Pé ante pé e sem fazer barulho...

... gosto deste sítio, foi o meu sítio em muitos estados de sítio. Gosto de escrever e gostava de escrever neste sítio mas agora sinto-me fora de sítio.

HIDE AND SEEK

Desde o início dos tempos blogosféricos a questão do anonimato tem feito correr muita tinta nos monitores, tanto no plano dos autores como no dos comentadores. Interessa-me hoje a questão destes últimos.

Começo por deixar claro que o exercício do direito ao comentário anónimo implica a aceitação do eventual troco opinativo que deriva da liberdade de expressão que é sempre invocada quando alguém se insurge contra o anonimato sob qualquer das suas formas. E é disso que se trata aqui.

Quando alguém opta por se esconder por detrás do anonimato (e é de esconder que se trata) é porque pretende salvaguardar uma de duas coisas: a sua imagem, por sentir que pode ser afectada pelo que diz, ou a sua pele (por temer a represália inerente a qualquer excesso que cometa, como um insulto ou assim).

Mesmo quando a pessoa anónima pretende apenas dizer uma verdade necessária mas receia as respectivas consequências, e por muito boa que seja a sua intenção, está a fugir à responsabilidade inerente ao seu gesto e nesse caso estamos perante um acto de cobardia, variando apenas no grau e no pretexto relativamente a tudo o que um insulto mascarado engloba de pejorativo. É a diferença entre um medroso e um merdoso, bem vistas as coisas.

Colocadas essas coisas no plano devido, é inevitável concluir que o anónimo capaz de utilizar essa vantagem competitiva para poder denegrir alguém sem ao menos aceitar o preço a pagar, as mazelas na imagem de pessoa de bem, com a formação pessoal elevada que transpira do que diz com a identidade destapada, não pode fugir ao estatuto que assim abraça. E a cobardia custa sempre a engolir diante do espelho, excepto se a pessoa em causa for demasiado estúpida para perceber esta lógica simples: insultar sob a capa do anonimato equivale a apedrejar alguém pelas costas escondido atrás de uma árvore.

Daí me parecer necessário chamar os bois (os anónimos, no caso concreto) pelos nomes para de alguma forma equilibrar a parada.

É que se a pessoa insultada ou denegrida acusa o toque mas tem que disparar às cegas e correr o risco de ficar mal vista se responder à altura do que lhe disseram, a outra pessoa que sentiu o prazer mesquinho, porque impune, de dizer algo que não teria tomates para repetir com a identidade a descoberto, não pode deixar de vestir a pele cobardolas perante os factos que estão à vista no que acabo de afirmar mas também na percepção de quem lhes lê as atoardas.

Menos cobardes só mesmo os que preferem fugir depois de atacarem os outros.

Pelo menos tiveram a coragem necessária para darem a cara pelas suas ousadias fedelhas.

DE COMO SEREMOS SEMPRE O VELHO DO RESTELO, SOPRE O VENTO DE ONDE SOPRAR

Hoje, ao ler noticias, artigos de opinião, blogaria, vejo toda a gente revoltada e desgostosa por o Pedro Passos Coelho (de quem eu não gosto porque já me estragou uma noite bem divertida) ter ganho as eleições.

A minha dúvida é: essas mesmas pessoas teriam ficado satisfeitas se o Sócrates vencesse?

Eu tenho para comigo que hoje teríamos exactamente os mesmos textos. Era substituir 'PPC' por 'Sócrates' e 'Direita' por 'Esquerda'. Mas isto sou eu que não percebo mesmo nada de politica...

Grande Vitória

A minha filha voltou a comer outra vez.
E de momento é só isto. Ou, pelo menos, é isto o mais importante.

DE COMO VOU MORRER SEM SEXO E POBRE

Imaginem o seguinte cenário:

Fim de tarde. Esplanada à beira mar. Brisa suave. Palmeiras. Jarros de sangria. Russo vestido de marcas (tou a falar de marcas a sério não é aquela treta da Massimo Dutti e assim) dos pés à cabeça senta-se na nossa mesa. É eleito o russo mais giro e mais bem vestido que alguma vez conhecemos. Estava de calças brancas. Camisa azul displicentementecolocada  por fora das calças. Relógio impecável no pulso. O corte de cabelo semi-longo-chique. Simpático. Possuidor de Lexus e barcos.

Ora, eu fascinada, não com o Russo à minha esquerda (eu já vos disse que sou difícil de fascinar, não disse?) mas com o que a menina à direita me contava, estico a mão para a esquerda enquanto olho para a direita. Dedinho mindinho toca ao de leve no copo de pé alto que era do Russo. 

Digamos que Russo, detentor até esse momento, de calças imaculadamente brancas passou a ter calças imaculadamente sangriadas. Russo assassinou-me mortalmente (sim, eu sei...) 10 vezes com os olhos. Gaija da direita repetiu 50 vezes: "Faças o que fizeres, não rias agora!" Querem tentar adivinhar o que me dava vontade de fazer cada vez que ela dizia isto? Russo rouba as calças do vizinho do lado que vestiu uns calções. Eu aproveitei a  ida dele ao WC para a troca e pisguei-me. Tenho um novo cognome: Peixa, the Great Escape!

Isto é só um pequeno exemplo do meu actual poder de sedução...

ALGUÉM ME SUGERIU QUE MODERASSE A ACTIVIDADE SEXUAL NESTA FASE DA MINHA VIDA...

Como tal, não me resta alternativa senão dedicar-me a escrever sobre outros temas neste ilustre blog. Ora, a época de futebol (tema em que eu dou cartas...) já acabou. E eu que sou uma gaija muito dada a estas coisas, vou então começar um ciclo de posts sobre... Wait for it... Politica!!!!

E, como toda a gente bem sabe, eu sou barra em nesta temática, portanto, isto promete... 

O que me proponho, para inicio de conversa, e com a proximidade das eleições, é uma análise imparcial dos respectivos candidatos a 1ª Ministro. A começar amanhã... Hoje comecei a pesquisa. Perguntei à Chefa como é que eles se chamavam...

SIM, AGORA ESTOU NUMA DE ESCREVER SOBRE FUTEBOL

Descobri, hoje, que sou uma aficionada da bola. Juro, juradinho, que estava capaz de ver 20 jogos do Aston Villa de seguida.

Eu gosto tanto do meu trabalho...

Realismo sinalético

A posta na justiça de brandos costumes

Claro que qualquer jurista conseguirá atafulhar-me de argumentos capazes de justificarem as bizarrias em questão, mas existem duas coisas na Justiça portuguesa que me fazer soar os alarmes da desconfiança acerca de eventuais fundamentos para a sua existência.


A primeira é a mais vergonhosa, a meu ver, e ficou bem expressa nessa condição com o recente caso da procuradora apanhada a conduzir bêbeda e em contramão, libertada da prisão por um colega (cúmplice por inerência?) que entendeu invocar um preceito legal que impede os magistrados de serem presos por crimes com penas inferiores a três anos.
Não sei de todo o que torna tão especiais estes cidadãos para não estarem sujeitos exactamente aos mesmos procedimentos dos restantes.
Aliás, não entendo qualquer tipo de imunidade concedida seja a quem for desde que apanhado em flagrante num delito (algo que deveria até agravar as penas e jamais ser enquadrado num qualquer capote protector). É perigosa, esta regra cuja aplicação depende, no caso dos magistrados, dos seus pares, dos seus colegas de ofício.

A segunda peca por parecer feita à medida dos interesses dos criminosos mais habilidosos a esconder as provas dos seus crimes ou a si mesmos quando conseguem dar à sola. Chamam-lhe prescrição e é um absurdo que nem o mais habilitado conseguirá algum dia vender-me como uma boa ideia.
Em causa está o jeitão que dá a um bandido conseguir arrastar a efectiva condenação para lá de um determinado prazo, findo o qual já não tem que cumprir pena mesmo que seja provada a sua culpa.
É incompreensível, para um cidadão comum, a legalidade de um preceito que na prática só pode beneficiar duas partes envolvidas: os próprios criminosos e os sobrelotados sistemas judicial e prisional.

Jamais acreditarei na inteligência, no rigor e no bom senso dos nossos legisladores enquanto aspectos como os que acima refiro puderem andar de braços dados com uma Justiça lenta e com um código penal que só falta andar ao colo com os seus alvos potenciais.
E gostava ainda no meu tempo de vida de conhecer alguém com o poder e a coragem de mexer com os interesses instalados por detrás deste tipo de legislação softcore que afinal é pornografia da mais abjecta quando, por exemplo, a vítima de um canalha o vê livre de consequências pelo mal que fez bastando ao criminoso ter a paciência ou o esquema bem montado para ver o tempo a passar até ao dia em que os homens se fingem deuses e lhe concedem uma imerecida absolvição.

ALGUÉM TEM QUE FALAR DE FUTEBOL, N'É?

E eu estou apostada em ser essa pessoa... No entanto, considerando que nem um minuto de jogo vi na primeira parte e não faço puto de ideia quem está a ganhar, isto está quase a tornar-se uma missão um tudo-nada impossível. Mas antes do final da cena, eu decerto terei algo a dizer.

Até lá deixo-vos com um clip dos desenhos animados mais sádicos à face da terra e arredores.


BEBER, FUMAR, FODER

O meu amigo P., hoje, ligou a inquirir da minha saudinha. Eu e o P. temos um problema. É que por muito séria que seja a questão que origina a conversa, a coisa invariavelmente descamba e acaba em sexo. Nós até já tentámos ser pessoas normais mas acabamos sempre por concluir que não conseguimos.

Mas como eu ia dizendo, meu amigo P. ligou a inquirir da minha saudinha...

P.: Mas tens bebido muito café?
Peixa: Deixei. Só bebo um por dia.
P: Mas continuas a fumar, n'é?
Peixa: Pois...
P.: E copos. Tens andado mais nos copos do que o costume?
Peixa: Oh pá, não.
P.: Hummm... E arrebimba o malho?
Peixa: O que é que queres que te responda?
P.: Eu tenho para mim que se a coisa está assim mal e até eles descobrirem o que é, tens que entrar na lei das compensações.
Peixa: Entrar no quê?
P.: Se queres continuar a fumar, tens que deixar o café, os copos e de foder!
Peixa: Deves estar é maluco.
P: Ou então, vá... Tens que dedicar-te aquele sexo muiiiiiiiiiiiiiiiiiiito devagarinho.
Peixa: Querem lá ver que vou virar tântrica...
P.: Não compreendo esse pessoal. Palavrinha de honra. Atão a malta está ali 4 horas e tira e mete e revira mas nunca chega lá. Eu juro que ao fim de 1 hora... Vá 2... Já estava a pensar na agenda do dia a seguir...

E a partir daí a coisa descambou de vez e incluiu tábuas de passar a ferros e aventais e isso agora não interessa nada. O que interessa é que o meu amigo P., na brincadeira, conseguiu fazer o triunvirato de perguntas que são feitas a todas as mulheres quando entram na urgência de qualquer hospital. Fuma? Bebe? Está ou poderá estar grávida? Esta que vos escreve ou tem ar de santa ou de absoluta devassa (ainda não decidi). É que 3 idas ao hospital, 4 médicos, não sei quantos exames e um batalhão de enfermeiros depois, ainda ninguém me fez nenhuma das 3 perguntas. Que conclusão posso eu tirar disto?

GAIJOS ATENTAI QUE A PEIXA EXPLICA PORQUE A PEIXA É MESMO, MESMO, MESMO, MESMO VOSSA AMIGA

O cenário é o seguinte: Precisam comprar uma prenda para a vossa mais que tudo/amante/mulher/namorada/amiga colorida/gaija para cuja espinha querem saltar. Entram num centro comercial e lembram-se que ela referiu há 6 meses que a varinha mágica avariou e que agora até havia umas novas com 3 lâminas (os factos inúteis que eu retenho na mente é coisinha para me espantar até a mim mesma...). Eu entendo a vossa tentação em despachar a coisa de forma rápida e eficaz. Eu entendo a lógica do 'ela precisa, ela falou é porque ela quer'. Eu entendo isso tudo. Mas façam vocês o que fizerem não entrem naquela loja de electrodomésticos. Se a opção for entrar na loja ou ser empalados, lembrem-se que é sempre o segundo. Vocês irão perceber a médio prazo que o empalamento é menos doloroso!

Gaijos, nunca mas nunca, e quando digo nunca é nunca mesmo, ofereçam à vossa mais que tudo/amante/mulher/namorada/amiga colorida/gaija para cuja espinha querem saltar um electrodoméstico. Ela pode até sorrir e agradecer muito e dizer que era aquilo mesmo que precisava mas, mentalmente, ela está a enfiar-vos aquela cena num sitio onde o sol não brilha, a ligar a ficha à corrente e a carregar no 'on'. Mulher nenhuma deseja, gosta ou tolera receber electrodomésticos. Digamos que na cadeia de prendas possíveis, os electrodomésticos estão abaixo de tudo. É, talvez, a pior coisa que lhe podem dar. Entre receber um electrodoméstico e um ramo de flores do campo, adivinhem lá o que é que ela prefere? Se lhe derem um aspirador, na cabeça dela estará 'será que ele acha que o meu chão está sujo?'; se gastarem €1000 numa bimby, ela vai achar que estão a insinuar que ela não sabe cozinhar; se lhe derem uma depiladora... É melhor não saberem o que vai na cabeça dela que eu acho que vocês não têm capacidade para lidar com a imagem dela a usar a depiladora nos vossos tintins.

Resumindo e concluindo, meus queridos leitores masculinos: ao escolherem uma prenda para a vossa mais que tudo/amante/mulher/namorada/amiga colorida/gaija para cuja espinha querem saltar, mantenham-se afastados de tudo quanto seja electrodoméstico. Olhem, à cautela, eu no vosso lugar mantinha-me afastado de tudo quanto tivesse ficha eléctrica.

Disclaimer: Do rol de coisas eléctricas a não comprar estão excluídas todas aquelas que sejam classificadas como brinquedo sexual desde que facilmente identificáveis assim que se abra o papel de embrulho. Isto pode ser considerada uma boa prenda e passa bem a mensagem à vossa mais que tudo/amante/mulher/namorada/amiga colorida/gaija para cuja espinha querem saltar de que a querem e querem experimentar tudo com ela e isso, parecendo que não, é very hot and exciting...

HOJE É O DIA!!!

Parabéns, Tubarão Lindão! Que tenhas um dia fantástico.

E, lembra-te: Pessoal Marinho não envelhece. Pessoal Marinho refina!

O RESPONSÁVEL MÁXIMO DO FMI FOI DETIDO, HÁ POUCO...

E eu podia fazer uma resma de piadas com a dicotomia FMI/Acusações, que podia... Mas têm sorte que eu, hoje, é mais bola.

FAÇAM ATENÇÃO QUE VOU ESCREVER SOBRE FUTEBOL!

O futebol está para mim como as novelas. Das telenovelas só lhes vejo os últimos 2 ou 3 episódios. Dos jogos, em geral, vejo-lhe os últimos 10, 15 minutos.

Eu até gosto mais de futebol do que de novelas mas em ambos os casos nunca me lembro que estão a dar. Vocês sabem que sou distraída e sou. Já me lembrar de me levantar de manhã, é uma sorte quanto mais a que horas dão estas coisas.

Temos então que apanhei os últimos minutos do Braga-Sporting. A genética dizia-me que queria que o Braga ganhasse. Não aconteceu. A genética também me dizia que devia ganhar os 123 milhões do euromilhões esta semana e foi o que foi.

Vai daí, temos os lagartos em 3º lugar. Está-se bem (é um post sobre futebol, estou a usar linguagem condizente, tá?)! Desde que não nos passem à frente, eu sou gaija para aceitar, até com algum agrado, ficar com um lagarto nas costas! 

Façam de conta que vou falar de cozido à portuguesa!











Foto: Jorge Orca


O sexo está para mim como os cozidos à portuguesa. Dos cozidos sou capaz de comer na boa dois ou três pratos. Do sexo, em geral, aprecio-lhe desde as entradas até à sobremesa mas gosto particularmente dos últimos dez, quinze segundos.

Eu até gosto mais de sexo do que dos cozidos à portuguesa mas em ambos os casos acho que está sempre a dar. Vocês sabem que sou voraz e sou. Já conseguir evitar repetir as doses é uma raridade quanto mais dizer que não a alguma dessas coisas.

Temos então que almocei um cozido à portuguesa hoje. A genética diz-me que se pudesse ter dado antes uma queca nem hesitava. Não aconteceu. A genética também me dizia que devia ter ido dar uma trancada com a Angelina Jolie (até podia ser um bocado depois do cozido, para não me parar a digestão) e é o que é.

Vai daí temos as passarinhas em primeiro lugar. Come-se bem (é um post sobre sexo e cozido estou a usar linguagem a condizer, tá?)! Se não quiserem que eu fique logo por detrás, sou gaijo para aceitar, até com algum agrado, ficar noutra posição qualquer! Até pode ser em cima da mesa, de preferência depois de tirar a louça...

SE CALHAR, FALAVAS SÓ MESMO DE SEXO, MENTE MARIA...

E, principalmente, deixavas de acabar posts sérios com expressões na língua espanhola...

EM ROMA, HOJE, SÊ DE OUTRA CIDADE QUALQUER...

"He frightens the peasants, depresses businessmen…"

Foi esta a explicação que o Governo Italiano deu para a proibição da publicação das previsões para Itália de Raffael Bendandi. 

Raffaele Bendandi nasceu em 1893 e morre quase um século depois. Apaixonado por astronomia e geofísica, desenvolve ao longo da sua vida a teoria de que o movimento das placas tectónicas e, consequentemente, todos os terramotos estão relacionados com o alinhamento dos astros.

Ficção ou realidade, o facto é que Raffaele previu os terramotos de Marsica de 1915, de Senigallia de 1924 e o abalo da Ásia em 1931 com tal precisão que Mussolini o proibiu de publicar previsões para o território Italiano com base na justificação acima.

Quando morreu, diz-se que Bendandi queimou as suas previsões e cálculos e que tudo o que sobrou foi um papel com '2011' e '2012' escritos. Os arautos da tragédia logo arranjaram uma desgraça para acompanhar as datas. Começou então o rumor de que a 11 de Maio de 2011 iria haver um terramoto tão forte que Roma seria varrida da face da terra. A própria Fundação Raffaele Bendandi desmente a existência de tal profecia, mas os romanos não estão para arriscar.

Crentes ou não, hoje, à cautela, cerca de 20% dos habitantes da cidade meteram férias e saíram da cidade. Verdade dou mentira, uma grande percentagem de lojas fechou para 'inventário' ou 'festividades'.

À cautela, hoje em Roma é melhor não ser romano. É que ninguém crê em bruxas, pero que las hay, hay...

*A imagem mostra o alinhamento das constelações, hoje, pouco antes do nascer do sol...

ATÉ POR QUE A MINHA LINHA EDITORIAL DITA QUE EU SÓ ESCREVA SOBRE SEXO!

Quer-se dizer, apanham um gaija debilitada e bué de drogada e vá de especular sobre Exocoetus volitans e sobre Ciconia ciconia?

Só por causa disso, vou fazer como o outro: não confirmo nem desminto antes pelo contrário!!!! Ou isso ou o clássico: "Não sei / Não respondo!"

Todos os nomes

De cada vez que nos apareceu um cão à porta, e foram algumas,  passámos a ter um cão, ou mais um cão, e o cão passou a ter dono e nome. Foi assim com o Tiggy, o Goma, a Preta, a Magda - parece que lhe chamavam Skank, como a banda, mas era tão burra, grande e desastrada que eu chamava-lhe Magda como a do Caco Antíbes - o Sebastião de má memória e até o Relvas que se não apareceu à nossa porta apareceu a outra e foi lá parar.

Agora não temos cães mas assim que aqui nos instalámos ele começou a aparecer por cá. Primeiro só lhe via os pêlos nas almofadas das cadeiras do alpendre mas uma manhã deu-nos a honra de se mostrar e por uma porta esquecida aberta entrou-nos casa a dentro e saltou-me para cima da cama como quem diz, querías-me ver estou aqui mas estou também no ir, bom dia e passa bem. É grande, gordo, amarelo e tem um rasgão numa orelha que lhe atesta o mau feitio. É raro, muito raro, aparecer durante o dia mas de vez em quando, sempre já noite feita, encosta-se aos vidros das portas do jardim e pede para entrar ou, se vem mais fino, faz um escarcéu na porta principal até que alguém o oiça e a vá abrir. Não pede comida, bebe leite e só quando lhe apetece, mas vem ao mimo. Instala-se nos sofás, roça-se nas nossas pernas, vira-se no chão para lhe fazermos festas na barriga e tenta, tenta sempre, apanhar a porta do meu quarto aberta e bater uma sorna em cima da minha cama. Nunca fica muito tempo e assim que está satisfeito pede com pouca delicadeza que lhe abram uma porta e sai disparado para desaparecer por mais uns dias.
Ontem foi dia sim e eu tinha uma surpresa à espera só que o sacana é desconfiado e assim que viu na minha mão uma bisnaga mínima mas que não devia lá estar defendeu-se bem e não fosse eu ligeiramente mais pesada e mais teimosa não tinha conseguido besuntar-lhe o pescoço com o anti-parasitante, um gato ainda vá mas um porta aviões de pulgas e carraças dispenso bem.
Não gosto de gatos, nunca gostei de gatos, ou por outra, gosto de cães e sempre gostei de cães mas este sacaninha vadio está a começar a amolecer-me apesar de não ser a dona dele e de ele não ter um nome. Um gato não é como um cão e não se vende por comida nem aceita de ânimo leve ser baptizado porque sempre que lhe arranjamos mais um nome ele olha-nos com desprezo e manda-nos ter juízo mesmo sendo um deles um nome cheio de pergaminhos blogosféricos.
Depois da guerra de ontem apostaria que tão depressa não me voltaria a aparecer por aqui mas os bichos gatos não são afinal tão diferentes dos bichos homens e apesar de continuar o todos os nomes, vadio e sem donas, hoje apareceu mais cedo e mesmo tendo-se instalado perto da porta para apanhar o fresco da noite que entra pelo mosquiteiro já percebeu que quem manda é a gaija e pelo que parece gosta tanto disso que voltou mais depressa para casa.
Eu? Eu não lhe ligo nenhuma porque ele pode ser gato vadio mas eu sou gaija sabida e ainda há-de vir quando eu quero, nem que lhe chame Todos os Nomes.

Hinos aos deuses, não, os homens é que merecem, que se lhes cante a virtude, bichos que cavam no chão, actuam como parecem, sem um disfarce que os mude*

Em Setembro de 2001 eu vivia numa pequena cidadezinha de província que se andou agora nas bocas do mundo porque o miúdo da casa do lado usou um saca rolhas quando já lhe tinha saltado a tampa, na altura era só uma terra chata e desconhecida com um nome chato e comprido. Por ali pouca coisa acontecia digna de nota e o único sobressalto vivia-se quando tocava a sirene dos bombeiros e parávamos por momentos para lhe contar os toques, um para acidente, dois fogo fora, três fogo na terra, curiosidade satisfeita e lá caiu mais um boi num poço, está um silvado a arder ou a frigideira da sardinha aqueceu demais.
Foi lá, muito longe de Nova Iorque e muito antes de Cantanhede lhe ter aparecido nas notícias dos jornais, que eu vi os aviões e as torres e as mortes e foi lá que a minha filha mais nova acrescentou uma palavra diferente às muitas que os três anos de vida já lhe tinham ensinado - talibã.
Os talibãs, os homens maus, entraram-lhe imaginação a dentro e povoaram-lhe os pesadelos e mesmo lá, longe muito longe dos mapas do medo, longe muito longe dos olhos da Al Quaeda, naquela terra chata onde nada acontecia, no dia em que viu a igreja de paredes picadas e coberta de andaimes agarrou-se à minha mão e quis saber se também tinham sido os aviões a fazer aquilo.
Lembro-me muito bem de quando eu era criança e sei que há memórias que resistem à lógica e ao tempo portanto consigo perceber perfeitamente que ela agora, do alto, muito alto, dos seus 13 anos me diga que nunca conseguiu deixar de pensar no bin Laden como um homem enorme, de barba comprida, que pegava em aviões com as mãos e os atirava contra prédios para matar pessoas e percebo também que no dia em que soube que ele morreu, ou que o mataram, o mundo dela tenha ficado menos assustador e tenha dado vivas por isso. O monstro que lhe fazia medo tinha finalmente sido destruído e se era um homem também, e se um homem morreu, isso não lhe tirou o sorriso da cara porque ali, naquele momento, ele era só o que tinha escolhido ser, ele era o pesadelo, ele era a ameaça que chegava tão longe como longe era a igreja entaipada, ele era o bicho papão.
Agora, depois do alívio, podemos voltar todos a ser civilizados e podemos discutir ad eternum a justiça daquela execução e a falta de compaixão de quem festeja a morte de um homem mas isso em nada diminui a nossa humanidade, confirma-a e acrescenta-a.

Não sei se este vídeo é fabricado mas se o é aquele soldado deveria receber um Óscar porque em poucos segundos foi o Homem, foi todos os Homens, fui eu também.

Coisinhas que já me fizeram feliz

Se um desconhecido te oferecer sexo virtual isso não deve ser impulse.

Se um desconhecido me tentar saltar para a cueca eu percebo e até posso dar um jeitinho, se um desconhecido me tentar saltar para o disco rígido eu mando-o brincar com o seu próprio html em menos de um bit.

Das cartas Dear John e de como o que é preciso é engolir a pastilha e digeri-la depressa

Já lá vão uns anos valentes ou, pelo menos, já lá vão os suficientes para a história poder ser contada e o arquivo aberto ao público. O princípio é simples e mais vulgar não há, gaijo conhece gaija, gaija conhece gaijo, gaijo e gaija apaixonam-se e vivem felizes. Para sempre? Para sempre não, para sempre é muito tempo e ninguém tem tempo para esse tempo todo, vivem só felizes até um deles ir embora e, nesta história, foi ele. Saiu assim, de sopetão, num dia sim no outro não e deixou-me como todos ficamos nessas alturas de fim do mundo, de coração partido, a chorar baba e ranho e ranho e baba e a ler, vezes e vezes e vezes sem conta, a cartinha Dear John que teve a amabilidade de me mandar. Uma carta linda, uma carta que agora me faz pensar que tudo está bem quando acaba bem porque se o tal tempo que passou já me esbateu os contornos de quem a escreveu o que ficou escrito relembra-me que o amor deve ser mesmo cego porque eu, na plena posse das minhas faculdades, nunca choraria baba e ranho e ranho e baba por alguém que escreve uma cartinha assim:
Querida Teresa
Quero que saibas que nunca ninguém me deu tanta coisa com a qualidade de tantas coisas que tu me deste. Nunca o esquecerei e, por isso mesmo, guardarei sempre de ti uma imagem resultante do tanto que trocámos: ternura, entusiasmo, esperança, descoberta, amor, entrega, loucura, excessos, lágrimas, zangas e apaziguamentos e tanto, tanto mais..... Fica a imagem duma pessoa TOTAL, GENUÍNA, REAL! Fica a infinita ternura! Nunca te esquecerei. Quanto a mim, desisto! Sabia que serias a minha última oportunidade de encontrar "aquela" felicidade ao lado de alguém. Mesmo que não o soubesse já, sei agora que, depois de te ter conhecido, a fasquia ficou muito alta. Condenaste-me a ser feliz sozinho. 

E eu chorei e chorei e chorei. Depois de ter chorado um dia inteiro e mais uma noite, é choro mais do que suficiente, percebi que só iria engolir a afronta quando pusesse o palhaço no sítio e trocasse as lágrimas pelo riso abrindo um novo tempo. E assim começou o tempo do mãos à obra. Passei a chamar-me Luiza em menos de um ai e mandei a Luiza fazer a ronda das capelinhas virtuais por onde eu sabia que ele iria andar. Encontrei-o rapidinho, é fácil caçar quando se conhece bem a presa, e mais depressa ainda a Luiza chegou à fala com aquele que, 24 horas antes, eu Teresa tinha condenado a ser feliz sozinho. Durante uma tarde inteirinha trocámos patetices num bom e velho chat e quando a noite desceu nem uma lágrima já se atreveria a incomodar-me. A pastilha estava engolida, faltava a estocada final para a saber digerida. Pus a minha letra mais fofinha e queridinha e honestinha mandei-lhe um número de telefone e pedi para me ligar. Ligou.
Olá, Luiza.
Não sou Luiza, o meu nome é Teresa, estás bom?

Ainda hoje tenho nos meus ouvidos o som de uns tomates a caírem do outro lado do telefone e a esborracharem-se no impecável chão de mármore.

Quando, de vez em quando, dou por mim a pensar que estou velha lembro-me de tudo o que a vida me ensinou e de como sou muito mais feliz assim. Uma cabra, claro.

(Disclaimer: O tipo não lê este blog, o tipo nem deve saber deste blog porque nem eu seria tão cabra assim...)

Happy birthday, Mr. Clooney

No dia dos seus 50 anos ofereço-lhe um pequeno texto de um tal Luís Fernando Veríssimo.
Não conhece? É um homem sensato .

O Verdadeiro George Clooney
Longe de mim querer difamar alguém, mas acho que no caso do George Clooney o que está em jogo é a autoestima da nossa espécie, os homens que não são George Clooney. Todas as nossas qualidades e todos os nossos atributos, físicos e intelectuais, desaparecem na comparação com o George Clooney. As mulheres não escondem sua adoração pelo George Clooney. O próprio George Clooney nada faz para diminuir a idolatria e nos dar uma chance. Fica cada vez mais adorável, cada vez mais George Clooney. E se aproxima da perfeição. É bonito. É charmoso. É rico. É bom ator. Faz bons filmes. Está envolvido com as melhores causas. E que dentes! Não temos defesa contra esse massacre. Só nos resta a calúnia.
Os dentes são falsos. Ali onde elas veem pomos da face irresistíveis e um queixo decidido, há, obviamente, botox. Ele tem pernas finas e desvio no septo. É solteiro, portanto, claro, gay. Tem casa num dos lagos italianos, o que já é suspeito, e dizem que anda pelos seus chãos de mármore depois do banho de espuma vestindo um longo caftã bordado e sendo borrifado com perfumes florais pelo seu amante filipino Tongo, enquanto seu amante italiano, Rocco, prepara a salada de rúcula completamente nu. George Clooney bate na mãe todas as quintas-feiras. É extremamente burro. Só leu um livro até hoje e não lembra se foi O Pequeno Príncipe ou O Grande Gatsby. Nos filmes em que faz personagens mais reflexivos, contratam um dublê para as cenas dele pensando. Foi ele que propôs a demolição da Torre Eiffel porque já era mais que evidente que não encontrariam petróleo no local. E sua sovinice é lendária. Levou nadadeiras quando visitou Veneza, para não gastar com táxi.
É notório, em Hollywood, o mau hálito do George Clooney. Quando ele fala em algum evento público, as primeiras três fileiras do auditório sempre ficam vazias. Atrizes obrigadas a trabalhar com ele têm direito a um adicional por insalubridade, em dobro se houver cenas de beijo. Outra coisa: a asa. Não adiantam as imersões em espuma na sua banheira em forma de cisne, nem os perfumes florais borrifados, o cheiro persiste. Sabem que George Clooney e suas exilas se aproximam a metros de distância, e muita gente aproveita o aviso para fugir.
Além de tudo, tem seborreia e é Republicano.
Passe adiante.
Tirado daqui onde cheguei por aqui 

E QUANTOS LEVAMOS PARA UMA CAMA?

A não ser que sejamos adolescentes ou crianços pikenos, todos carregamos connosco uma bagagem emocional que pode variar de peso consoante a pessoa mas que existe sempre.

Quando entramos numa relação nós levamos essa bagagem connosco. Abrimos a mala de porão e retiramos todas as experiências passadas. Fazem parte de nós. Estão entranhadas no nosso ser e influenciam sempre o/a senhor/a que se segue. Uns podem entrar em pânico com viagens porque já alguém lhes morreu numa. Outros podem ter insónias porque já alguém os deixou a meio da noite de pijama e peúgos e tudo. Pode haver quem tenha medo de se envolver porque teve uma relação obsessiva. Há ainda quem possa ter medo de se entregar por se ter desiludido. Há para o menino e para a menina. É como na farmácia: há de tudo e ao gosto do freguês. 

Quando chega a altura de levarmos a nova relação para a cama (no sentido bíblico da coisa). E aqui, além da bagagem, levamos todos aqueles com quem dormimos antes. Quem somos na cama, é o resultado de todas as experiências que já vivemos. O beijo do Rui, a mão da Joana, o toque do João, a língua da Maria... Quando entramos, pela primeira vez, na cama de uma nova relação, levamos tudo o que aprendemos antes e sabemos agradar àqueles com quem antes estivemos. 

E depois há a hora das comparações. Quem nunca comparou que atire a primeira pedra, sim? Quem nunca comparou cheiros, sabores, toques, tamanhos e técnicas, que fale agora ou se cale para sempre.

Basicamente, quando entramos numa cama, pela primeira vez, com a nova relação levamos a expectativa da novidade daquela pessoa com quem nos deitamos agora e todas as pessoas com quem dormimos antes. 

A questão é: quantos deixamos que fiquem nessa cama todo o tempo? É possível, a nível inconsciente, expulsar todos os que estão a mais? Ou estaremos condenados a uma orgia mental eterna?

MÁXIMAS DO CURRAL - 1

Quem fode minha amiga, meu amigo é.



*E está criada a nova rubrica do Cabra. E aquele fode é literal, tá?

Coisinhas que é sempre bom lembrar...

INCUMBE-ME A COXA DE FAZER A SEGUINTE COMUNICAÇÃO:

Ritmargarida,


A Chefa deste Curral está, neste momento, a correr em direcção aos CTT para ir buscar a tua encomenda.

Falará contigo após o levantamento da coisa!

Fim de Comunicação.

Esclarecimento

É so pa dizer que o post abaixo funcionou por 3 horas.

Clonagem

Fixe.... consegui a clonagem santifica. Ganda Blog, mais um cadito e temos a ladainha.

Quem fala assim não é gaga

Mess with me and I can handle it. Oh, yes, I can...
Mess with my friends and I will hunt you down, kill you and bury you where nobody will ever find you!
Consider yourself warned and have a nice day.
                                                                               
                                                            -  Peixa in Aviso Público

AS GRANDES DESCOBERTAS DA CIÊNCIA SÃO SEMPRE OBRA DO ACASO

Temos então que a minha amiga depois de ser informada acerca dos cms que compunham o membro do gaijo que lhe cativava a atenção, chega a casa e agarra numa régua (ela não tem assim uma ideia muito exacta das medidas). Acontece que a régua era do seu filho (moço pikeno). Impressas na régua de 15 cms, estavam 3 imagens do Winnie the Pooh.

Palavras sábias saíram da sua boca: "2,5 Winnie the Poohs... Certo..."

E assim foi criado o sistema moderno de medição de pilas: os Winnie the Poohs ou, em abreviado, os WP's.

1 WP = 5 cms

SHARK... SHARK... SHARK...

Lamento ser eu a portadora das más noticias... Mas a tua informação está desactualizada, meu querido... 

E eu pergunto a vocês próprios...

Alguém sabe o que é um "bráulio"?

Pergunto a mim própria..

...se serei cabra o suficiente.

EU TENHO UMA AMIGA...

Atão anda uma gaija há não sei quanto tempo - que vocês até sabem quem é e sabem que é recatada - absolutamente perdida de pensamentos obscuros e de cariz profundamente sexual com uma criatura, ao ponto de estar quase a auto-entitular-se Betty Boop de tanta pestana que bate e tanto pezinho a dar a dar. Tão perdidinha que passa quase por um ser doce e angelical de tanto mel que destila e acontece-lhe uma destas?
Não, não é que ele a despreze e desdenhe, não. Bem parvo seria, em abono da verdade. Nada disso. Todo ele é charme e eliminação da concorrência e marcação de território. Assim tipo Macho Alfa mas em mais agressivo, estão a ver?
 
E posto isto, claro que não vêem o problema, não é? Pois também ela não vê que não a deixam...
 
Basicamente, anda uma gaija a seduzir e a ser seduzida por um ser pra lá do seu metro e noventa, e com o arcaboiço a condizer com a altura, para ele lhe dizer com voz pesarosa que isto é muito bonito e tal e rebéubéu pardais ao ninho mas sexo que é bom, não. Não alcançaram, pois não? Eu explico... Vocês sabem que a Peixa explica sempre. Até porque também lhe explicaram a ela, que é como quem diz, à amiga dela...
 
Não é que ele não queira. Ou, pelo menos nada nesse sentido foi dito. A questão é que ele não a quer desiludir. E porquê? Perguntam vocês absolutamente baralhados. Como eu vos entendo... Porque, segundo as palavras do próprio (sim, e aqui vocês vão perceber ao ponto a que uma mulher chega e as coisas que tem que ouvir), nada pode haver entre eles porque ele tem... how can I put it gently?... A pila pikena?
 
E a mim (porque sou pessoa muito solidária, como sabem) só me apetece dizer umas caralhadas daquelas valentes. É que das duas, três:
 
a) efectivamente, é verdade e aí vou ter que fazer uma sondagem prolongada  sobre o que é XS, S, M, L, XL e (God be praised) XXL;
b) ela está a levar a tampa mais bem arquitectada da história das desculpa Dear John;
c) só encontro gente louca na minha vida e tenho que repensar seriamente as minhas companhias.
 
Não sei se se deram conta que nenhuma das alternativas é boa?
Qualquer ideia é benvinda... Dasse...
 
(Já posso começar a recitar o dicionário de vernáculo ou ainda tenho que esperar mais algum tempo?)

1º de Maio

Hoje é o dia do trabalho de parto.

Essencial no dia de hoje

PREMISSA
"É muito mais fácil escapar à fúria dos ayatollahs que ao afecto de uma mãe." 
                                                                      SALMAN RUSHDIE

A maternidade, na ordem do tempo, é a segunda profissão mais velha do mundo.
Entre os muitos males necessários para que a vida continue, a mãe é o número um: a existência não é concebível sem ela.
É capaz de amar-nos com tanta abnegação que nos fará sofrer de carências afectivas.
Mãe há só uma. Tem de ser! Duas não seriam compatíveis com a sobrevivência.
(...)

Frutos de uma experiência de engenharia genética, somos a realização imperfeita de um sonho perfeito. A mãe afadiga-se para que o resultado condiga com o projecto. É através dela que o processo evolutivo avança ao longo dos séculos.
É assim que, entre afagos e bofetões, progride afoita a civilização.

As partículas da minha física

Se um génio de uma lâmpada mágica me oferecesse três desejos eu pedia-lhe um dia inteiro, ou dois, porque teria muito caminho para percorrer, a poder olhar para mim  pelos olhos dos outros que me olham e a seguir, só a seguir, faria o segundo e o terceiro.

A mãe das minhas filhas não é a amante do pai delas, a amiga da loira não é a irmã dos outros dois, a cúmplice da Peixa não é a miúda do Santo, a  penfriend não é a filha da minha mãe, a gorda não é a jeitosa, a vizinha da frente não é a vizinha do lado,  a Teresa não é a Txintxin,  e quando tento juntar estas todas até posso sair eu, só posso sair eu, mas a eu que sai desta balbúrdia é uma eu que sendo eu não sou só eu e de quem não consigo adivinhar os desejos porque tenho um par de olhos para olhar para mim mas vivo a ser olhada pelos muitos mais que me alteram a matéria tal como fariam a um quark qualquer confinado e sem estado livre que não pode ser conhecido mas somente inferido pela medida das partículas de que é feito.
E eu sou, mesmo que não o conceba, o resultado das visões dos olhos todos que me vêem.

ARTUR E OS MINIMEUS

Estive a ver este filme, pela primeira vez. Sempre tive curiosidade mas nunca tinha calhado passar as retinas pela película.

Curiosamente, eu quando acabei de ver, só me lembrava d'"A Cor do Dinheiro" e do Paul Newman a dizer ao Tom Cruise que "Every action has a reaction". Quando o mauzão do filme do Artur dá um pontapé no carrinho de brincar e ele cai na grelha, está longe de pensar que será esse pequeno carro que, mais tarde no filme, vai salvar o Artur e a Princesa e o Beta e o avô. 

É assim nos filmes e é assim na vida. A diferença é que ao vermos um filme podemos, mais ou menos, prever o desfecho. Na vida, normalmente, a reacção é mais surpreendente do que a que esperávamos para aquela acção. Mas talvez seja essa a magia de viver. O inesperado, o não sabermos o desenlace. Talvez seja isso que nos move. Isso e a crença de que tudo acontece por um motivo, ainda que esse motivo seja a maior incógnita da nossa vida.

Dr. Daniel Sampaio,

Quando um adolescente nos diz "Tu ainda tens um rabo rijinho", devemos:
- dar-lhe uma lapada porque nos apalpou?
- dar-lhe uma lapada pelo "ainda"?
- dar-lhe uma lapada por não ter idade para ser pai dele?

Agradecida.
Mrs. Robinson

Já agora, doutor, que tá ca mão na massa...

Quando o Shark nos diz: "vais ter um rabo lindo até ao fim dos teus dias", devemos:

- dar uma trancada com ele por ter tão bom gosto?

- dar uma trancada com ele pelo "lindo"?

- dar-lhe uma lapada por ter demorado tanto tempo a dizê-lo e depois uma trancada para fazermos as pazes?

Agradecida,


leitora anónima

Cabra de Serviço

Diálogos Marinhos

Foto: Shark

-A Peixa? A última vez que a vi estava a tentar livrar-se de uma barbatana que se-lhe entrelaçou no pálio...

OS AMIGOS DOS AMIGOS E OS AMIGOS DAS AMIGAS

A história conta-se em duas penadas: A miúda anda com um fulaninho. Acordam a exclusividade e combinam que antes de qualquer traição é preferível acabarem tudo. Com 1 mês e pouco de namoro, ele acaba porque quer dar uma ciscadela numa amiga dela. A amiga da miúda alinha na coisa e temos os ingredientes da desgraça. Mais tarde, a amiga teve um rebate de consciência e acabou a coisa em honra da 'grande amizade' que as une. 

Eu até me ria se e diria umas asneirolas se isto não se tivesse passado com uma gaijinha de 13 anos. Tudo isto é banal e corriqueiro e com que lidamos com relativa facilidade se temos maturidade e a couraça e calo que a vida e o viver nos dão. Quando temos 13 anos, isto é, basicamente, o fim da nossa vida e de todos os sonhos. E, o que é mais grave, uma machadada quase mortal na nossa auto-estima. E foi disso que a Tia Peixa teve que tratar hoje, antes de jantar, antes que ela se dedique a comer meia folha de alface por semana. E quando questionada sobre o que fazer acerca dos sentimentos eternos (eheh) que nutre pelo gaijo, a Tia Peixa (refodida com os intervenientes desta história) teve que lhe explicar que mais importante que pensar no gaijo, ela tinha que escolher os amigos e começar a estabelecer os princípios pelos quais se quer reger na sua vida. E que só ela e mais ninguém poderia escolher os seus. Poderia adoptar os meus, adaptá-los, ignorá-los e até escolher uns e depois achar que não eram válidos. Nesta idade, é normal. Tudo parece eterno e decisivo e todos nós sabemos que não é. Até os princípios. 

É que (e ela sabe-o bem que eu sou honesta com ela apesar de novinha) eu posso ser uma pessoa sem muitos escrúpulos, que sou. Bolas, eu sou aquela pessoa que acha que no fundo todos somos prostitutos. Podemos é ter um preço muito elevado, mas, pelo preço certo, todos lá vamos. Mas neste campo, há 2 princípios inquebráveis: 

Primeiro - O gaijo que a minha amiga gosta/come/ama/deseja/está interessada/namora é intocável. Não mexo! Poderia ser gaijo para me levar a executar todas as manobras do Kama Sutra e ainda inventar umas novas, mas não toco. E nunca quebrei. 

Segundo - Os amigos do gaijo que eu gosto/como/amo/desejo/namoro são off-limits. 

(Ex-amores de amigas é uma área cinzenta em que se navega em terreno pantanoso e cheio de lodo. Nunca aconteceu, por isso, estou um bocado na dúvida. Mas acho complicado. 'Pró que é' talvez não valha a pena os trabalhos...)

Isto, parecendo que não, é uma merda. É que, parecendo que não, risca uma data de gente da lista! E, assim sendo, talvez algumas pessoas se interroguem porque o mantenho.

É simples. Há um principio basilar que me rege e que eu me esforço todos os dias para não quebrar e no qual, infelizmente, nem sempre sou bem sucedida. Mas todos os dias me recordo dele e todos os dias me esforço para não fazer aos outros o que não gostaria que me fizessem a mim.

É que nem dá para fazer sondagem

Mas que estou curiosa, estou. Digam, ali em baixo na caixinha, em que circunstâncias, tirando as óbvias em que elas servem de grampo e porque ninguém quer acabar a estatelar-se no chão,  se tem um orgasmo com as pernas entrelaçadas no outro e terminado o orgasmo as pernas se mantêm entrelaçadas, ou seja, de músculos retesados tal qual estavam.

Só curiosidade, claro.

OLHÓ BONECO

entrelaçar
(entre- + laçar)


FÓNIX QUE EU DEVO ANDAR A FAZER A COISA MAL FEITA

Diz então a Chefa que quando se acaba de dar a real queca do 'pró que é' não há corpos entrelaçados. Mui bien... Peço então muitas desculpas pela minha falta de perícia sexual. É que eu quando acabo de ter um orgasmo acabo sempre em contacto com a outra parte que estas coisas não se querem telepáticas nem com grandes distâncias. Talvez seja da idade ou da minha esmerada educação num colégio interno na Suiça mas não me parece de bom tom ou sequer saudável (que sofro de quedas de tensão bruscas) num minuto estar no valente striclobaite e no segundo que se segue estar de pé e prestes a debandar. A coisa segue o seu rumo habitual e existe ali (seja o ali sexo, foda, amor, amizade, ódio, nojo, whatever) um momento em que nos quedamos entrelaçados e exaustos. Tenha esse momento a duração de 10 segundos ou 10 horas. Quer se queira, quer não, quer agrade, quer desagrade, esse momento existe.

E se, de facto, a prática corrente é quebrar o recorde dos 100 mts barreiras depois de se virem, eu não percebo mesmo nada de sexo. O que, bem vistas as coisas, é capaz de ser o caso.

P.S.: Os segundos têm tendência a estender-se se acabares debaixo do adversário. Dizem-me que é mais difícil sair debaixo do que sair de cima... Dizem...

P.S.1: O Coyote Ugly foi um mau exemplo, Chefa. "Did you ever wake up sober after a one night stand, and the person you're next to is layin' on your arm, and they're so ugly, you'd rather chew off your arm then risk waking 'em? That's coyote ugly." Não só estão entrelaçados como dormem juntos, Chefa. E abraçadinhos e tudo... Será amor?

Sócia, tu concentra-te, estás a falar de sexo.

Havia ali qualquer coisa que não me fazia sentido mas estava tão bem disfarçada que foi preciso começar a fazer o desenho para dar com o rabo do gato escondido.

Sexo puro e duro, mesmo sem trocadilhos, não é? Pulsão, tesão, uma é pró que é sem flores nem rodriguinhos, o animal e coisa e tal, a busca do prazer infinito do desejo aplacado. Corpos suados na luta, corpos que se servem e são servidos, corpos que se engolem, se devoram, corpos que gemem de prazer sem dono e sem hora marcada, corpos sem outras regras que não sejam as deles, corpos de gente que quer ser bicho, corpos que fodem. Corpos que derreiam e são derreados. Corpos aplacados.

Não, não queremos amor nessa altura, queremos foder, tout court. O amor, o tal amor, pode estar a montante e a juzante ou mesmo nem ser para aquela cama chamado porque os corpos não precisam dele mas, e é aqui que pela boca morre a Peixa, corpos derreados não se entrelaçam se não se quiserem para além do desejo satisfeito. Corpos derreados repelem-se, não se procuram, a partilha do momento, ou das horas, ou dos dias, acaba com o momento que foi partilhado, o animal está satisfeito. A não ser que já não seja o corpo que se procura mas o outro que está ali naquele corpo e é esse, e só esse, que se entrelaça mas isso, miúda, já não tem nada a ver com sexo. Deixa-te lá de romantismos e foca-te, tira o amor daquela cama e no fim tens corpos satisfeitos, derreados e espalhados por tudo quanto é canto, cruzados se assim ficaram no orgasmo final em que se esgotaram mas nunca ronronantes e entrelaçados a partilharem o momento em sussurros de é tão bom não foi.

"I THINK I COULD FALL MADLY IN BED WITH YOU."

Sexo não tem nada a ver com amor, disse o amigo da CJ. Ela quer opiniões, eu dou-lhe a minha. Ele está coberto de razão.

Se para haver amor, o sexo é condição essencial como sua última expressão, até. Para haver sexo, o amor não tem que ser chamado à colação. Sexo puro e duro (sem trocadilho) é uma pulsão. Uma necessidade que deve ser atendida. Quem nunca sentiu a inquietação de um desejo não satisfeito? Quem nunca deu voltas e voltas, numa cama, sozinho, com o fogo lento a arder no ventre?

Não é amor que queremos nessa altura. Não é isso que nos apazigua. Não é partilhar a nossa alma e o nosso coração. O que queremos é uma boca sedenta da nossa. Queremos mãos que percorram o nosso corpo sofregamente. O peso e o calor de outro corpo em cima do nosso. Queremos o pulsar de outro sexo no mesmo ritmo que o nosso. Não são palavras doces que procuramos. É mesmo saliva, suor e a explosão libertadora do orgasmo.

E quando, derreados pelo prazer, os dois corpos jazem entrelaçados e sem palavras, não é o amor que os une, mas única e exclusivamente o momento partilhado, a necessidade primordial, física e animal mais antiga do mundo.

E AGORA VAMOS EM DIRECTO PARA WESTMINSTER...



Tubarão, vou ter de dizer isto em público

Fazes-me muita falta. Eu não consigo enrolar um cigarro.

Triste, muito triste....

É ter ido lá fora, reparado que o pátio estava cheio de folhas caídas e as sebes aparadas, ter pedido explicações à mais nova e ter ouvido um Ai tu não percebeste? Andaram aqui a cortar as nossas sebes.
- Ai foi? O anão aqui do lado veio tratar-nos do jardim?
- Não!!!.... Foi o da frente. O alto, giro e de olhos azuis...

Ora muito bem, tive um gajo alto, giro, de olhos azuis e de serra eléctrica empunhada a aparar-me a folhagem e não dei por nada.
Foda-se, ou estou cega e surda ou devo estar apaixonada.

(EU ESTOU DE GREVE! JÁ ALGUÉM REPAROU?)

(O que me chateia solenemente porque tenho aqui um postzinho que podia ajudar o amigo da CJ. Mas como estou de greve devido a práticas laborais injustas, não vou poder ajudar ninguém, n'é? Quem perde é mesmo o amigo da CJ...)

Amizades Compiladas - O vídeo. (E a música, caraças, a música...)



Roubada daqui.

Sexão correio sentimental, mais uma posta amorosa

Já que a Chefa anda distraída com casamentos reais e a tentar pôr ordem no curral, alguém tem de botar alguma titica no ventilador, de modos que vou já colocar a segunda questão existencial da sexão de correio sentimental. E vou já dizendo que isto - à diferença da posta anterior - não é um supônhamos. É um assunto sério e merece reflexão aturada.

Hoje ao almoço um amigo meu proferiu a seguinte frase: "Sexo não tem nada a ver com amor". Aguardo os contributos do rebanho.

Alguém tinha de fazer o frete, não é?

UM TEXTO PARA UMA TARDE DE SOL

"Namora uma rapariga que lê. Namora uma rapariga que gaste o dinheiro dela em livros, em vez de roupas. Ela tem problemas de arrumação porque tem demasiados livros. Namora uma rapariga que tenha uma lista de livros que quer ler, que tenha um cartão da biblioteca desde os doze anos.

Encontra uma rapariga que lê. Vais saber que é ela, porque anda sempre com um livro por ler dentro da mala. É aquela que percorre amorosamente as estantes da livraria, aquela que dá um grito imperceptível ao encontrar o livro que queria. Vês aquela miúda com ar estranho, cheirando as páginas de um livro velho, numa loja de livros em segunda mão? É a leitora. Nunca resistem a cheirar as páginas, especialmente quando ficam amarelas.

Ela é a rapariga que lê enquanto espera no café ao fundo da rua. Se espreitares a chávena, vês que a espuma do leite ainda paira por cima, porque ela já está absorta. Perdida num mundo feito pelo autor. Senta-te. Ela pode ver-te de relance, porque a maior parte das raparigas que lêem não gostam de ser interrompidas. Pergunta-lhe se está a gostar do livro.

Oferece-lhe outra chávena de café com leite.

Diz-lhe o que realmente pensas do Murakami. Descobre se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entende que, se ela disser ter percebido o Ulisses de James Joyce, é só para soar inteligente. Pergunta-lhe se gosta da Alice ou se gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar com uma rapariga que lê. Oferece-lhe livros no dia de anos, no Natal e em datas de aniversários. Oferece-lhe palavras como presente, em poemas, em canções. Oferece-lhe Neruda, Pound, Sexton, cummings. Deixa-a saber que tu percebes que as palavras são amor. Percebe que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade – mas, caramba, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco com o seu livro favorito. Se ela conseguir, a culpa não será tua.

Ela tem de arriscar, de alguma maneira.

Mente-lhe. Se ela compreender a sintaxe, vai perceber a tua necessidade de mentir. Atrás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. Nunca será o fim do mundo.

Desilude-a. Porque uma rapariga que lê compreende que falhar conduz sempre ao clímax. Porque essas raparigas sabem que todas as coisas chegam ao fim. Que podes sempre escrever uma sequela. Que podes começar outra vez e outra vez e continuar a ser o herói. Que na vida é suposto existir um vilão ou dois.

Porquê assustares-te com tudo o que não és? As raparigas que lêem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Excepto na saga Crepúsculo.

Se encontrares uma rapariga que leia, mantém-na perto de ti. Quando a vires acordada às duas da manhã, a chorar e a apertar um livro contra o peito, faz-lhe uma chávena de chá e abraça-a. Podes perdê-la por um par de horas, mas ela volta para ti. Falará como se as personagens do livro fossem reais, porque são mesmo, durante algum tempo.

Vais declarar-te num balão de ar quente. Ou durante um concerto de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Pelo Skype.

Vais sorrir tanto que te perguntarás por que é que o teu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Juntos, vão escrever a história das vossas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos ainda mais estranhos. Ela vai apresentar os vossos filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos da vossa velhice e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto tu sacodes a neve das tuas botas.

Namora uma rapariga que lê, porque tu mereces. Mereces uma rapariga que te pode dar a vida mais colorida que consegues imaginar. Se só lhe podes oferecer monotonia, horas requentadas e propostas mal cozinhadas, estás melhor sozinho. Mas se queres o mundo e os mundos que estão para além do mundo, então, namora uma rapariga que lê.

Ou, melhor ainda, namora uma rapariga que escreve."

(Rosemary Urquico)

VIÚVA NEGRA

(Tou quase a desistir desta merda. Atão não é que a Chefa acha que eu sou uma Viúva Negra?)

(É que nem uma letrinha me sairá destes dedinhos até a Chefa me dar autorização para enfiar a pila onde me apetecer!!!)

Ass: Mente em strike mode

Já que se está com a mão na pila

Regra #324-A do Cabra

1. No caso de se vir a verificar a entrada de novos elementos nesta casa fica rigorosamente proibida a introdução de pilas e/ou troca de fluídos com e entre os novíços;
a) A Chefa, e unicamente a Chefa, tem a prerrogativa de ANTES da inscrição se tornar definitiva fazer o devido teste ao material, se assim o entender, considerar necessário e/ou  lhe apetecer muito ;
b) Em caso algum ficará a Chefa obrigada a prestar contas ou a apresentar relatório do serviço efectuado podendo, não obstante e se lhe aprouver, fazer descrições pormenorizadas em público ou em privado.

2. O previsto no número anterior não se aplica aos cabras com mais de dois anos de casa desde que o façam exclusivamente entre eles e cumpram, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) Estejam devidamente autorizados pela Chefa devendo a referida autorização ser requerida com, pelo menos, uma hora de antecedência sendo que cabra que é cabra tem de se aguentar mais que isso;
b) Pagamento à Chefa de uma Bula a determinar caso a caso e podendo ser exigido por ela que este pagamento seja feito em espécie;
c) À cautela a Mente Quase Perigosa AKA Peixa nunca poderá beneficiar deste regime excepcional.

E por falar em pilas

Bom, diz que a nova cabra de serviço se emancipou mais um bocadinho de modos que eu gostava de lançar uma (ou várias, quiçá) acha(s) para a discussão primaveril aqui do curral.
Lembrei-me de vos propor uma sexão Consultório Sentimental e sem esperar pela resposta vou desde já inaugurá-la, colocando aqui uma questão existencial.
Apesar de ter ali afirmado numa caixa mais abaixo que tenho um amigo que sabe ser colorido sem imaginar que quero casar com ele, tenho algumas dúvidas sobre a possibilidade de manter amizades coloridas saudáveis e profícuas. Por exemplo, e isto é um supônhamos:
Gaija meets gaijo. Dão-se bué da bem. Gaijo mostra interesse em gaija. Gaijo é casado. Gaija é livre e desimpedida e começa a ver gaijo com outros olhos - e até corre sério risco de se apaixonar. Sendo que a) gaija pretende que a amizade seja preservada e até tem cadastro de amizades anteriores destruídas por via de coloração apaixonada; b) gaija e gaijo não falam de um assunto que está latente mas não é verbalizado; c) gaija e gaijo têm poucas hipóteses de se encontrar e em princípio estará sempre gente à volta a não ser que combinem e para isso teriam de verbalizar; que deveria a gaija fazer: a) atirar-se de cabeça ao gaijo e seja o que deus-nosso-senhor quiser; b) deixar-se ficar sugadinha e deixar que seja o gaijo a tomar a iniciativa; c) voltar-se para o outro lado e dar umas belas quecas com um amigo colorido por quem não corre o risco de se apaixonar e ficar com o coração partido?; d) nenhuma das anteriores; e) todas as anteriores.
Repito, isto é um supônhamos.

Mas que las hay las hay...

- Isto não funciona.
Ok, a gaijinha bloqueou o telemóvel que a Tia Peixa lhe desenrascou. Bloqueio de telefone, está lá, escrito sem margem para dúvidas e sem apelo nem agravo.
- Que fizeste?
- Não sei....
- Andaste a brincar com isto?
- Não sei.... estava assim....
Tenta, Teresa, tenta, inventa números, vá, começa pelo 1111 e vai por aí fora que as combinações não são assim tantas, devem ser 10 elevado a qualquer coisa ou assim que de números não percebo nada. Código incorrecto. Código incorrecto. Código incorrecto. 'bora lá tentar palavras. Código incorrecto. Código incorrecto. Código incorrecto.
- C., diz-me, tu estiveste a brincar com o telefone?, que números aqui puseste?
- Então, era ...., e era ......., e era......, e era.....
 e ia debitando números aparentemente sem nexo e eu ia escrevendo, tentando, código incorrecto, e escrevendo outra vez, estás a inventar para aí mas olha, inventa que pode ser que acertes.

Não, não estava a debitar números ao acaso. Tinha-me dado o meu número de telefone, o da irmã, o do pai, o da avó, mais uma porrada deles e, a cereja no topo do bolo, a porra do PIN, do PUK e da referência multibanco em que tinha posto os olhos por poucos minutos há mais dias do que aqueles que consigo contar quando deixei o cartão do telefone esquecido em cima da mesa. Está tudo ali, certinho e sem falhas na cabeça dela mas a minha é que já não tem capacidade para lidar com mais isto porque talvez se eu não estivesse tão esgotada visse aqui qualquer coisinha boa, sei lá, deve dar para a pôr a render, ou não? Eu já vi aqueles filmes todos dos gajos que contam cartas em Las Vegas e dos outros que vão para a NASA e assim....

"NUM AMBIENTE DE GUERRA NINGUÉM CONSTRÓI. TUDO O QUE SE CONSEGUE É DESTRUIR."

Hoje tive uma reunião com uma pessoa que trabalha na mesma empresa que eu há 3 anos. Nunca nos tínhamos cruzado a nível profissional. Encontrávamos-nos à hora de almoço, lançávamos umas larachas e seguíamos o nosso caminho. De vez em quando, o cavalheiro trazia bolos, doces e afins. Mas nunca tínhamos estado na mesma sala de reuniões.

Hoje descobri que trabalho com um grande homem. Alguém que com o seu discurso me convenceu que existem grandes pessoas. Alguém que ri das adversidades e não tem medo de nada. Alguém que me soube falar de caracteres chineses mas que começou o seu percurso profissional a lavar pratos noutro país porque este estava (já na altura) nas lonas. Alguém que interpretou o meu silêncio, no meio da balbúrdia, como aborrecimento e que eu não fui capaz de o deixar sair da sala sem lhe dizer que não. Que estava enganado. Que estava longe de aborrecida.

Hoje conheci uma pessoa fascinante. E mais uma vez, tive a confirmação de que podemos falar com alguém durante anos e só sabermos aquilo que nos querem dar a conhecer. Felizmente, de vez em quando, existem momentos em que nos consideram dignos o suficiente para entreabrirem um pouco a porta e deixarem entrar em contacto com mais um pouco. E esses momentos tornam a vida melhor. Um desses momentos, faz de hoje, um bom dia.

Da amizade compilada

Isto dos blogues mistos tem a vantagem de a pessoa poder aceder a pontos de vista dos dois lados da barricada que afinal é uma barrigada (de riso), isto dos géneros, a menina e o menino e o mundo tão diferente como a gente afinal o vê.

Mais abaixo, a Peixa aborda um tema que mexe imenso comigo: o de um gajo enfiar a pila nas amigas. E eu apeteceu-me introduzir um nadinha de contraditório na coisa.

Em condições normais, fora de uma terça com sabor a duas segundas comprimidas em 24 horas, eu seria incapaz de falar numa coisa assim. Mas como estou com a telha e a Peixa falou acerca de uma coisa tão importante no domínio das relações humanas e eu até sou amigo dela, entendi pegar então pelo ângulo que mais me toca (e sim, eu deixo).
A Peixa dá a entender que uma pessoa com pila muda de atitude depois de enfiá-la numa amiga. Mais: vai ao ponto de afirmar que nisso não há excepções e arrasta por tabela quilómetros de pila no seu raciocínio tão desfavorável à imagem de uma amizade no masculino.

Tenho, e isso é raro, que discordar da cabra minha parceira (e amiga, não sei se já referi). A amizade séria depreende partilha, entrega, interacção, contacto próximo, espírito de entreajuda, firmeza no empenho com que aprofundamos essa relação bonita que uma amizade pressupõe.
Ora, em nada do que enumerei se pode excluir o uso de uma pila. Ou seja, enfiar a pila numa amiga acaba por ser apenas mais uma manifestação da amizade mais ou menos profunda que nos une.
Não consigo conceber, nesta minha percepção de amigo do peito (e do resto do corpo. Ah, e da alma e assim...), ver-me a olhar a Peixa de uma forma diferente só por lhe enfiar a pila algures. Quer dizer, seria normal que acabasse por vê-la sob novas perspectivas (nem sempre uma amizade favorece a observação a partir de determinadas posições). Mas se a pessoa até for curta de vista, e enfatizo a (multi)óptica desta afirmação, acaba por nem notar a diferença na postura da amiga e ela, até porque pode perfeitamente voltar as costas à situação, terá reunidas as condições para também não alterar a sua forma de ver o amigo tão próximo.

Considero, pois, uma falsa questão, a que a Peixa levanta no seu post. E se calhar é só por aí que passa o busílis da coisa, se calhar existem amizades masculinas que quando chega a hora de usarem mais do que a inteligência emocional só conseguem levantar... obstáculos.

E nesse caso o problema resolve-se e a má impressão desvanece num canto recôndito das memórias dispensáveis, bastando para o efeito reunirem-se uma amiga com abertura total para o aprofundar destas questões importantes que uma amizade colorida como todas deveriam ser suscita e um amigo com uma mente desempoeirada aliada a um volume apreciável de... amizade pura e dura.

E é isto.

Porque um dia também vamos ter o Dia Internacional da Blogaria e vão-me entrevistar como àquele velho castiço que é rádio amador há mais de sessenta anos e nem imagina menina isto é uma maravilha eu sento-me aqui nesta cadeira, ponho os auscultadores, ligo o rádio e falo com gente de todo o mundo e depois pode estar até Sol aqui e lá a chover e tenho amigos em todo o lado e nunca os vi e a malta dos sms e do facebook e dos tuítes e de sei lá o que mais vai olhar para nós, os bloggers empedernidos velhos e teimosos e fazer um sorriso condescendente como eu fiz ao ver aquela parafernália imensa  - a onda entra, bate na válvula, esta aquece, já está a fazer barulho, e o som sai  - que lhe permite, vejam lá, ter o mundo todinho aqui neste escritório, e quando me tentarem explicar que eu já passei à história e que quaisquer 140 caracteres podem muito mais porque até já fazem cair facínoras e tudo eu vou dizer que sim, pois claro, mas, que querem?, isto é um vícioAllo, D. Rosa, D. Rosa, chegou a sua filha do Brasil.

A ROSE IS A ROSE IS A ROSE IS A ROSE*

A premissa é simples. Uma gaija é amiga de um gaijo. Só somos amigos de quem gostamos, certo? Nós preocupamo-nos com os nossos amigos, certos?

 
Mas adiante, a amiga acha piada ao amigo. Quer ir para a cama com ele. O amigo também quer ir para a cama com ela. Lembrem-se da premissa mais simples e a base de tudo: eles são amigos. Como tal é livre de dizer que gosta dele e que se preocupa. O que o amigo acha normal. Ela diz-lhe com as letras todas que o que pretende é ir para a cama com ele. Aliás, ela tem até alguns problemas de consciência porque é só isso que ela quer e não quer que ele ache que ela o está o usar. Ela entra em pânico quando ele se engana numa sms e em vez de escrever "quando conviveres comigo", escreve "quando viveres comigo". Pânico tal que telefona para uma amiga a gaguejar porque não foi para aquilo que se 'inscreveu'. E os remorsos de que ela e as suas intenções possam estar a ser mal-entendidas avolumam-se dia após dia.

Os amigos dormem juntos. E ocorre o fenómeno que existe desde que o mundo é mundo. Tudo o que existiu para trás é apagado. Tudo o que é A.F. (Antes da Foda) é esquecido. No momento em que ocorre a penetração, o macho faz delete de tudo o que sabe da fêmea. A partir daquele momento, entramos na era D.F. (Depois da Foda) e a mais velha guerra do universo é deflagrada: a guerra dos sexos. Aquela fêmea já não é a amiga com quem se falava destas coisas. É uma mulher que o quer prender numa relação. É uma criatura patética que quer um relacionamento. E para isso é capaz de tudo. Até mesmo dizer que gosta dele e que se preocupa. Já não é a amiga que gosta dele e se preocupa. É a fêmea! E faz isso com o único intuito de o controlar.

Meus queridos, nem vale a pena virem-me dizer que nem todos os homens são iguais que isso é bullshit. Um gaijo até pode conhecer John Locke de trás para a frente, mas no momento em que enfia a pila numa gaija, ele faz tábua rasa de tudo o que aconteceu antes e ela passa a ser vista como a 'mulherzinha'. E a mulherzinha quando diz que gosta dele, está à espera de que ele diga que a ama. A mulherzinha se se preocupa é porque o quer controlar e obrigá-lo a justificar cada um dos seus passos. A mulherzinha é também incapaz de humor e de brincar, tudo é feito com segundas intenções.

Tudo o que a amiga fazia e era considerado normal, agora é feito pela mulherzinha que o amigo imaginou na sua cabeça (não perguntem qual delas que eu ainda estou na dúvida) e é mau. Muito mau. Medooo...

Sabem uma coisa, gaijos por esse mundo afora, às vezes, o óbvio é a resposta certa. Às vezes, se uma gaija diz que não quer explicações e que quer só saber se estão bem, é só mesmo isso. Não há nada nas entrelinhas. É só isso mesmo: saber se estão bem. Algumas mulheres quando dizem que gostam de vocês é porque sentem carinho por vocês, não porque querem casar e ter um rancho de filhos. E quando uma gaija vos diz que quer sexo, meus amigos, é isso que ela quer. Mind blowing fucking sex. Se conseguirem ser amigos, melhor. Torna a coisa mais agradável. Mas aqui entre nós, deixem-me que vos conte um segredinho. Não é condição essencial. Nós vimo-nos à mesma.

Moral da história: A amiga fica sem fuck buddy e sem amigo e altamente refodida porque andou não sei quanto tempo a falar sozinha. O amigo é parvo e, muito provavelmente, vai encontrar pela frente uma gaja que o enrola com jogos, meias palavras e que nunca lhe diz exactamente o que quer e quando ele der por ela vai-lhe fazer uma cena de berraria no meio de um restaurante. E sabem o que é mais engraçado? Nesse momento, ele vai dizer que todas as mulheres são iguais!

*Gertrude Stein