(E agora, vejam como são as coincidências, mete-se agora um jantar absolutamente determinante para que a Terra continue a girar no sentido certo...)

Vamos lá então a isto, que ontem meteu-se pelo meio um jantar de vital importância para o mundo em geral e para mim em particular e, derivado disso, não tive oportunidade de continuar o agradável debate com a não menos agradável Teresa.

"As mulheres são muito mais honestas e realistas que os homens!"

Inteiramente de acordo, Teresa. É por isso que elas simulam orgasmos e dores de cabeça que duram semanas (ao que me dizem, para mim não passa de mito urbano...). E são realistas, sim, afinal só desejam um tipo que sabe escolher o vinho certo mas que nunca tenha tocado em álcool, que seja o "Chairman" de uma multinacional, mas que deixe as criancinhas de manhã no colégio e as vá buscar à três da tarde, desprezam o dinheiro mas não abdicam de Chamonix e compras de natal em Nova Iorque, desejam um tipo que conheça os melhores restaurantes mas que mantenha um físico musculado, que dance até de madrugada mas que fique em casa enroscadinho junto à lareira.

"Poderá então explicar-me o que faz com um telemóvel de última geração e ligação à internet? E o portátil? E a placa?"

Claro que posso explicar, Teresa. O meu trabalho implica ter informação em tempo real. Isso explica o telemóvel de última geração (a ligação à net está lá, no telemóvel, e o portátil é o telemóvel, caramba, tenho que lhe explicar tudo...). A placa é porque me caíram os dentes da frente.

"...não os vejo a carregar a tiracolo qualquer coisinha que lhes resolva as precisões, tal como uma caixa de aspirinas para a ela de serviço ou uma bonequinha insuflável no melhor estilo Wilt, no caso, mais que provável, de não terem um cyber café a jeito, que é como quem diz, não conseguirem, em tempo útil, desencaminhar uma lorpa qualquer que troque um mísero jantar por uma noite para esquecer..."

Mais uma vez, de acordo, Teresa. Não vê. A razão é simples, tão simples que quase me custa acreditar que não tenha concluído a coisa certa. A razão, minha querida Teresa, é que conseguimos sempre desencantar a tal lorpa. Sempre.

"Quantos de vocês, senhores garganeiros que por aqui andam, nunca estiveram duas semanas sem sexo?"

Nunca. Espero que tenha sido clara a resposta, mas sempre posso repetir: Nunca.

"...os resultados do inquérito só pecam por terem revelado uma nova categoria de gajas - os 30% de gajas que parecem mesmo mesmo gajos."

Teresa, isto de pertencer à grande família que é o género masculino não é coisa que se aprenda em meia dúzia de gerações. Bem vê, são muitos anos de saberes acumulados, muito empirismo, é quase uma confraria cujos conhecimentos ancestrais não se transmitem facilmente. Você, mulher inteligente e com mundo deveria saber isto. Há mulheres que podem "parecer gajos" como você muito bem diz. Mas não confunda a obra prima do mestre com a prima do mestre de obras...

"As gajas que já nem se lembram muito bem como é, que guardam religiosamente a agenda amarelada onde marcaram a última queca que deram, mas insistem em jurar que com elas é arrefinfanço todos os dias"

Teresa, quer falar?...

30 comentários:

Teresa disse...

Visconde, chama-se a isto cutucar a onça com a vara curta. Vou acabar o arroz de cabidela e já cá volto.

Teresa disse...

E, já agora, enquanto a galinha apura. Parece-me, de todo, aconselhável que se desfaça dos famosos papelinhos coloridos com números de telefone e comece uma nova colecção - é que as mulheres que conhece, caro visconde, andam a dar-lhe uma música que até arrepia... Ai elas dizem-lhe destas coisas? Tss tss...

gaija do norte disse...

vistas as coisas desta forma, visconde, quase me chegam as lágrimas aos olhos. então não há homens perfeito?

Visconde de Vila do Conde disse...

Jovem senhora do Norte, há. Claro que há. Como é que eu sei? Ora...

shark disse...

E ela também sabe, está apenas a fazer-se esquecida...

Teresa disse...

Se há alguma coisa de que ela nunca se esquece é da regra 1 - mulher a sério não suporta homens perfeitos.

gaija do norte disse...

e agora que já cá estou outra vez... é isso mesmo, chefa. não percebo onde é que o visconde quer chegar. quem quer um homem elástico (é assim que o visconde descreve o género, e o tubarão também deve estar a sonhar...) lê banda desenhada! o homem que acabou de descrever não tem utilidade nenhuma. para executar todas essas tarefas existem empregadas, para os restaurantes, as danças e a mantinha do sofá os amigos, para as férias e para as compras conto com os frutos do meu trabalho! onde está, no meio desse discurso, o amante? ninguém procura um homem perfeito. não existe e todas nós o sabemos. o que queremos é um bom amigo, um bom companheiro, e, sem dúvida, o melhor dos amantes! quando o género se lembrar que isso é que é realmente importante, vai ver como o sentido de voto daquelas 13 mulheres muda!
só um pormenor... já pensou que o recurso à lorpa não o favorece?

Visconde de Vila do Conde disse...

Jovem senhora do norte, que excelentes tópicos nos traz à colação. Deixe-me descansá-la quanto à lorpa, não há mulheres lorpas. E, as que se fazem de lorpas, depois de sabiamente tratadas pelos nossos másculos saberes, transformam-se em mulheres a sério num instante.

Quanto ao tal homem de que fala, é evidente que nem refiro o bom amigo, o excelente companheiro e o amante sublime. Calculei que soubesse que tais atributos são a génese de qualquer homem a sério, eu falava apenas de atributos opcionais.

(e não falou no sentido de humor, esse el dorado de que nenhuma mulher prescinde)

gaija do norte disse...

não será bem assim, visconde, quem não nasce dificilmente se faz... e não é o dinheiro que transforma uma mulher numa senhora! o mesmo se aplica aos homens, claro. tanto cartão de crédito mal empregue, balhamedeus!
eu sei que os tais atributos de que falo são a génese de qualquer homem a sério, mas onde estão eles que não se mostram às 13 mulheres?
quanto ao sentido de humor, caro visconde, é inerente à inteligência, e sem essa é que nada feito!

shark disse...

(Acabou-se a vida fácil para os adónis burros...)

shark disse...

(Estou num intervalo...)
;)

Teresa disse...

(gaija, aguenta-te sozinha que eu tenho a cabidela à espera, e se o Visconde se faz caro e tem de jantar primeiro, eu também tenho...)

Anônimo disse...

não há maneira: mesmo atascado de carne de porco frita com castanhas fiquei a lamber-me com a cabidela,

e sabor a bronze

Teresa disse...

Com essa do sabor a bronze é que tu me matas sempre.
Mas sabes do que gosto mesmo? Do sabor a sal. Gosto do corpo com aquele gosto de fim de praia. E se tenho o cabelo grande (o que acontece de 10 em 10 anos..)até as pontas meto na boca.

Teresa disse...

(caro Visconde, descanse que não está esquecido, está só a cozinhar em lume brando...)

gaija do norte disse...

(vou deixar crescer o meu para conseguir fazer isso! é sempre um remédio à mão para a minha ta)

gaija do norte disse...

(está nas lagartices, é o que é...)

Anônimo disse...

também gosto de lamber pele salgada, mas agora no Inverno não dá.

vamos ter Urano a ferver na Primavera disseram-me hoje, prepara algum apoio para as miúdas à distância se conseguires, não vá descompensarem,

estás a ouvir oh peludinho?

eu então todos os dias posso levar um tiro e gosto assim, fica tudo tão belo e abissal, perto de pássaro

Anônimo disse...

que boa vida! Eu tinha esperança que depois de ter vencido as lutas todas aqui cá para o bem comum, fogos florestais incluídos, fosse recompensado com outra rodada de alegria, mas não.

Quando lá estava foi parar uma baleia à praia da areia branca, que de branca tinha pouco.

Anônimo disse...

bem, quer dizer, tenho uma rodada de alegria aqui no Cabra, vai que não vai, mas eu não era nada disto, virtual. Mas também só há três anos é que eu percebi uma coisa básica: a minha vida não é minha, é da Vida! Por isso ponho tanto o Cazuza, para me recordar disso mesmo: vida imensa...

Anônimo disse...

meu caro só agora realizei, fdesculpe o anglicismo, que ando aqui no seu habitat promíscuo e conspícuo como me é próprio. Lamento a falta de etiqueta mas os tempos não estão para isso, dir-se-ia que é sem quartel.

Em qualquer caso regresso breve ao Gore Vidal. Leu A Criação? magnífico!

Anônimo disse...

ah, já entendi, troquei o de baixo com este, mes excuses

Visconde de Vila do Conde disse...

Jovem senhora do norte, quando refiro os másculos saberes que transformam as que se fazem de lorpas (não há mulheres lorpas, lembra-se?) não passam pelo dinheiro (céus, o quanto eu detesto falar de dinheiro...). E os tais homens andam por aí, prontos a espalhar felicidade. As tais treze mulheres que levantem os seus rabos das poltronas e ide, ide à procura e à descoberta.

Visconde de Vila do Conde disse...

Meu caro Z, eis-me regressado da cidade do Sado, satisfeitíssimo, porém com a saldo de duas bifanas e três imperiais, claramente perdedor para as iguarias que o meu caro certamente degustará neste preciso momento.

Visconde de Vila do Conde disse...

Teresa, estou com a pulsação alta, tal é a receio da tormenta que se avizinha...

Visconde de Vila do Conde disse...

E a Teresa, que continuará às voltas com a cabidela, parece-me estar a perder poder de fogo. Vou só ali rever uma coisa antiga do Coppola para tirar umas teimas que surgiram há bocadinho, tinha o Moutinho acabado de marcar o segundo. E logo eu, que detesto perder discussões, principalmente quando estou certo...

Teresa disse...

As voltas da cabidela acabaram, mas parece-me que quem é de digestões difíceis não sou eu, que ainda agora jantei e já cá estou, sem precisar de esperar 24 horas...
Para além disso, caríssimo Visconde, muito me espanta tanta fixação na net. Não me diga que as lorpas borralheiras lhe estão a falhar e deixaram de virar princesas...

Visconde de Vila do Conde disse...

(eu tinha razão. Vito Corleone era Vito Andolini quando era criança. Isto vale um jantar mas, mais que o jantar, é a minha honra cinéfila que está reposta)

Teresa disse...

Trivial Pursuit ou a Tita Balsemão não pôs lá essa?

Anônimo disse...

Que interessante...Desde os vinte anos que não estou dois anos sem sexo. Também consigo desencantar facilmente um lorpa.