Também se sente em pé (2)

Talvez não exista na masculinidade profunda um paradoxo tão inexplicável e qualquer homem que tenha vivido essa experiência saberá exactamente do que trata esta conversa de gajos que, faz de conta, a gente distrai-se já com os copos e deixa o mulherio encostado à porta a ouvir.
Falo-vos da erecção involuntária, esse despropósito que parece ter sido criado como uma espécie de lição de humildade para o macho comum.

Salta à vista, passe a redundância, o facto de tal manifestação corporal constituir para a maioria de nós gajos um transtorno de inimagináveis proporções.
Basta a malta imaginar o cenário se por acaso se instala no meio de um balneário de futebol…
Mas nem precisaria de recorrer a exemplos tão extremos para enfatizar o dramatismo da referida situação. Bastaria, todos o sabemos, ter enfrentado esse acesso extemporâneo na presença da cunhada e com o marido ao pé, no campo de nudistas em que queremos passar despercebidos como se fossemos habitués ou mesmo no interior da carruagem do metropolitano (como alude o post anterior) colados sem apelo nem agravo ao traseiro da louraça na qual, faz de conta outra vez, nem tínhamos reparado por aí além.

Todavia, um dos aspectos mais perturbadores da erecção involuntária (que, de resto, progride na proporção inversa da idade na sua capacidade de nos embaraçar) é o desânimo que nos provoca quando acontece no meio, sei lá, do chá de caridade do Lar Nossa Senhora do Amparo depois de horas antes nos ter falhado na hora da verdade com a secretária da instituição.
Isso sim, pode constituir um problemão porque um gajo começa a julgar-se avariado e a tomar de ponta, passe esta também, um indicador tão apreciado da nossa saúde física e mental. O trauma psicológico que advenha da eventual repetição do fenómeno pode muito bem, e todos sabemos como é frágil a estrutura emocional de qualquer tesão, dar-nos cabo dessa inegável razão de viver.

Pelo cariz aleatório da sua ocorrência, a erecção involuntária não pode ser prevenida e só o tempo acaba por resolver o problema (como acontece até muito cedo a boa parte da rapaziada, segundo por aí se comenta), embora essa garantia não nos traga nada de muito tranquilizador.
Contudo, sinto como minha obrigação transmitir uma mensagem positiva a todos quantos se revejam nestas linhas e por isso chamo a vossa atenção de que, mesmo involuntária, uma erecção é sempre um sinal de esperança e enquanto vai acontecendo ela será sempre a última a perecer.
Não entendam por isso a coisa como um problema tão sério e enfrentem o papão com o sentido de humor.

No fundo, quando a coisa “disfunciona” de alguma forma é mesmo o que nos resta fazer…

24 comentários:

Teresa disse...

Ainda bem que isto não é um blogue de gaijas porque se fosse eu agora faria um comentário de gaija.
Como não é fico só por dizer que nunca, em tempo algum, uma gaija reparou numa bandeira hasteada no meio de um salão de baile. Muito, mas muito menos, comentou o facto com as amigas todas e ainda menos desatou às gargalhadas sem razão aparente.
Aliás, como isto não é um blogue de gaijas, eu nunca direi que ainda hoje as calças verdes do R fazem parte do anedotário feminino, aquela cartola da queima das fitas foi pendurada no lugar errado e o Z esteve meia hora à porta de casa dos sogros sem poder entrar.
Ai, ai... se isto fosse um blogue de gaijas iam ver como elas cantavam...

gaija do norte disse...

se fosse de gajas, chefa, mas é de gaijas e agora é só escolher se vamos falar da praia e da infinita quantidade de vezes que eles permaneciam de barriga para baixo quando nos levantavamos para ir ao banho, das vezes em que fecham o casaco apressadamente porque a conversa apimentou and so on, and so on...

gaija do norte disse...

se fosse de gajas, chefa, mas é de gaijas e agora é só escolher se vamos falar da praia e da infinita quantidade de vezes que eles permaneciam de barriga para baixo quando nos levantavamos para ir ao banho, das vezes em que fecham o casaco apressadamente porque a conversa apimentou and so on, and so on...

gaija do norte disse...

se fosse de gajas, chefa, mas é de gaijas e agora é só escolher se vamos falar da praia e da infinita quantidade de vezes que eles permaneciam de barriga para baixo quando nos levantavamos para ir ao banho, das vezes em que fecham o casaco apressadamente porque a conversa apimentou and so on, and so on...

gaija do norte disse...

se fosse de gajas, chefa, mas é de gaijas e agora é só escolher se vamos falar da praia e da infinita quantidade de vezes que eles permaneciam de barriga para baixo quando nos levantavamos para ir ao banho, das vezes em que fecham o casaco apressadamente porque a conversa apimentou and so on, and so on...

gaija do norte disse...

se fosse de gajas, chefa, mas é de gaijas e agora é só escolher se vamos falar da praia e da infinita quantidade de vezes que eles permaneciam de barriga para baixo quando nos levantavamos para ir ao banho, das vezes em que fecham o casaco apressadamente porque a conversa apimentou and so on, and so on...

gaija do norte disse...

(tou com a tremeliqueira... não sei porquê!)

Teresa disse...

Gaija, cinco? CINCO??? Assim, para o ar?? Com caramba, não podes ouvir falar nestas coisas que te entusiasmas logo...

Teresa disse...

E agora sim, podemos falar das figurinhas tristes que eles fazem e que acham que ninguém repara.
Mas sabes, estou aqui com uns pudores que não me deixam abrir a boca, o que não quer dizer que não me tenha já lembrado de mais umas quantas situações.

Visconde de Vila do Conde disse...

Shark, meu caro, o fenómeno que refere, no meu caso pessoal, sempre foi num fenómeno abençoado e pleno de finais felizes.

("depois de horas antes nos ter falhado na hora da verdade com a secretária da instituição"?...)

(quem anda a escrever posts por si, caro Shark?)

Visconde de Vila do Conde disse...

Jovem senhora do Norte, é falar...

Visconde de Vila do Conde disse...

Teresa, rir a bandeiras despregadas???

(humm....)

shark disse...

Chefa, fico contente por saber que afinal ninguém repara. É que a mim causa muita vergonha, sou tímido e tal...

shark disse...

Gaija, lembra-me de não ir contigo à praia. (ainda apanho um escaldão nas costas ou assim...)

shark disse...

(O meu estimado colega sabe que um comunicador tem que tentar criar sintonia com quem o lê, ainda que precise de se misturar com realidades a que seja alheio. Eu esforço-me imenso para ser solidário com a rapaziada, como já reparou...)

Visconde de Vila do Conde disse...

Shark, sempre dois passos à minha frente...

shark disse...

...Para estender a passadeira, nada mais.

gaija do norte disse...

ora , tubarão, não era por minha causa!

(mas é sempre bom saber que fazes figurinhas dessas...)

shark disse...

A tua modéstia faz-me corar, pela sua dimensão tamanha...

gaija do norte disse...

corar? já? e ainda nem chegamos à praia...

shark disse...

Vês como tenho razão em achar que é de evitarmos a opção balnear?
Uma bandeira, era o que eu ia dar...

Teresa disse...

Visconde, fez-me ir ao Ciberdúvidas, mas afinal eu costumo mesmo rir a bandeiras despregadas...

Anônimo disse...

a minha cara metade

Anônimo disse...

eu também