Perguntas (quase) retóricas.

Porque é que nada abre no sítio onde diz "abrir aqui" e porque é que as aberturas fáceis são sempre as mais difíceis?

Posta assim a modos que a puxar para a pieguice

E se aproveitassemos o diazinho de hoje, que só temos de 4 em 4 anos, para fazer qualquer coisa de diferente?

(Eu, se fosse gajo e estivesse para aí virado, arranjava uma namorada. Se a coisa desse para o sério, pelo menos só de 4 em 4 anos é que levava com a boquinha da praxe pois, já não me ligas nenhuma, esqueceste-te outra vez do nosso aniversário)

Sexo sem preservativo também? Bem me parecia que era um problema de pancada grave.

Os castigos corporais às crianças poderão causar-lhes problemas sexuais na adolescência e na idade adulta, segundo um relatório do Laboratório de Investigações Familiares da Universidade de Hampshire (EUA).

Segundo Murrat Straus, co-director do laboratório, a análise de quatro relatórios sobre castigos corporais de pais a filhos revelou que estavam directamente relacionados com três problemas sexuais que surgem na adolescência ou na idade madura: violência física nas relações sexuais, sexo sem preservativo e sexo masoquista.

Chama-se a isto Baile Mandado...

O advogado Garcia Pereira vai defender Paulo Portas no processo que o líder do CDS-PP vai ter contra o ministro da Agricultura, Jaime Silva.

A TSF sabe que Paulo Portas está empenhado neste processo e por isso terá escolhido o dirigente do PCTP/MRPP, apesar das diferenças políticas que separam estas duas personalidades.

«Em princípio, são muitas as diferenças ideológicas que existe,m entre o dr. Garcia pereira e eu próprio. Não é isso que está em causa neste processo. Sempre tive admiração profissional e respeito pessoal pelo dr. Garcia Pereira», acrescentou Paulo portas.

O convite de Portas foi formulado na quinta-feira e já foi aceite pelo advogado e figura mais visível do PCTP/MRPP.

Apagão.

Gostamos de grandes causas. São assim como que uma lavagem automática das nossas consciências. Despachamos a coisa com duas ou três moedas e podemos sujar o carro logo a seguir, que a água lava tudo e a máquina é rapidinha e barata.

Desde há uns tempos que circula por aí um apelo ao apagar de luzes hoje, cinco minutos, lá mais para a noite. Acredito que muito boa alma vai ficar às escuras, que a satisfação do dever cumprido há-de-lhes iluminar o caminho. Ao bater das oito, e com mais um problema resolvido, é só voltar a carregar nos interruptores e acender as luzes do costume. E, de preferência, que sejam todas lâmpadas incandescestes, que as de baixo consumo são caras e se o vizinho não tem porque é que haviam de ter?

Na minha casa não tenciono ficar às escuras, mas talvez aproveite para trocar duas ou três das lâmpadas velhas que ainda moram por aqui.

Para quem estiver interessado nos argumentos do sim e do não, fica a notícia.

Ninguém sabe bem quem lançou o apelo. Mas a mensagem anónima está a circular há várias semanas pelas caixas de correio electrónico. Hoje, entre as 19h55 e as 20h00, será possível saber até que ponto teve sucesso o convite para que todos apaguem as luzes e desliguem aparelhos eléctricos durante cinco minutos - "para o nosso planeta respirar", segundo a mensagem.

O e-mail foi traduzido e retransmitido em várias línguas, está em blogues e é difícil encontrar alguém que não o tenha recebido.

Uma iniciativa semelhante ocorreu há um ano, mas tinha um rosto claro. Foi lançada pela Aliança para o Planeta, uma coligação hoje com 82 organizações ambientalistas, sobretudo francesas. A data - 1 de Fevereiro - tinha uma razão de ser. No dia seguinte, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgaria, em Paris, o seu quarto relatório quinquenal sobre o aquecimento global, reforçando a culpa humana.

Em França, naqueles cinco minutos, houve uma quebra de um por cento no consumo de electricidade, o que equivale à participação de sete milhões de pessoas. Paris apagou as luzes da Torre Eiffel.

A Rede Eléctrica Nacional (REN) não vê com agrado o apelo ao apagão. Uma adesão maciça poderia provocar instabilidades no sistema de distribuição de electricidade. Amarante Santos, gestor de sistemas da REN, compara um apagão súbito ao acto de se tirar o pé da embraiagem de um automóvel, enquanto se carrega no acelerador. "O motor passa a funcionar com mais força", afirma.

A associação ambientalista Quercus também não aprova a ideia. "Esse tipo de iniciativa não representa ganhos ambientais", afirma o seu presidente, Hélder Spínola. "Aconselhamos as pessoas a adoptarem medidas de poupança de electricidade ao longo do tempo."

Nem de propósito, que aqui no blog o debate continua.

Um relatório publicado quinta-feira pelo Centro Pew revelou que, pela primeira vez na história dos Estados Unidos, mais de um por cento da população está presa.
«Apesar de todo o dinheiro que se gasta em cárceres e prisões não houve um benefício claro e convincente para a segurança pública», afirmou Adam Gelb, director de projecto no Centro Pew para os Estados, que elaborou o estudo de 37 páginas.

Durante quase três décadas generalizou-se nos Estados Unidos uma política de «mão dura» contra o crime, tanto a nível federal como estatal, que inclusive aumentou as penas de prisão por delitos menores.

«Mais e mais Estados começam a reconsiderar a sua política de enviar para a prisão os delinquentes que cometem ofensas leves e adoptam estratégias severas com o crime e menos gravosas para os contribuintes», acrescentou.

Passatempos

A sem-se-ver arranjou-me sarna para me coçar. Ela que nem se vê, meteu-me numa daquelas cadeias de blogs e quer saber seis coisas insignificantes na minha vida. Meia dúzia, portanto.
Demorei a fazer o post, mas não tive de pensar muito.

Ora aí vai:

1. dois Pedros (safa-se o terceiro)
2. um dos Jorges
3. dois Ruis (também se safa um dos três)
4. Armando (bolas, com este nome nem devia fazer parte do curriculum)
5. Virgílio ( o mesmo comentário do 4., mas com a atenuante de ter passado dois dos seis dias que durou a pensar que se chamava Paulo e a chamá-lo assim)
6. André

(são mesmo só seis? Não posso continuar?)

É suposto passar isto a outros. Vou ver a quem prego a partida...

Afiadeira.

Lembrei-me disto agora.
Sempre chamei "afiadeira" aquelas coisas que servem para afiar os lápis. Sim, eu sei que há quem lhes chame "afias" ou um mais pomposo "apara-lápis", mas eu já tenho quarenta e alguns anos de afiadeira e não me dá jeito chamar-lhe outra coisa. E aqui é assim, que as pequenas também a tratam familiarmente como a mãe lhes ensinou.
Agora a minha dúvida é esta, há mais alguém que use esta palavra que, pelos vistos, é estranha mas existe no dicionário de português, ou é mesmo só cá por casa?

Sarkozy se oferece para ir pessoalmente buscar Ingrid Betancourt

.

Piores. Muito piores que animais.

The 10-minute film then moves on to a series of scenes in which black cleaners — four women and a man — are shown drinking bottles of beer in a race that the commentary describes as "down-downs," then taking part in a running race. In a final scene, what appears to be pet food is shown being mixed with garlic in a bowl. One of the four students then takes the bowl to a toilet, and is filmed urinating in it. The bowl is then heated in a microwave, divided into five plastic cups and handed to the cleaners, who are kneeling on the floor. The students shout at the cleaners to eat it. Two immediately spit it out; the three that eat it are then presented with a bottle of whisky. The video ends with an on screen message, also in Afrikaans, which translates as: "That, in the end, is what we think of integration."


Vi o vídeo. É abjecto e chega como comentário, que nesta palavra já incluo toda a porcaria do mundo.
Não o ponho aqui, mas se quiserem relembrar como o ser humano pode ser medonho arranjem estômago e vejam-no por vossa conta e risco.

Serviço Público.

Mandaram-me o endereço deste site. E não é que está a revelar-se muito melhor que a encomenda? Centenas de links para (quase) tudo o que é importante. Já é a minha Home Page e recomendo uma espreitadela.

Mulheres de todo o Mundo, isto está-se a compôr!

Mandaram-nos estudar, tirar cursinhos, começar a produzir, pensar em coisas sérias e deixarmo-nos de andar por aí a esturrar os Gold deles? Pois nós fizemos tudo isso e até estamos a tratar da vidinha. Não sei é se o feitiço não se terá virado contra o feiticeiro...

Elas mandam, eles obedecem.
Livro de jornalista americana ensina como modificar comportamentos irritantes do companheiro utilizando técnicas de adestradores de animais.
Ao freqüentar um curso de adestradores, ela concluiu que algumas técnicas podiam ser muito eficazes se aplicadas aos homens.

E até parece que resulta:
“Às vezes, a mulher precisa assumir o controle. Mas eu não mando, eu peço”, explica Alina, casada há sete anos. Paulo concorda. “Sempre é do jeito dela, até porque ela está quase sempre certa. A Alina decide tudo”, confessa. “E, se meus amigos falam que eu sou controlado pela minha mulher, nem ligo.”

Mas pelo sim pelo não, que há uns mais renitentes e com poucos instintos Pavlovianos, e porque não queremos voltar a ser apanhadas de surpresa, que é sempre aborrecido, sugiro este pequeno e inóquo presente no próximo aniversário:

Um celular que pega na mentira. Esse serviço tem o sugestivo nome de Love Detector (detector de amor) e passou a ser comercializado pela empresa de telefonia móvel KTF, da Coréia do Sul, no dia 14 de fevereiro. (...) O programa instalado dentro do celular analisa os padrões de voz durante uma conversa e os envia a uma central. Assim que o celular é desligado, essa central remete para o aparelho de origem uma mensagem de texto indicando se o interlocutor alterou (ainda que de forma imperceptível ao ouvido humano) a entonação de sua voz em determinados instantes... Esse mesmo circuito entre celular, central de análise, e, novamente, celular de origem sugere ainda quantidade de afeto, surpresa, concentração e honestidade numa conversa.

Temos ou não temos andado a tratar(-lhes) da vidinha?

Onze toneladas de droga queimadas na Valorsul.

The Beatles - Lucy in the sky with diamonds

Os pontos nos is

Que discussão que anda para aqui. E o que eu gosto disso.

Preciso só de esclarecer uma coisinha, e nas caixas de comentários fica disperso, que já são muitas as activas.
Há várias coisas que me fazem borbulhas, mas a urticária a sério aparece com injustiças. Não consigo viver com elas, principalmente se achar que são fruto de desonestidades intelectuais. Fui advogada, e de defesa, durante muitos anos. Nunca me incomodou que qualquer cliente fosse condenado, porque se eram culpados tinham mesmo de ser. Eu não estava lá para lhes passar uma borracha por cima, estava para tentar que a Justiça fosse feita.
Quando comecei a trabalhar ouvi a história que me marcou, contada pelo meu "patrono" por empréstimo. Defendeu até ao fim, com unhas e dentes, um cliente acusado de agressões graves. Não tinha sido ele, as provas estavam todas ali, as testemunhas juraram que ele estava longe e largo naquele momento. A defesa foi perfeita e ele foi absolvido. Dias depois aparece no escritório e diz, entre esgares, doutor, foram bem enganados por nós, que eu dei-lhe e dei-lhe bem... Foi posto na rua na hora e nem a conta foi cobrada.
Ser advogado também é isto. E garanto que a minha profissão muito me honrou, porque acho que a desempenhei da forma mais honesta que soube. Quis sempre justiça, que não consigo viver de outra maneira. Mesmo para o pior dos assassinos.
Ali em baixo contei a história de um polícia que andou armado em cow-boy. Deu uns tiros, acertou num homem, e foi acusado de tentativa de homicídio. Também foi absolvido. Mas agora pode vir o resto que não disse. O meu cliente foi absolvido, o que eu achava justo, mas foi da forma errada, o que achei uma piada de mau gosto.
Foi dado como provado, na sentença, que tinha disparado em legítima defesa, E foi dado como provado também que a "vítima" estava a mais de três metros de distância e de costas. Legítima defesa? Legítima defesa de quê? de um tipo que ia a fugir rua fora?
Sim, o meu "cliente" foi absolvido, eu tinha ganho não era? Não, não era. Eu, que andava armada em justiceira, queria recorrer da sentença por absoluta desconformidade dos factos com o direiro. Fui parada por colegas mais velhos, que me explicaram que afinal o gajo tinha sido absolvido e isso é que era importante.
Não. Não era. E foi a gota de água que fez vazar o copo.
Ser advogado é também ser isto. Pôr o cliente fora do escritório porque foi desonesto e não conseguir viver com uma desonestidade, que a justiça não se faz assim. Mesmo que isso nos custe dinheiro, fama e futuro. Mas, quando achamos que estamos certos e é digno o que fazemos, mesmo que os nossos clientes "tenham só ejaculado nas cuecas", ir até ao fim, mesmo que passemos, como aqui está a contecer, por vendidos, aldrabões e gente sem coração...

Então foi assim o dia em que os deuses me pregaram mais uma partida.*

In illo tempore, lá para os lados da boa hora, havia um juiz lindo de morrer. Tinhamo-nos cruzado num jantar e eu, tenrinha, depressa ganhei o hábito de me fazer vista, que isso de longe do olhar longe do coração só pode estar muito certo. Sempre que conseguia, ao fim da tarde, que é a hora dos mágicos cansaços, lá me passeava eu pelas salas de audiência em busca de uma límpida medida qualquer.
Numa dessas tardes, e depois das trocas de sinais do costume, sua divindade não veio até mim mas fui chamada até ele. A conversa deve ter sido muito rápida, que quando dei por mim tinha nos braços não o juiz, mas um processo e o pedido, encarecido, de uma defessa oficiosa daí a poucos minutos. Não lhe podia recusar nada e prontifiquei-me a satisfazer o seu desejo. Assim que ele saiu da sala e os meus olhos se habituaram de novo à escuridão vi a palavra terrível, escrita na capa da pasta que eu agarrava como se fosse um presente - Violação. Era um presente sim, mas daqueles envenenados.
Não havia nada a fazer que ou era eu ou o polícia de serviço a fazer a defesa. Resignei-me à minha sorte, sentindo-me também eu ligeiramente abusada, e em sítios onde não esperava, e fiz-me à morte. Abri o processo e comecei a ler a acusação. Como em tudo na vida, o melhor estava a ser deixado para o fim - o tipo tinha setenta e quatro, idade para ter juízo, e ela não era uma ela qualquer, era uma menina de quatro anos.
Já tiveram daquelas voltas de estômago em que vos parece que as tripas, as grossas as finas e as intermédias, querem sair todas, e ao mesmo tempo, pela boca, nariz, as duas orelhas e o parzinho de olhos? Foi pior...
Há muito que tinha prometido a mim mesma que nunca defenderia uma besta destas e ali estava eu, sem hipóteses de fuga, e com uma a encaminhar-se para mim vinda do fundo do corredor. Lembro-me que as primeiras palavras que me disse foram "isso não é assim". Peguei logo naquele fiozinho de esperança e desembainhei de imediato a espada, pronta para lavar a honra daquele desgraçado, humilhado, vilipendiado e inocente.
Bem, vou poupar os pormenores, porque a partir daí a conversa girou em torno de cuecas, pénis, erecções, orgasmos, roçanços e o diabo que o partisse ao meio. Na minha cabeça já passavam só as aulas de medicina legal e as definições médicas de violação, atentado ao pudor, virgindade, hímen complacente, penetração, soluções de continuidade e os tipos de crimes, as idades, e o que era e o que não era o que tinha na minha frente.
Tive sorte. Nem a miúda estava no Tribunal nem ninguém que a pudesse ter conhecido. Se a tivesse visto, se lhe tivesse dado um rosto, uma família, um vizinho que fosse, não teria conseguido fazer o julgamento. Ele teve mais sorte que eu, que lhe caí do céu para o defender como castigo daquele pecadilho judicial que nem cheguei a cometer.
Lembro-me vagamente do julgamento, mas lembro-me bem da plateia do costume, os velhinhos da boa hora que fazem daquelas salas o cinema das suas tardes. Digamos que foi um julgamento sujo, muito sujo. E o juiz? Não, não me esqueci dele. Ele estava roído de gozo, entretidíssimo a dificultar-me a vida lá de cima. Doutora ainda não percebi onde o seu cliente ejaculou. Ele pode esclarecer o Tribunal? Com certeza, Meretíssimo (filho da mãe, by the way). O senhor ejaculou onde? Ah, fora das cuecas, portanto. Só encostou? Limpou ao lenço? Hum...
Sujo, como já tinha dito, mas sem dúvida nenhuma, que nestas coisas não facilito, e para bem daquela criança, não tinha havido violação, mas atentado ao pudor. Grave, gravíssimo, mas muito menos, para todos, do que teria sido uma violação.
Mas mais sujas ainda foram as alegações finais do Ministério Público. A Senhora Procuradora, bem sabendo que eu estava ali por arrasto, começa assim "sou mulher e este crime repugna-me especialmente..."
Simpática, não foi? Eu podia dizer o quê a seguir? Olhe lá, eu também sou mulher mas sou aquela cabra que se sabe e até acho que isto são coisinhas triviais, que o homem não fez mal nenhum, deixe-se lá disso...
Não disse nada disto. Disse o que, até hoje, mais me orgulho de ter dito num Tribunal. Disse que também era mulher, e também tinha nojo sim senhora, que não sou cá de coisas e a mim ninguém me ganha na repulsa. Mas, pois mas, ali o meu papel não era ser mulher, mas ajudar a aplicar a justiça. E não era justo, não podia ser, que aquele homem fosse condenado por uma violação que não tinha cometido. Castiguem-no por atentado ao pudor que ele merece (isto do merece só pensei), mas nunca por um crime que não existiu. Isso, perdoasse-me a Senhora Procuradora que era mulher e tudo, é que eu não podia aceitar, porque vai para além de se ser homem, mulher, criança ou juiz bom como o milho. Isso é uma questão de Justiça e esse tem de ser um dos valores em que acreditamos na vida.
Safei-me e ele também, que a minha argumentação foi aceite e apanhou uma pena mais leve.
Nunca mais me esqueci deste dia, em que defendi quem eu acho que não tem defesa, mas em que aprendi da maneira mais difícil como, mesmo na indignidade, aplicar a Justiça só pode ser digno.

Outra vez o juiz? O juiz não sei, que não tornei a aparecer por lá nos tais finais de tarde de mágicos cansaços, que quem tem manias tem medo e ainda me caía no colo a defesa oficiosa de algum skinhead. Outros dos tais que sempre tive a mania que nunca iria defender. E agora, é certinho que não o faça.

* a propósito da discussão que vai por aqui.

Bretões, vocês também andam com tremedeiras?

Como eu gostava que os meus dez anos tivessem sido assim

- Mamã, está ali o A.
- Quem é o A.?
- O A. é o miúdo mais corajoso da escola.
- Ai é, que é que fez?
(confesso que imaginei-o com uma lagartixa na mão, ou a trepar ao telhado, ou mesmo a enfrentar um professor injusto...)
- o A. disse na frente da turma toda que gostava de ser menina.
(três glups em seco...)
- não achas que foi de muita coragem, mamã?
- claro que acho, mas como é que vocês reagiram?
- ninguém disse nada, que não havia nada para dizer.
- e não voltaram a abrir a boca?
- sim, já falámos nisso. Achamos todos que foi preciso coragem para dizer que queria ser menina e toda a gente o admira. É o mais corajoso da escola.

Pois é. Talvez estejamos a fazer alguma coisa certa. Talvez os nossos filhos, aqueles miúdos que não sabem brincar e só vêem televisão e querem é msn e sms e essas coisas todas horríveis que fazem e o que vai ser deles que no nosso tempo é que eramos educadinhos, esses mesmos, talvez eles estejam a crescer muito, mas muito, melhores que nós.

"O diz que disse continua"

Ali ao lado há uma nova caixa. Chama-se "O diz que disse continua".
Não gosto de coisas muito complicadas e como há aí para baixo uns posts onde a "troca de impressões" ainda não acabou, achei que era mais fácil lá chegar assim...
Com o KO final darão, ou não, lugar a outros.

Mifá e Shark, é desta que vos respondo...

Pouca formação para tantas armas.

Há uns anos atrás, quando ainda andava pelos tribunais, tive de defender um polícia que tinha dado uns tiros num suposto ladrão, ali para os lados da Defensores de Chaves.
Não fazia a miníma ideia de qual seria a legislação aplicável, mas tinha visto muitos filmes de bang bang e comecei por lhe fazer as perguntas que achei lógicas. Tipo quais são as regras para o uso da arma, quando é que vos é autorizado disparar, quantas vezes vai à carreira de tiro, precisam de primeiro dar tiros de intimidação, etc, etc.
Nada. Não respondia a nada. Era um tipo novo, saído da Escola de Polícia, mas olhava para mim como se lhe estivesse a perguntar como se fazia uma bomba atómica. Não ia à carreira de tiro desde que saíra da escola, a arma fora-lhe dada no fim do curso e pronto e não, no posto não havia nada, nem um papelinho na parede, com instruções para o uso. Trouxe-me, depois de muita insistência, o Regulamento da Polícia e mais uns apontamentos da escola, mas continuavamos os dois sem saber qual era o procedimento certo e se teria falhado alguma regra. Já não me recordo como, que no tempo não havia o Google, descobri um Decreto Lei que lá dizia, numa alíneazeca, quando era legal o uso da arma por parte de um agente de autoridade. Essa legislação foi-me pedida emprestada já durante o julgamento, pela Juiza do processo e pelo Ministério Público, para tirarem fotocópias, porque nem eles a conheciam...
Mas do que nunca me esqueci foi da resposta que aquele polícia, que acabou absolvido, me deu quando lhe pedi encarecidamente que me explicasse para que é que estava autorizado a usar a arma: "Para matar animais vadios e perigosos que andem pela rua!"

Acho que não preciso de fazer qualquer comentário...

Menezes apoia luta da CGTP

PCP quer que transgénicos sejam sempre a excepção.

Ca nojo...

- mamã, reprodução assexuada é a que é feita fora do corpo da mãe, não é?
- é..... vai dormir que não são horas para estares aqui.
- como os peixes?...
- sim.................
- ...nos mamíferos não há hipóteses, pois não?....

Boa noite, sou a Teresa.

Quando comecei este blog, há dois meses e pouco, já há muito que andava pela blogosfera. Meti cá o nariz logo que começou a rebentar, há cinco anos atrás talvez, e, desde aí, não larguei mais. Como expliquei quando comecei a escrever aqui, criei muitos blogs, mas quase nenhum passou dos primeiros posts. Comentava os dos outros, muito, e sempre com o meu nome. Quando, finalmente, me decidi a arranjar uma casinha só para mim quis cortar com o meu "passado" e decidi assinar com um nick. Baptizei-me de "Ernesta" por causa do filme "A importância de me chamar Ernesto" e porque era uma piada usada na minha casa quando era miúda.

Certo é que nunca me senti bem nesta pele de Ernesta, apesar de cabra de serviço ir muito bem com a minha cor dos olhos.
Resolvi mudar o nome e passar a Teresa outra vez. É o meu e gosto dele. E não vejo razão nenhuma para continuar a ser Ernesta...

A partir de hoje passo a Teresa, que também é um nome importante!

Parece mas não é...

Big Child

Citando de ouvido, os americanos estão habituados a ver uma mulher ou um afro-americano na presidência dos Estados Unidos quando o asteróide destrói a estátua da liberdade. Foi mais ou menos isto, que a hora era muita, que Jon Stewart disse ontem durante a cerimónia de entrega dos Oscares.

Parece que esta foto, posta a circular, dizem, pela campanha de Hillary Clinton, foi muito mal recebida pelo staff da candidatutra de Obama.

Obama campaign manager David Plouffe accused the Clinton campaign Monday of "shameful offensive fear-mongering" by circulating a photo as an attempted smear.

Há nisto qualquer coisa que me falha. Se os americanos se lembrarem que as raízes do candidato são negras ele perde votos, é? Têm andado a branquear o Obama? Claro que sim, mas assumi-lo desta forma não é passar um enorme atestado de incompetência aos eleitores?
Ainda pus a hipótese de, dado os recentes conflitos no Quénia, poder haver qualquer tentativa de colarem o candidato aos Somali, mas o americano médio nem deve saber onde é o Quénia quanto mais quem são os Somali..

"The photo, taken in 2006, shows the Democrat front-runner dressed as a Somali Elder, during his visit to Wajir, a rural area in northeastern Kenya," (.....) The photo created huge buzz in political circles"...

Miúdagem, portanto. Até podem tomar o comprimido porque lhes disseram que fazia bem, mas fecham os olhos para não verem e engolem depressa para não lhes chegar lá o sabor de que não conseguem mesmo gostar...

Rui Santos agredido no parque de estacionamento da SIC

Não conheço o Rui Santos e não vejo os programas dele, mas esta notícia não me deixou só indignada, deixou-me furiosa.
Três homens encapuçados, armados, que a coberto da noite agridem um homem qua não se pode defender porque, provávelmente, não caiu bem a alguém qualquer coisinha que ele disse? Que nojo é este? Que gente cobarde é esta, que não respeita nada nem ninguém e vai andando impunemente por aí?

Consigo justificar o acto daquela mãe do post lá de baixo, que matou o filho recém nascido, mas não consigo justificar este tipo de vermes que, racionalmente, nos tentam impôr as suas regras armados de varapaus. É que estes não são animais, é gente que pensa, que decide, que escolhe mostrar a sua razão destruindo, da única forma que conhece, a razão dos outros. Entre estes e os que matam centenas numa estação de combóios não há qualquer diferença, que os princípios por que se rejem são exactamente os mesmos e o cheiro que lhes vem das entranhas apodrecidas não nos deixa enganar - para todos eles, uma vida vale menos que a arma que têm na mão e, por mais que se lhes tente explicar, vão ficar sempre convencidos que são os heróis de serviço.

Estou a pensar mudar de nome

Estou farta de ser Ernesta e, afinal, a rose by any other name would smell as sweet...

Voyeurs...

10, 9, 8, 7...

Crianças a dormir - checked.
Bolachas - checked.
Chá - cheked.
Lenha na lareira - checked.
Cigarros - checked.
Telefone ao lado para comentar com os amigos - checked.

Venham os Oscares!

Porque sim!

Dick Farney - Tereza da Praia (1971)
(a imagem é má, o som...bem, o som é o meu.)

Balada da Cisterna

Eu tinha dito que este estava a render mas hoje é domingo, dia de sobremesa.

O José do Carmo Francisco mandou outro poema e voltou a acertar na mouche. Aqui, a menos de três metros de mim, tenho uma cisterna de eirado. É dela que vem a água aqui para casa e é com essa água que se faz a sopa e se lavam os dentes. Nos primeiros tempos de vida rural a minha sensibilidade citadina fazia-me querer lavar a água que nos lavava a nós, mas depressa percebi que precisava era de lavar os olhos e passar a ver com a alma. Lembrei-me de quando era miúda e ouvi aquela mulher, de enxada às costas, dizer à minha mãe minha senhora, os seus filhos não estão sujos, isso é terra!...

E isto, a seguir, é água. Fresca. Pura. Da cisterna do eirado.

Balada da cisterna

Cisterna de eirado
Onde estive um dia
E que tinha ao lado
A água mais fria

A água mais pura
Na antiga cisterna
Matando a secura
Da sede moderna

Um jarro na mesa
O bordado com rede
Espelha mais beleza
Quando mata a sede

Cisterna de eirado
Lá no Carvoeiro
Com o mar calado
Fala o nevoeiro

Eu subo à açoteia
Para olhar melhor
Com pés de areia
Sinto mais calor

Comemos sardinhas
No calor da brasa
O sumo das vinhas
Na sombra da casa

Cisterna de eirado
Ficou a saudade
A sede é passado
A água é verdade

Ela veio da Terra
Ela veio do Mundo
A pedra da serra
Desenha o fundo

De cisterna fria
Balde de metal
Onde uma enguia
Vigia o caudal

José do Carmo Francisco

Ufa!

Como diria o Américo Tomás, já respondi a metade dos comentários ali em baixo, vou responder à outra metade e ainda me vão ficar muitos sem resposta....

PS reúne-se 3 dias na Guarda para discutir políticas sociais

A Guarda já era a cidade dos 3 "F":
Os que lá vivem dizem-na Farta, Forte e Fria.
Na Covilhã chamam-lhe Forte, Fria e Feia.
Nos póximos 3 dias passa a Fria, Farta e F..dida*!

*lápis azul

E também não temos conta no BCP...

"Lei exclui 90% dos alunos"

O Parlamento discute hoje o novo enquadramento legislativo para a educação especial, no meio de uma encruzilhada de opiniões contestatárias e medidas no terreno. Ninguém se atreve a pôr em causa o ideal da escola inclusiva, mas pais, professores e especialistas manifestam expressivas reservas ao Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, enquanto o Ministério da Educação se desdobra em acções para pôr em prática o seu modelo de integração.

Há uma confusão muito grande neste País em relação ao que são problemas de aprendizagem e dificuldades de aprendizagem específicas. Estes alunos existem. Não são inventados. Se os sujeitarmos a exames como imagiologias por ressonância magnética pode não acusar nada, mas vêem-se diferenças claras em relação aos alunos normais. Essas desordens provocam problemas no processamento de informação, que se reflectem, em termos académicos, nas áreas da leitura, escrita, cálculo e muitas vezes do próprio ajustamento social.


Lembrei-me, quando li isto, dos filhos dos emigrantes portugueses na Suiça. Há um ou dois anos atrás, não me recordo, foram incluídos no ensino especial por terem considerado que o não dominarem a língua lhes trazia dificuldades acrescidas de aprendizagem. Foi um escândalo, que deu origem a protestos diplomáticos, a as autoridades Suiças recuaram e integraram-nos no ensino regular. E bem, na minha opinião.

Tenho uma filha com necessidades educativas especiais. Muito especiais. Tem trissomia 21, mongolismo como o povo diz, e tenho andado atenta às mudanças que por aí vêm. Não por esta nova lei ir mudar o que quer que seja na vida dela, mas porque gosto de saber o que se passa.

A Clara, desde que entrou para a escola, que está integrada no ensino regular. Já lá vão dez anos. Nunca me passaria pela cabeça fazer diferente ou pô-la numa escola especializada.
Não sei se foi só sorte dela e minha, mas desde que nasceu e que nos foi "oferecido", poucas horas depois, o diagnóstico que me pareceu na altura catastrófico, tem tudo corrido dentro da maior normalidade possível. Confesso que nunca pensei que este nosso país, pobre e atrasado, funcionasse tão bem.
Assim que a Clara nasceu foi "referenciada" e comunicada ao Centro de Saúde da minha área de residência a sua existência. A máquina começou a mexer e, até agora, mexeu sempre bem. O processo dela foi enviado para o Hospital Pediátrico de Coimbra, onde começou a ser seguida nas consultas de Desenvolvimento e foi incluída numa coisa chamada PIP - Projecto de Intervenção Precoce. Não tive de fazer o que quer que fosse para que isto acontecesse.
Mal que o coração dela foi remendado, no Serviço Nacional de Saúde, com uma arte que não parecia possível, e ela foi para casa, que teve uma educadora do Ensino Especial, duas manhãs por semana, a ensinar-lhe os primeiros truques.
Quando, aos dois anos, foi para um colégio a mesma Educadora acompanhou-a e passou a dar-lhe lá o apoio que até aí era dado em casa.
Entrou para a escola pública já no Algarve e tudo continuou a correr sobre rodas. Sempre teve, nas várias escolas por onde passou, uma funcionária só para a acompanhar, algo que nunca achei necessário e que ela dispensava, mas que a escola fazia questão de dar. Teve, e tem, professores de ensino especial na escola, psicóloga, terapeuta da fala, actividades alternativas ao curriculum normal, enfim, muito mais do que alguma vez esperei. E não estou a falar de escolas de grandes cidades, mas escolas de província.
A Clara sabe ler, escrever, está integrada na escola e é autónoma há muito tempo. Até já diz ai que merda quando as coisas não lhe correm bem e se eu ralho pela frente esfrego as mãos de contente por trás. Ensino inclusivo!

Há pouco tempo atrás, numa caixa de comentários de um outro blog, tive uma "ligeira" troca de impressões por causa do uso da palavra mongo como sinónimo de imbecil ou estúpido.
A maior parte das vezes dou de barato este tipo de coisas, mas como quem usou o termo foi quem estava a defender a limitação do direito de liberdade de expressão em nome da sensibilidade allheia, achei que devia meter a colherada. É que o ensino inclusivo não ensinou só a Clara. Ensinou os outros todos a viverem com a diferença e a respeitá-la. E, no recreio daquela escola com alunos do 5º ao 9º, pode-se ouvir dizer merda, e a Clara dizer também, mas "mongo" já ninguém usa.
Numa escola especial ela teria "aprendido" melhor? Talvez, mas de certeza que não aprendia mais. E acredito, profundamente, que também tem ensinado muito a todos os que com ela se cruzaram.

Por tudo isto acho que se a nova lei tem como regra a inclusão no ensino regular da maior parte das deficiências, só poderá fazer mais bem que mal. Deixemo-nos lá de ser proteccionistas, que metê-los em algodão em rama com medo dos tombos que possam dar é a pior coisa que se pode fazer a estes miúdos. Mas isto digo eu, que sou uma amadora que teve sorte na vida.

Tenham as escolas capacidade e vontade para receber estas crianças que a inclusão é bem vinda. E se 90% dos alunos com necessidades educativas especiais ficam fora do ensino especial, talvez só lhes venha a fazer bem. À Clara fez!

Chuva intensa regressa ao País, mas não se prevê um temporal.

Ai não? Então e isto:










(foto D.N.)

Também somos animais.

Porto, 22 Fev (Lusa) - A mãe de um bebé recém-nascido encontrado morto e congelado numa arca frigorífica numa residência de Vilar de Andorinho, Gaia, vai ser ouvida hoje pela Polícia Judiciária, por suspeita de autoria do crime, disse à Lusa fonte policial.

A mesma fonte indicou que a mãe do bebé terá já confessado a autoria do crime.

Horrível, não é? É. E o que vou dizer a seguir vai parecer ainda mais horrível.

Somos animais e temos, como eles, comportamentos que não são entendíveis nem explicáveis. Este é um dos exemplos. E é também um dos exemplos de como, por vezes, a voz da maioria não é a mais acertada. Entregasse-se esta mãe à justiça popular que era quase certo levar com pena máxima, que matar um filho acabado de nascer arrepia-nos a todos.

Agora sim, vem o horrível. Somos animais. Na natureza é assim. As mães, sem se perceber porquê, matam algumas crias.
Se esta mulher, que matou um recém nascido, fosse tia dele, arriscava até 25 anos de cadeia. Como é mãe apanhará, no máximo, cinco anos. Estranho? Não, somos animais e, por vezes, há que reconhecer que, infelizmente, certos instintos são incontroláveis.
Este crime chama-se "Infanticídio" e a lei diz assim A mãe que matar o filho durante ou logo após o parto e estando ainda sob a sua influência perturbadora é punida com pena de prisão de um a cinco anos.

Também somos animais e por vezes é bom que não esqueçamos isso, para não termos a arrogância de nos julgarmos deuses.

No poupar é que está o ganho.

Ao ler o Samuel lembrei-me da velha piada que continua actual - por razões de contenção orçamental o governo mandou apagar a luz ao fundo do túnel...

Ontem foi o meu dia...


O José do Carmo Francisco ofereceu-me dois poemas, um que foi logo publicado e o outro que está a render.
O Samuel, do Cantigueiro, distinguiu-me como "blog muito bom, sim senhora" e com direito ao crachat do lado e tudo.
O Sharkinho, meu patrono nestas lides, fez-me um espicho que me deixou a rebentar de orgulho.
Definitivamente, quarta-feira é o meu dia!

Foi dar a benção ou a extrema unção?

Estes gajos do continente que fazem estudos são todos comunistas...

Segundo este estudo, feito para a Rádio Renascença, SIC e Expresso, que a RR divulga no seu site, 72,2% dos inquiridos responderam «Não» à pergunta «A Madeira deve ser independente?».

Igualmente questionados sobre se a Madeira tem condições para ser independente, 68% consideram que não, contra apenas 6,9% que afirma que sim.

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Sócrates, numa das suas múltiplas visitas a escolas, numa delas considerada escola-modelo onde foi distribuir uns computadores aos professores, resolve pôr um problema às criancinhas. (Desta vez, parece que não houve casting prévio...)
- Meninos, tenho um problema para vocês resolverem. Quem acertar na solução ganha um computador que eu ofereço!!!
Então, é assim:
Um avião saiu de Amesterdão com uma velocidade de 800 km/h; a pressão era de 1.004,5 milibares; a humidade relativa era de 66% e a temperatura 20,4 ºC. A tripulação era composta por 5 pessoas, a capacidade era de 45 lugares para passageiros, a casa de banho estava ocupada e havia 5 hospedeiras, mas uma estava de folga.
A pergunta é... Quantos anos tenho eu?
Os alunos ficam assombrados.
O silêncio é total.
A professora fica estupefacta.
Então, o Joãozinho, lá no fundo da sala e sem levantar a mão, diz de pronto:
- 50 anos, senhor inginheiro!
José Sócrates surpreendido fita-o e diz:
- Caramba! Acertaste em cheio. Vou dar-te o computador!
Eu tenho mesmo 50 anos!
Mas como chegaste a esse número?
E Joãozinho diz:
- Bem, foi muito fácil. Foi uma dedução lógica: é que eu tenho um primo que
é meio parvo, e tem 25 anos...!

Stop the Pigeon...


EUA destroem satélite espião à deriva com tiro de míssil

Grandes mentirosos! Sugiro castigos adequados. E que nenhum se fique a rir...

Bestas domésticas.

22 mulheres mortas. 2 crianças. 63 tentativas de homicídio.
Um ano de casas portuguesas, com certeza...

Lux - Sociedade Recreativa e Cultural de Santa Apolónia

E a regra mais uma vez se confirma. Não há lei que não tenha um buraco. Ou mesmo vários buracos. E depois ainda se acha estranho como se dá a volta à lei. Não é preciso, que a maior parte das vezes as leis embrulham-se sozinhas nas voltas delas.
Não se pode fumar em discotecas? Lei do Tabaco? Isso era ontem, que a solução já aí está, limpinha, escorreita e técnicamente perfeita. Ainda por cima, absolutamente viável.

A transformação de um bar ou discoteca em associação cultural e recreativa sem fins lucrativos dá aos empresários a possibilidade de permitir fumar nos seus estabelecimentos, anunciou hoje a associação do sector.
Para isso, disse António Fonseca, presidente da Associação de Bares e Discotecas da Zona Histórica do Porto (ABZHP), "os empresários podem constituir uma associação sem fins lucrativos", uma espécie de clube.
"O clube será constituído pelo bar, onde será expressamente proibido fumar e que estará fisicamente separado dos restantes espaços, e pela sala de convívio, onde os sócios gozarão de total liberdade de acordo com o preceituado interno, respeitando os princípios da ordem pública, bons costumes, liberdade e auto-determinação pessoal dos sócios", anunciou.

Assim, todos os clientes de um bar ou discoteca que seja transformado em clube terão que ser sócios da casa.

"É como um espaço privado, em que é permitido fumar", sustentou.

O responsável considerou que "não é difícil criar este formato", aconselhando ainda os empresários a concessionarem os bares para que possam ter lucro.

Elementar, não é? E ainda por cima uma solução dois em um:

Balada da Serra dos Candeeiros

Mandaram-me um poema. Ontem disseram que o iam fazer e hoje lá estava ele na caixa do correio, num bonito sobrescrito azul e com endereço desenhado a tinta permanente.
Não sei a que devo tal ventura, que nada fiz para o merecer, mas as surpresas boas são assim, surpresas.

É a balada de um pretérito presente, com uma serra de luz, ventos de mar e pedras de cal, que me levou até às minhas serras e às minhas pedras. Por ela espreitei a outra serra que também brilha à noite, com a luz das estrelas, e a que pára os ventos do mar para nos dar uma viagem boa. E tal como estas, as pedras do meu sítio também têm cal e são generosas como um corpo que se vai deixando moldar. Andam por longe as minhas pedras sem veios. Foram levadas até onde buril e picareta delicadamente as abriram para mostrar os seus segredos. Reza a lenda que o Convento em Mafra nasceu destas pedras, duras e macias ao mesmo tempo, carregadas até lá em cortejos de carros de bois.

Eu e o autor deste poema pouco sabemos um do outro, para além da geografia que nos criou.
A medo, porque não tenho casa digna para os seus escritos, que conheço daqui e onde a encadernação é de carneira fina e não de papel prensado como esta, perguntei-lhe se podia publicar. Com a resposta chegou outro poema. Está guardado, que em casa de Deus também há governo.

José do Carmo Francisco, desculpe o pó, a roupa suja pelo chão e a loiça por lavar, mas entre e esteja à vontade. O café, pelo menos, é quente e forte, e posso servir-lho enquanto oiço mais uma vez a sua balada, onde também encontrei o meu lá atrás.


Balada da Serra dos Candeeiros

Grande parte da minha vida
Feita de paz e sem guerra
Foi numa casa construída
Com pedras daquela serra (Mote)

Na Serra dos Candeeiros
Parava o vento do mar
Eram lentos os carreiros
Com os olhos a cantar

Traziam pedras gigantes
Para a mão dos britadores
Fazer em poucos instantes
As pedras dos construtores

Os pedreiros sujos de cal
A pegar no fio de prumo
Que traça numa vertical
Lugar do fogo e do fumo

Sem desenhos ou papéis
Nascia a planta dum lar
Quatro canas dois cordéis
São os limites dum lugar

Na Serra dos Candeeiros
O azeite era o mais puro
Os ventos tão verdadeiros
A cantar por sobre o muro

Vinha a água das cisternas
Sempre boa e sempre fria
Sem as técnicas modernas
A limpeza era uma enguia

Vinha o leite já fervido
Vinha o queijo saboroso
O dia era mais comprido
Tudo era mais vagaroso

A pedra que me defende
Do Verão e do Inverno
Não se paga nem se vende
É um valor forte e eterno.

José do Carmo Francisco

Presos do pleonasmo.

Reclusos que sequestraram padre em Pinheiro da Cruz condenados a seis anos e 10 meses de cadeia

Cavaco Silva promulga diploma sobre carreiras das Função Pública embora continue a ter dúvidas

Longe vai o tempo em que nunca tinha dúvidas e raramente se enganava...

Uma posta de pescada e de um snobismo insuportável !

It has been said that democracy is the worst form of government except all the others that have been tried.
Sir Winston Churchill


Um amigo meu comprou um frigorífico novo e para se livrar do velho, colocou-o em frente do prédio, no passeio, com o aviso:
"Grátis e a funcionar. Se quiser, pode levar".
O frigorífico ficou três dias no passeio sem receber um olhar dos passantes.
Ele chegou à conclusão que as pessoas não acreditavam na oferta. Parecia bom de mais para ser verdade e mudou o aviso:
"Frigorífico à venda por 50,00 €".
No dia seguinte, tinha sido roubado!

Cuidado! Este tipo de gente vota!


Ao visitar uma casa para alugar, o meu irmão perguntou à agente imobiliária para que lado era o Norte, porque não queria que o Sol o acordasse todas as manhãs. A agente perguntou: "O sol nasce no Norte?"
Quando o meu irmão lhe explicou que o sol nasce a Nascente (aliás, daí o nome e que há muito tempo que isso acontece!) ela disse: "Eu não estou actualizada a respeito destes assuntos".

Ela também vota!


Trabalhei uns anos num centro de atendimento a clientes em Ponta Delgada - Açores. Um dia, recebi um telefonema de um sujeito que perguntou em que horário o centro de atendimento estava aberto.
Eu respondi: "O número que o senhor discou está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana." Ele então perguntou: "Pelo horário de Lisboa ou pelo horário de Ponta Delgada?" Para acabar logo com o assunto, respondi:
"Horário do Brasil."

Ele vota!


Um colega e eu estávamos a almoçar no self-service da empresa, quando ouvimos uma das assistentes administrativas falar a respeito das queimaduras de sol que ela tinha, por ter ido de carro para o litoral. Estava num descapotável, por isso, "não pensou que ficasse queimada, pois o carro estava em movimento."

Ela também vota!


A minha cunhada tem uma ferramenta salva-vidas no carro, para cortar o cinto de segurança, se ela ficar presa nele. Ela guarda a ferramenta no porta-bagagens!

A minha cunhada também vota!


Uns amigos e eu fomos comprar cerveja para uma festa e notámos que as grades tinham desconto de 10%. Como era uma festa grande, comprámos 2 grades. O caixa multiplicou 10% por 2 e fez-nos um desconto de 20%.

Ele também vota!


Saí com um amigo e vimos uma mulher com uma argola no nariz, ligada a um brinco, por meio de uma corrente. O meu amigo disse:
"Será que a corrente não dá um puxão cada vez que ela vira a cabeça?"
Expliquei-lhe que o nariz e a orelha de uma pessoa permanecem à mesma distância, independentemente da pessoa virar a cabeça ou não.

O meu amigo também vota!


Ao chegar de avião, as minhas malas nunca mais apareciam na área de recolha da bagagem. Fui então ao sector da bagagem extraviada e disse à mulher que as minhas malas não tinham aparecido. Ela sorriu e disse-me para não me preocupar, porque ela era uma profissional treinada e eu estava em boas mãos."Agora diga-me, perguntou ela... o seu avião já chegou?"

Ela também vota!


À espera de ser atendido numa pizzaria observei um homem a pedir uma pizza para levar. Ele estava sozinho e o empregado perguntou se ele preferia que a pizza fosse cortada em 4 pedaços ou em 6. Ele pensou algum tempo, antes de responder: "Corte em 4 pedaços; acho que não estou com fome suficiente para comer 6 pedaços."

Isso mesmo, ele também vota!


Não são os políticos que são maus!...

Mau é quem os elege...

(recebido por email, claro!)



O Fort Knox do urânio?




A Alemanha anunciou ter apresentado à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) um projecto de banco internacional de combustível nuclear

UE diz estar pronta para descongelar laços com Cuba






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Muita parra, pouca uva.

Há poucas coisas que não suporto na vida, mas uma delas é gente que gosta de andar nos bicos dos pés. Gente com muita prosápia, como o meu pai diria, mas que virada do avesso, ou nem isso, vale menos que uma noz furada.
Gosto de gente direita, com coluna vertebral que não verga e que faz antes de falar. Como a J., uma miúda, com um pai que a podia sustentar a ela e a mais vinte irmãs sem ter que se preocupar muito ou notar grande falta. Viveu anos seguidos nos Estados Unidos e no dia em que ele a mandou vir ela disse que não. A conta bancária deixou de estar recheada, mas não foi isso que a fez desistir - vendia o sangue, mas comia um hamburguer.
A J. é assim. Tem um curso de Engenharia de uma das melhores universidades americanas, mas está a secretariar o pai, que quando ele precisou ela veio. Nunca a ouvi dizer que o pai era rico e sempre a vi contar os tostões para chegar ao fim do mês. E ela sabe, como eu sei também, que era só pedir.
Depois há os outros. Os que falam muito e fazem pouco. A tal prosápia. Muita conversa, muito encanto, só bons conselhos e muita dignidade, mas da porta da rua para fora. Pessoinhas pequeninas, parasitas que se vão encostando aqui e ali, encantando este e aquele, fugindo para a frente que lá está o caminho. Ninguém os leva presos, que a faladura é muita, mas vivem como pobres coitados, a esconder o roto da meia com o vinco da calça.
Não tenho raiva, tenho pena. E a pena faz-me recolher as unhas e ir deixando passar a procissão, que pior que o olhar dos outros deve ser o deles quando se olham ao espelho. Sozinhos, sem prosápia que lhes valha.

Somague condenada em 600 mil euros por financiamento ilegal ao PSD

Devagarinho, muito devagarinho, esta terra ainda vai lá.
Pela primeira vez uma empresa é condenada por financiamento ilegal de um partido e o Tribunal Constitucional quis mesmo fazer história, que aplicou também a multa mais alta de sempre a uma estrutura partidária.

Nas autárquicas de 2001 a Somague pagou uma conta do PSD a uma empresa de design e comunicação, sem que tal financiamento tenha aparecido nas contas do partido. A marosca foi apanhada pelas Finanças que a comunicou ao Tribunal Constitucional. Os inspectores detectaram uma factura de 15 de Março de 2002, emitida à construtora civil e à qual estavam anexadas outras sete facturas, no valor total de 233.415 euros, por serviços prestados ao PSD e anuladas sob a justificação de que davam “origem a uma factura única à Somague “.
Estes 233 mil euros terão agora que ser devolvidos ao Estado. Para além de ter que devolver o dinheiro recebido ilegalmente, o PSD é também condenado no processo a uma multa de 35 mil euros. O TC decidiu também condenar Vieira de Castro (secretário-geral adjunto dos social-democratas à epóca do financiamento e Diogo Vaz Guedes (ex-CEO da Somague), ambos com uma multa de 10 mil euros.

Contas feitas, a gracinha vai render ao Estado a módica quantia de 888.415 euros. Não tarda temos o PSD a alardear o seu abnegado patriotismo e a sua enorme contribuição para o equilibrio das contas públicas.
No entretanto, posso imaginar como a esta hora muitas outras empresas e dirigentes partidários, de todas as cores e feitios, estão com o rabo tão encolhidinho que mal se vê.

Nem de propósito, que é hora de almoço.

A Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) alertou hoje que qualquer consumidor pode recusar pagar o couvert que habitualmente os restaurantes colocam na mesa dos clientes sem ser pedido, mesmo que seja consumido.
Se num restaurante colocarem a «entrada» na mesa sem o cliente a pedir, em circunstância alguma terá de a pagar, defende a APDC porque como o couvert lhe foi apresentado sem o ter pedido, poderá mesmo consumi-lo sem ter de o pagar, porque a lei a tal não obriga.

«O consumidor não fica obrigado ao pagamento de bens ou serviços que não tenha prévia e expressamente encomendado ou solicitado, ou que não constitua cumprimento de contrato válido, não lhe cabendo, do mesmo modo, o encargo da sua devolução ou compensação, nem a responsabilidade pelo risco de perecimento ou deterioração da coisa», explica a APDC em comunicado.

«Não são os usos comerciais que fazem lei. É a lei expressa que tem de ser observada com todo o rigor. A aposição dos acepipes na mesa - sem prévia solicitação - pode configurar um ilícito», ao abrigo do o n.º 4 do art.º 9.º da Lei de Defesa do Consumidor, lê-se no mesmo texto.

Falou tá falado, não tem discussão...*

OBAMA SOMA E SEGUE
Mário Soares




*com link para a música "Apesar de você"

Fidel Castro renuncia ao cargo de Presidente da República Cubana

Com um ar visivelmente abalado e sem conseguirem esconder a emoção, Alberto João Jardim e Pinto da Costa já anunciaram em conferência de imprensa conjunta que, não podendo deixar de seguir o exemplo do seu comandante, também renunciam aos cargos de Presidente.

Cavaco, o eterno Cavaco!

Portugal...and I am the President... The President of Portugal....

Vi agora mesmo, foi na Jordânia, e não é que com isto para além do desconto da praxe conseguiu que o vendedor de rua lhe ofecerecesse o bric à brac? Acho que devia ter dito que era do país do Ronaldo e do Figo. Podia ter ganho mais qualquer coisinha e o tipo tinha percebido melhor...

Casa Pia: Ex-monitor condenado a 5 anos e 6 meses de prisão

Este tipo, que só pode ser um animal, que abusou 32 vezes de duas crianças surdas mudas, foi condenado a cinco anos e meio de cadeia. Uma farturinha, que se tudo correr bem daqui a dois anos está cá fora e criancinhas não faltam por aí.

Quer-me parecer que esta pena é uma consequência bem prática das alterações do novo Código Penal, que considera que pode haver crime continuado no caso de abusos sexuais. Esta besta em vez de ser condenada a 32 penas, por 32 crimes, para ver se se lembrava 32 vezes da porcaria que fez, e só depois ser feito o cúmulo jurídico destas penas todas, que mais de 25 anos não podia nunca levar, deve ter sido condenado por dois crimes de abuso, um por cada criança, continuados no tempo. Devia ser interessante tentar explicar às criancinhas que aquela vez, e a outra, e mais a outra, no fundo no fundo era sempre a mesma. Como diriam os brasileiros, que percebem destas coisas, pimenta no cu do outro é refresco...
Sorte a dele, não é, isto de agora se poder considerar que nestes casos há crime continuado e ter aparecido tão a propósito uma alíneazinha nova no Código Penal. Se ele soubesse disto a tempo até talvez tivesse aproveitado mais algumas vezes, que a diferença agora nem havia de ser muita. Ou nenhuma.

Espero, sinceramente, que a pena lhe seja leve e que na cadeia seja bem tratadinho. Tão bem ou melhor do que ele tratou aqueles dois miúdos. E de forma continuada, de preferência!

It's raining cats and dogs.

A chuva chegou ao Allgarve.

Se a memória não me falha...

Actividade na mina de Aljustrel é baseada em trabalho precário.
Dos 998 trabalhadores que laboram no complexo mineiro, apenas 45 estão no quadro da empresa.

Se a memória não me falha mesmo esta é uma daquelas histórias interessantes. As minas de Aljustrel foram vendidas em 2001 à EuroZinc, uma pequena empresa canadiana práticamente desconhecida no mercado. Na altura, estava já a ser preparado o processo de privatizaçao das Minas de Neves Corvo onde o Estado Português detinha 51% do capital.
Em 2004 Manuela Ferreira Leite (outra vez ela hoje!) prosseguindo o compromisso da redução do peso do Estado na economia, limitando a sua presença ao estritamente necessário, e no âmbito da política de privatizações, o Governo, através da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SGPS, SA, concretizou a venda dos 51% que esta empresa detinha na Somincor – Sociedade Mineira de Neves Corvo, SA.
A Eurozinc Mining Corporation tem tido uma actuação continuada em Portugal nos últimos anos, com particular incidência na área mineira de Aljustrel.
Velhos conhecidos, portanto. Afinal estavam há três anos em Portugal e levaram com o preço de amigo de 70 milhões de Euros. Parece até que as minas já nada produziam e as reservas de cobre, chumbo e prata estavam nas últimas.

Deviam estar, e o negócio deve ter sido péssimo. Tão mau que a EuroZinc em Outubro de 2006 foi comprada pela Lunding Mining, uma companhia sueca que não dorme em serviço. O preço? Só eles sabem.
Nós podemos saber é outras coisas, que as contas são públicas. Podemos saber que no Relatório e Contas de 2006 os novos e felizes proprietários escrevem, para quem os quiser ler, que em 2006 as vendas aumentaram 181%, o que equivale em moedinha contada a trezentos e quarenta e sete milhões e setecentos mil dólares, assim em bold para se ver bem. E porquê? Porque o tal preço dos metais que estava tão em baixa que até justificou preços de saldo quando nós vendemos subiu e, esta é a parte com piada, ganharam mais $ USD 119,9 milhões graças à compra das Minas de Neves Corvo à EuroZinc!!
Assim, tão fácil como limpar o rabo a um bébé. Ou tão fácil como mandarem-nos a todos à merda, sei lá, que vendemos há uns dias atrás num negócio fabuloso que "encaixou" nas contas do Estado os tais setenta milhões de euros que tanta falta nos faziam. Muito mais falta que o cobre, o zinco e a prata que os suecos, aqueles tipos que até têm um país decente e rico, estão a tirar do nosso sub-solo e a fazerem uns trocos com isso.

Falta só a cereja no topo do bolo e o voltar à notícia de abertura. Na nota à imprensa distribuída pelo Governo Português aquando da venda dizia-se, e ficámos todos descansados, que os senhores estão lá para tratar de nós, o modelo de alienação escolhido permitiu acautelar os interesses e preocupações do Estado Português. As preocupações fundamentais no que se refere à exploração do jazigo, ao ambiente, ao emprego e à segurança estarão acauteladas através da revisão do Contrato de Concessão, celebrado com o Estado.

Que bom que é quando se acautelam assim....

Nem tudo o que é off-shore é oiro...

Se hoje a nossa burocracia dá connosco em malucos, com simplexes e tudo, há pouco menos de quinze anos atrás era bilhete certo para o manicómio mais próximo.
Não sei bem se ainda me recordo de todos os passos, mas para um estrangeiro comprar uma casa em Portugal tinha de arranjar mais papelinhos, certidões e comprovativos que aqueles que tinha visto em toda a vida.
Começava por uma autorização do Banco de Portugal (e, se não me engano, do Investimento Estrangeiro também), o que demorava sempre uns tempos. No entretanto eram pedidas as certidões do Registo Predial, das Finanças, Procurações traduzidas e com apostilha do Consulado, certidões comerciais da empresa que estava a vender, e mais uns tantos para o monte, que havia sempre um papelinho desconhecido que faltava. Quando, meses depois, se tinha tudo na pastinha devida, percebia-se que o primeiro já tinha passado de prazo e começava a dança toda outra vez, que isto de prazos é como os dominós - cai um e arrasta os outros todos. Com a graça dos deuses e a simpatia da nota na mão do funcionário lá se conseguia ter tudo em ordem e só faltava fazer a escritura. Outra dança, que notários era mentira, tinham sempre muito trabalho e só já estavam a marcar para daí a dois ou três meses, exactamente quando os papelinhos estavam todos outra vez fora de prazo...

Disse, há uns tempos, que ia fazer um post sobre off-shores. Estou a fazê-lo agora.
Há poucos anos atrás, quando cheguei ao Algarve, fui oficialmente apresentada às sociedades off-shore. Imaginei mafias e traficantes, gangsters e foragidos. Tudo a lavar dinheiro nessas tais off-shores de má fama. Para minha grande surpresa, as personagens negras da minha imaginação eram simpáticos casais de reformados, com a vida mais limpa e branca que a roupa do omo, que tinham uma casinha de férias em Portugal em nome de uma off-shore. Porquê? Porque era simples. Tinha a mesma simplicidade que conheciam lá na terra deles. Lidavam com a burocracia portuguesa uma vez, quando compravam, mas assim que quisessem vender sabiam que em quinze dias tinham tudo despachado e o dinheiro na conta.
O processo era simples. Uma sociedade, com sede normalmente em Gibraltar, criava e vendia uma outra sociedade prontinha a ser usada. Os sócios e administradores das novas sociedades eram sempre os mesmos e quem comprava assinava com eles um contrato de Trust, coisa que em Portugal não existe, mas que funciona por toda essa europa fora. Em traços grosseiros, nesse contrato era dito que os proprietários da sociedade detinham em seu nome bens que não eram deles e se obrigavam a dar-lhes somente o uso e destino que os reais proprietários, ou "beneficial owners", na gíria, os mandatassem para dar. Uma carta ou um fax, sem grandes complicações, era o suficiente.
A casa em Portugal era comprada em nome dessa nova sociedade e quando os seus donos a quisessem vender só tinham de informar a sociedade administradora do facto e assinarem com os compradores um contrato particular onde era transmitida a posição no trust. Simples e eficaz.
Gibraltar porquê? Porque lá, tal como noutros "paraísos fiscais", estas sociedades non-trading não são obrigadas a pagar impostos, já que não têm lucros.
Nada disto era barato, que pela administração destas sociedades toda a gente se cobrava bem e só uma procuração vinda de Gibraltar chegava a custar £ 400 e as "annual fees", pagas à empresa mãe, andavam pelas £ 2500... Contas feitas e a Sisa que já não precisavam de pagar em Portugal era muitas vezes inferior.
Fuga aos impostos? Só por tontice... Branqueamento de capitais? A maior parte até comprava com empréstimo bancário... A grande parte das vezes foi fuga, mas à terrivel burocracia portuguesa.
É em nome de todos esses simpáticos velhinhos que conheci e que compraram casas ao sol e ao sul através de uma off-shore, que estou a escrever isto. Porque nem tudo o que vem na rede é peixe e eles foram apanhados numa rede estendida há exactamente cinco anos atrás, pela Manuela Ferreira Leite, que pôs carimbos de criminosos em todos eles, quando conhecia, bem melhor que eu, a situação real. Mas deu-lhe jeito para equilibrar as contas públicas. A perseguição foi tão grande e os dedos apontados eram tantos que os proprietários das casas tiraram-nas das off-shores e passaram-nas para o nome deles. Ainda hoje gostava de saber quanto o Estado português embolsou só em sisas, emolumentos notariais, registos e mais valias. Foram milhares de escrituras feitas em menos de um mês. O de Dezembro. O último do ano. Quando mais apetecia uma entradinha de dinheiro fresco para equilibrar um pouco o descalabro das contas públicas. Isto sim, foi roubar à luz da lei. E é tão certo ter sido assim que casas que na altura, se tivessem continuado em nome das famigeradas off-shore, passariam a pagar mais de dez mil euros anuais de impostos, já estariam hoje a pagar cinco vezes menos se lá tivessem continuado. Mudam-se as leis à medida dos apertos orçamentais e trata-se como criminoso quem nunca o foi nem pretendeu ser.
Moral? Só a de quem manda e pode.

Shark, esta é para ti.


Porque é a única fotografia decente que tirei em toda a minha vida e porque foste tu que me convenceste, há dois meses atrás, a entrar de vez na vida artística blogueira. Já tenho mais que "quatro seguidas" e espero não parar tão depressa, que redescobri o prazer de escrever. Obrigada, pazinho!

Olhem que dois...

Casino: Governo de Barroso é que negociou
Santana aponta Arnaut.


Zé Luís, quando brincávamos em miúdos lembro-me de te ver a comer os macacos que tiravas do nariz. Espero que o continues a fazer, que se os colaste debaixo da mesa vais ser apanhado de certeza...

Acordei com Chico, o que é sempre um bom acordar

Eu Te Amo - Chico Buarque, Tom Jobim e Telma Costa

Quem dá mais?

Lisboa mete água. Nada de novo...

Mau Tempo: Vias cortadas, ribeiras a transbordar e inundações domésticas no distrito de Lisboa.

As donas da caverna.

A lenha estava molhada, mas quis acender a lareira. A caixa das acendalhas só tinha uma e as pinhas já se foram há muito. Tentei tudo o que sabia e mais o que inventei. Gastei um frasco de álcool, os suplementos todos do Expresso, as publicidades da caixa do correio e os papéis de rascunho. Chama havia muita, só que era fogo de pouca dura. Consegui uma hora depois, com cola de contacto, mas já foi mais por teimosia que por necessidade.

Matar um mamute com arcos, flechas e umas lanças de ónix nem devia ser difícil. Difícil devia ser acender o fogo para o cozinhar. Se com tantas parafernálias eu não acendia uma lareira, imagino o que seria fazer fogo para o jantar a bater com duas pedras debaixo de uma tempestade de neve.
Dê por onde der, as mulheres ficavam sempre com o trabalho pior, mas nas pinturas rupestres quem aparece são eles. Já vem de longe a ida ao café e o jornal no sofá, que fizeram muito e estão cansados. É que enquanto os Cro-Magnos se armavam em heróis pintando-se nas paredes lá da casa em menos de um fósforo, elas batiam com as pedrinhas para acenderem o fogão.
E, garanto, não devia ser nada fácil.

Será normal?

Ter a minha filha mais nova, de dez anos, a discutir comigos preços de seguros de saúde? E não é que ela está bem informada e até sabe que o nosso é estupidamente caro e altamente restritivo?

Inferno. Paraíso. Céu.

Igreja com três pisos abriu portas a 600 fiéis.

Fishing

Olhem estes a gastar dinheiro em selos por pensarem que sou tenrinha...

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