Será que noto uma critica aqui ou sou só eu que vejo coisas?

É que para o ano há eleições, sabem? Legislativas! Parece que nos vão dar oportunidade de escolher quem faz as leis. Todas as leis. Estas leis. As leis que mandam que sejam os juizes a julgar e os jornalistas a escreverem as notícias. As leis que dizem como, quando e em que medida se julga. As leis que mandam prender e soltar.Somos nós que escolhemos quem as faz e como devem ser feitas, lembram-se? E é nessa altura que devemos e podemos dizer o que nos vai na alma. Ou achavam que era só escolher o senhor mais simpático ou que dava mais canetas e bonés?

Tem piada, porque me parece que quando nos pedem a opinião, à séria, olhamos para o ar e assobiamos de lado. Demitimo-nos dos nossos deveres e depois, como se não tivessemos nada a ver com o assunto, toca de mandar bitaites, que é muito melhor zurzir nos "eles" que assumir as respondsabilidades do "eu".


Albergaria-a-Velha: Presumível autor da morte de adolescente aguarda julgamento em liberdade.

Saiu em liberdade, com obrigação de apresentações periódicas, o homem detido pela Polícia Judiciária como presumível homicida de um adolescente de dezasseis anos, que faleceu no Hospital, após ter sido agredido no fim-de-semana, em Albergaria-a-Velha.

De acordo com a PJ, a vítima foi agredida violentamente na madrugada do último sábado, próximo da sua residência, após ter saído juntamente com alguns amigos de uma festa que tivera lugar no centro de Albergaria-a-Velha. As lesões sofridas na cabeça ter-lhe-ão provocado a morte, apesar de ter entrado ainda com vida no Hospital.

A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Aveiro, no desenvolvimento de investigação iniciada imediatamente após ter tido conhecimento do incidente, constituiu arguido e deteve o presumível autor do homicídio, um carpinteiro de 27 anos, emigrante na Alemanha, que terá reagido de forma violenta a um comentário da vítima à sua acompanhante.

Ouvido terça-feira em primeiro interrogatório judicial, foi constituído arguido pela prática do crime de ofensa à integridade física agravado pelo resultado, ficando a aguardar julgamento em liberdade, mas proibido de se ausentar do país e com a obrigação de se apresentar periodicamente à GNR da sua área de residência em Portugal.

Um comentário:

Ângela disse...

Pois, sim...
Mais um exemplo da esquizofrenia das nossas leis...
A opção de acusar pelo crime menos grave, porque será mais fácil de provar e, provavelmente, atendendo ao que já têm, o único que se suportaria em tribunal. E a presunção de inocência (e todas as consequências daí advindas) no seu máximo.
sempre achei que se defendia muito o criminoso e pouco a vítima. Aqui está um exemplo disso mesmo. A vítima morreu e o presumível homicida não é acusado de homicídio (nem que fosse involuntário, negligente,...), mas sim de agressão agravada pelo resultado. E assim as medidas de coacção são mais leves e o jovem livra-se de ir já pensar no seu acto para a prisão...
Não há decisões perfeitas.
Mas há legisladores muito estranhos...
E depois os operadores judiciários é que ficam com as culpas!