A loucura das segundas-feiras de manhã

Final de férias, regresso às aulas e segunda feira de manhã não pode nunca ser uma boa combinação.
Falta sempre qualquer coisa na mochila, os flocos mantêm o mesmo nível nas taças durante longos minutos, enfio dois cafés de seguida e nem assim consigo abrir os olhos mais que a frecha necessária para evitar bater nos móveis, não tenho trocos para os lanches, no momento de sair de casa a roupa delas, acabada de vestir, já parece um museu de lixo, no banco de trás do carro começa a ferver estalada e não fui eu ela é que começou, mamã a Xica bateu-me, e não ela é que está sentada do meu lado, eu tento não ouvir, não falar e não ver e mentalizo-me para fazer os quatro quilómetros que nos separam da escola o mais rapidamente possível esperando ter sorte e não encontrar engarrafamentos.
Acham que viver no campo é fácil? Experimentem tentar fazer o caminho para a escola das crianças a vinte à hora, atrás do trator do Sr. Manuel, numa estrada que não tem largura para um carro quanto mais para fazer uma ultrapassagem. E, apesar de tudo, este é o trânsito mais fácil, que hoje levámos com a segunda opção - o rebanho de cabras do Zé! Sim, tem piada, não tem? Tem, tem, é que me fartei mesmo de rir... Parada, no meio do caminho, a vê-las saltitar de um lado para o outro sem se decidirem a abrirem uma pequena brecha que fosse para que uma outra cabra, com humor de segunda feira, pudesse largar os dois embrulhos na escola sem os atrasos do costume.
Não é por nada, que nem sou rancorosa, mas naqueles longos momentos de espera ponderei sériamente mudar o nome deste blog, porque assim fico inibida e não consigo chamar aos bichos todos aqueles nomes meigos que me ficaram entalados na garganta.

15 comentários:

Marias disse...

O meu stress é duas vezes. De manhã um às 10 h, de tarde a outra às 14 h. Amanhã começa a sério. Para lá fomos bem, pata cá vierem aos murros e berros porque dois dias por semana saem à uma hora e náo têm aulas (desencontrados) e querem vir almoçar a casa. não sse está mesmo a ver que na escola é que comem bem, saem, refeitório, e às duas vou buscá-los, sossegada.
Outra são as mochilas. Estão novas mas a menina quer outra. Se uma quer o outro também. Mais murros.
Eu olho fixamente a estrada e digo que peçam isso tudo ao pai. E que se o Antonio vier para casaela vem. Como nunca na vida a Manuela quer o António a moê-la ao almoço..

Marias disse...

Eh pá, nem consigo escrever, devem ser os nervos,,,

O Santo disse...

o meu sonho era ter um rebanho na ligação do IC19 à 2ª Circular. Sim, aí mesmo, Pina Manique. Mas os srs da JAE já pediram desculpa e paciência para as obras da Cril.
Estou mesmo convencido que o rebanho se portava melhor....

Teresa disse...

Eu agora estou muito relaxada que elas estão entregues. Aulas desencontradas? Ah sim, só me faltava armar-me em autocarro escolar. Saem sempre as duas quando a última acaba as aulas, que a biblioteca é bem boa e até podem ir adiantado os trabalhos. Almoços? Não é negociável, são na escola e mais nada.

Marias disse...

Agora também estou, que é dia do pai. Veio buscar o filho e vão buscar a irmã e vão comprar o tal material escolar. E eu só dormi 4 h. Mas foi porque ontem me pus a ler.

Anônimo disse...

eu então hoje vou estar calminho que nem um gato,

frango de fricassé

@na disse...

ò z... olha o post!!!

Anônimo disse...

o que é? só vejo uns cabritinhos lindos

Anônimo disse...

... é vocês com os coelhos e eu com cabritos, não como cabrito há milénios porque não consigo, mas no Inverno chanfana ainda vai de vez em quando

ai, ai, já tive resposta positiva do brasiu e o meu barco já estava a ir, mas tive de puxá-lo para trás -> burocracias até mais não

Anônimo disse...

hum,

bjocas

mas eu hoje estou tristonho, há bocado estava a olhar com olhos de despedida antecipada para isto tudo e a pensar que alívio, esquecer-me do meu país mesquinho, que se compraz com a humilhação dos outros, onde a última palavra dos Lusíadas é invidia

e no entanto eu amei-o,

agora é gatos

Anônimo disse...

o gajo que me deu o ok também deve ser gato, tão despachado e simpático -> Mata Atlântica, Lusofonia, Linguagem das Arvores

mas ainda despacho os infinitos primeiro

para os gregos apeiron era o ilimitado

Anônimo disse...

eu por um lado tenho muito carinho por vocês gaijas, tomam conta de tudo com o coração tantas vezes apertadinho,

por outro lado não sei que diga, somos todos filhos da Simone de Beauvoir e do Sartre, a emancipação e o ciúme, o ciúme também é verde ao que dizem

Anônimo disse...

tou sentimentalão!

Anônimo disse...

mas portanto vamos tomar o exemplo de alguém que eu cá sei: tou vivo e vamos em frente!

... um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida, e uma árvore para descansar

PS cabrinha-mor: e então o email para tratar da espada do bisavô, não funceminou?

Anônimo disse...

às tantas sai: uma amor mordido com sabor de árvore e fruta para descascar,

'té