Isto vai dar chatice

O Visconde insiste em dormir no sofá.

someone upstairs loves them very much

Não sei quem disse, que televisão oiço e já é muito, mas quem assim falou estava a falar do Haiti e de mais dois sobreviventes retirados hoje dos escombros. E eu fiquei a pensar. Na história do copo meio cheio ou meio vazio, a pensar no Russel e no Deus que ou era omipotente e portanto tinha nele o Mal e o Bem ou ficava só com o Bem mas tinha de dividir o poder com um diabo qualquer.

Andei ocupada mas consegui, finalmente, despachá-lo. Gosto mais disto aqui.


UN BEL DÌ VEDREMO, MEU QUERIDO VISCONDE

Pinkerton regressou aos Estados Unidos; prometeu, porém, que voltaria "quando os pintarroxos fizerem os seus ninhos." Já se passaram três anos. Butterfly chora, e Suzuki reza o tempo inteiro, ajoelhada diante da imagem do Buda. Suzuki diz a Butterfly que suspeita que seu marido não voltará mais. "Cala a boca, ou te mato!", responde Butterfly. Ela chora, mas não perde a esperança: Un bel dì vedremo - um belo dia veremos um fio de fumaça no horizonte - o navio de Pinkerton!

E lá continuamos com o problema do

AQUECIMENTO GLOBAL.

OS CAVALOS TAMBÉM SE ABATEM

Ando cá com uma dúvida existencial desde a madrugada do ano novo que espero que alguém mais versado nestas coisas das tradições me possa esclarecer.

Estava eu, acabadinhas que estavam de dar as 12 badaladas, empoleirada em cima de uma cadeira como convêm nestas alturas, a congeminar que mais pedidos fazer. 12 passas numa mão, dinheiro na outra e a partilhar a mesma cadeira com o Projecto de Gaijo que saiu de dentro de mim. Estava eu ali indecisa no que pedir porque a bem dizer eu até acho que tenho tudo o que possa precisar a sério na vida, quando o raisparta do xavalo me abre a mão que tem as passas, surripia 2 ou 3 e põe-se a milhas para ir ver os “fogos da noite celestial”.

Sim, foi ele que disse isso. Altura em que considerámos todos fugir a 7 pés porque um xavaleco de 4 anos a ‘amandar’ uma dessas, enquanto mira o fogo de artificio, em cima de uma mesa do jardim, em plena noite de ano novo das duas uma: ou está possuído ou alguém deveria fazer queixa da mãe dele à segurança social.

Mas lá estou eu a dispersar-me… Como eu ia dizendo o gaijito surripia-me 2 ou 3 passas e eu, imbuída no espírito da noite, atiro-lhe um “faz um desejo”. Ora a pergunta de um milhão de dólares é: o desejo é de quem? Ou melhor, quem é que vai levar com os efeitos do desejo que o gaijito formulou? As passas eram dos meus 12 desejos. Algumas foram roubadas e alguém formulou desejos com elas. Alguém de 4 anos que diz fogo da noite celestial. E todos nós sabemos que as almas puras têm mais facilidade em ver os seus desejos atendidos. Agora quem é que vai levar com os efeitos? Eu ou ele? É que em abono da verdade não me estava a dar muito jeito receber uma pista do Faísca ou o carro do Spiderman ou coisas piores que a mente daquela criatura é tortuosa. Bem tortuosa…

Já bem me basta a única decisão de ano novo que tomei (tá bem que tomei com sumo de laranja e nem me lembrei de deitar um poucachito de vodka lá para dentro que hoje penso que teria feito toda a diferença) na tarde do dia 31 não se ter mantido para lá das 22 horas do mesmo dia. Mas a culpa não é minha! A culpa é do cavalo! Das inúmeras vezes que a jogar xadrez me baralho com os movimentos em L dos cavalos. Que fico sem saber para que lado vai o cavalo e se vai usar o lado mais longo do L vertical ou horizontalmente. Mas sabem que vos digo? Os cavalos também se abatem. Pode demorar mais ou menos tempo, mas também eles a gente apanha na curva. Mas até lá o que não me fazia mesmo faltinha nenhuma era ficar à mercê dos desejos de um pikeno. Daí que se houver para aí algum entendido nestas coisas que me possa descansar a alma dizendo que uma vez que a porcaria das passas foi roubada, os desejos são do petiz, eu agradecia. Ohlaré se agradecia!