Um dos pormenores da educação que se dá a um filho é ensiná-lo a atar os sapatos. Perdem-se horas e horas a ensinar a criança a meter atacador para cima e para baixo e dá a volta e aperta.
Faz parte. É mais prático assim. Fá-lo ser independente. Poupam-se minutos de manhã quando o sono é maior que a disponibilidade para fazer essa dança dos cordéis. Pronto. Ponto.
Pela vida fora o puto habitua-se a atar os sapatos sozinho. É capaz de pedir ao colega do liceu para segurar os livros enquanto o faz. Nunca o contrário. Nunca diz "ata-me os sapatos que eu estou cheio de livros".
Podem ter-se hérnias, um braço ao peito, putos ao colo; agaixamo-nos sempre para atar os sapatos largando, por vezes o mais importante; nós ou pelo menos parte de nós. Para quê? para atar sapatos, porquê? pois não sei.
E de vez em quando era bem porreiro que perdêssemos a vergonha de esticar o pé e dizer "ata lá essa merda por mim se faz favor", ou mesmo retirar os sapatos e meter aquelas botas que, por serem 2 números acima do nosso pé, deslizam que nem uma luva e não nos obriga a meter o saco das compras e a bilha do gás e o puto e o marsupio e a revista e a chave de casa e o telemóvel que entretanto tocou e atendemos em voz alta misturado com o miúdo que guincha porque tem fome e a massa que entretanto saiu do saco e caiu escada abaixo... e tudo porquê? porque fomos habituadas a atar os nossos próprios sapatos.
Bom fim de semana :)
Faz parte. É mais prático assim. Fá-lo ser independente. Poupam-se minutos de manhã quando o sono é maior que a disponibilidade para fazer essa dança dos cordéis. Pronto. Ponto.
Pela vida fora o puto habitua-se a atar os sapatos sozinho. É capaz de pedir ao colega do liceu para segurar os livros enquanto o faz. Nunca o contrário. Nunca diz "ata-me os sapatos que eu estou cheio de livros".
Podem ter-se hérnias, um braço ao peito, putos ao colo; agaixamo-nos sempre para atar os sapatos largando, por vezes o mais importante; nós ou pelo menos parte de nós. Para quê? para atar sapatos, porquê? pois não sei.
E de vez em quando era bem porreiro que perdêssemos a vergonha de esticar o pé e dizer "ata lá essa merda por mim se faz favor", ou mesmo retirar os sapatos e meter aquelas botas que, por serem 2 números acima do nosso pé, deslizam que nem uma luva e não nos obriga a meter o saco das compras e a bilha do gás e o puto e o marsupio e a revista e a chave de casa e o telemóvel que entretanto tocou e atendemos em voz alta misturado com o miúdo que guincha porque tem fome e a massa que entretanto saiu do saco e caiu escada abaixo... e tudo porquê? porque fomos habituadas a atar os nossos próprios sapatos.
Bom fim de semana :)
13 comentários:
essa dos dois tamanhos acima era boa se eu conseguisse encontrar, na maior parte das vezes nem o meu tamanho, quanto mais encontrar maior.
E há sempre a hipótese de só usarmos sapatos sem atacadores...
velcro, Shark?
panfufas gandalf
Ou polylon, tanto faz...
polylon??? que raio é isso???
Vamos lá a ver: a maioria dos sapatos de senhora (digamos assim porque se entende melhor) não têm atacadores. Quem é que viu um sapato de salto alto da atacador? E lá por isso as botas de cano também não costumam ter atacadores. As minhas pelo menos não precisam de ser de número acima, enfio-as muito bem (quando muito têm um fecho eclair)
Depois há os sapatos de vela ou mocassins como se dizia no meu tempo que sou velhinha.
Resumindo - afinal quase só os ténis é que têm atacadores! :D
Estou par aqui a embirrar, apesar de achar a metáfora boa. Claro que é uma coisa bem pessoal, e marca a diferença da independência do mundo que nos rodeia.
A chavalinha não sabe o que é um polylon, o fecho de correr mais famoso da Nação...
Pff...
já por causa das coisas, eu não tenho calçado com cordões. mesmo que as sapatilhas os tenham, eu tiro-os! comecei a fazer isso quando me apercebi que nunca ia ter um palerma que os apertasse por mim
shark, se eu soubesse tudo não havia nada para me ensinares :P
11
será que quando se trata de atacar não queremos deixar os nossos créditos por mãos alheias?
Hoje lembrei-me deste post. Estava no centro comercial e vi um velhote num banco, completamente caído para a frente, quase com a cabeça no chão. Eu "ai que vou ter de ver se está bem!" e afinal lá estava ele a "atacar" o sapato...
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