada caverna a sua fogueira, cada fogueira o seu espeto, e cada espeto o seu assado de carne de cavalo... em que uma viagem seja uma agradável deslocação de um lugar hospitaleiro para outro...
...
- Devo entender, Pai, que está a propôr divulgar essa fórmula de fazer fogo a qualquer Zé Ninguém em África?
O Pai fixou.me espantado.
- Pois claro. Onde é que queres chegar?
Fiz uma pequena pausa antes de responder. Depois, apertando os lábios, disse sem levantar a voz:
- Simplesmente que me oponho em absoluto a qualquer divulgação a pessoas estranhas de segredos que ponham em causa a segurança e supremacia da horda."

in "Porque comi o meu pai" Lewis, Colecção Haga, Livros Horizonte

Heath Ledger consumia cocaína com Naomi Campbell

Hugo, olha que pode ser alguma maldição.....

Catarses

Estou fechada para limpezas. Não sei se de fim de Inverno se de princípio de Primavera, mas limpezas. Tenho a mobília na relva, as carpetes a enxugar e a casa virada do avesso.
Nada como confiar nos clássicos e esperar que do caos nasça a ordem. Lá mais para a noite, acredito, que por enquanto não há mundo nem universo. Mas quando, finalmente, tudo encontrar o seu sítio, usarei o éter dos deuses, sem peso nem impurezas, para fazer o azul do meu céu. Ou quase. Quase azul, quase céu, quase meu...

Não era "A Pandilha" que também cantava isto?

La Casa
Vinicius de Moraes / Bardotti / Sérgio Endrigo

Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos Bobos
Número zero

A tradição só faz sentido se fôr tradição

E somos apanhados assim, de mansinho, sem aviso prévio e sem percebermos que a directiva a mais hoje é a colher de pau a menos amanhã e o Tratado de Lisboa de ontem pode ser o fim do "eu é que sou o presidente da junta" não se sabe muito bem quando.
O meu mundo, aquele que é feito de coisas pequeninas, sem importância de maior e, por isso mesmo, com toda a importância do mundo, vai desaparecendo sem me pedirem a opinião. Ou por outra, pedir até pediram, mas na maior parte das vezes é só um clic no accept ou no not accept de contrato de net, sem olharmos sequer para o que está lá escrito, que queremos é passar à frente das formalidades chatas. E um dia, tal como nas outras coisinhas mais ou menos pequeninas, entram-me em casa e levam-me o cão, com base na clásula 4 do contrato da firewall.
O meu mundo vai mudando assim, sem sentido nem direcção, e hoje mudou mais um bocadinho. Aliás, foi mudado a 19 de Junho de 1999, mas só hoje me tiraram a tal colher de pau da cozinha:
A Declaração de Bolonha (19 de Junho de 1999) — que desencadeou o denominado Processo de Bolonha — é um documento conjunto assinado pelos Ministros da Educação de 29 países europeus, reunidos na cidade italiana de Bolonha.
A declaração marca uma mudança em relação às políticas ligadas ao ensino superior dos países envolvidos e procura estabelecer uma Área Europeia de Ensino Superior a partir do comprometimento dos países signatários em promover reformas de seus sistemas de ensino.

De louvar o acto? Certíssimo, que há muito que o nosso ensino superior precisava de uma boa varridela e a harmonização de cursos e de curriculae foi uma vassourada de luxo. Eu, que até estou de fora, vou percebendo as diferenças quando me respondem, pela centésima vez, que a criança até já está crescidinha e está bem, mas lá fora a fazer o Erasmus.

A gaita é que nós com vassouras ainda nos vamos ajeitando, mas mandam-nos uns aspiradores muito sofisticados, cheios de luzinhas, que limpam até sombras de ácaros nos colchões e, sem percebermos, lá se vai o colar de pérolas da avó e os legos do menino.

Hoje, ao saco do Processo de Bolonha, foi parar uma terça-feira. Não foi uma terça-feira qualquer, mas também não foi a Gorda, que essa já deu levantamento popular e ninguém mais arrisca. Foi a minha terça-feira. E a de muitos mais. De hoje e de ontem.

Andei em Coimbra. Não, isto não quer dizer que passeei pela baixa, visitei o botânico ou atravessei a ponte a pé. Ter "andado em Coimbra" é quase cifra para uns anos passados, poucos ou muitos, que a veterania faz-se de muitos, numa das velhas faculdades.
O meu pai andou em Coimbra. E os meus tios. E os meus irmãos. E os meus tios avós. Saí rapidamente de Coimbra assim que acabei de andar em Coimbra, cumprindo também a tradição lá de casa, mas todos os anos em que nunca mais lá fui, deixava cair umas lágrimazinhas da saudade tão de lá na terça feira do Cortejo da Queima. Era assim comigo, e já tinha sido assim com aqueles outros. Não é saudosismo rançoso, nem conservadorismo pindérico e muito menos apêgo cego à tradição. Era só um clic mágico que nos fazia voltar no tempo e lembrar as juras sentidas do vamos ser amigos até ao fim da vida, que a vida é como queremos que seja e não nos vai trocar as voltas. Voltas trocadas pela vida que não as trocava e promessas lembradas mas não cumpridas, lá deixava eu que uma terça feira por ano me fizesse outra vez estudanta e crente em tudo o que já não acredito. Não estava lá, não voltei a estar, que não se brinca assim ao faz de conta, mas era levada até às certezas de lá pela certeza dessa terça-feira, que tradição é para isso mesmo, para não nos deixar esquecer.
Hoje fui roubada nas memórias, porque me roubaram mais esta certeza e as outras, sem ela, não vão conseguir nunca mais dar aquele arzinho da sua graça. Ficaram perdidas, sem enquadramento, sem casa para morar.

(...) A alteração do modelo de "Queima", cujo programa total se prolonga entre Março e Junho, foi justificada com a introdução do modelo de Bolonha no Ensino Superior e após uma reflexão no órgão que tutela a praxe académica, o Conselho de Veteranos.
(...) No entanto, a maior inovação é a transferência do Cortejo dos Quartanistas de terça-feira para domingo...

Domingo não é terça-feira. Domingo é dia para apanhar o combóio dos estudantes e dormir ao sol na praia da Figueira, antes da garraiada. E é dia para voltar a Coimbra e ir directo ao Parque, que a noite é de Direito. Ou era, tudo isto, e desde há muitos mais anos do que alguém se lembra.
O cortejo era na terça-feira. Já não é. E tudo o resto também já não. Coimbra já nem na hora da despedida vai ter encanto e a Queima das Fitas, ou que raio fôr, não tarda e está a ser produzida pela Teresa Guilherme. E o Nunes, o tal amigo de todos nós, já está a esfregar as mãos de contente pensando no dia em que sairá pela Porta Férrea, garboso e com o badalo da cabra debaixo do braço, apreendido liminarmente por "notória poluição sonora".

Lisboa: Polícia já fez explodir volume abandonado no Metro

Minha menina,

Tenho a certeza que a mochila era a tua, que és capaz de te esquecer dela até num metro onde não andaste, mas garanto que se te tiver de comprar livros novos ficas um mês sem computador e eu armo-me em polícia, com máscara e tudo, e rebento com o teu mealheiro.
Estamos conversadas?

Voo

(já que disseste que vinhas espreitar, esta é para ti, voo)




O troco do lanche não são 50 cêntimos, mamã, são só 46...

Teixeira Pinto nega ter recebido 1o milhões de euros de "indemnização pela rescisão do contrato” com o BCP, garantindo que apenas recebeu a “remuneração total referente ao exercício de 2007”: 9.732 milhões de euros em "compensações" e "remunerações variáveis".
(Zero de Conduta)

Portugal tem os reformados mais pessimistas da Europa

Não conseguem acreditar que a pensão estique até ao fim do mês. Mas não é pessimismo, é realismo.
Portugueses têm das pensões mais baixas da Europa

Puta de vida!

Tens p'ra troca?








Tu comentas o meu, eu comento o teu. Combinado?

Morto por um cigarro

O tabaco mata.
E as urgências que fecharam, também...

Migrei para sul por alguma razão...

Os alentejanos e os algarvios são os portugueses que demoram mais tempo no banho. Um terço destes afirma mesmo que 10 minutos não são suficientes para tomar um duche. No resto do País menos de 16% das pessoas leva tanto tempo com o chuveiro a correr.

Olmert: Habitantes de Gaza sem gasolina podem andar a pé

E também podem mandá-lo à merda, ou não?

Para o Shark



Yes!

Exactamente um ano e um dia depois. Chegaram. Agorinha mesmo vi as duas primeiras. No exacto sítio onde pousaram o ano passado.
Chegaram as andorinhas. Eu sabia que hoje era um dia bom.

Al-Jazerá Breaking News

Já se sabe qual era o alvo do atentado terrorista. Queriam mandar o Abrupto pelos ares. Parece que é o único sítio, cá na terrinha, com visibilidade internacional!

Quem manda, p(h)ode!


E um mês depois, aqui está o(a) visitante 1000

Domain Name netcabo.pt ? (Portugal)
IP Address 81.84.60.# (TVCABO-Portugal Cable Modem Network)
ISP TvCabo Portugal
Location
Continent : Europe
Country : Portugal (Facts)
State/Region : Lisboa
City : Lisbon
Lat/Long : 38.7167, -9.1333

Pode passar hoje. Ofereço jantar e café.

Temos de ser uns para os outros

From: Newsletter@deco.proteste.pt

Sent: sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008 20:06

To: gtddzfxvcbv@sapo.pt

Subject: BCP no bom caminho? | Info financeira n.º 15

Meus Caros Senhores,

Sinto-me profundamente reconhecida pelo vosso gesto. Aqui por casa a estalada já não ferve tanto, que agora está frio e os dedos gelam, mas ainda ontem voou uma dúzia de ovos pela cozinha fora como se da própria galinha se tratasse. As crianças já se habituaram um pouco a ter uma trincheira a meio do corredor e um fosso de água entre a sala e o hall de entrada, mas a guerra fria tem vindo a tornar insuportável a factura da electricidade. Vai-nos valendo a gritaria, que sempre desentope os brônquios e abre as cordas vocais. A avó já pediu asilo político na casa da vizinha de baixo, continuando mesmo assim a queixar-se que não consegue dormir com o barulho da loiça que, sem querer, vai tombando dos armários em cima da cabeça dele.
Hoje, durante o dia, chegaram a desembainhar-se as armas quando a uma ofensiva manjerona com que ele me mimoseou ao passar a chícara do café, eu respondi com um lilás alecrim. Só não houve sangue na toalha porque o chibo fez mais uma cagadela na cozinha e as facas de serrilha deram lugar à vassoura e esfregona.
Como podem verificar por estas minhas modestas palavras a catástrofe estava iminente, não fosse a bondade e lembrança de Voxelências. Tenho a certeza que, assim, a tranquilidade voltará a reinar na minha casa, que eu vou andar cansadita de mais para lhe atirar com o telemóvel às ventas e ele está bem se me vir feliz.

Ficarei eternamente grata e quando a paz estiver consolidada, como os senhores dizem, o que irá levar uns tempinhos largos mas bem aproveitados, devolverei a encomenda:
Nações Unidas: George Clooney nomeado Mensageiro da Paz

Defesa de Fátima Felgueiras sustenta que PJ não recolheu provas que sustentem contratos fictícios

Cá para mim, que já nem ando nestas vidas, a defesa não tem qualquer razão. Eu sei que por aqui se discute o sustento de quem os contratos sustentaram, mas se os contratos são fictícios só podem ser sustentados por provas imaginárias. Quod erat demonstratum.

Puto quase que quer rebentar escola com granada que quase explodia

PSP apreende granada na posse de uma criança de 12 anos

Alberto Peixoto, do Gabinete de Relações Públicas do Comando Regional da Polícia de Segurança Pública (PSP), adiantou à agência Lusa que os agentes da esquadra de Lagoa foram alertados na passada terça-feira por um funcionário da escola para o facto de haver um aluno que tinham em sua posse uma granada defensiva.

Segundo disse, de imediato a polícia ocorreu ao local e apreendeu a granada, que está a ser analisada pela equipa de explosivos da PSP nos Açores para ser depois destruída.

«A granada estava intacta, ainda com a respectiva cavilha, embora já não mostra-se as habituais inscrições», afirmou Alberto Peixoto, acrescentando que se tivesse sido accionado o engenho explosivo teria ocorrido uma desgraça.

Frisando tratar-se de uma situação inédita nos Açores, Alberto Peixoto referiu que os envolvidos foram todos identificados e a polícia está agora a investigar o caso, que vem reforçar o clima de insegurança vivido pela população do concelho.

Diz-se o quê? Que está tudo doido? E começa-se por onde? Pelas verdades lapalissianas do Relações Públicas da Polícia ou pelo demente agravamento do clima de insegurança, podendo en passant mandar o/a jornalista do Sol escrever cem vezes a palavra "mostrasse"?


Este, em tudo, é o retrato do país que temos, que até para a desgraça se quer pôr em bicos de pés, mas que não passa nunca da opereta à ópera.


Governo pede silêncio à ASAE

Espero que a rolha esteja conforme o estipulado no Código Internacional das Práticas Rolheiras e que tenha o certificado SYSTECODE emitido pelo Bureau Veritas...

Um, Dó, Li, Tá ... e a REN livre está!

Perigo de leucemia

Um estudo da Universidade de Oxford divulgado em 2004 concluiu que as crianças que moram a um raio de 200 metros de distância das linhas de alta tensão têm risco 70% maior de desenvolver leucemia do que as que moram a mais de 600 metros.


Cientistas britânicos descobrem origem da leucemia infantil

Um grupo de cientistas britânicos descobriu a mutação genética que origina a leucemia infantil, depois de seguir duas gémeas, uma afectada pela doença e outra sã. O estudo foi publicado pela revista “Science”.
(...)
A investigação - feita pela Universidade de Oxford, o hospital infantil Great Ormond Street, de Londres, e a associação de investigação médica Cancer Research - explica que o desenvolvimento do cancro das células sanguíneas na infância requer que um "reduzido, mas crucial grupo de células" sofra duas mutações.

A primeira produz-se durante o primeiro período de gestação, o que faz com que algumas células da medula óssea se convertam em "pré-leucémicas".

Porém, para que a criança desenvolva a doença, é necessário que uma segunda mutação ocorra durante os primeiros meses de vida.

Esta segunda modificação genética, provavelmente causada por uma infecção comum, como uma constipação, alteraria o estado das células pré-leucémicas para células malignas.

"Estas são células que causam e mantêm a doença", disse o professor Tariq Enver, responsável da investigação e membro da Unidade de Investigação Hematológica Molecular da Universidade de Oxford, salientando que, agora que são conhecidas estas células, é mais fácil "encontrar o seu calcanhar de Aquiles e combatê-las".

"Crescei e multiplicai-vos"

Esta foi a palavra de ordem. E nós multiplicámo-nos da maneira que podiamos e sabiamos. E até começámos a achar piada à coisa, que se nos correram do outro paraíso ao menos que tivessemos um por cá de vez em quando. Ou vários. E seguidos, de preferência.
Depois começaram a embirrar com a nossa insistência, com os nossos sorrisinhos de felicidade, o cigarro no fim e zero no resultado, que nós queremos é muitos bocadinhos de céu e não muitas criancinhas a correr pelos cantos da casa. E que era pecado, e que não tinha sido bem isso que tinham querido dizer quando nos mandaram fazer a tal multiplicação, e que Every sperm is sacred, Every sperm is great, If a sperm is wasted, God gets quite irate.
Nós, que não queriamos alguém lá em cima de dedo em riste só por nos querermos divertir um bocadinho trocando-lhe as voltas, virámo-nos mais uma vez para o criador e tomámos o seu exemplo. Olho por olho dente por dente, corremos com o sagrado do nosso paraíso e toca a esquecer a história do fazer filhos. Sexo. Inventámos o sexo. Nada de procriações e muitas excitações.
Faltava só resolver o problemita da tal multiplicação. Não dava jeito nenhum misturá-la com o nosso sexo tão exclusivo. Lembrámo-nos então de uma história, que também nos tinham contado, de como com uma costela se fizera uma mulher. Andámos uns anos por aí a tentar, que afinal somos só humanos, mas demos a volta ao osso. Para César o que é de César e para Deus o que é de Deus. Cumpra-se a ordem superior e façam-se criancinhas, mas tire-se lá o sexo disso que é carnal demais para tão divino mandamento.
Já está. Conseguimos. E agora não venham chamar-lhe heresia.

Lusa, 17 Jan (Lusa) Cientistas norte-americanos conseguiram produzir o primeiro embrião humano clonado a partir de células humanas adultas, segundo uma pesquisa publicada quinta-feira no jornal "Stem Cells".

Tempus fugit e os planos são longos

O realizador português Manoel de Oliveira, o mais velho do mundo no activo, disse hoje em Faro que os produtores de cinema já não arriscam tanto como antigamente e lamentou estar cada vez mais difícil ter apoios para fazer filmes. «Os produtores hoje já não arriscam tanto dinheiro. Tenho alguns apoios, mas preciso de mais»

Cheiro a gás em Lisboa: mistério resolvido

Era o cheiro do medo.

Desejos

Já que afinal o ridículo não mata, podia, pelo menos, provocar uma carga de borbulhas postulentas.

Peço desculpa por esta interrupção,

...a cabra segue dentro de momentos.

Mais amanhã que momentos, que hoje tenho uma festa de anos para preparar pois, mesmo cabra, sou enganada assim por quem sempre me enganou - muito voluntarismo na idealização, mas um imenso cansaço na execução. Estou sozinha, portanto, e com pouco tempo pela frente.
Hoje, por aqui, só encontram a trouxa de serviço!

A verdadeira questão da importância dos artigos

Não há qualquer problema na capacidade de resistência da estrutura", garantiu o engenheiro responsável pelas obras das estações do Terreiro do Paço e Santa Apolónia, José Augusto. "

Não sei porquê, mas cheira-me que se um dia houver um problema sério o artigo passa logo de definido a indefinido, "o" engenheiro responsável diluir-se-á na água que entrar e entraremos na lusitana fase de "um dos responsáveis" que, no nosso dicionário, significa sempre total irresponsabilidade...

Han?? Podem repetir? Nã percebi, Zé Cid?

Artistas portugueses de primeiro plano preparam regressos
Dealema, Moonspell, Vicious 5, Gomo, Mercado Negro, M.A.U. e Nigga Poison estão entre os artistas que preparam álbuns para editar este ano.

Não resisto a publicar este email

Previsões para 2008

Manoel de Oliveira grava sequela de Aniki Bóbó utilizando apenas câmaras de vídeo vigilância da zona da Ribeira no Porto.

Nossa Senhora faz aparição em poste de muita alta tensão.

Sócrates nomeia Armando Vara para presidente do Benfica.

Francisco Louçã usa uma gravata durante uma sessão da AR.

Sempre inspirado por Sarkozy, mas à sua escala, Luis Filipe Menezes começa a namorar com Mafalda Veiga.

Carlos Cruz é nomeado director de programas da RTP.

BCP lança campanha de spread 0 para militantes do PS com as quotas em dia.

Joe Berardo inscreve-se em curso de terapia da fala e já consegue cantar as canções mais complicadas de Sérgio Godinho.

ASAE lança franchising de restaurantes de fast-food .

Vanessa Fernandes será a nova namorada de Cristiano Ronaldo.

Galp descobre petróleo debaixo do capachinho de Fernando Gomes.

Julgamento Casa Pia é anulado porque vitimas, que entretanto envelheceram e sofrem de Alzheimer, não conseguem contar no Tribunal a mesma história que descreveram no início do processo.

Mourinho é vencedor da Liga do Jornal Record.

Pedro Santana Lopes assume paternidade de Ribau Esteves.

Selecção Nacional de Rugby ganha finalmente um jogo.

Marques Mendes só é visto no último trimestre de 2008 numa câmara de vigilância da Zara Kids.

Tratado de Lisboa fica sem efeito pois Sócrates rubricou "Sócrates O Magnifico" em todas as páginas.

Paulo Portas assume relação com Jacinto Leite Capelo Rego e casa dentro de submarino em águas territoriais espanholas.

Scolari consegue feito inédito ao ser campeão da Europa só com empates.

Isaltino Morais é o primeiro presidente de câmara a usar pulseira electrónica.

Ministro da saúde Correia de Campos encerra-se no seu próprio gabinete e engole a chave.

Governo escolhe a barragem do Alqueva para localização do novo Aeroporto de Lisboa. A grande obra de engenharia obriga à drenagem e terraplanagem da barragem, só o orçamento da obra demorará 2 anos a ser feito.

Aqui uma leira de couves, ali as batatas e no fundinho o pepino

E estavam lá observadores da ONU? 97 e quantos?

Carlos Santos Ferreira foi hoje eleito presidente do conselho de administração (CA) do BCP com 97,76% dos votos a favor. Miguel Cadilhe foi derrotado na corrida à liderança do maior banco privado português, tendo a sua candidatura recolhido apenas 2,14% dos votos.

Hoje são só gargalhadas

Joe Berardo envolveu-se numa discussão com um pequeno accionista no final da assembleia-geral. Berardo insistiu em "debater ideias" em frente aos jornalistas.

Cabra #2

... "mamã, estou preocupada. As minhas amigas, que agora não são minhas amigas, têm alguém a fazer-lhes os planos. Fazem-me chorar e são muito boas nisso, mas depois dizem que o plural de anão é anãos e o feminino de ladrão é ladrona.... mamã, se fossem elas a pensar, não me conseguiam chatear de certeza.... tenho de descobrir quem lhes anda a fazer os planos secretos..."

(como é bom pensar que se tem de pensar para se ser filho da puta...)

Público & Privado

Acabei de perceber que, mesmo nas conversas de cama, há on e off nestas coisas de blogosfera e que convém esclarecer, quem não nasceu esclarecido, que há coisinhas, piquenas, de nada, que não são própriamente para partilhar com o mundo.
É o vale tudo dos bicos de pés e vou ter de passar a tomar mais cuidados. Ou com o que digo ou com quem durmo.

Há pessoas assim,

Que só vêem mau feitio nas reclamações dos outros e razão nas suas...

Cozinheiro acusado de roubar obra de Picasso

Uma delícia. Não sei se uma delicia azul se uma delícia cubista, mas uma história em que a personagem principal é um cozinheiro que abifou um Picasso, só pode ser uma delícia. E esta, para além deste, tem muitos outros ingredientes suculentos. O cozinheiro era novo, rico, culto, inteligente e só podia ser bonito. As obras roubadas, que foram duas, um Picasso e um Portinari, eram o retrato de Suzzane e o Lavrador de Café, que se mete bom jantar com uma senhora, o cafezinho não pode faltar. Os quadros estavam no MASP, que até é o Museu de Arte de São Paulo, mas que podia passar pelo Mercado Abastecedor sem mudar uma letrinha. O cozinheiro, que era um artista, recusou-se a meter as mãos na massa e mandou dois ajudantes fazer o trabalho sujo. Usaram um monta-cargas, pois claro, que cozinha de premié não dispensa um e a experiência é sempre útil para não deixar esturrar o refogado.
O prato já está bem composto, mas falta ainda a cereja no topo. O nosso Arséne Lupin tinha um programa de televisão que foi gravado, por uns tempos, na fazenda dos pais da comissária do museu. Era um passe-me aí as plantas aromáticas e as dos corredores lá do outro sítio, que quem cria um estufado também aprecia arte e sou mestre de muitos ofícios.
Não sei qual será o nome desta delícia gastronómica já que o cozinheiro anda fugido e os ajudantes, que foram apanhados, não têm sabedoria para tanto criar.
Os quadros, esses, regressaram ao museu de onde não deveriam nunca ter saído. A comissária suspira pelos corredores. Não se sabe se de alívio pelo regresso dos filhos pródigos, se de satisfação por todo o povo querer ver as razões da gula do cozinheiro e o museu ter enchentes, se de saudades do artista dos tachos que lhe ia esvaziando a despensa.
História deliciosa e que nem deixa travos na boca. Pode-se acompanhar com umas caipirinhas que vão muito bem com estes sabores, que estória assim tinha de ser mesmo no Brasil...

Happy 50th dear Smurfs...


Um dia também quero fazer 50 anos, mas dispenso o ar azulado ...


(aproveito para entregar ao Coast Smurf o embrulho prometido)

Saudades

O ano passado, por esta altura, as andorinhas já tinham chegado e eu já tinha partido um braço. Este ano ainda só parti o vidro do carro e andorinhas nem vê-las.
Já nada é como costumava ser.

Santana: Santos Silva fez comentários inéditos para um ministro



Eu diria mesmo mais:

Santos Silva fez comentários inéditos para um ministro.

E, pra mais, a consola devia ser uma PSP...

Assaltante rouba viatura com criança no interior, em Lisboa.

O que podia ter sido uma tarde normal, no Colégio Sagrado Coração de Maria, em Lisboa, terminou num incidente que, por sorte, não teve consequências graves.

Eram 16h30, André saira da escola e esperava pela mãe, que tinha ido buscar os filhos mais novos ao mesmo colégio. André estava no carro, distraído a jogar na consola. A chave estava na ignição e o rapaz não se apercebeu da entrada de um estranho na viatura.

Gosto do pormenor da chave na ignição, mas gosto ainda mais disto:

André pediu ao indivíduo que o libertasse. Em troca, ofereceu o telemóvel e algum dinheiro.

E a consola? Sim, a consola! Um telemóvel? O troco do lanche? Era só isso que tinha para a troca?
E a consola? Nadinha, a consola era, de certeza, o bem mais precioso, e nessa ninguém toca que o jogo devia estar quase a acabar...
Mas convenhamos, e eu sou cabra, que nas distracções tem a quem sair. A chave na ignição? Já agora um letreiro a dizer "Fache Favor..."

Puxem das agendas...

... que reparei agora, daqui a um mês faço anos.

Bairro da Malagueira

A D. Rosa vivia ao lado do Bairro da Malagueira, mas conheci-a muito longe de lá. Hoje, com o Bairro nas notícias, voltei a lembrar-me dela.
A D. Rosa era a mãe do João e, lá no sítio onde a conheci, muito longe das vizinhanças da tal Malagueira, as pessoas eram chamadas assim - a mãe da Vera, o pai do Eduardo... Cruzámo-nos num berçário de um Hospital de Lisboa. A especialidade, cardiologia pediátrica. Doze anos atrás.
O João, filho da D. Rosa, fez todos os zigs num caminho que, para ele, devia ser só de zags. Era um bébé Down e tinha uma cardiopatia grave. Tudo errado nele, que a sorte do João podia ter-lhe pregado muitas partidas, mas estas não estavam na ementa. Era daqueles um num milhão ou lá o que seja, o que é bom de se ser quando se trata da sorte grande, mas é levado da breca quando se nasce no lado errado da estatística.
Bébés Down. Sim, sabem. Espero que saibam. Eu soube a minha há já uns anos, poucas horinhas depois de lhe ter pousado a vista em cima pela primeira vez, e vi o da D. Rosa poucos dias depois. Deixei de ver os dois também há muito tempo. A minha, passou rapidamente da etiqueta ao nome próprio e hoje, se fôr alguma coisa, é Up, que de down tem pouco na vida e no feitiozinho de cabra júnior. Ao João, porque as voltas da vida trocaram-nos as voltas das promessas e nem eu fui visitar a D. Rosa ao ladinho do Bairro da Malagueira, nem ela me veio visitar a mim.
No meio das diferenças daquele mundinho esterilizado, que foi o nosso durante tempo demais, que por ali Einstein fez escola e o tempo é muito mas muito relativo, o João era ainda mais diferente. Era o ciganinho e os ciganinhos não são Bébés Down. Porquê? Por muitas razões e a selecção da espécie é uma delas, mas ciganos Down é o raro em cima do já rarito e o João tinha acertado na mouche. Como era torcidinho como só os bébes podem ser, o Joâo quis fazer o pleno e, para além de baralhar as contas dos genes e sair com o cromossomazito a mais, baralhou também as contas de quem as faz e fez questão de ter a cardiopatia que normalmente está associada às meninas, safando-se os pilas só com a má sorte de terem nascido homens...
Gostei da mãe do João assim que a vi e assim que a vi olhar para o João. Ela vinha cansada da camioneta que a trazia todas as manhãs lá de bem longe e a levava todas as tardes para fazer a janta dos outros Joões que ficavam em casa. Estava sempre sozinha, o que era mais uma diferença nas outras diferenças todas, mas há coisas que não se engolem com um copo de água e mais valia ao João ter sido preso que nascer assim. Os tios, os avós e os primos todos do costume nunca apareceram, que nisto de sacudir para baixo da carpete todos sabemos como se faz. Era a D. Rosa e o João e eu e a cabra #1, que a cabra #2 ainda não tinha nascido para nos dar cabo da paciência.
Éramos cúmplices e casámos os nossos filhos várias vezes. A D. Rosa imaginava o dela sentado na banca das camisolas e eu só queria imaginar a minha onde quer que fosse menos ali. Rimos com o ar de aliens que eles tinham, cheios de tubos e eléctrodos, e faziamos concursos de banhos para vermos quem conseguia pegar no emaranhado de fios e lavar sem curtos-circuitos. E, todas as manhãs, lá chegava a D. Rosa da casa ao lado do Bairro da Malagueira, contra tudo e contra todos e com horas de camioneta, para dizer ao João o mesmo que eu dizia à minha filha - estamos aqui e o papão não passa mais cá que não vamos deixar.
O papão não passou e hoje lembrei-me da D. Rosa e do João. Tenho a certeza que, para eles, o papão também não voltou a passar, que a D. Rosa só o pode ter sacudido para muito longe da banca das camisolas.
D. Rosa, aqui também já não há papões E, um dia, ainda nos vamos fazer aquela visita que ficou prometida onde as promessas são a sério.

Pessoas que não suporto I

As intelectualmente desonestas, senhoras da sua verdade e incapazes de um raciocínio que as possa afastar do seu mundozinho pré-construído.

ASAE entope tribunais

Acho que os Tribunais não devem estar a cumprir as regras de higiene e salubridade.

Ella Fitzgerald - Everytime we say goodbye

A minha vida mudou hoje.

Estranho quando começamos a ouvir as nossas palavras na boca dos outros. Exactas. Tal e qual. E como ouvimos outros a dizerem, às mesmas palavras, o contrário do que sempre nos disseram a nós.
Estou a falar comigo, mas a conversa é séria, estás a ouvir, umbigo?

Adiar o Natal? Ai pode-se??!! E até quando?


Este ano, a comunidade de imigrantes ucrânianos em Lisboa teve de adiar os festejos do Natal. A celebração ocorreu apenas este domingo.

A confissão ortodoxa, seguida pela maioria dos ucranianos, segue
o calendário juliano, que assinala o nascimento de Jesus a 7 de Janeiro. Só que este ano, a data calhou num dia útil, e portanto, dia de trabalho. Por isso, só hoje tiveram disponibilidade para as celebrações.

Zeca Afonso - Os vampiros

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]

A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas

São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada

Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

Será que o teu Fairy é melhor que o meu?

O CDS-PP vai usar o direito de agendamento potestativo para obrigar o presidenteda ASAE a ir ao Parlamento explicar as políticas de higiene e saúde que estão a ser implementadas no país, anunciou hoje Paulo Portas.

Aeroporto cria 65 mil empregos

E quantos "desempregos", ou as contas são só de somar?

Equipas profissionalizadas para as urgências de Faro

E não era suposto que sempre o tivessem sido ou tinham lá equipas de voluntários amadores ou mesmo, sei lá, de escuteiros com umas luzes de primeiros socorros?

Rita,

Ainda estás no Dubai?
Anda alguém de lá a espreitar por aqui e espero que sejas tu. Conta, S. Miguel para o deserto é estranho, não? E andas a fotografar peixinhos?
Por ti, e porque é lindo, fica a tua obra no meu blog, com saudades para a priminha.

Rumores de um romance entre Hugo Chávez e Naomi Campbell

Mais um presidente modelo... desculpem, modelo de presidente.

Eu blogo, tu blogas, nós somos felizes

Daltonismo

Verde é vermelho e vermelho é verde. Ver verde e dizer vermelho e ver vermelho e dizer verde. Sempre. Tudo certo, que eu cá não sei se vêem verde, amarelo ou branco, só sei que áquela cor chamam verde, tal como eu.
Pior é quando se baralham as cores, e as mãos, e as imagens no espelho. Agora é verde depois é vermelho, ontem direita e amanhã esquerda, que nunca se sabe por onde andam os dedos nem com quem ficaram os anéis.
E num dia tenho a olhar para mim uma eu que não sei quem é e noutro vejo quem já me cansei de ser. Verde ou vermelha, vermelha ou verde?

Eu cá sei porque gosto dela

Para ti nunca fui más que un pedazo
de mármol. Esculpiste en él mi cuerpo,
un cuerpo de mujer blanco y hermoso,
en el que nunca viste más que piedra
y el orgullo, eso sí, de tu trabajo.
jamás imaginaste que te amaba
y que me estremecía cuando, dulce,
moldeabas mis senos y mis hombros,
o alisabas mis muslos y mi vientre.
Hoy estoy en un parque, donde sufro
los rigores del frío en el invierno,
y en verano me abraso de tal modo
que ni siquiera los gorriones vienen
a posarse en mis manos porque queman.
Pero, de todo, lo que más me duele
es bajar la cabeza y ver la placa:
«Desnudo de mujer», como otras muchas.
Ni de ponerme un nombre te acordaste.

-
Amalia Bautista -

Menina de 4 anos morre atingida por brasão de pedra

Sem comentários, que quando morre uma menina de quatro anos nem uma cabra se atreve. Mesmo quando se morre esmagada por um brasão. Seja de pedra ou de outra coisa qualquer.

Só cá falta este

Desculpa lá pázinho, sei que fugiste do picadeiro manhoso onde te deixámos há três anos atrás e fizeste mais de cem quilómetros para vir cá ter e foste recolhido por uma vizinha que insiste que tu és tu, mas percebe que por mais que o teu olho azul me olhe e o verde me suplique, vou ter de fazer como o S. Pedro e negar que te conheço, que mais um animal e sou eu que me mudo...

Portugal intercepta ameaça terrorista à Torre Eiffel

" zzzzbrrc brec...Oh, yes..... zzrecrec....Eiffel Tower?... Yes.... shriiiiiii..... I dream with a blow job at Eiffel Tower.... rrrrrrcrecscrecs......Better than the other one at White House....hiiiinnnnnhuchuc.... Can you imagine, a blow job at Eiffel Tower?.... bzzzztrictric....."

- Manel, como é que fazes? google e depois translácion? Tá bem, estão aqui uns gajos a falar comó bifes e nã percebo nada.....

"Zzzzbrrc brec ... Ah, sim ..... Zzrecrec .... Torre Eiffel? ... Sim .... Shriiiiiii ..... Sonho com um golpe de trabalhos na Torre Eiffel .... Rrrrrrcrecscrecs ...... melhor do que o outro na Casa Branca hiiiinnnnnhuchuc .... .... Podes imaginar, um golpe de trabalhos na Torre Eiffel ?.... Bzzzztrictric .."

- Manel, já tenho..... avisa os franciús que é a Alquaeda a querer fazer merda na Torre Eiffel...

Lino não tem dúvidas de que fica no Governo

Alcochete jamais, jamais...

Arca de Noé

Começo agora a perceber que a história da arca e do noé e da bicharada e do castigo de deus, afinal até está bem contada. Sempre me fez espécie essa história de deus querer baralhar e começar de novo, correndo de casa tudo o que mexia e lavando com águas mil o que devia, mesmo assim, estar mais limpo que aqui a minha sala. É que deus esqueceu-se de levar os peixinhos no dilúvio e deus que é deus não se pode esquecer de nada.
Agora percebo-o bem. Peixinhos. Peixinhos vermelhos dentro de um aquário redondo. Em cima de um móvel, muito lá no alto. Não fazem barulho, nem xixis nas carpetes, nem espalham bocados de osso meio roído pelos sofás, nem mastigam trevos na cozinha, nem vêem canal panda aos berros, nem deixam cigarros acesos nas esquinas dos móveis.
Peixinhos. Até podem não ser vermelhos, mas peixinhos num aquário redondo em cima de um móvel e tenho a certeza que as tardes de sábado serão bem mais fáceis.

Surrealismo

(...) em Valência, uma mulher de 23 anos foi denunciada por abandono de menores depois de ter deixado o filho de 7 anos no interior do carro, que ficou mal estacionado e que acabou por ser rebocado para o parque da polícia, onde só então se deu conta da presença do menor.

Agentes policiais que foram ao local testemunharam que o veículo permaneceu no local onde estava, em infracção de estacionamento, durante "bastante tempo", não tendo conseguido ver o seu interior porque as janelas traseiras estavam escurecidas. Depois de emitirem, a multa ordenaram que fosse rebocado.

Antónios sem Aníbal

Uma Teresa Margarida não pode nunca ser uma Teresa ou uma Margarida. Um Aníbal António não é sequer um António.
Tive dois tios António. Tios-avós, que é tio e mais tio em cima. O alto, grande, surdo e com nome de arcanjo tomou a Bastilha, casou com a tia dos erres dobrados, e por isso foi de castigo para Timor curar quem tinha de o ser, e morreu para lá dos noventa a apalpar a enfermeira de serviço.

Do outro dizia-se que tinha sido lindo, namorado da Amália, feito um sobretudo para o Salazar em troco de mais uns teares para mais outros sobretudos e quando o conheci ainda era assim uma espécie de Gatsby e mentia mais vezes do que aquelas que falava.
Duas figuras. Dois Antónios que não eram Aníbais de certeza, que nisto de nomes um Anibal António não pode nunca ser um Anibal ou um António.

Impossibilidade lógica

Suharto perdeu consciência

Que cansaço

Se posto, não comento. Se comento, não posto. Se um dos dois, não vejo o CSI. Se vejo o CSI chego à cama e o último combóio já partiu e só ouço ressonares.
Renda de birlos a seguir à janta. É isso. Renda de birlos a seguir à janta, um bocadinho só, para não cansar os olhos e ferir as mãos, e de certeza que as faces me ficam mais rosadas, perco as olheiras e até fico mais roliça.

Eu também já endireitei o mundo assim...

..."é fácil, mamã. Temos só de saber o que roubam, coisas ou dinheiro. Ladrão que é ladrão leva coisas, que de dinheiro não precisa porque gosta é de roubar e não de andar para aí às compras. Esses são os mais difíceis.
Mas se é dinheiro que levam é porque não são ladrões ladrões e estão só está a precisar. Basta arranjar-lhes um emprego e esses roubos acabam"....

Lucy de Serviço

Gosto quando falam claro!


"Se for preciso pressões, eu dou uma ajuda",
disse, hoje, George W. Bush depois de se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, em Telavive.

pressão .
do Lat. pressione

s. f.,
acto ou efeito de apertar ou de comprimir;

força que actua sobre uma superfície;

Fís.,
grandeza física definida pelo quociente entre a força e a área da superfície onde essa força se exerce;

fig.,
coacção;

violência;

influência que coage.

Fiquei baralhada

.
Sócrates recusou referendo por ética da responsabilidade
ou
Sócrates recusou ética por referendo da responsabilidade?

Madrugadas

Porque é que quando estou muito em baixo não durmo profundamente?

Abraham, SNS e OTL´s

Abraham foi a minha primeira internacionalização. Algarve, claro, fim dos anos oitenta. Holandês a passar férias em Albufeira. Loiro, giro e de olhos azuis como qualquer internacionalização que se preze. Ainda vai dar um post for his own, mas não é este.
O Abraham era técnico de informática e vivia em Amsterdam. Apartamento arrendado no centro da cidade. Férias no Algarve. Profissão de sucesso, a informática? Não, ou nem por isso. O gajo estava desempregado. Isso, desempregado. Vivia à custa do subsídio. Pago pelo governo holandês, pois claro.
Eu, pois, eu. Eu vivia em Lisboa. No centro da cidade. Apartamento pago. Pelos meus pais, claro. Férias em Albufeira em casa dos pais, pois então. Desempregada? Não, curso acabado há muito pouco tempo. Emprego num bom escritório de advogados de Lisboa, avença no contencioso de uma empresa e uns artigos para um jornal de referência. Tudo pago. Chegava para quê? Para os mesmos copos que o Abraham bebia e pouco mais. Férias no estrangeiro, casa própria? Sim, claro, mas nos meus sonhos.

Pobres. Somos pobres. Por mais voltas que possamos dar e mais carruagens a desfilar no Rossio com damas vestidas de sedas italianas e corte francês, somos um país pobre. Não temos ouro nas terras nem petróleo nos mares. Não somos um imenso Portugal e quando o fomos eramos pobres na mesma. Temos ricas ideias, mas pouca força nos braços quando o sol bate a pique e a ponte está mesmo a pedir uns diazinhos de praia. Não passamos fome, que sempre vai dando para o pão e para o vinho, não passamos frio que o Inverno é curto e uma andorinha faz a Primavera, mas por mais que nos aperaltemos não passamos de pobretanas a armar ao pingarelho. Sim, isso mesmo, ao pingarelho, que eu até tenho uma empregada que foi duas vezes a Lisboa, mas sempre de helicóptero. Estou a ver-me a dar umas entrevistas para aquelas revistas muito giras e muito rosas e a dizer isto com a voz nasalada que fica sempre bem - a minha empregada vai a Lisboa de helicóptero...
Do SNS, claro. Isso mesmo - Serviço Nacional de Saúde. Aquele de que agora parece bem dizer mal, mas que, felizmente para ela e para todos nós, funciona muito bem neste país de pobres que somos.

Passei a minha infância a ver fios eléctricos e a minha adolescência à porta de hospitais. Um fim de semana em Lisboa? Sim, mas isso implicava paragem nos hospitais todos do caminho. O meu pai ia só verificar umas coisinhas e vinha já já duas horas depois. Saúde, hospitais, orçamentos, equipamentos, Tribunal de Contas e o saco azul oficial do ministério, Beleza, Costa Freire, Banco Mundial e hospitais por esse mundo fora montados por portugueses. Não percebo de nada, mas tenho a cantiga toda no ouvido. É como um trá-lá-lá da música que não temos unhas para tocar mas conhecemos de cor.
E de cor sei, por ouvir dizer e não por testemunho directo que é o que conta quando contar é preciso, que o Correia de Campos é o homem que mais sabe de saúde em Portugal. Péssimo político, mas o melhor técnico. Esse, este, o mesmo que anda para aí a fechar SAPs e maternidades e que é o ódio de estimação de parideiras de ambulância - muita gente anda a parir depressa neste país, alguém anda a ouvir as vizinhas que lhes desejam uma hora pequenina. Esse, o tal Correia de Campos que fecha a urgência no país da autoestrada, que o dinheiro não estica e nas urgências contam-se os minutos e não os quilómetros.

Lembram-se daquela urgência sem nada, mas que era tudo quando nada havia e o hospital mais próximo estava a horas de distância numa estrada de curvas e buracos? Lembram-se? Eu lembro. Lembro do tempo que demorava a fazer 23 km até Coimbra e de como ter logo ali um hospital onde podia respirar cada vez que a asma me fechava os brônquios me deixou viva para estar aqui a escrever o que quer que seja. E de como agora não tenho o hospital, mas tenho a bomba que compro em qualquer farmácia e que me deixa respirar quando o corpo me nega o oxigénio.

E também me lembro de quando era miúda e deixámos por uns anos de vir passar férias para aqui, o Algarve onde agora vivo, porque o meu pai tinha tido um enfarte e se tivesse outro não havia hospital que o salvasse nem helicóptero que o levasse a Lisboa.
E de quando anos mais tarde a minha filha mais velha foi operada a um coração de dois centimetros e de como o SNS funcionou como se do Queen Mary's Hospital for Children se tratasse. E de como a mais nova foi operada de urgência a uma apendicite aguda no Hospital de Portimão, chegada directamente, com diagnóstico feito e fax à nossa espera na recepção, da Linha Saúde 24.
Lembro-me bem quando há um ano parti o braço e fui a um SAP, dos tais que o Correia de Campos de todos os ódios ainda não fechou. E de como o tipo do RX me disse que estava partido e o médico olhou e disse acho que não. E eu olhe que sim e ele olhe que não (eu só devia ser mais experiente que isto de partir braços a andar de patins já é rotina para mim). E de como ele me deu o número do telemóvel para lhe dizer se sim se não. E de como fui para o hospital de Faro e um médico belga me despachou, sem olhar duas vezes, com cinco semanas de gesso arcaico no braço. E de como ao outro dia fui para o hospital particular, com seguro de saúde pois claro e a cuspir de alto no SNS, e vim de lá depois de o mesmo médico belga me ter despachado, com o mesmo aparelho de gesso arcaico, sem ter olhado duas vezes. Ah, mas a sala de espera tinha música, o atendimento taças com rebuçados e os enfermeiros eram muito mais giros.

Do que não me lembro é de alguma vez ter ido a uma urgência por causa de uma constipação, ou a um SAP por causa de uma otite. Nem me lembro de alguma vez me terem recusado assistência médica porque não a podia pagar - e só uma das cabras júniors já gastou mais por dia em medicamentos do que aquilo que ganho por mês. Ou de ter visto alguém ficar de castigo a um canto por ter ido chatear para a urgência porque precisava de uma receita de Brufen.

Somos um país pobre. Onde há quem não tenha para comprar o leite e o pão de todos os dias. Onde os nossos velhos vivem entre os programas da tarde e as manhãs no centro de saúde, porque pelo menos encontram alguém com quem podem conversar e o senhor doutor receita umas coisas novas que eles não podem pagar mas que a Ele, ao deus de serviço, rendem um congresso na Índia sobre qualquer coisa que não interessa que o hotel era fantástico e o SNS paga. E eu pago. E todos pagamos.

OTL. Nem ATL, mas OTL. Isso é o que a maior parte dos Centros de Saúde e SAP's são - ocupação dos tempos livres. Há por aí um ministro, de quem ninguém gosta porque não fala redondo para a gente o entender, que os anda a fechar? Que feche. Não quero uma ligadura e um frasco de tintura em cada esquina, mas um hospital central que me salve se preciso fôr e meios para lá chegar depressa, que o resto tenho em casa.
Somos um país pobre com manias de rico e uma câmara de televisão em cada esquina à procura da voz do descontentamento que faz as delícias na abertura de qualquer jornal. Somos todos técnicos em tudo e sabemos exactamente o que está mal. Só não sabemos como fazer bem, que se soubessemos não precisávamos de ouro na terra nem petróleo no mar para podermos passar férias lá fora quando estamos desempregados.
Falar menos e trabalhar mais, como diriamos, se não andássemos todos por aí a falar muito e a fazer pouco.