As minhas hormonas são terrivelmente aborrecidas.

Ontem, nos posts ali de baixo, discutiu-se a questão do virtual, da imagem que pode alegrar os olhinhos mas que não passa disso - uma imagem que dificilmente provocará sentires semelhantes aos que a realidade daria.
Hoje, ao pôr esta fotografia aqui ao lado, estou em condições de vos dizer que mesmo o virtual pode despertar em mim todas as sensações do real ou, pelo menos, quase todas. Imagem ou não sou simplesmente incapaz de lhe tocar e mesmo o clic do rato é feito em cima da folha e nunca em cima da bicha.
Ontem dei por mim a olhar para as fotografias de tantos homens, alguns supostamente bonitos, e sexy, e desejáveis, sem conseguir sentir nada mais para além de um sim, está bem, é engraçadinho.
E googlei sem fim à procura da tal fotografia, do tal espécime masculino que me provocasse qualquer coisa mais que não fosse um insípido é giro, é feio. Pensei que tivesse alguma dificuldade em olhar para uma imagem e sentir para além dela, achei que toda a minha serenidade se devia a não ter na minha frente carne e osso e cheiros, mas pixels num monitor.
Nada disso, que imagem ou não há coisas que mexem comigo e esta aranha, aqui ao lado, feita de pontos de luz, causa-me quase tanto horror como se estivesse a mexer as patas peludas em cima da minha secretária e serei, sempre, incapaz de lhe tocar. Olho para ela e gelo como costumo gelar, reteso músculos, transpiro ligeiramente, morro de medo e preparo-me para ter de fugir e gritar e entrar em pânico se ela se mexer, que elas mexem-se todas e esta, lá por parecer que fica quieta, não deve ser diferente.
Será a minha capacidade de repulsa mais forte que o meu desejo ou tenho é certezas na vida e uma delas é que tenho pavor de aranhas, estejam elas onde estiverem e sejam elas como forem? Sim, esta certeza tenho, mas também tenho outra. Tenho também a certeza que a minha líbido, a minha capacidade de me sentir atraída pelo sexo oposto, ou pelo meu, ou pelo que seja, não reage a uma imagem, não reage a um corpo, virtual ou não, que não seja aquele que quero e gosto e desejo. E esse, o escolhido, pode estar aqui ao meu lado ou no ecrã do computador, que o meu desejo pode variar na intensidade mas não varia na qualidade - quero-o e pronto.
Bastante limitativo, sem dúvida, mas glândulas são glândulas, hormonas são hormonas e vontades são vontades. Não mando no meu corpo quando de impulsos destes se trata e se não consigo explicar a mim mesma que este monstro aqui não passa de uma imagem inócua e não preciso de estar arrepiada, também não consigo sentir os pêlos da nuca levantados só porque o Banderas está a olhar para mim de lado. Fosse outra a fotografia, fosse aquela que não posso pôr aqui, e a história seria outra.
Visceralmente monogâmica, o que é tremendamente aborrecido nesta altura de calores e corpos bronzeados.
Mas também tenho uma boa notícia para os gajos em geral - não, vocês não são todos feinhos, eu é que tenho os meus sensores calibrados para traços que são únicos, são aqueles, são os meus e não são, de certeza, os vossos, porque são os dele. E de mais nenhum, chame-se ele De Caprio, Clooney, Banderas ou outro nome qualquer e seja ele uma imagem ou um homem de pêlos no peito caminhando nu pela minha sala com uma chávena de café fumegante na mão. Não seja ele aquele e talvez a minha única reacção, para além do instintivo tirar de medidas, será perguntar se o café já tem açúcar.

48 comentários:

gaija do norte disse...

este é o post mais ca noijo que alguém pode imaginar!

Teresa disse...

ai aqui também não vens com histórias de que é só uma fotografia e bátati e bátátá... é ca noijo mesmo e ponto final...

Anônimo disse...

eu não gozto de artrópodes em geral, lembro-me do Indiana Jones com algumas 5 tarântulas nas costas, mas é tudo uma questão de treino, em Timor aprendi a dormir com umas assim no quarto de palissada e colmo, e que se lixe, só pedia que não me entrassem na boca

não esqueci não, mas cabrinha eu sou como tu me conheces do Aspirina, sou o mezmo de sempre, e perdido para sempre

arrebentado vou dormir bem, está um vendaval do caraças, detesto vento nas orelhaz

Teresa disse...

Não disse que te tinhas esquecido - pedi para não te esqueceres...

Também não gosto de vento, nas orelhas ou noutro lado qualquer, mas de aranhas ainda menos. Seria difícil conseguir habituar-me e a noite passada tive essa prova. Depois de anos a viver no meio do campo achei que não teria mais problemas. Esta noite, estava a adormecer, e senti qualquer coisa na perna. Identifiquei logo como uma aranha, destas, das grandes, voei literalmente da cama e entrei em pânico. Não vi a bicha mas passei a noite com as luzes do quarto todas acesas e sentada de pernas cruzadas em cima da cama. Dormi quando a luz da manhã me venceu, mas percebi que por mais racional que tente ser não consigo dominar este meu pânico.

Anônimo disse...

pensa que elas comem moscas e mosquitos, como eu detesto zumbidos vou-lhes encomendando a alma,

já tou pizco

Teresa disse...

a razão nestas coisas fica à porta e tu zabes isso..

Anônimo disse...

poiz, mas olha que dá para mudar umas coisinhas, eu em puto tinha vertigens e passaram-me, agora ando à beira de abizmos sem tremer

fica bem menina, vou ao duche e catrapum, com mais duas páginas de A Queda de Roma. É interessante como o estilhaçar dum império correspondeu a séculos de retrocesso nos circuitos industriais e comerciais, para não dizer mais

bjo

Teresa disse...

canos de chumbo...debilitaram os homens e os bárbaros aproveitaram...

comigo foi ao contrário... em miúda não tinha vertigens nem medo de aranhas... agora tenho as duas coisas...

(tem piada, no último com. estive quase para acabar com um beijo, não o fiz fizeste tu!)

O QUATORZE disse...

Boa noite
Não são só os encontros fisicos que dá suores, os sonhos tambem os dão,ah.
Amizades
Luis

Anônimo disse...

Essa do chumbo também já tinha lido, mas parece que não foi isso. Este gajo não fala disso, o império ultrapassou os limites da sua governabilidade e fragmentou e implodiu.

O bigode é um símbolo godo, li lá, tem umas fotos de moedas com os imperadores ostrogodos que resolveram copiar os romanos, mas com bigode!

É muito engraçada é a história dos materiais de construção e das dimensões dos templos: na Britania desapareceu durante uns séculos a telha e a ceramica de boa qualidade que era apanágio dos romanos,

bem lá vou aos meus paperz

Anônimo disse...

e agora que já trabalhei qb (hoje é domingo) vou passear: fragaz, e nadar

Teresa disse...

A teoria do chumbo, que envenenou o Império por dentro, era a preferida do meu pai.

Sabes é impressionante como hoje, depois de termos inventado os micro-ondas e os laptops, os principais alicerces da nossa modernidade foram "construidos" por civilizações desaparecidas.
Estudei Direito Romano e impressionou-me sempre a perfeição, a justiça, a genialidade de tantos institutos que, ainda hoje, são a principal base do nosso direito civil. Depois disso pouco mais foi inventado.
E o Império Romano terá mesmo desaparecido ou terá simplesmente mudado de nome?O cristianismo é quase a sua cópia fiel - a forma como se organizou, como se expandiu, os objectivos traçados, a politica internacional, a organização militar,o triunvirato do pai filho e espirito santo e, claro, a localização geográfica.

issufo napakova disse...

lembro-me de ser miúdo e haver canos de chumbo nas casas... quanto ao império romano ter acabado, depois de ter atingido um nível de progresso e de organização ímpares, poderá ter sido por ter atingido o prazo de validade... as coisas não se mantêm eternamente da mesma forma... mudam!

Anônimo disse...

olá! Então ainda está aqui a aranha?

Pois eu também estudei umas coisinhas, o fideicomissum,

é impressionante é como depois da implosão e fragmentação por exemplo na Britania recuou-se até à idade do ferro por uns séculos, outra vez, telhados de colmo, até se perdeu a roda do oleiro

o prazo de validade é a teoria dos gregos da fatalidade, aplicada à condição humana, às cidades_estado, polis, e também aos impérios:

koros->hybris->athe-> nemesis

O Santo disse...

Ora ai esta um final feliz, eu gosto do cafe com acucar.

@na disse...

olha eu também...

Teresa disse...

Eu também...

O Santo disse...

mas plo post o unico que pode tar nú sou eu... o que com este calor tem as suas vantagens (plo menos até chegarem as medições instintivas)

Teresa disse...

e costumas servir cafés sem teres roupinha vestida? olha, muito me contas, tens é de trazer já com açucar, por favor, que eu a rir não consigo falar..

@na disse...

falar ou mexer o café?

O Santo disse...

pois novelinho, tambem nao percebi.
mas cheira a qualquer coisa de instinttivo

O Santo disse...

22...
lindoooooooooooooo

Teresa disse...

falar... nem perguntas faço... (mas se conseguir tirar as medidas depois posto, descansem...)

O Santo disse...

bem, por esta não esperava...

ficas sem palavras chefe??

desculpem mas eu considero um elogio

Anônimo disse...

(ao menos posso ficar descansado que se me der uma coiza já ficam entretidos com a cabala das kpk's)

ps: cabala igual a tradição, não é conspiração

@na disse...

só uma perguntinha, donde vem essa do novelinho? (não me estou a queixar!!!)

O Santo disse...

fios....

Anônimo disse...

pois olha cabrinha, as minhas hormonas também são aborrecidas mas é ao contrário. Dois dias de maluquice e fico down, mas é porque quero mais, espiral sem fim, mortal

mas como já sei que depois ainda fico mais down meto um travão

hoje vou buzcar um filme

Teresa disse...

(pensei que era do @....)

Teresa disse...

z, precisas de te apaixonar... fica tudo no sitio certo e as espirais passam a ser outras..
há uns tempos comprei "A cabala" da madona... era para ler na praia mas não passei da primeira pagina..

que filme vais ver?

gaija do norte disse...

toscas! sempre achei que era do fios...

z, eu até posso ficar down, mas nem penso nisso. quando chegar a hora tenho tempo...

Anônimo disse...

era só um desabafo,

aquele filme que eu te falava do Banderas chama-se O Corpo, fui ver

hoje trouxe O Náufrago, com o Hanks, está mais conforme o meu estado de espírito e o treino necessário,

eu apaixono-me imenso cabrinha, todos os anos são umas poucas, e não tem cura, embora encaixe melhor

obrigado gaija, sabe sempre bem um miminho, amanhã já tou bom

Anônimo disse...

zupft?

Teresa disse...

O Corpo do Banderas? Promissor...

Se te apaixonas muito não és promiscuo, és voluvel... mas assim paixão a sério, daquelas de rebentar almas, não cabem muitas na vida.
Vais ver o Naufrago? Tem aquela cena horrivel dele a arrancar o dente...isso sim, é ca noijo mesmo..
eu hoje vou fazer um jantar bom, pôr uma mesa bonita, tomar um banho decente, vestir um vestido de verão e jantar com as miudas. Estamos a precisar de coisas bonitas à volta. Se estivesses perto mandava-te um ramo de flores, destas daqui. Secam depressa mas enquanto duram são lindas.

Anônimo disse...

é só O Corpo e é de Cristo!

só vi um bocadinho até ele enterrar o amigo, que o vídeo dá para 3 dias e eu ando muito impressionável...

mas a tempestade fez-me lembrar outro filme, triste mas belo, tens lá uma história de amor absoluta, só que eu vi na Suécia e não sei em português, em inglês era The Perfect Storm.

obrigado pelas flores, eu agora gosto muito de tudo imaginário que ao menos não tenho que arrumar nem pensar como é depoiz

beijos para vocês

eu vou xonar que é onde eu curo tudo e amanhã cedinho estou a escrever

Anônimo disse...

ah, paixão de rebentar almas tive uma quando era puto e fiquei rebentado para sempre, as outras são recaídaz

@na disse...

toscas, não que isto vindo do santo, nunca se sabe

Anônimo disse...

passo lá para zima

O Santo disse...

ai agora sou acusado de segundas, terceiras e sei lá quantas mais intenções???
tá lindo isto tá, vou mas é acabar os convites pro harem...

shark disse...

Harém? Escapou-me algo durante esta ausência forçada?

@na disse...

antes de te pores com ideias sobre o islão é favor ver o video lá de cima

Anônimo disse...

Não, não. Não me movem as questões religiosas.
Embora o conceito de harém tenha o seu quê de sagrado...

@na disse...

respondo-te o mesmo que respondi ao santo, e depois? depois não sabem o que fazer com tanta gaja à disposição

Anônimo disse...

Eu sei! Eu sei!

O Santo disse...

(mas onde raio terá ela ido buscar esta ideia do nao sabem, nao sabem.... que coisa)

@na disse...

porque os homens não conseguem fazer mais do que uma coisa de cada vez, quanto mais duplicar ou triplicar a acção

Anônimo disse...

Vai uma apostazinha?

@na disse...

nã... deixa estar, tinha de assistir para ter a certeza e dispenso ver espectáculos deprimentes