O Poder do Gesto

A solidariedade, os países pobres, a fome em África, as contas para depositar dinheiro para as vítimas da inundações. Está lá tudo muito longe não é, e nós aqui não podemos fazer nada...
Eu hoje ía distraída e fiz um gesto, foi sem querer, nem estava a pensar, e depois até fiquei embaraçada.
Estava no centro aqui do bairro e estava uma senhora jovem de etnia cigana (digo assim isto toda politicamente correta para não me chatearem) , um bocado atrapalhada com um carrinho com um bebé que queria enfiar nas escadas rolantes a descer e uma filha de uns dois anos, que não queria ir e tinha medo. Não se deve pôr lá carrinhos, pois não e as pessoas passavam todas irritadas de lhes estarem a tapar o caminho. E eu sem pensar , pego na mão da miúda, (eu até ía descer) e digo "anda lá, vamos as duas vês" e a mãe toda contente vem atrás de nós. Chega lá baixo e faz um grande alarido "ai rica senhora, obrigada, isto ninguém nos ajuda! Ninguém quer saber de nós!", e eu "pois é, comigo era igual, também tenho filhos". E era. Ninguém vê nada, atiram-se para os bancos dos autocarros á frente das grávidas, quem tem filhos que se amanhe se faz favor. É só um gesto, mas já faz alguma diferença, e sem querer, senti-me bem...

4 comentários:

gaija do norte disse...

Já foi dito aqui, mas não me parece demais repetir... "Never doubt that a small group of commited people can change the world" Margaret Mead

Teresa disse...

Gosto de ciganos. Assim mesmo, ciganos. E agora já não é só um gostar, com aqueles ciganos é quase uma relação de amor, como já o disse aqui.
http://cabradeservico.blogspot.com/2008/03/obrigada.html

Anônimo disse...

Ah pois é....eu gosto mesmo!

O Santo disse...

Eu nem tive grandes hipoteses de escolha. Eles viviam ao pé de mim e agora vivem outros mesmo aqui ao lado. Mas, é claro, nem todos são bons, nem todos são maus. Parecem os da nossa raça...