Por mais que me digam que sim, esta não aceito. Não, o futebol não são onze de um lado, onze do outro, uma bola redonda e ganham os melhores.
Isso podem ser outros futebóis, o do 1X2 do totobola ou o das apostas da Bwin, mas não aquele que eu vejo. Muito menos aquele que a minha mãe vê.
No nosso futebol a bola é redonda na mesma e, às vezes, ganham os melhores, mas não são onze de cada lado. Não sei quantos são, mas não são onze. Pode até ser só um. Pode ser um Ricardo, no Estádio da Luz, sózinho, sem luvas a marcar o penalty que mandou os ingleses para casa ou, dois anos depois, a defender três penalties em quatro e a atirar-nos para as meias finais do mundial. Ou o Quaresma, a deixar os Belgas e o mundo de olhos cruzados, numa trivela que o Camões cantaria. Ou o Ronaldo, que pronto, até joga, a brincar com a bola como quem brinca com uma pastilha gorila. Ou mesmo um Vitor Baptista a parar os onze todos para procurar um brinco na relva, uma relva muito diferente daquela onde dormia, anos depois, por não ter mais onde dormir. Ou mesmo um FCP inteiro a jogar no meio da neve num Japão longínquo.
Ou posso ser só eu a roer as unhas que nunca roí, a minha mãe a acender velas ao São Mateus, as miúdas a pôrem o santo em cima da televisão ou um português que nunca veio a Portugal a cantar a uns heróis do mar que nem sabe quem são.
Ou podem ser milhares, milhões de turcos, a tentarem defender a rede onde a Alemanha ia marcando os golos. Turcos morenos, pequeninos, feios, pobres, mas que hoje estiveram lá, iguais aos outros que lhes pagam o ordenado e são altos e lindos e loiros. E que não precisavam de ter ganho. Que não podiam ter ganho. Eles já têm os BMW, a Sr.ª Merckel e a sorte da Turquia nas mãos. Esta alegria era perfeitamente escusada. Nem notam, não os aquece nem arrefece, nas suas casas com ar condicionado.
O futebol, este futebol, não são onze de cada lado. São nações inteiras a chorar lágrimas que não precisavam de ter chorado. São turcos que deviam ter ganho, se o deus deles os tivesse ouvido. Que justiça divina era isso.
O resto é futebol, e de futebol não percebo nada.
Isso podem ser outros futebóis, o do 1X2 do totobola ou o das apostas da Bwin, mas não aquele que eu vejo. Muito menos aquele que a minha mãe vê.
No nosso futebol a bola é redonda na mesma e, às vezes, ganham os melhores, mas não são onze de cada lado. Não sei quantos são, mas não são onze. Pode até ser só um. Pode ser um Ricardo, no Estádio da Luz, sózinho, sem luvas a marcar o penalty que mandou os ingleses para casa ou, dois anos depois, a defender três penalties em quatro e a atirar-nos para as meias finais do mundial. Ou o Quaresma, a deixar os Belgas e o mundo de olhos cruzados, numa trivela que o Camões cantaria. Ou o Ronaldo, que pronto, até joga, a brincar com a bola como quem brinca com uma pastilha gorila. Ou mesmo um Vitor Baptista a parar os onze todos para procurar um brinco na relva, uma relva muito diferente daquela onde dormia, anos depois, por não ter mais onde dormir. Ou mesmo um FCP inteiro a jogar no meio da neve num Japão longínquo.
Ou posso ser só eu a roer as unhas que nunca roí, a minha mãe a acender velas ao São Mateus, as miúdas a pôrem o santo em cima da televisão ou um português que nunca veio a Portugal a cantar a uns heróis do mar que nem sabe quem são.
Ou podem ser milhares, milhões de turcos, a tentarem defender a rede onde a Alemanha ia marcando os golos. Turcos morenos, pequeninos, feios, pobres, mas que hoje estiveram lá, iguais aos outros que lhes pagam o ordenado e são altos e lindos e loiros. E que não precisavam de ter ganho. Que não podiam ter ganho. Eles já têm os BMW, a Sr.ª Merckel e a sorte da Turquia nas mãos. Esta alegria era perfeitamente escusada. Nem notam, não os aquece nem arrefece, nas suas casas com ar condicionado.
O futebol, este futebol, não são onze de cada lado. São nações inteiras a chorar lágrimas que não precisavam de ter chorado. São turcos que deviam ter ganho, se o deus deles os tivesse ouvido. Que justiça divina era isso.
O resto é futebol, e de futebol não percebo nada.
6 comentários:
concordo com tudo. a turquia é que devia ter ganho!
mas a frase magistral deste post, meus senhores, não tem nada a ver com o euro. leiam: "Ou mesmo um FCP inteiro a jogar no meio da neve num Japão longínquo." e não disse, mas eu digo: e a ganhar!
eu vi o jogo do Vitor Batista a parar os 22 no relvado à procura do brinco. e vi o genial maradona marcar um golo com a mão, outro que corre meio campo em fintas e tb a ser expulso por agressao. e vi o cantona agredir ja fora do campo mas tb a fazer um chapeu brilhante agradecendo dps de braços abertos rodando lentamente o tronco. genios, a magia do futebol.
mas ganhar é concistencia, é trabalho, é saber e é tambem crueldade. desporto é ganhar e perder. competição é ganhar. é ser melhor quando se tem de ser melhor e ser na altura devida. pode haver acasos, mas isto é ganhar, pena não ter magia.
(nao deixem as crianças ler a parte da competição, sff)
Vai dizer isso aos brasileiros...
Pssst, meninos, venham ver os bons exemplos do santo!
Eu acho que se os Alemães nos ganharam a nós têm de ganhar aos outros também, porque nós sim, somos os melhores!E quem ganha aos melhores merece ganhar o Europeu.
Além disso, são giros.
ganda post.
e eu, que percebo um cadinho de futebol e vi o jogo, te digo: não só justiça divina, justiça desportiva também.
pois invisivel eu ate percebo o que deverá ser a justiça desportiva.
Mas estamos a falar do Euro2008 nao é?
Competição.
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