Tinhamo-nos visto uma única vez e acabámos de passar oito dias, oito dias certinhos, as 24 horas de cada um deles, a dividir casas, crianças, cozinhas, copos, cigarros e noites longas de conversas sem fim. Começou num sábado de chuva no Norte e acabou num sábado de chuva no Sul. E acabou sem vontade nenhuma que tivesse acabado.
Não é fácil encontrar pessoas assim. Pessoas de quem não conhecemos os ontens, mas com quem partilhamos os hojes como se sempre o tivessemos feito, pessoas que não entraram na nossa vida porque parece que sempre estiveram cá. Não chegam para preencher vagas entretanto abertas, não são suplentes num jogo em que os titulares do costume sairam lesionados, vieram porque sim, porque estava escrito que um dia iriam aparecer para ocupar um lugar que já era delas muito antes de o ser.
Aqui, neste sítio, ou site, por onde às vezes deixamos que nos espreitem os recônditos mais privados, onde nos expômos, nos escondemos, jogamos à cabra cega, ao faz de conta e à verdade ou consequência, connosco e com vocês, desconhecidos, que estão aí dessse lado, aqui, onde todos acham que nos conhecem nas linhas e entrelinhas que vamos deixando que nos leiam, aqui mesmo, e porque também é aqui que todos os dias nos cruzamos, quero agradecer à pessoa real que escreve com um lápis, em folhas de papel, os posts que aparecem depois assinados com o nome de gaija do norte, a enorme paciência que tem para, perto ou longe, me aturar todos os dias.
Obrigada por seres como és, obrigada por estes dias que foram fantásticos e desculpa qualquer coisinha, que sou uma péssima anfitriã.
(e agora vou tentar transformar o caos das festas que passaram nas rotinas do costume, que a máquina da roupa já parou e até está um sol bom para enxugar lençois.)
Há 2 anos
13 comentários:
Também quero! (conhecê-la), mas por que é que eu só conheço os homens deste blog (excepto a T.).
Mas a malta esteve em Lisboa e eu não soube nada? Como é possível? Ainda por cima na EXPO?
Bjs
a) JCFRancisco
José, foi assim um chega-te arreda-te para retemperar forças na descida para o Sul. Nem deu para aquecer o lugar, só se aqueceram almas..
Na próxima vai ser com tempo e avisamos. E o Algarve fica à mesma distância. Não temos uma Expo mas temos boa vontade.
Bom Ano para ti.
Gabs, tu conheces-me porque tenho este ar meio arrapazado...
estás a dizer que não és boa anfitriã para eu te chamar palhaça???
obrigada pelos dias de confusão, pela viagem mais doida que já fiz, pelas noites calmas (pelo menos enquanto estavamos acordadas) acompanhadas pelos copos de vinho e muita conversa. Por te rires comigo e por me mandares parar de chorar. obrigada, principalmente, por teres duas filhas fantásticas e por teres partilhado comigo a quebra da tradição mais imbecil que alguém alguma vez inventou!
(nem te respondo, mas vou fingir que sou o z)
arroz de cabidela.
cabra! já estou a pensar em comida outra vez. às tantas ainda vou até aí, ao serão, para uma morcela com ananás...
(Morcela com ananás???)
bem que já olhei para o ananás e pensei que o devias ter levado...
Sim, Tubarão, e para nem termos chegado à morcela com ananás imagina como estariamos...
tinha cá um, e morcela também!
ainda vai abaixo hoje...
(já agora, a pá ainda lá está. faz-te falta?)
carne de porco com castanhas e dois bons que o ano começou de quarto crescente,
recebeste o Incal Feito? Pode ser preciso para segurar o Sol lá mais para a frente,
eu fico contente por vocês, é tão bom ter amig@s sincer@s, e descobre-se que é tão raro quando se entra em queda, por isso tão valioso, embora este raciocínio me irrite porque o oxigénio do ar vale infinito, é feito de borla pela fotossíntese das plantas verdes e só lhe dávamos valor se faltasse, que cretinice,
a Lua continua bela, a crescer com Vénus ao pé
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