Lembro-me de umas escadas escuras, uma sala de espera com cadeiras desconfortáveis e revistas velhas num canto e uma janela a dar para a Ferreira Borges. Também me lembro que quando um empregado velhote se assomou à porta e disse que a Sra. Dra. podia entrar eu continuei sem me mexer. Foi precisa alguma insistência da parte dele para eu começar a pensar - é que se estava sozinha na sala a Sra. Dra. devia ser eu...
Foi há 22 anos, tinha acabado o curso de Direito há uns dias e esperava para ser recebida pelo meu futuro patrono. Eu vinha recomendada por um ex-professor e ele era um tipo ainda novo mas uma grande promessa na advocacia e com queda para a política, dizia-se. Eu embirrava com o gajo, mas achei que era só mais um dos meus embirranços sem sentido, tinha que começar a ser mais adulta, a tratar da vida como os crescidos - falava com ele e de certeza que iria concluir que estava enganada.
Falei. Ou falou ele. Sedutor, insinuante, cheio de esperanças no futuro e duplos sentidos no presente. Eu podia começar de imediato, se quisesse.
Não quis e saí de lá a embirrar com ele ainda mais do que antes de ter entrado. E ainda hoje continuo a embirrar, mas talvez tivesse feito bem em ter aceite aquele estágio, que o jogo dele ainda não acabou mas os prognósticos continuam os melhores. O tipo safou-se bem na vida e continua a safar-se, não continua Dr. Dias Loureiro?
Há 2 anos
10 comentários:
(bem podias ter falado mais um bocadinho sobre os "duplos sentidos no presente")
(sim, faltam os pormenores sumarentos)
(Embora dê para concluir que ele tinha escarrapachado um sentido obrigatório e ela deu-lhe com o sentido proibido nas ventas...)
(mas isso é que tinha interesse... o sangue!!!)
és como eu, sou uma 'puta' gratuita e de boa qualidade para tudo o que é homem das obras e gajo honesto, e dei tampa a tudo o que era foda institucional, daquelas que arranjam empregos e carreiras, são gord@s e viscos@s y no me gusta
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mas nós gostamos de nós assim, né?
Se gostamos, z...
Ai querem sangue? É que armo já aqui um arroz de serrabulho...
Ai eu também tinha taaaanto para dizer do Sr Dr...
Mas não posso, o meu pai não deixa...
O que eu já vi passar aqui pelo escritórioooooo...
Aiiiii, esta fdp desta urbanidade entre colegas e mais todas as outras fdp das expressões deontológicas...
É extraordinário como é que o dito Dr. DL se recorda que em 2001, no dia x (ainda vá que não vá), ás 4 da tarde...(esta aqui é que é de pasmar)teve a reunião com o Dr. Marta. Há 7 anos atrás!!! Extraordinário!! É por estas e outras que nunca serei politica , esta gente é de superior inteligência e... memória (travestindo completamente o termo memória).
Este (Dr. DL)é como a nossa Fátinha (Felgueiras), aliás é uma caracteristica que todos partilham, que é a auto alienação da realidade. Será que isto se come, se bebe, se ensina na cartilha, se cheira? Dão-se alvissaras a quem saiba!
mundo pequenito, hein?
:)))
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