Passa a outro e não ao mesmo.

A notícia já tem uns dias, mas não perdeu actualidade, que é sempre útil sabermos que o mundo tem o tamanho da nossa rua e afinal somos todos mais ou menos vizinhos.
"todas as pessoas do mundo estão a sete intermediários de distância de qualquer pessoa de qualquer ponto do globo."
Ora, vamos lá ver se percebi bem. Isto deve querer dizer que para eu dar os bons dias a um índio tupi no meio da Amazónia ou a um guerreiro tutsi do Quénia só tenho de dizer sete bons dias antes?
Há muito que fazia destes jogos, do quantas pessoas tens entre ti e o Bush, ou o Papa ou o Brad Pitt. A resposta surpreendia sempre, por serem poucas, muito poucas. Nestes casos duas ou três, no máximo, e se duvidam experimentem. Mais complicado, muito mais complicado, era chegar lá, ao meio do mundo, onde Judas perdeu as botas, porque se até este Judas, que tinha a melhor das cunhas para chegar ao GPS universal se perdeu, eu não me orientava de certeza e lá ficavam uns bons dias por dizer.
Verdade? Pode até ter sido, que agora nem só no céu está um tal deus que segundo parece tudo sabe, vê e pode. Cá pela terra também não estamos mal servidos e se não somos todos irmãos temos, pelo menos, um padrinho em comum.
A Microsoft Research monitorizou a utilização total do Messenger - programa de conversação disponível na internet - durante um mês e concluiu que o mundo está mais interligado do que seria de esperar.
Pois é, parece que o bonequinho verde aqui do canto não me traz só o José directamente do Polana, o Santo mais as suas sevilhanas, a Rita e as lagostas do Dubai ou a Xica de casa da avó. O bonequinho é capaz de me trazer o tal índio tupi, saiba eu quem são os sete que podem levar-lhe o recado, já que a mensagem pode ser a do costume - queres teclar?

Este estudo, encomendado pela Microsoft, who else?!, veio confirmar velhas teorias que diziam que quaisquer duas pessoas do mundo estavam separadas por apenas seis graus. Mas isso era o que se dizia, assim meio sem se saber muito bem como nem porquê, mas agora a Microsoft diz mais. Muito mais.

O número médio de intermediários necessários para colocar em contacto duas pessoas desconhecidas entre si é de 6,6. Em alguns casos isolados esse número dispara para 29 elos de ligação.
Integraram a amostra 255 mil milhões de mensagens enviadas no curso de 30 mil milhões de conversas mantidas por 240 milhões de pessoas em Junho de 2006. A investigação concluiu que todos os continentes - com excepção da Antártida - têm em comum a utilização do Messenger, incluindo a África Central.

O que dizem estas alminhas todas não tiveram a decência de nos contar, que já agora podiam satisfazer um bocadinho a nossa saudável curiosidade, mas garantem que se as línguas podem ser diferentes a linguagem é praticamente universal e que, imagine-se, as conversas entre sexos opostos são as de maior duração e frequência. Afinal parece que o paleio do costume não é fácil em lado nenhum e não é com duas cantigas que se vai lá.

Mas que o mundo está pequeno e nos entra em casa quem menos esperamos? Sim, já percebi, e se foi com escalas mais reduzidas também não deixa de ter a sua graça. É que não foi assim há tanto tempo que adicionei mais um amigo a um desses programazinhos mágicos e do outro lado aparece-me não o João que eu estava à espera, que pelos vistos Marias há muitas, mas um outro, simpático também, bastante!, mais dado às músicas, é certo, e um bocadinho fora dos meus circuitos habituais, que se eu já gostava de o ouvir nunca antes o tinha lido aqui por perto, mas que agora, de vez em quando, entra pela minha sala a dentro para trocarmos dois dedos de conversa.

A minha esperança é um dia destes tropeçar no George.
Será o quê - clooney_george@hotmail.com? E quem serão os sete que estão entre mim e ele e se fecham em copas, que bem podiam dar-lhe um toquezinho da minha parte?