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Um nó na garganta.
As palavras não querem sair, que nem eu sei que palavras queria que saíssem. E estou assim há horas, desde que outras palavras saíram de uma outra garganta sem nós como a minha. E essas saíram num correr, como é costume, metidas umas nas outras, que se se ouvem quase nem se percebem, e foram uma interjeição no meio da frase, uma vírgula, um sim, estou a ouvir, continua.
E eu continuei. E mais palavras saíram da garganta sem nós e foram dando os nós que ficaram na minha.
Vieram mais. E mais. E mais. E não foram juras de amor, nem promessas a cumprir, nem saudades e beijos e estou aqui estou aí e aquelas coisas que se dizem ou se vão dizendo quando se está longe e se quer estar perto, que a voz não é um cheiro e se entra no ouvido não toca na orelha e se consola não aperta como queríamos ser apertados.
Mas eu fiquei aqui, enrolada em mim, enrolada nas palavras que saíram a correr e que vieram de onde todas elas deviam sempre vir para fazer o que todas elas deviam fazer - mostrar a alma de quem as diz e aquecer até à insensatez o coração de quem as ouve.

17 comentários:

@na disse...

e é tão bom quando assim é.

Teresa disse...

e às vezes leva-se tanto tempo para se perceber isso...

@na disse...

e a espera pode ser tão desesperante...

Teresa disse...

ou tão desgastante, que perdemo-nos por caminhos sem fim quando afinal é tão fácil...

Anna disse...

Depoi do tão bom,o que vem?A desgraça essa é certa.

Anônimo disse...

zecret weapon,

http://www.postalescachondas.com/tarjetas/create.php?card_id=2096

Marias disse...

Ora bem...
Tão jovem e tão lúcida.

gaija do norte disse...

e o que interessa o depois, se o agora é tão bom? NADA!

@na disse...

quando o agora é bom, não, não interessa.

Teresa disse...

Também acho. Sofrer por antecipação há muito que não o faço. Um dia é um dia e acabou-se, que lá por a morte ser certa ninguém fica deitadinho, sossegadinho, como a nêspera do outro, à espera que ela chegue.

Obrigadaz..

Teresa disse...

e este, pelo menos, é meu - 11!

Anônimo disse...

esse e muitos outros,

mas olha que não, no fim não temos nada, somos mas não temos, é uma ilusão, mas temos direito a usufruí-la

fiduciários talvez

agora quando quiseres dar uma marrada já estás dezculpada pelo exemplo da tua compincha, bem gira

Anônimo disse...

vou ao 13,

caldo verde

vou dormir cedo

isto de amar Cortos tem que ze lhe diga

fica bem

shark disse...

Muito bonito, este pedaço de prosa.

Teresa disse...

às vezes corre-me melhor... é só precisa a inspiração certa.

O Santo disse...

por acaso pensava nisso mesmo. se por um mero acaso este bocado de prosa viesse parar ao meu pc por outro acaso qualquer eu diria que conhecia a autora. muito igual a ti propria. mas o nosso furagido do peixanario tem razao, lindo sim.

Teresa disse...

e lá andas tu a trocar os u e os o...

mas espera lá, sou assim tão óbvia?