Acabou o recreio.

Os dentes do siso. Tenho lido os últimos posts e pensado nos dentes do siso. Aqueles que teimam em continuar a nascer mesmo que já não sejam precisos para nada, excrecências de outras eras em que as febras eram rijas e os tendões duros e trincar carne era uma coisa séria.
Até chegarmos nós e descobrirmos a cozinha. E a carne cozinhada é boa de comer, os dentes que moíam já não são precisos, os enormes músculos dos maxilares que rasgavam os bifes reduziram de tamanho, o cérebro teve espaço para se alargar e o homo passou a sapiens. Tudo isto porque nós, as gaijas, começámos a cozinhar.
Agora que até já temos temperos e para além disso fazemos mais duas ou três coisitas, os gajos esperam o quê? Que lhes ofereçamos no natal uns livros de cozinha para perceberem como se fazem as coisas que realmente interessam?
Penso nos dentes do siso quando ouço falar no cérebro do homem.
Perfeitamente dispensável, hoje em dia, mas continuando a dar um ar de sua graça até que a natureza acerte o passo com o passo que nós já lhes acertámos.
Cérebro de homem? Dentes do siso. Nada mais que isso.

6 comentários:

gaija do norte disse...

ó milher, pela tua rica saúde, deixa-os lá ficar com o grão de ervilha que o crânio deles comporta! se já assim é tão difícil perceber-nos…

Teresa disse...

Eu deixo, eles é que não. Tudo o que não é usado acaba por atrofiar e morrer - lei do uso e desuso

@na disse...

e eu que nem dentes do siso tenho? Não nasceram nem cá estão para nascer, será que já sou resultado da evolução da espécie?

Teresa disse...

Claro que és. Tal como eu que também não os tenho. E eles, os gajos descerebrados que já andam por aí, são só a linha da frente também.

O Santo disse...

é por causa destas coisas que me sinto velho....

Teresa disse...

ahahahahahahaah