O meu sobretudo igual, mas igualzinho ao do Georges Moustaki

O que é absolutamente indesculpável é eu chegar aqui às três da tarde de um dia em que todo o país está em alerta laranja, caramba, vem mesmo antes do vermelho, tem que ser coisa de fazer mossa, e nada, nem um post sobre o tempo, nem uma fotografia do granizo, nada.

E, sem um post a confirmar que sim, que está frio e que se prevê um acentuado arrefecimento nocturno, apesar das boas abertas, tenho para mim que há um equilíbrio cósmico que garante que, a um acentuado arrefecimento nocturno se seguirá sempre um período de boas abertas, dizia eu que, sem um post prévio sobre o estado do tempo e o frio e a chuva e a neve acima dos seiscentos metros, não há ambiente para eu falar aqui do meu sobretudo igual ao do Georges Moustaki.

Se estivesse aqui um post sobre o tempo (céus, são quase três da tarde de um dia de alerta laranja!...), haveria ambiente para eu contar como entrei na alfaiataria e pedi um sobretudo igual ao do Moustaki. Que não tinham, podiam fazer-me um igual ao do Mourinho, cinzento e com as golas levantadas, podiam fazer-me um igual ao daquele rapaz que era dos Take That, aquele das tatuagens, esse, o Robbie Williams, mas eu achei que aquele padrão de riscas pretas e brancas era capaz de me dar um ar de mau rapaz, e eu não sou um mau rapaz, podia ser um rapaz mau, que seria uma coisa completamente diferente, mas nem isso, sou definitivamente um lindo menino, amigo do seu amigo, só me aborreço com certas e determinadas situações e, mesmo essas, cada vez são menos, eu agora não me aborreço com ninguém, isto se exceptuarmos o Hélder Postiga e o Ronny, mas até esses cada vez contam menos.

Maneira que era isto, havia aqui uma história bonita sobre o meu sobretudo igual ao do Georges Moustaki, se cá estivesse um post sobre o tempo, sobre o frio. Não há post sobre o frio, apesar do alerta laranja de norte a sul olimpicamente ignorado por todos os meus companheiros de blog, nem pensem que vou ser eu a escrever sobre tempo, e assim se perde um post genial sobre o meu sobretudo igual, igualzinho ao do George Moustaki.

Paciência, eu não posso estar em todo o lado…

17 comentários:

Teresa disse...

Estamos com os dedos gelados, Visconde. Ainda se tivessemos os bolsos do seu sobretudo, igual, igualzinho ao do Moustaki, para os aquecermos, outros posts cantariam. Assim resta-nos sentarmo-nos em cima deles e, há que convir, é difícil escrever um post, mesmo sobre o alerta laranja, que vem antes do vermelho, se estivermos sentados em cima dos dedos.

Teresa disse...

Visconde acabei de ver o sobretudo do Obama. Fosse o seu igual aquele e eu até lhe chamava Mr. President.

Visconde de Vila do Conde disse...

Teresa, é bastante parecido no modelo e assenta-me igualmente bem. A cor é diferente, o meu é azul escuro (quase igual ao do Moustaki) e o do Obama é antracite.

(pode continuar a chamar-me Visconde, você sabe que eu não sou de muitos formalismos)

(e eu jamais faria o discurso de tomada de posse de sobretudo vestido. Mangas arregaçadas, sem vacilar perante os elementos)

O Santo disse...

eu tb jamais faria o discurso

Teresa disse...

Visconde, um sobretudo azul escuro é muito limitativo. Antracite parece-me muito mais adequado.

Mangas arregaçadas? Espero que sem gravata, Mr. Visconde...

Teresa disse...

nunca farias o discurso porquê? Foi até um excelente discurso.
e acho-o parecido contigo. são os dois boas pessoas. e canhotos!

O Santo disse...

pq nao me estou a ver a ser presidente dos EUA. Se bem que agora que falas nisso...

Teresa disse...

(Deixavas-me dar uma volta no teu air force one?)

O Santo disse...

(queres mesmo que responda a isso?)

Teresa disse...

(forreta!)

Anônimo disse...

eu passei o dia de parka lacoste antracite, já agora, com capuzzz

Visconde de Vila do Conde disse...

Parka Lacoste é sempre uma escolha acertada, meu caro.

(desde que não tenha sido comprada no Freeport...)

Teresa disse...

Tem alguma coisa contra o freeport, Visconde? Só para saber eu tenho umas calças lindíssimas compradas lá.

Visconde de Vila do Conde disse...

Teresa, de todo. Mas as multidões, ao que me dizem, são insuportáveis. Mas é local que está muito bem para a classe média...

Visconde de Vila do Conde disse...

(e, no seu caso particular, qualquer trapinho lhe assentará bem, estou certo...)

Teresa disse...

A classe média compra na Loja das Meias...

(ponha qualquer nisso...ainda um dia conto a história de uns panos do pó que se transformaram numa mini saia para levar a uma festa do liceu.)

Anônimo disse...

na Lacoste em Cascais meus caros, não destôo dos v. standards, já tem é uns anitos mas eu gosto de uma ligeira patine do tempo,