Nos últimos tempos, em duas conversas diferentes, com duas gaijas diferentes, ouvi a mesma frase .."e depois eu estava por cima dele e..." .
Se uma das conversas encarreirou imediatamente, que afinal tinha sido só uma mera localização espacial, a outra cumpriu a ameaça e seguiu para bingo, numa detalhada descrição de quem fez o quê, como, onde, com todos os pormenores devidamente ilustrados e uns tás a ver? intercalados para não correr o risco de eu perder qualquer detalhe mais importante..
Não sei como é com o resto das gentes, mas eu faço minhas as palavras da gaija do norte e corto as tentativas de descrições mais entusiasmadas com um "poupa-me os pormenores" que se pretende esclarecedor.
Mas nem sempre este pedido é ouvido, que normalmente quem conta não ouve, e lá levo eu com os diferidos e os simultâneos, as frases sussurradas ou os gritos não contidos, a côr do tecto ou o vá lá só desta vez, os ca noijo e os gosto muito, as horas ou os minutos e tudo, tudinho o que foi feito e que devia ter ficado assim, na memória de quem lá esteve e na ignorância de quem não viu nem pediu para ver. Um pretérito, perfeito, mais que perfeito ou uma verdadeira nódoa, mas verbos que não são para ser conjugados na terceira pessoa, e muito menos adjectivados.
Não é pudor meu, mas só uma questão de higiene mental. É que se me querem impressionar, esqueçam, que para isso nada como ver ou ouvir verdadeiros profissionais, porque o resto parece-me sempre como se o padeiro onde costumo ir resolvesse olhar-me nos olhos e largasse um grandiloquente We always have Paris!
E depois, quando as duas partes são nossas conhecidas mas só uma é dada a estes relatos da bola, é quase irresistível olhar para a outra, enquanto delicadamente nos abre a porta do carro, e pensar um com que então és muito delicado.... ah pois és!, mas pelo que parece só quando estás assim agasalhadito, que se te arrepia a pele é um vê se te avias...E é sempre desagradável soltar umas gargalhadas em público sem poder explicar porquê.
Mas pior, muito pior que isto, são as voltas da vida. Nunca se sabe o que nos sai na rifa e se calha a já trazer curriculum e bula pode ser verdadeiramente desastroso. Nestas coisas da quimica basta uma ligeira alteração na composição das partes e os efeitos do produto são completamente diferentes. E se se cai na asneira de seguir as indicações não pedidas mas ouvidas ainda assim, pode dar asneira da grossa e perdermos a possibilidade de usufruir de um imenso manancial de efeitos secundários.
Por todas estas razões e mais algumas não me vou nunca cansar de pedir para me pouparem os pormenores!
Há 2 anos
64 comentários:
Mas pronto, já que aqui estamos conta lá tudo e diz-nos o que é que aconteceu à gaija (sic) que estava em cima não sei de quem...
:-)
eheheeh... já me esqueci...(e gaija são todas as gaijas minhas amigas e que não são gajas, porque a essas nem me dou ao trabalho de as ouvir...)
não resisto! Da parte da tua amiga é uma excelente estratégia. Queim a hipotese de te acontecer! Muito bem pensado! Espero que seja criativa.
sorry
E a mim soe-me dizer que mais vale não trilhar caminhos já usados e sim partir a novas descobertas...
caminhos não usados? mas ainda há virgens com idade para não serem meus filhos?
vamos lá a ver, não sei como é com os homens mas com as mulheres, salvo raras e honrosas excepções, não é?, as conversas são normalmente muito aprofundadas... digamos que amplamente pormenorizadas... há quem não goste, eu não gosto, e por aqui conheço duas ou três que também não acham piada nenhuma, mas daí a pensarmos que é estratégia ou deixa de ser vai um passo um cadito grande. Mas também, se é, não leva a lado nenhum, que pelo menos a mim não queima nada que o mercado é livre e as leis da oferta e da procura quase soberanas.
Olá psantos, bem aparecido por aqui.
quando uma gaija ou um gaijo, quaisquer que sejam os seus apetites, começam com o detalhe... PAROU! para que preciso eu saber quem estava por cima ou por baixo, de pé, de joelhos ou de cócoras? não quero, não preciso saber. há tanta literatura de referência sobre o assunto, para que preciso eu de ouvir um relato tantas vezes pobre e parcial da cena?
Nem mais... é isso mesmo... se queremos aprofundar conhecimentos há muito por onde procurar.
Isso cheira-me a preconceito. Ou pelo menos a negação da experiência dos outros como fonte de enriquecimento.
Umas cotas, é o que vocês são.
não nego o enriquecimento através da experiência dos outros, mas não me lembro que isso tenha acontecido quando tratamos esta matéria(e não me interpretem mal!!!), muito menos quando se trata de conhecimentos femininos. além disso, estou como a chefa, a vida dá muitas voltas e não quero correr o risco de saber previamente a que sabe aquilo que posso vir a provar. em longos jantares de gaijas, já se trocou muita ideia, muita experiência, já muito conselho foi pedido, já muita sugestão foi dada. fala-se de tudo, em pormenor, para as menos entendidas. contar por contar, não entendo porquê...
Assim já percebo melhor. No fundo não queres é que te contem o filme antes de o veres...
:-)
é isso mesmo. embora pense que por vezes teria sido de grande utilidade ter conhecido uma falecida (não teria perdido tempo), nunca se sabe se o que não deu resultado com uma pode dar com outra.
e o filme antes de o vermos vem sempre com o olho de quem o viu, que nunca é igual ao nosso... para além disso gaijas como nós gostam pouco de ouvir misérias...
Gosto muito de fasquias elevadas, embora isso acarrete responsabilidades acrescidas...
mas nem sempre é no acrescer que está o ganho...
Se não acrescer fica a cena empatada...
Voltei!
Tantas vezes referem "filme" neste post e susquentes coments que me apetece lembrar que pode apenas tratar-se de ficção.
Não sou especialista no tema. Mas vindo de mulheres soa-me a conversa de pescador e caçador...ena tinha cá um peso...ena havias de ver o tamanho dquele bicho... e no fundo vao todos ao mesmo talho, passam pela mesma peixaria...Fiz-me entender?
Sorry...uma vez mais!
sorry, não. volta sempre!
vindo de mulheres? se viesse de homens a conversa tinha um ar diferente???
Psantos isso de irmos ao mesmo talho ou peixaria é engraçado... digamos que és tu que vestes o pele de febra e de carapau, nós não dissemos nada disso...
empatada porquê? deves andar a ouvir contar filmes do Manuel de Oliveira...
Mas falar não é só as mulheres, os homens também contam, reviver o momento e tal... culpada. Ganho alguma coisa por este momento de verdade?
Tinha ar diferente, tinha.
Não tinha pormenores para não criar embaraços....
ó faxefavor, podem descodificar os dois últimos comentários ou não são para eu perceber'
ena... li os comentarios todos e... ola psantos, bem vindo.
(vcs tb leram o de cocoras?? "de cocoras"????)
de cocoras!!!!????
(isso no norte deve querer dizer outra coisa... é como o bochecho, eles lembram-se de coisas esquisitas...)
bochexam de cocoras??? amanha tou caidinho no norte.... (logo que as bolachas saiam do forno claro)
ahahahahhah... olha que não deves andar longe da berdade...
estás a fazer bolachas santo?
até se pode bochechar de cócoras! imagina que estás em plena natureza, no meio do gerês, precisas lavar os dentes e só tens um ribeirinho por perto. tens que te acocorar para bochechar, ou não?
ou não, que o ribeiro pode ter uma cascata...
isso é que já é fazer filmes...
o quadro não supunha intervenção alheia!
qual quadro? não estavamos a falar de ribeiros e de bolachas? já vens com pinturas, é?
O Momento da Verdade, aquele concurso em que se ganha dinheiro por dizer a verdade, por muito que doa. 33?
cócoras????
(se ela ainda continuar com a beia pastoral bem aí outro quadro bucólico...)
que é que fez o quê de cócoras? Só assim por alto que eu não quero saber dos pormenores...
a gaija... a gaija... tu bai ber lá acima...
a gaija tá de cócoras?
se calhar não era ela, viu alguém assim
Quem é que tá de cócoras?
hoje ia tendo um acidente de carro, a meio do autoestrada e a pensar... como será de cócoras???
ahahahahahahah.... (não é a parte do acidente!!...)
Gaiiiija, explica-te se fazes favor, ou ainda fico sem o santo e o período das contratações já está encerrado.
santinho... eu li bem??? tu escreveste "do" auto-estrada? ainda estava a pensar "de cócoras", não?
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(e a gaija não se explica... ainda vem outra teoria Hextriliana...)
(porquê eu? porque é que me calham sempre as explicações difíceis? foi mais fácil explicar ao rapaz e aos amigos o que era aquilo que eles tanto queriam saber...)
ò gaija não venhas cá com a conversa da coitadinha quemecalhasempreamimasexplicaçõesdifíceiseaiaiaiaiaiaia que não foste tu que tiveste de explicar à cabra Jr porque é que os preservativos têm um toque ca noijo, ok?
pois não, porque ainda não tinha chegado, mas fui eu quem teve que explicar ao meu filho e aos amigos o que é um vibrador, e porque é que os preservativos não são feitos da borracha dos pneus!!!
(acabou de me passar uma ideia pelo neurónio: às tantas, se fossem, ainda espalhavam muita alegria por esse mundo fora...)
(essa agora não percebi... explica lá... gosto tanto de te ver explicar...)
(este blog vai passar a ser em BD. não adianta nada escrever se depois é sempre preciso fazer um desenho!...)
até te queria ver a fazer uma tirinha de BD a explicar essa dos pneus
ahahahah...
mas ó Ana tu ficaste para sempre na memória da minha filha como a gaija que lhe explicou o que era um lubrificante e para que servia... e olha que ela respeita-te por isso, podes acreditar, que ainda agora quando fala de ti pôe aquele tom de voz que usa para as pessoas que respeita, como os actores dos Morangos com Açúcar e a catequista dela...
E gaija, tu explicaste ao teu filho o que era um vibrador, mas com pilhas ou sem pilhas?
Vá, agora explica-nos a nós o que é isso de cócoras, que eu só me lembro do Pasolini e do Saló e a imagem não é agradável...
pois querias! e não querias mais nada? deixa estar que eu ainda te vou surpreender com um belo desenho. um dia...
ai que as gaijinhas estão a dormir e eu ainda as acordo por causa de ti...
e está muito bem lembrado! palavras para quê? não são artistas portugueses mas ilustram muito bem o que se pretende.
(não lhes falei das pilhas, nem me lembrei.estava tão preocupada que eles percebessem para que servia, que me esqueci de falar nos acessórios... e ainda bem, ou lá vinha mais uma quantidades de perguntas: das normais ou alcalinas, e recarregaveis, também dá?...)
eu não sei se ser respeitada como os actores dos morangos com açucar e como a catequiza dela é bom sinal...
ò gaija, e também lhes explicaste que existem vários tipos e para os diversos orifícios?
A mim não. Mas estou sedento de aprendizagem.
eles quase vomitavam com a explicação. preferi não entrar em detalhes detalhadamente...
olhem vocês podiam juntar-se as duas e explicar vibradores com lubrificantes às criancinhas... a parte das pilhas, alcalinas ou recarregáveis, pode ficar para mim..
nããã... querias!!!!
isso bem cumbersado, cum boa pinga e bom tacho, até é capaz de ser negócio...
gosto de negociar com gentes do norte. é tudo muito mais simples..
fechado!
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