Parece que as Associações de Pais estão preocupadas com o facto de os senhores professores não terem tempo para os meninos por causa da tal avaliação de desempenho.
Avaliação, avaliação, avaliação. 120,000 professores nas ruas. Avaliação.
Não gosto de avaliar o que não conheço e portanto fui meter o nariz aqui e ali. Pelo que percebi o que se passa é mais ou menos isto:
Até aqui os professores que queriam progredir na carreira tinham de fazer um relatório de auto avaliação, que era normalmente classificado de Suficiente pelo orgão de gestão da escola. A progressão era, no entanto, automática e realizava-se mesmo que esse relatório não fosse feito ou a nota fosse outra.
Utilidade da avaliação? Zero!
Este sistema, se se pode chamar-lhe isso, foi alterado a 19 de Janeiro de 2007 ( Dec. Lei 15/2007), e este ano lectivo entraram em vigor as novas regras. No entanto, só vão ser avaliados, para já, os professores a contrato e aqueles que necessitem da avaliação por estarem em condições de progredir na carreira.
A avaliação pressupôe o preenchimento de três fichas - uma de auto avaliação preenchida pelo professor avaliado, outra de avaliação científico-pedagógica, a ser preenchida pelo professor coordenador de departamento, e a ficha de avaliação da participação em actividades escolares, a ser preenchida pela direcção executiva da escola.
A avaliação faz-se no interior de cada escola, tendo em conta a diversidade de funções e actividades desenvolvidas pelos professores. Inicia-se pela definição de objectivos individuais e inclui o preenchimento da ficha de auto-avaliação, a observação de aulas, a análise de documentação, e culmina com o preenchimento das fichas de avaliação pelos avaliadores, a realização de entrevista individual dos avaliadores com o respectivo avaliado e, finalmente, a realização da reunião dos avaliadores para atribuição da avaliação final. (...) O professor avaliador e o professor avaliado, por acordo, definem os objectivos individuais, que devem corresponder ao contributo de cada docente para o cumprimento dos objectivos do projecto educativo e do plano de actividades de cada escola.
(...) Esta avaliação de desempenho é realizada entre pares. São as escolas que definem os objectivos individuais dos professores, os calendários da avaliação, os instrumentos de observação, e são elas que procedem efectivamente à avaliação.
A apreciação dos pais e dos encarregados de educação é considerada apenas na avaliação dos professores se estes o aceitarem.
Parece-me, a mim que sou leiga, simples e justo.
Os professores são avaliados nas suas escolas pela direcção executiva e pelos professores coordenadores de departamento curricular. O presidente do Conselho Executivo pode delegar a avaliação nos restantes membros da direcção executiva, e os coordenadores do departamento curricular podem delegá-la noutros professores titulares. Os professores responsáveis pela avaliação são, em regra, os professores mais experientes.
Qual é, afinal, o grande problema? Trabalho burocrático? Sim, algum, sem dúvida, mas qualquer polícia de giro tem de fazer um relatório de serviço, os bombeiros preenchem fichas, os médicos fazem os processos dos doentes, os directores de departamento de uma empresa avaliam os seus subordinados e, durante muito tempo, eu não podia ter uma conversa telefónica com um cliente sem no final a transcrever para o processo respectivo. Perda de tempo? Eu acho que faz parte, mas posso estar enganada.
Sim, estou a simplificar o que não deve ser simples, que 120.000 pessoas não podem estar todas enganadas ou de má-fé, mas muito sinceramente ainda não consegui perceber qual o problema e que soluções alternativas são apresentadas pelos professores. Até agora só percebo que os professores não querem este sistema por ser complexo e trabalhoso mas, se andar por aí algum representante da classe, poderia explicar-me, como se eu fosse muito muito burra, o que querem alterar ? É que tenho duas crianças na escola e se estão a ser prejudicadas com mais esta manigância da senhora ministra na próxima manifestação seremos 120.001. Tenho é de perceber muito bem o que me poderá levar a meter-me numa camioneta de carreira e a descer a avenida com um cartaz nas mãos.
Há 2 anos
78 comentários:
Teresa, poupe a viagem, a guerra dos professores é absolutamente esquizofrénica.
(e até posso explicar, hoje estou com tempo livre)
(ou então faça a viagem, Lisboa está um encanto, a esplanada da Brasileira dá gosto)
Comendador, pudesse eu e já aí estava. Para além da esplanada da Brasileira ser um dos sítios onde nunca deixo de ir, uma conversa consigo seria sempre uma forma muito agradável de apanhar sol e beber um café
(façamos então de conta que estamos já a tomar o tal café, amena cavaqueira sobre os professores. Já desliguei o telemóvel)
Para início de conversa, o tema da avaliação dos professores terá que ser discutido sem que as partes se deixem contaminar por emoções. Neste processo o problema tem sido a emotividade que todos têm colocado em cima da mesa. Há um claro movimento corporativo (ontem, em conversa com duas professoras que tinham estado na manifestação, percebi que eu tinha mais conhecimento das regras da avaliação do que elas próprias, tinham estado lá porque tinham que estar, porque não ficaria bem não estar). Claro que não generalizo, alguns dos professores que lá estavam no sábado sabem argumentar, sabem onde se sentem desconfortáveis com os métodos de avaliação, estariam disponíveis para propor uma avaliação alternativa. Quantos? Um por cento. Não mais.
Fiquei exactamente com a mesma sensação... Já nas ultimas manifestações, por causa do estatuto da carreira docentte, achei que eram montanhas a parir ratos. afinal o que estava em duscussão era demasiado ridiculo e, a maior parte dos professores, nem a lei tinham lido.
Vamos agora fazer um exercício ao contrário. Vamos ver o cenário do ensino particular, onde os professores são avaliados pelos pares, se não se revelarem adequados são dispensados, num lógica de mercado. Como o mercado funciona para os dois lados, estes professores são melhor pagos do que os do ensino público. São melhores, recebem mais. Justo. Não consta que tivessem uma delegação presente na manifestação de sábado. Por outro lado, os pais destes alunos também não se queixam. O ensino particular é mais exigente, disponibiliza uma quentidade de actividades extracurriculares, os professores não faltam e, sem surpresa, estão lá em cima, no topo das tabelas de mérito, quqlauqer que seja o ponto de vista)
(ouvi em fundo alguém dizer que as propinas que os meninos ricos pagam não são para todos, que nem todos p+opdem pagar as mostruosiades que são estas propinas)
(bom tema, segue já a seguir no próximo comentário...)
(o comentário lá de cima está cheio de gralhas. bom sinal, é porque o texto saiu corrido, a acompanhar as ideias. Mas peço desculpa...)
Vamos à contas? Vamos. Escolhamo., por exemplo o Liceu Francês, a meio caminho entre a exorbitância do St Julian School e os valores mais remediados do Instituto Espanhol. Propina anual? 3.200 Euros. Para se ter um ideia deste valor, direi que dá para comprar 62 garrafas de Olh Bushmills Single Malt, de dezasseis anos. Muito dinheiro.
Vamos olhar agora para o OE para 2009, que tem previstos 6.652 Milhões de Euros para o ensino básico e secundário. Vamos dividir este valor pelos 1.300.000 alunos? Vamos?
(Dá mais de cinco mil e cem euros)
(surpresa, mais do que os muito caros 3200 do Liceu Francês)
Conclusão: o Estado devia franchisar o Liceu Francês e distribuir por cada Português a diferença. Quero as minhas trinta e uma garrafas de Old Busmills. Single malt, não sei se perceberam que falamos de single malt, dezasseis anos.
(E agora vou ali tratar de um assunto, tenho que começar a pensar na avaliação da minha equipa para este ano)
(mas volto, se calhar)
Volte que a conversa está interessante e já lhe respondo...
Teresa, espreita o JonasNuts, no sapo. Os ultimos posts são sobre esse assunto.
Ok. Obrigada mãe da malta
Obrigada, estou mais esclarecida. Mas era já essa a impressão que eu tinha, sem ter lido nada e só vindo a seguir notícias nos media.
E, Teresa, se deixarmos de lado todas as emoções e todas as generalizações, temos então uma avaliação para fazer. E ser avaliado é algo que os professores, os bons professores, deveriam exigir. Não deveriam sequer admitir que outros não tão bons como eles progredissem da mesma forma, como se fossem todos iguais. As avaliações podem ser injustas? Podem, claro. Mas o mundo é mesmo assim, cheio de injustiças (e agora lembrei-me do jogo de ontem, vou sou ali tomar qualquer coisa que me adoce e já volto).
(a seguir: a minha proposta para a ficha de avaliação dos professores)
Comendador, do pouco que vi por aí uma das queixas dos professores é serem avaliados pelos chamados "professores titulares" dado que, e cito de ouvido, são titulares por antiguidade e não por mérito o que não lhes deveria dar competências para serem avaliadores. Ora isto parece-me um pouco um argumento pescadinha de rabo na boca. Para além disso queixam-se que o departamento curricular abrange professores de várias disciplinas - física, quimica, matemática, TIC - e que os colegas não têm capacidade científica para avaliar quem não é da sua área. Isto já não é pescadinha, isto são os próprios professores a passarem atestados de incompetência uns aos outros. Além disso, e pelo que li, os tais objectivos individuais são discutidos, e negociados, entre avaliador e avaliado, portanto acho que há sempre possibilidade de se acertarem agulhas. Não sei, e isso sim poderia ser preocupante, como se derimem os conflitos, ou seja, se nãso houver acordo quem manda, mas não é isso que vejo a ser discutido.
Acho que se agitam bandeiras popularistas - os professores sozinhos não podem ser avaliados pelo mau desempenho dos alunos... - quando não vi esse criterio de avaliação escrito na lei. Agora que compete ao professor mostrar serviço, e que esse serviço passa por ter conseguido transmitir conhecimentos aos seus alunos, disso não tenho dúvidas nenhumas. Não sabem como? Mas, afinal, não é esse o trabalho deles?
(Até fiquei a salivar. Single malt, dezasseis anos... É de uma suavidade no palato...)
Ah, e agradeço esta síntese da situação docente. Agora tenho como sustentar a minha convicção instintiva.
Bem diz a cabra noviça que tu és um tubarão intuitivo...
Os critérios de avaliação terão que ser simples com objectivos qualitativos, quantitativos, individuais e partilhados.
i) Os qualitativos, com um peso não superior a 20%, estarão relacionados com os projectos que o professor objectivamente desenvolve fora das suas estritas responsabilidades. É aqui que entra o parecer dos seus pares que lhe reconhecem, ou não, competências na liderança de actividades não directamente relacionadas com o curricular. É aqui que se avalia o mérito do professor no que não é directamente mensurável (horas extra de trabalho com turmas difíceis, acompanhamento dos alunos a visitas de estudo, participação em acções colegiais...)
ii) Os quantitativos, que deverão representar, pelo menos, 60%. Não deverão ser mais de quatro parâmetros. Como exemplo de parâmetros que se podem aferir com segurança, temos a evolução de notas das turmas desse professor nos rankings nacionais (e não apenas a nota absoluta), o número de faltas num ano (incluindo as justificadas), o número de projectos extracurriculares desenvolvidos com os seus alunos.
Finalmente, os objectivos partilhados, aqueles que são comuns a toda uma escola (evolução relativa da escola no ranking, por exemplo)
Dava para começar. E era simples. Ainda não vi nenhuma proposta assim, simples, apresentada pelos sindicatos. Mas, em calhando, sou eu que não posso estar em todo o lado, não posso ter conhecimento de tudo...
(Shark, um Senhor...)
(Gostava de ser mas falta-me algum - muito - substrato para justificar a maiúscula, Comendador. No entanto, isso não obsta a que agradeça encarecidamente a gentileza...)
:-)
(e agora fiquei cansado, Teresa)
(eu é assim, em me esforçando um bocadinho fico fraquinho)
(vou procurar um post que tenha um assunto mais levezinho)
mas ainda tenho eu de lhe responder...
Nesse caso, espero aqui. Sossegadinho.
vou tentar não o deixar muito tempo à espera... mas aquela proposta de avaliação deu-me que pensar
ai tanta asneira junta...
o que vale (vale?) é que as intenções - as vossas - são as melhores.
vale, num caso - o teu, teresa. que no do comendador, bem que lhe posso já ter explicado tudo muito bem explicadinho, que preconceito é preconceito (as garrafas de whisky também ajudam), de nada serviu, pelo que vejo.
muito a correr, que hei-de voltar cá.
e não é uma promessa, é uma ameaça.
(brinco, quanto a esta última)
(sem-se-ver, sabia que havia de se juntar a nós...)
Teresa, isto vai-se complicar, sabe? Eu perdi até hoje todas as picardias com a sem-se-ver...
Também tennho estado à espera da ssv, mas não acho que isto se vá complicar. É sempre muito mais interessante discutir um assunto com quem o conhece e é inteligente. O problema é que a ssv, na classe, faz parte da excepção e não da regra.
E ssv podemos ser ignorantes mas diz-me - se nem nestas matérias que lhes são tão importantes os professores se conseguem explicar de forma a que os ignorantes, mas com boa vontade. os percebam o que achas que devo pensar das competências cientificas e pedagógicas para ensinarem quem muitas vezes não quer aprender? Afinal os mestres falham quando tentam passar a mensagem, ou estarei a ver mal as coisas?
Não, Teresa, não está a ver mal as coisas (ups, fui...)
(a ssv é das pessoas mais inteligentes, sensíveis e espantosas com quem me cruzei)
(é sempre bom fazer uns elogios, talvez ela tenha piedade de mim...)
(e de mim... é que acabo sempre por perder com ela...)
Não sei se desta vez estou tão de acordo contigo como costumo estar. Antes de mais nem sou professora, nem tenho familiares que o sejam. E também como ponto prévio, desconfio muito dos sindicatos, não apenas destes, da maioria. Mas...
Que dos 120 mil haja muita gente mal informada, não tenho a menor dúvida, mas de se deslocaram a Lisboa e não foi num dia de trabalho, devem estar convencidos da sua razão. De resto, tenho lido montes de blogs, os de professores parecem estar todos do mesmo lado e não me parecem uns palermas (a blogger com quem simpatizo mais, pessoalmente, é a Saltapocinhas e até essa que repete imenso não entender de política tem levantado as suas críticas) ainda hoje no Jugular, um
post trocista sobre o tema, levantou muitos comentários que me parecem sensatos. Veja-se o do Ezequiel, por exemplo.
E a SSV??!?!
Nada!
Bom, amanhã vejo o que aconteceu.
Emiele
já fui meter o nariz no jugular mas ainda só li de raspão. já ca venho
1. cá estou (e à pressa - desta vez porque tenho uma reunião à noite)
2. primeiro vai no geral, depois respondo à teresa (às provocações não se responde, donde, o caro comendador não merece nem uma: quem diz/escreve que nem 1% dos profs saberia indicar um modelo alternativo, que os profs da escola pública são piores que os da pública, ou que os sindicatos não têm apresentado propostas alternativas, entre outros mimos, não merece resposta).
geral, então:
a) neste momento há 3 tipos de professores: os professores; os titulares, somente 5% em cada escola, vagas abertas por concurso mnisterial, sendo que só eles podem ascender ao topo da profissão; e a escumalha, que alimenta e faz mover um incrível numero de escolas neste país - são os contratados, que exercem todas as suas funções docentes (lectivas e não lectivas) tal como todos os seus colegas, mas que para efeitos do estatuto da carreira docente nem professores são considerados ser.
b) nas condições de acesso ao 1º concurso de professor titular que decorreu no ano transacto (professor titular é aquele que vai poder exercer certos cargos e funções, como os de avaliar, enquanto coordenador de departamento ou docente que se viu investidos nessas funções pelo coordenador de departamento, os restantes colegas) só se analisava (quantificando cada cargo tido, por ex, e muito discutivel e polémico foi esse mesmo quadro pelas omissões que teve e disparidade de valores que apresentou, no que se refere a cargos quando comparados entre si), dizia, só se analisou os últimos 7 anos de carreira dos docentes que podiam concorrer.
percebes, teresa? os tais profs mais experientes e com mais curriculo foram objectivamente prejudicados. percebes? muitos deles nem conseguiram a pontuação, ou tiveram-na menor, que colegas bastante mais novos, que circunstancialmente tinham tido mais cargos nos anos anteriores. percebes? o ambiente ficou completamente enquinado, a partir daí. com situações de uma injustiça - e de um absurdo - tão gritantes que é natural que se continue a protestar. porque são essas mesmas situações injustas e absurdas - esses mesmos profs que chegaram a titulares - que vão avaliar colegas com maior experiência e curriculo.
c) acresce a isto o facto de o modelo de gestão ter imposto um em que o director da escola centra em si toda a autoridade e poder, incluindo os de ser ele a nomear os membros dos conselhos pedagógico, os coordenadores e departamento (os tais que referi na alinea anterior), etc: pelo que podem acontecer situações de prepotência e discricionaridade, além de o clima ser, como podes calcular, de intimidação e medo. os mecanismos de imparcialidade e justiça - recursos, por ex - estão também eles inquinados por este mesmo modelo de gestão: quem discute os recursos são os mesmos que avaliaram o professor que se sente injustiçado pela classificação que obteve. (..., né?...)
d) algo que ainda ninguém percebeu até hoje, e é o mais grave de tudo: divido em dois momentos -
1. o que o ME legislou e apresentou às escolas foi um quadro com os parâmetros a ser avaliados; e esses parãmetros parecem-me, em geral, bem - ajustados à nossa realidade laboral, embora para mim seja muito discutível que tenha o mesmo peso na minha classificação 'a relação com a comunidade' (vulgo, passar a ir aos bailinhos de fds lá na terra) do que a minha competência científica ou, essencialmente, as minhas competência didactico-pedagogicas. mas adiante. poderei dizer-te que parametros são esses, se desejares.
ORA BEM: O ME UNICAMENTE ELABOROU ISTO. TODO O DESDOBRAMENTO DISTO, ISTO É, TODAS AS GRELHAS DE AVALIAÇÃO DESCRIMINADAS E AS GRELHAS DE EVIDÊNCIAS DO QUE EM CADA PARAMETRO SE CLASSIFICA SÃO CRIAÇÃO DE CADA ESCOLA! capisce agora?... só na minha escola tivemos literalmente que inventar 4 versões para cada uma destas grelhas - a do conselho executivo; a dos coordenadores de departamento. e posso adiantar-te que, só de grelhas de evidência, há a considerar as seguintes, aplicáveis no todo ou em parte consoante o docente pertencer a esta tralha toda ou não:
- grupo;
- departamento;
- conselho de turma;
e depois:
- conselho pedagogico;
- coordenador de departamento;
- director de turma;
- coordenador de directores de turma;
- coordenador de projectos;
- coordenador profissional;
- conselho pedagogico;
- conselho geral (na minha escola a directora queria avaliar tambem os membros deste conselho que, à luz da lei, é o orgão que fiscaliza o director da escola... tudo dito, né?...)
repara bem, teresa: para cada um destes casos tivemos que ver quais os parametros especificos que deviamos incluir e, bem mais complicado, o que é que, em cada um deles, equivalia a um insuficiente, regular, bom, muito bom e excelente.
percebes?
NUMA PALAVRA: O ME EXIMIU-SE DAS SUAS RESPONSABILIDADE GOVERNATIVAS E LEGISLATIVAS E LANÇOU O CAOS NAS ESCOLAS. CRIOU SITUAÇÕES DE DISPARIDADE INADMISSIVEL QUE, EM ULTIMA INSTANCIA, PODEM PROVOCAR QUE NUMA ESCOLA EU POSSA SER AVALIADA COMO EXCELENTE E NOUTRA COMO BOA, OU NEM ISSO.
percebes? fiz-me entender? não estamos como qq funcionario publico perante um siadap ou la como se chama, simples, objectivo e decidido por quem o deve, a tutela: estamos pelo contrario no reino da arbitrariedade quase total.
(e não penses que exagero qd digo que numa posso ser optima e noutra uma merda: na minha escola é factor de PENALIZAÇÃO o professor fazer aquilo que a lei prevê e até obriga, quando por motivo de força maior (nos quais se incluem, E ESTOU A FALAR A SÉRIO, faltas por nojo, casamento, participações em congresso, etc), tem de faltar e combina uma permuta com um colega seu (os alunos não saem, portanto, prejudicados). noutras escolas tal é motivo de VALORIZAÇÃO...
PORTANTO: ACHAS QUE SE PODE ACEITAR ESTE MODELO DE AVALIAÇÃO?
o segundo e último momento é o seguinte:
2. prevê a lei feita pelo ME que será um Conselho qq coisa a analisar e a validar estas tais grelhas de avaliação e de evidencias etc que cada escola ou agrupamento de escolas tiver aprovado. além de ser um total absurdo pensar que é humanamente possivel seja a que membros de conselho for analisar todos os documentos produzidos por todas as escolas deste país, este Conselho está paralisado e sem funcionar (a respectiva presidente demitiu-se em junho, se nao me falha a memoria, e outro membro nas férias). donde, qualquer escola que puser em pratica - CONSOANTE O ME ESTÁ A ORDENAR QUE FAÇA - os seus instrumentos de avaliação estará a cometer uma ilegalidade.
nao achas agora, Teresa, que temos razao para estar 120.000 na rua? e para nao nos conformarmos com esta situaçao? e de querermos ser justa e objectivamente avaliados, com mecanismos de paridade que devem assistir sempre em casos semelhantes?
ah, e sim! é bem verdade! com tanta MERDA que temos de preencher, e tanta reunião em que temos de participar, SIM, falta-nos TEMPO para darmos a PORRA das aulas que temos e queremos dar E DE PREPARAR E CORRIGIR TODA A TRAMPA (entre aspas) que SEMPRE trouxemos para casa!! e só quem não é professor ou nunca viveu com nenhum é que pode alguma vez pensar que SEMPRE TRABALHAMOS IMENSO TEMPO EM CASA E QUE HA CIRCUNSTANCIAS, como em muitas outras profissoes, que NEM FDS TEMOS!
caramba, teresa e todos, doi-me tanto e tanto e tanto ver tanta gente a dizer mal de uma classe profissional que tanto e tanto se dedica aos alunos, caramba!! e que só quer ser avaliada com JUSTIÇA!!
remato com isto: sabes como nós comentamos os resultados dos nossos alunos nos exames nacionais, E SEMPRE O FIZEMOS ASSIM? nao foi por causa da porra dos rankings que o passámos a fazer? "TIVE XXXX NEGATIVAS, OU TIVE XXXX NOTAS ACIMA DE TAL! E TU, QUE NOTAS TIVESTE?"
somos piores professores que os do privado, comendador? give me a break.
(agora, reuniao comigo. mas não é da escola - graças a deus)
diz-se enquinado ou inquinado? agora fiquei com duvidas, o que nao me fica nada bem, mas enfim...
onde se lê
e só quem não é professor ou nunca viveu com nenhum é que pode alguma vez pensar que SEMPRE TRABALHAMOS IMENSO TEMPO EM CASA E QUE HA CIRCUNSTANCIAS, como em muitas outras profissoes, que NEM FDS TEMOS!
deve ler-se, claro
e só quem não é professor ou nunca viveu com nenhum é que pode alguma vez pensar que NUNCA TRABALHAMOS IMENSO TEMPO EM CASA E QUE HA CIRCUNSTANCIAS, como em muitas outras profissoes, que NEM FDS TEMOS!
fui
ssv, não esperava outro tipo de argumentação sua. Quente, entusiasmada, não duvido nem por um segundo que faz parte dos professores que interessam ao meu País (e, como sabe, isto não é mão pelo pêlo, desta vez é mesmo a sério). Facto 1 - Tanto nesta manifestação como na anterior falei com pessoas que estiveram na manifestação. Retive como ideia forte que a maioria esteve lá por razões de corporativismo e, mais, por MEDO dos pares, MEDO de serem apontados por não terem estado lá.
Facto 2 - O ensino particular pode escolher o seu corpo docente, pode adaptá-lo ao seu método pedagógico, pode adaptá-lo ao nível de exigência que pretende. Pode escolher os melhores, porque pode pagar-lhes mais. Simples, é o mercado e não há que ter medo do mercado. Poderá dizer-me que você, boa profissional, não daria aulas no S. João de Brito nem que lhe pagassem o triplo. Como é inteligente, sei que me poupará a este argumento. Falo do que sei e, mais, neste momento falo com a propriedade de quem está no negócio, do lado de quem contrata. 3 - Admito que os sindicatos tenham dado alternativas. No entanto, considerando-me eu um rapaz razoavelmente informado, sei muito sobre o modelo que está em cima da mesa e não sei nada sobre propostas alternativas, o que quer dizer que, se os sindicatos não falharam no conteúdo (e, já agora, ssv, se quiser partilhar informação, sabe como fazê-la chegar), falharam na forma, falharam na passagem da mensagem. E, naturalmente, não vou deixar de rebater os seus pontos. Não agora, que vou passar parte da noite a avaliar o ano da minha equipa e a preparar os objectivos para os próximo ano (objectivos, sim, que depois serão avaliados).
Fónix, os meus respeitos sinceros para quem debate assim.
Juro que não estou a brincar.
(Ò chefa, posso sugerir que a malta da casa abrande um nadinha e, com a licença deste par de colossos, sejam publicados sob a forma de posts as intervenções mais detalhadas desta caixa?
Serviço público, digo-o eu, para a malta ter acesso a alguma informação com interesse acerca de um tema mais do que importante, decisivo.)
shark ainda nem li tudo mas podes começar a editar para passar a post...
shark, sharkinho, não seja tão tubarão... deixe o caro comendador acabar a sua resposta, que por enquanto foi só fogacho.
(oh comendador, PELO AMOR DE DEUS!!! mas alguem no seu pleno juizo ia a uma manif por medo dos seus pares???? medo de certos pares, isso sei que sim, têm eles no que se refere à assitência de aulas. e posso discutir tais razoes consigo. agora: a uma manif??)
(mais um () - falharam na mensagem, os sindicatos? 1º, nao conhece o comendador o poder dos sound bytes, sejam eles assim proferidos por quem os emite ou assim seleccionados por quem os emite? poupe-me a análises tão superficiais.)
(último () - eu sou a melhor professora de filosofia do mundo e aceito de bom grado ganhar o triplo no seu colégio. quando nos encontramos? com uma condição: quero saber com antecedência quais os critérios que vai utilizar para me avaliar/renovar o contrato, e não ter que ser eu a completar sem rede um trabalho - esse - que deveria ter sido seu.)
e tu, teresa, poe-te quieta, minha querida, que enquanto não esclarecer se se diz 'enquinado' ou 'inquinado' não passas nada a post SFF! ganda vergonhaça que ia ser...
inquinado: adj.,poluído, corrompido;
contaminado.
«sei muito sobre o modelo que está em cima da mesa» - mas não sabia o essencial, que eu aqui expliquei e ainda nao lhe mereceu a única atitude digna: dizer 'nao sabia, ssv... tem toda a razao, a situação é inadmissivel e insustentavel. posso ir de braço dado consigo na próxima manifestação avenida da liberdade abaixo?'
(e depois subimos à esplanada da Brasileira e acabamos lá a tarde. prometo.)
@na, grata, minha amiga. que dúvidas destas com esta idade ficam-me MESMO MUITO MAL!
nao esqueço mais, obg.
Eu esclareço?? Eu não sei nada de inquinanços e estou aqui com outro assunto entre maos. E passa a post sim senhora que hoje quem manda é o Tubarao.
K mulher! Estou esmagada com esta argumentação. Afinal foi com alguma timidez que fiz um comentário ao post da Gabs e afinal confirmo que tinha razão.
Sem se ver
Ainda nãsom li metade do que escreveste. Mas já li a lei, ou melhor, o estatuto da carreira docente.
Dois comentarios -
1. o director da escola tem os seus poderes limitados pelo conselho geral.
2. se a directora da tua escola acha que pode avaliar o conselho geral isso diz-me muito sobre a capacidade de avaliação de textos. Estou mesmo a pensar pedir à xica para ler a lei e depois responder a umas perguntas
E agora umas avulsas - sim, vao as manifs por todas as razoes. Até para ver Lisboa, para fugir à faxina do sabado e para poderem cantar o senhor condutor por favor ponha o pé no acelerador.
nao acredito que o que está em jogo diga respeito a direitos tao fundamentais assim para movimentarem multidões. Lembras do ano passado quando as manifs eram porque os profs estavam impedidos de ser presidentes do CG? E como foram milhares para a rua reclamar?
e agora vou ler bem as tuas respostas, mas já sabes que acho que profissionais como tu são a excepção que só confirmam a regra e que os prfs sao uma classe que se habituou a ser umbiguista.
Afinal ainda cá venho rebater os seus pontos, já tenho a meu trabalho de avaliação e objectivos prontinho para discutir com a rapaziada amanhã.
(bem sei que a sua argumentação é com a Teresa, eu só fazer de conta que a sua argumentação é comigo)
Geral -
a) SSV, a vida é mesmo assim. Na vida real, nas outras profissões, há níveis hierárquicos. É bem bonito o conceito de igualdade, somos todos professores, fazemos todos o mesmo. Infelizmente, o modelo não funciona.
b) Aqui está um tremendo exemplo de como está enraizada a ideia de que idade é um estatuto, de como se confunde "estar há muito tempo" com "tem muita experiência" e o corolário "logo é mais competente".
c) No meu modelo de gestão não concebo outra coisa que não seja o director ... dirigir (e, mais uma vez, sei do que falo). Naturalmente, dirigir não significa ser discricionário ou prepotente. Ambos sabemos que um director ditador está tramado a curto prazo, perde credibilidade, a máquina deixa de funcionar e, no limite, o director vai à vida. Dirigir tem que implcar responsabilidade e um director que saiba minimamente fazer pela vida intui facilmente que só consegue ter uma vida descansada se tiver um papel moderador. Naturalmente, terá que decidir, haverá alturas em que não será consensual.
d) 1. Ficamos em quê? Os parâmetros parecem-lhe, em geral, bem ajustados à vossa realidade laboral ou é muito discutível que 'a relação com a comunidade' (não me lixe, ssv, você sabe muito bem que a relação com a comunidade não tem nada a ver com bailinhos de fds lá na terra) tenha o mesmo peso na classificação do que a competência científica? (não entendi, mesmo).
O ME não podia ter feito outra coisa senão permitir que cada escola tivesse a LIBERDADE de desdobrar as grelhas à realidade de cada escola. SSV, uma escola na Curraleira não tem que ver com uma escola em Oliveira do Hospital a Secundária de Belém não tem que ver com a Secundária de Oiã. Há escolas com corpos docentes estáveis e outras não, há escolas com professores a ter que dar apoio a alunos com carências várias e há escolas em que não é necessário. Se, por absurdo, o ME impusesse um modelo único, as manifestações existiriam na mesma, com o argumento de que a imbecil da Ministra achava que as escolas eram todas um número, todas iguais, e tal. E, sim, dá trabalho. E, sim, deveria ser aliciante e auto-motivante "para para cada um destes casos tivemos que ver quais os parametros especificos que deviamos incluir e, bem mais complicado, o que é que, em cada um deles, equivalia a um insuficiente, regular, bom, muito bom e excelente."
2. Tem razão. Sem mais.
E, para termiar, querida SSV, não está em causa o julgamento de uma classe ou de terem um país inteiro a achar que são uns incompetentes. Num universo de milhares de profissionais há os bons e as nulidades, passa-se isso em todo o lado, sejam empresas públicas, sejam repartições de finanças ou sejam empresas privadas. O que está em causa é começar, ter algum instrumento que possibilite que os melhores possam ser recompensados, para que sintam que vale a pena ser melhor, para que não se interiorize que, façam o que fizerem, são todos tratados da mesma maneira.
(e veja lá se vem à próxima manifestação que eu tenho todo o gosto em estar à conversa consigo)
(e acabei de quebrar uma regra minha que é a de nunca entrar em diálogo com quem não é o autor do post)
(que me desculpem os/as cabras)
ai homem que vc me desgraça que tenho quem me queira do outro lado e eu aqui a dar-lhe troco!!!
(nao, nao dou. fico em pulgas. mas elas que se acalmem até amanha. dia complicado - DE ESCOLA - mas amanha volto a isto.)
desculpem-me todos, mas 'não dá mais pra segurar', como canta a outra.
(teresa, amor meu e minha paixao mor, os 100.000 do ano passado NAO FORAM para a manif por isso que dizes - que era um absurdo, seja como for, e o ME recuou nesse aspecto - só faltava que não!! - mas por tudo isto que nos continua a mobilizar este ano)
desculpem, tenho mesmo de ir.
e se vão publicar, é INquinado que se diz, por favor corrijam-me esse erro quando escrevi erradamente 'ENquinado'!!
beijos muitos.
(comendador, vou pensar no seu caso. esse tal da proxima manif etc)
(Hum, isto é tardote e a SSV é capaz de já cá não vir hoje)
(Vou repousar, também)
(foi fixe, hoje. para desenjoar de falar de gajas e bola, e isso...)
(embora, na verdade, cada vez percebo menos de gajas. e então de bola, nem se fala...)
(Teresa, obrigado)
(SSV, não perdi de vista aquilo de descer a avenida de mãos dadas)
Sem se ver já aqui não estás mas continuo a dizer-te que o ano passado foram à manif pela mesma razão que foram este ano – porque foram mobilizados.
E sim, o ministerio recuou e agora os profs já podem ser presidentes. Que bom. Mas isso é mais trabalho burocratico, não é?
continuo a pensar que é muita parra e pouca uva e que o que está em discussão, mesmo sendo importante, não justifica tanta faca na liga. numa coisa estamos todos de acordo - so pode ficar melhor melhor do que estava.
(seculos dps inda se comenta o post)
Posso fugir da lei e do ME e dos Sindicatos??
Fui professor e sempre convivi de mto perto com o mundo do ensino. Como já disse e repito, temos optimos professores e aos professores deve ser exigido que ensinem bem. Isso e só isso deve ser avaliado (não sei como nem sugiro um método infalivel de avaliação).
Neste "ensinem bem" não incluo a recente teoria de que os professores devem motivar os alunos ou ser porreiros ou ter excelentes skills sociais. Devem saber, estar seguros do que ensinam e transmitir esse conhecimento de forma clara.
Não me parece que se esteja a caminhar para este nível de ensino e não me parece que seja esta a politica do Ministerio, por isso dou razao aos professores. Não me parece que seja isto que os professores exigem e por isso contesto a luta que travam.
Parece um chover no molhado, mas estou convicto que a guerra está um nadita ao lado do importante, mas 120000 sao 120000. Só 1% sabiam??? Bem, são 1200 pessoas que sabem bem o que se passa, que assunto se discute em que temos 1200 pessoas com um bom conhecimento de causa??? (ok... estou a excluir a capacidade do Santana Lopes voltar a CML)
1200? Tantos?
Muito trabalho me estão a dar por aqui.
Sem se ver, tu fazes-me andar para ler mais decretos regulamentares do que li nos ultimos tempos.
Entendo tudo o que dizes mas continuo a achar que há sempre varios angulos por onde se pode olhar a mesma realidade. Poderia responder-te como se estivesse a fazer uma Contestação e rebater ponto por ponto, mas já não tenho vocação para essas coisas. Vai tudo a monte e se me esquecer de alguma coisa hei-de cá vir outra vez.
Passo já à frente a questão das avaliações feitas aos professores que, neste momento, são professores titulares. É exactamente por esse sistema não funcionar que se está a tentar outro. Para já é o que existe e se gerou injustiças que sejam corrigidas.
Demissão do Ministério. Como sabes, melhor que eu, desde ha dois anos, penso, que o Ministério passou a celebrar com algumas escolas, tendendo a alargar-se a todas, contratos de autonomia. Penso que no primeiro ano funcionaram assim vinte e oito escolas (agrupamentos)a nível nacional. Essas escolas - e esta é para a geral, que tu sabes - em termos administrativos, financeiros e curriculares têm alguma flexibilidade, não estando sujeitas à lei geral. O ME, e bem, no meu entender, está a tentar que cada escola, ou agrupamento, possa adaptar-se à sua realidade sendo a sua gestão e os seus curriculae mais eficientes. Todos concordamos que a realidade de uma escola da Expo é diferente da realidade de uma escola de Trás os Montes. Não me faria qualquer sentido se, estando-se a dar autonomia administrativa às escolas, elas não tivessem agora alguma liberdade para decidir quais os criterios para que os seus docentes sejam avaliados. No Dec Reg 2/2008 o legislador traçou linhas de orientação. Cabe às escolas defini-las de acordo com a sua realidade. Isso não é demissão do ministério mas confiança na realidade escola. Quando crescemos é assim, temos mais liberdade mas responsabilidades acrescidas. Os professores parecem aqueles miúdos que querem ser grandes mas depois não estão para arrumar o quarto que isso é trabalho da maezinha.
Sim, um dos critérios, incluido nos objectivos individuais, os tais que devem ser propostos pelo professor avaliado e discutidos com o avaliador, é a "relação com a comunidade". Se o professor que está a ser avaliado achar importante estabelecer como objectivo individual a ser avaliado a participação nos bailes da paróquia, que o faça. Diga porquê e justifique. O que tu fizeste foi, mais uma vez, pegar no ridiculo e tentar generalizar sabendo tu, muito bem, que estavas a ser técnicamente pouco correcta.A participação na comunidade será preenchida como a escola e o professor considerar mais correcta.
Vamos falar da disparidade das avaliações e do Excelente e Muito Bom? Está bem, mas então mete também o Insuficiente no saco, porque são essas três classificações, e só essas, que deverão, depois de atribuidas por uma escola a um professor, ser verificadas e validadas pela tal Comissão de Coordenação da Avaliação do Desempenho de que farão parte o Presidente do Conselho Pedagógico e mais 4( ou cinco, não estou certa) professores titulares. Esta mesma comissão deverá ter já considerado se os objectivos traçados e os resultados a atingir pela escola ou agrupamento são susceptíveis de criarem uma aplicação objectiva e harmónica do sistema de avaliação. Dizes que determinada escola pode querer penalizar as faltas, mesmo as justificadas? Pois pode, e deverão até ser sempre penalizadas, porque na vertente da avaliação que é realizada pela Direcção Executiva deve ser avaliado o nível de assiduidade do professor, sendo este medido pelo numero de aulas previstas e as efectivamente dadas. Parece-me lógico que assim seja, não? E, se as faltas podem ser motivo de penalização, o que se entende, o que é motivo de valorização não são as faltas em si mas a participação em congressos e acções de formação. E, se bem me recordo, essas faltas, por lei, deverão ser dadas preferencialmente nos períodos não lectivos, só podendo implicar falta às aulas se não houver alternativa e forem autorizadas -corrige-me se não fôr exactamente assim, que estou a falar de cor.
Agora o tal Conselho de que falas e que deverá analisar as grelhas de avaliação e está sem funcionar. Primeiro é incorrecto falar em "todas as escolas" do país. Mais uma vez esta é das tais frases que enchem o olho mas não são correctas. As grelhas são elaboradas por Agrupamento de Escolas o que reduz em muito (cada agrupamento tem quantas escolas, em média? O das minhas filhas, que é pequeno, tem, penso, 7 escolas.... Se esta fosse a media já implicaria dividir por sete o numero total das escolas no país!). Mas voltando ao Conselho. O que a lei diz é que a ponderação dos parâmetros classificativos (os tais prenchidos pelas escolas com base na lei) deve ser aprovada por despacho do membro do Governo responsavel pela Educação. Mais uma vez, lógico. Isto evita que numa escola, só porque sim, se classifique a assiduidade com peso 9 e a competência cientifica ou pedagógica com peso 1.
Não encontro qualquer outro requisito na lei que implique a existencia de uma pre aprovação das grelhas, portanto não sei de que Conselho falas. O único Conselho interveniente na avaliação é o tal de coordenação e esse funciona por agrupamento e não é um conselho nacional, portanto só terá de avaliar uma vez as fichas e só as daquele agrupamento.
Versões das grelhas - Não sei onde se diz que os membros do Conselho Geral devem ser avaliados. Parece que isso cabe na avaliação geral de desempenho, mas... tal como os directores de turma, coordenador de directores de turma, coordenadores de projectos, etc. Isso, acho, deveria fazer parte da alínea que manda avaliar o serviço distribuído (neste caso, não lectivo) e esta avaliação é feita pelo orgão de gestão da escola. As únicas avaliações especificas previstas pelo legislador, ou ME como lhe chamas, são as dos coordenadores de departamento, membros da direcção executiva, professores em regime probatório, em mobilidade ou a contrato e professores sem actividades lectivas distribuidas (se me falhou alguma desculpa). Para estes, sim, terão de haver fichas e grelhas específicas. O resto deveria ser mais alínea menos alínea na ficha geral.
Isto vai longo, mas poderiamos falar dos professores de Música a avaliarem um prof de Matemática - vocês reclamam por isso. Primeiro é pouco provável que aconteça, são departamentos diferentes, mas, se acontecer, o prof. de música, chefe de departamento, deverá avaliar as competências cientificas e pedagógicas do colega tendo em conta 4, e só 4, parâmetros estabelecidos na lei: 1.Preparação e organização das actividades lectivas; 2.Realização das actividades lectivas 3.relação pedagógica com os alunos e 4. Processo de avaliação da aprendizagem dos alunos.
Será assim tão difícil um prof de música conseguir avaliar isto num prof de matemática? Ele não sabe, nem tem de saber, se o prof está a transmitir conhecimentos que não são correctos, mas isso também não lhe é pedido. Essa apreciação é feita indirectamente, que se os alunos forem mal ensinados os resultados nunca poderão ser bons e o prof. será penalizado por não atingir um objectivo que faz parte dos objectivos individuais.
Para acabar, que este é um lençol grande, sim, vocês vão ter trabalho a preencher as fichas, mas esse trabalho, ou o grosso desse trabalho, é feito uma vez. Depois poderão as fichas ser alteradas se as circunstancias se alterarem mas isso serão acertos pontuais.
Continuo a dizer que a lei me parece equilibrada. Poderá ser dificil conseguir desde já que funcione na perfeição, mas talvez se a postura dos professores, e a do Ministério, fosse outra seria mais fácil acertar as agulhas.
A grande questão será se o que resulta desta avaliação é o que importa ser avaliado. Grosso modo parece que se tentou avaliar o essencial. Cabe agora às escolas, e consequentemente aos professores, dar-lhe eficácia prática. No fundo o Ministério está a dizer aos professores para, de acordo com criterios estabelecidos, e isso é uma decisão politica que pode e deve ser tomada pelo Governo, os professores se auto avaliarem e elaborarem os mecanismos para essa avaliação. Esta poderia ser uma prova de respeito pela classe e de reconhecimento do seu mérito, mas a classe está a vê-la como uma afronta porque lhe aumenta o trabalho, a faz tomar decisões e lhe complica a vida. Achas que devo respeitar esta atitude da parte de quem tem de ensinar as minhas filhas? Achas que devo olhar para 120,000 professores nas ruas e não pensar que é um enorme rancho folclorico?
Continuo a dizer que a maior parte dos professores não é como tu e não faz a mais pequena ideia do que se discute.
Já agora, esquece essa história de te dizerem, no privado, como és avaliada e se te renovam o contrato ou não antes de aceitares o trabalho. Era bom, não era? Mas, minha querida, não é assim que as coisas se passam cá fora.
Bem vinda ao mundo real de quem não é funcionário público!
Bolas! Isto ficou maior do que eu queria....
Isto é serviço publico, de facto.
Cabras, posso linkar no meu blog?
Só uma achega, aqui no Reino Unido as escolas publicas são de gestão privada, por exemplo, a escola do meu filho, é suportada pela Diocese (é uma escola católica) e pelo ME, no entanto a sua gestão é completamente privada, mas a escola em si é avaliada, e os pais/encarregados de educação são informados através de documento escrito dessa avaliação. Também é colocada on-line a avaliação de cada escola. Internamente também me parece que os professores sejam avaliados, mas só posso especular. Até agora parece-me que é um sistema que funciona. Daqui para a frente se verá.
(O Miguel frequenta o Year 2, tem 6 anos - ensino primário, portanto)
intervalo para almoço, a esgotar-se.
volto cá, claro.
é um prazer falar contigo: és séria.
(okok, não amue, comendador, consigo também é: quando é sério e não está só a tentar impressionar as garinas)
Sem se ver, digo exactamente o mesmo de ti e ainda não almocei.
Mae da malta - claro, é sempre uma honra o Cabra ser linkado por ti.
Eu é que tento impressionar as garinas.
O Comendador nem precisa.
Parece-me que andas trocado Shark.
Como assim?
(ssv, aquilo de Fafe, hoje, vai fazer virar o jogo a favor da ministra)
(comendador, já estava virado, por qualidade e defeito dela. e vc sabe disso.)
(é reprovável? claro que sim. previsível? também.)
ok, vamos lá:
Comendador:
«a) SSV, a vida é mesmo assim. Na vida real, nas outras profissões, há níveis hierárquicos. É bem bonito o conceito de igualdade, somos todos professores, fazemos todos o mesmo. Infelizmente, o modelo não funciona.»
Deturpou as minhas palavras, carissimo (sendo assim, nem sei por que lhe chamo carissimo). Nunca pus em causa nem tal se pode retirar das minhas palavras – nessa alínea ou em qualquer outra - a noção e a necessidade de chefia/s; sempre as tivemos nas escolas, antes e pos 25 de abril.nao sabia? que distraido... O que simplesmente expliquei foi que à luz do novo estatuto existem 2 categorias, que nada têm a ver com chefias, atenção! Simplesmente com funções que podem ou não ser exercidas por quem alcançar essa categoria, o que é dizer, cargos de chefia intermédia como directores de turma ou delegados de grupo podem ser ocupados por professores ‘normais’ = não titulares, como por titulares. Donde, a noção de chefia está – ou pode estar – arredada de uma categoria profissional que tem como principal objectivo estabelecer quotas de acesso ao topo do escalão = motivos economicistas, portanto; tudo o resto é ruído introduzido pelo Ministério. E ainda que, à luz do mesmo estatuto, há milhares e milhares de professores contratados, todos eles com os mesmo DEVERES mas não com os mesmos DIREITOS – dado que não estão ainda integrados na carreira – que os seus colegas.
Donde: o que tem isto a ver com «Na vida real, nas outras profissões, há níveis hierárquicos.»? Nada. Trata-se só de distinguir funcionalmente quem não tem disparidades funcionais que o justifiquem.
«b) Aqui está um tremendo exemplo de como está enraizada a ideia de que idade é um estatuto, de como se confunde "estar há muito tempo" com "tem muita experiência" e o corolário "logo é mais competente".»
De novo: vc ou está mauzinho ou quer-se fazer desentendido : o que eu expliquei (de novo é o verbo mais adequado, comendador), é que o anterior concurso a professor titular veio criar situações de injustiça gritantes, em que colegas com menor currículo e experiência puderam ‘passar à frente’ de outros com mais currículo e mais experiência. Se acha que, no mercado de trabalho, tal seria aceitável sem contestação, diga-me onde, que terei imenso prazer em conhecer pessoalmente quem não se revoltasse com este tipo de situações.
Depois, lamento dizer, mas quem está confundido é vc: porque, sim, a idade é um estatuto (tenho que lhe explicar tudinho de psicologia social? Ou está tão vendido à ‘marca’ young is beautiful que despreza o saber da experiência acumulada nas diversas profissões? Tenha cuidado, pode bater-lhe à sua porta uma situação semelhante...); depois, porque me há-de explicar o seu raciocínio segundo o qual ‘estar há muito tempo numa profissão’ não equivale a ‘ter muita experiência’; quanto à competência, de novo deturpou – a competência foi invocada por mim como critério de avaliação de professores objectivamente mais competentes que outros que ‘lhes passaram à frente’ no tal concurso. Não decorria dos aspectos anteriores. Foi ‘há mais tempo’ + ‘com mais habilitações’ + ‘mais competentes’ , e não ‘há mais tempo’ -> ‘com mais habilitações’ -> ‘mais competentes’
« c) No meu modelo de gestão não concebo outra coisa que não seja o director ... dirigir (e, mais uma vez, sei do que falo). Naturalmente, dirigir não significa ser discricionário ou prepotente.»
Hum. Que bom. Temos a mesma opinião. Salvo no pequenino detalhe que é este mesmo director que concentra em si, directa e indirectamente (pois é ele que nomeia os tais professores titulares que vão avaliar os colegas e que, por sua vez, avalia directamente tais professores titulares, além de todos os docentes em geral), todo o poder de decisão sobre a classificação a atribuir a um docente. Não há suficientes mecanismos que protejam o docente das tais prepotências que possam acontecer. E será particularmente complicado, contrariamente ao que imagina, seja fazer frente a alguém com tanto poder, seja demiti-lo das suas funções. Pode invocar: mas isso é assim em qualquer empresa! Ora lá vamos nós chegando ao que mais me engulha em tudo isto: é que a escola PÚBLICA não é uma empresa. E sim, confesso, estávamos mal habituados: a que o poder na escola fosse efectivamente democrático, com órgãos eleitos por todas as classes existentes no seio da escola, e as chefias intermédias eleitas pelos seus pares. Mas adiante, quanto a este aspecto. Ainda nos fará perder de vista o essencial.
E que é:
A vaca fria. Onde a discussão se torna importante – naquilo a que eu chamo demissão de responsabilidades governativas, e outros (vc e a Teresa, por ex), encontram virtualidades democráticas e de promoção da autonomia das escolas.
Porventura não me expliquei bem; ou talvez sim. Não me parece minimamente correcto, segundo a definição da minha profissão que, aliás, ma fez abraçar in illo tempore, que áreas da minha actuação profissional como a da participação em órgãos da escola (a que todos pertencemos, em maior ou menor grau), dinamização de projectos extra-curriculares (que, consoante, alguns praticam e outros não) e o envolvimento com a comunidade sejam colocados a par, na minha avaliação de desempenho, com a mesma ponderação, que os adscritos à natureza da minha função: dar aulas e ser competente a dá-las e a avaliar os meus alunos.
Sim, tem razão (e a Teresa também), caricaturizei e não o devia ter feito, dado que estava a ter um tom, na generalidade, sério – envolvimento com a comunidade não é ir aos bailinhos de fds lá do sítio, mas é, por exemplo (grelhas da minha escola) participar em ‘acções promovidas pela comunidade’ (tão vago, não é?... se calhar cabem lá mesmo os tais bailinhos...) sendo que, “naturalmente”, só atingirá a classificação de ‘excelente’ quem participar em... todas essas.
Donde, aqui está um caso (o descrito no penúltimo parágrafo) em que pessoalmente considero que este modelo de avaliação deveria ser revisto.
Seguinte:
Mas caríssimos, estais equivocados! Porque esses tais parâmetros são para aplicar cada um e tudinhos em todas as escolas! Não há autonomia para ninguém! Só houve autonomia para aquilo que dava trabalho e responsabilidade ao ME, que eram prover todos os instrumentos de avaliação, já por mim indicados em anterior comentário, por forma a que esta fosse uniformizada, com equidade e paridade! (e, querida Teresa, não jogues com os números : há milhares de escolas, incluindo os agrupamentos; cada agrupamento reúne ‘n’ escolas, donde, são todas as escolas do país que estão em causa neste modelo de avaliação). Uniformizada naquilo que deveria ser – mesmos parâmetros, mesmos instrumentos; o que devia ser ajustado a cada realidade escolar seria, isso sim e só, objectivos individuais e/ou de escola (os que decorrem do projecto educativo), sendo portanto adequados, no que se refere a indicadores de ‘medição’, a cada uma! O que é totalmente diferente deste caos inadmissível. (já agora, Teresa, não me percebeste, querida: permuta NÃO É faltar; é dar a aula NOUTRO DIA por troca com um colega. Nenhum professor falta com esta possibilidade que a lei lhe confere. Mas na minha colega irão penalizar-me se fizer permutas... pois...).
Teresinha, muito do que disse atrás também te foi dirigido mas algo mais, agora:
1. Não. Ser-se presidente do Conselho de Escola (ter-se direito a sê-lo, não se estar por lei impedido de o ser) não corresponde a mais trabalho burocrático, mas sim a uma das mais dignas funções na Escola – a de presidir a um Conselho Geral que determina a política educativa, por assim dizer, da Escola, e tem como função fiscalizar o trabalho do Director.
2. O ME não tenciona recuar um milímetro, em nada. Donde, não tem lugar, na cabeça da srª ministra, corrigir as anomalias e as injustiças criadas pelo anterior concurso a professor titular; o tal do qual saíram professores instituídos de funções de avaliação de seus pares quando não têm formação específica para tal nem competências, nalguns casos, para o executar.
3. Estás enganada: há 5, e não 3, classificações possíveis – os que eu referi ontem – insuficiente, regular, bom (só a partir daqui o prof pode vir a progredir, parece-me bem), muito bom e excelente (este com as tais quotas, o que me parece muito mal – é como determinar no inicio do ano que só 5% de uma turma pode ter resultados finais superiores a 18 valores...). É como te digo, Teresa. E estes 5 tipos de classificação aplicam-se a cada um e a todos aqueles parâmetros e respectivos desdobramentos a que também fiz referência ontem. (tem lógica, claro)
4. O Conselho de que falo é a Comissão de Coordenação de Avaliação de Desempenho. Está no site do ME.
5. «As únicas avaliações especificas previstas pelo legislador, ou ME como lhe chamas, são as dos coordenadores de departamento, membros da direcção executiva, professores em regime probatório, em mobilidade ou a contrato e professores sem actividades lectivas distribuidas (se me falhou alguma desculpa).» Não, enganas-te: são todos. O que indiquei como sinal do surrealismo galopante na minha escola é a directora ter pretendido poder igualmente ser ela a avaliar os membros do Conselho Geral da escola, o tão órgão que a fiscaliza a ela (percebe, comendador, onde chega a concentração de poderes numa pessoa só?... ah, ‘a vertigem do poder’...), numa manobra manifestamente ilegal – e o meu grupo deu-lhe na cabeça e a srª voltou atrás...vá lá!!
6. «Isto vai longo, mas poderíamos falar dos professores de Música a avaliarem um prof de Matemática - vocês reclamam por isso. Primeiro é pouco provável que aconteça, são departamentos diferentes, mas, se acontecer, o prof. de música, chefe de departamento, deverá avaliar as competências cientificas e pedagógicas do colega tendo em conta 4, e só 4, parâmetros estabelecidos na lei: 1.Preparação e organização das actividades lectivas; 2.Realização das actividades lectivas 3.relação pedagógica com os alunos e 4. Processo de avaliação da aprendizagem dos alunos. Será assim tão difícil um prof de música conseguir avaliar isto num prof de matemática? Ele não sabe, nem tem de saber, se o prof está a transmitir conhecimentos que não são correctos, mas isso também não lhe é pedido. Essa apreciação é feita indirectamente, que se os alunos forem mal ensinados os resultados nunca poderão ser bons e o prof. será penalizado por não atingir um objectivo que faz parte dos objectivos individuais.»
Sei que esta é uma questão que provoca muitos problemas a muitos dos meus colegas. A mim, rigorosamente nenhum, e pelas razões que indicas – se os parâmetros são aqueles, e são, estou absolutamente à vontade para que seja quem for venha assistir a uma aula minha e ma vá avaliar. (é evidente que fico um cadinho irritada que um dos tais itens desdobrados seja ‘a inovação na utilização dos tic como recurso’, vulgo, usar power points e semelhantes, como se fosse uma obrigação e um recurso necessariamente melhor que a minha voz, o quadro e o giz; e não é, Teresa, não é. Pelo menos, não o é necessariamente.)
7. «Para acabar, que este é um lençol grande, sim, vocês vão ter trabalho a preencher as fichas, mas esse trabalho, ou o grosso desse trabalho, é feito uma vez. Depois poderão as fichas ser alteradas se as circunstancias se alterarem mas isso serão acertos pontuais.»
Não é verdade, infelizmente. Talvez se venha a caminhar para uma situação dessas, mas por enquanto não é assim: porque, por exemplo, o trabalho que se te exige ao nível de planificações, de estratégias de recuperação, de grelhas de desempenho individual e de grupo, etc, etc – a maior parte papel e só papel que pouco interessa para a realidade efectiva de dar aulas, ensinar, corrigir, apoiar, avaliar -, é imensa. Mesmo. Acredita em mim.
7. A lei é bem intencionada, mas mal feita e aplicada às três pancadas, numa posição de autismo por parte do ME e de algum imobilismo e rigidez por parte dos sindicatos e de colegas meus, que não deixa antever grande hipótese de solução. Mas garanto-te, Teresa, que se o ME tivesse uma maior flexibilidade e um maior respeito pela opinião de uns e outros, tudo estaria a ser resolvido. Algo que me custa muito (indigna, melhor dito), é a forma manipuladora como a Ministra se dirige ao grande publico, mentindo (lamento, mas são mesmo mentiras) sem pudor: como quando agora disse que os sindicatos não cumpriram a sua parte do acordo, quando retomaram a luta já neste ano lectivo. Porque o entendimento alcançado no final do ano lectivo transacto, e que consistiu no único recuo do ME até agora, dizia que (obteve-se o compromisso de que) a avaliação do ano passado era simplificada e só para profs contratados e que precisassem de mudar de escalão e a ela quisessem ser sujeitos, e que o modelo de avaliação iria ser reavaliado e ajustado por forma a que este ano, quando aplicado, não padecesse de alguns dos defeitos que os profs contestavam. E a isto o ME disse nada. Inaceitável.
8. Donde, espero que no final de tudo o que te fui dizendo entendas que os 120.000 profs não foram a Lisboa porque encaram este modelo de avaliação «como uma afronta porque lhe aumenta o trabalho, a faz tomar decisões e lhe complica a vida». Ok, se calhar alguns sim J Mas a esmagadora maioria não. (Teresa, Teresa, são 85% de toda uma classe profissional!!!! 85%!!! Achas que todos eles estariam mal informados e seriam uns inúteis calões?)
9. E acabo (FINALMENTEEEEEEE) com isto: «O que está em causa é começar, ter algum instrumento que possibilite que os melhores possam ser recompensados, para que sintam que vale a pena ser melhor, para que não se interiorize que, façam o que fizerem, são todos tratados da mesma maneira.»
Completamente de acordo, comendador. SEMPRE TODOS OS PROFESSORES estiveram de acordo quanto a isso. E CONTINUAM A ESTAR – mas não com ESTE modelo (será que em Portugal ninguém entende a diferença entre ‘modelo’ e ‘este modelo? Suspiro...)
(e nada de avanços, hein? Eu falei-lhe em ir de braço dado consigo, qual ir de mãozinhas dadas avenida abaixo...)
onde se lê
«Mas na minha colega irão penalizar-me se fizer permutas... pois...).»
deve ler-se, claro,
mas na minha escola
So responder rapido a duas coisas e depois já ca vennho - nao disse que so havia três categorias de classificação. Sei que há as cinco que indicas. Mas 3, só 3, têm de ser confirmadas pelo conselho coordenador de avaliação do desempenho - a nota negativa e os muito bom e excelente. uma forma, penso, de evitar alguma gratuitidade na avaliação, já que nestes casos o conselho devera verificar todos os parâmetros
Li, e reli, toda a legislação que se aplica e repito, NÃO está previsto na lei qualquer Comissao de Coordenação da Avaliação de Desempenho Pode estar em todos os sites mas não faz parte daquilo a que a lei chama "intervenientes" na avaliação. Não sei o que é, qual a sua composição, quais as suas funções e, vou ser mazinha mas sabes que gosto de ti, se fosse professora estaria mais preocupada em descobrir o que era do que em saber se a directora se demitiu ou não.
ahahahah
mas meu amor, eu cá sei!! :D deixa ver se encontro mais informação para ti (lollll quanto a isso da directora) :-)
ah sim, sim, claro. estavamos as 2 a falar de coisas diferentes. e tens toda a razao, é algo que tambem tem - evidentemente - a minha concordância, a da existencia/necessidade desse tal conselho que na escola ajuiza as classificações, chamemos-lhe assim, 'extremas'.
puf, eu isto nao leio nada, só venho cá por razões numéricas
(ahahahahahaah)
Ainda não tive hipótese de ler todos os comentários, mas tenho de fazer só aqui um àparte: dizer que o SIADAP é trigo limpo, farinha amparo é desconhecer perfeitamente a realidade dos demais FP. A verdade é que qualquer avaliação é sempre subjectiva e há uma margem de discricionaridade que pode ser tão grande quanto a filha-da-putice de quem avalia. Ou seja, quero com isto dizer, que a avaliação,seja ela qual for, pode ser sempre injusta, se for feita por gente sem escrúpulos e/ou sem bom senso. E não há lei que resolva isso... Nem lobotomia... Aliás, quantas vezes não vimos nós essa subjectividade injusta dos avaliadores até nos resultados de testes, exames ou frequências? Faz parte... Resumindo: a avaliação tem de ser feita, é certo, a filha-da-putice alheia é um risco que se corre, que todos corremos e quanto a isso nada feito e continuo sem estar convencida sobre a bondade dos argumentos dos docentes... Vou continuar a ler os comentários mais tarde, para ver se afinal mudo de opinião.
E eu tou como o Z. Razões numéricas...
(Não ficava bem, um post destes ficar-se pelo comentário 68...)
sem se ver
Nem penses que vou responder-te ponto por ponto outra vez... hoje estou com preguiça mas preciso de dizer umas coisinhas.
já ca volto...
teresa, ok.
tânia, siadap ser trigo limpo, farinha amparo, nunca o disse; nem que tal sistema, como qualquer outro que implique a avaliação de alguém por alguém não possa estar sujeito a canalhices e a má-fé, também não. quando referi o siadap é pq esse foi decidido, ditado e aplicado pela tutela, enquanto que nas escolas o ME teceu as linhas de orientação gerais dos parametros a avaliar, e que as escolas se desembrulhem agora a dar corpo (instrumentos de avaliação e respectivos indicadores e respectivos descritores das classificações) àquelas generalidades.
é essa a diferença.
donde, estamos pior. bem pior, creia-me.
Desde manhã que penso responder-te e depois é uma coisa e outra.
Penso que depois de tantos argumentos esgrimidos corremos o risco de fazer barulho e nao dizer nada. Neste caso, tal como em muitos outrs, gosto de ter informação antes de dar opinião, portanto aqui ficam as perguntas para ti:
1. Quais foram as tais alterações propostas por sindicatos e que ministra acabou por não aplicar?
2. que ia ser alterado?
3. Será assim tao fundamental para o bom funcionamento do sistema e para a classe que justifiquem uma greve anunciada, com todos os custos para o país que terá, e uma luta sem quartel?
Não nos esqueçamos que o ano passado as tais manifs dos 100.000 profs e as greves era por aquilo que tu chamas respeito pela classe e eu chamo, desculpa a grosseria, uma pintelhice. O que se discutia era a impossibilidade de os profs serem presidentes do tal Conselho Geral, um orgão externo à escola e onde têm de ter 51% ou mais de representantes. As únicas, digo ÚNICAS, funçoes desse presidente é convocar as reuniões, presidir às sessões e, nem tenho a certeza desta, fazer a acta. Tudo meros formalismos porque se tivessem direito de veto ou, pelo menos, voto de qualidade, eu ainda perceberia. Acho que se corre o risco de também aqui, se poder estar a discutir pormenores.
Sem-se-ver:
Pois, admito que sim, sinceramente enquanto pessoa que está de fora da classe docente, confesso que encaro com alguma perplexidade algumas palavras de ordem. No dia da manif alguns dos slogans que ouvi gritar (e passei lá ao lado) tinham a ver com tudo menos com avaliação...
Enfim, o que eu acho é que, como disse, as coisas se calhar estão a ser feitas muitas vezes com má-fé e com mesquinhez, típica lamentavelmente deste país...
Para compor o ramalhete aquela cena dos ovos veio dar à ministra um trunfo, que era dispensável.
O que no fundo torna a coisa absurda é neste momento serem os meios considerados fins em si mesmos (in casu, a avaliaçao dos funcionários, sejam eles quais forem) e os fins principais serem postos em segundo plano...
teresa, agora, para ser sincera, não gostei muito. porque uma coisa é não estares informada e outra é, após o teres sido, manteres os mesmos argumentos / mesmo nível de desinformação.
pela terceira (terceira) vez te digo que os 100.000 de março NÃO foram à manif por essa questão de um prof poder ser, ou não, presidente do Conselho Geral.
ok? NÃO FOI POR ISSO.
(alguma vez julgas que, por mais ofensivo em termos profissionais e idiota em termos legais que essa intenção do ME fosse, tal levaria por si só 100.000 professores a lisboa? eia, atibuis-nos capacidades de mobilização inauditas! :)
FOI SIM pelas MESMISSIMAS razões que levaram agora 120.000 às ruas -
1. o modelo de avaliação, que não se aceita (razões explicadas em coments anteriores);
2. a aplicação imediata e a meio do ano lectivo (o transacto) desse mesmo modelo, ie, o ME ter querido impor uma avaliação a todo um ano lectivo, unicamente no 3º e último período de aulas, a partir de um dec lei saído em Janeiro, tendo dado às escolas 3 semanas (3 semanas!!!!!) para elaborar, a partir das tais linhas de orientação já por ti referidas anteriormente, os tais instrumentos de avaliação, ponderados e convenientemente reflectidos e decididos pelas escolas que eu mesma já elenquei. era de tal maneira um absurdo que, não só o ME foi adiando o prazo inicialmente dado às escolas ara elaborar tais instrumentos, como, em resultado dessa manif, acabou por aceitar que todo o processo haveria de ser revisto no actual ano lectivo (COMPROMISSO QUE NÃO HONROU, OK?? POR FAVOR NÃO ESQUECER QUE O ME É QUE NÃO HONROU O MEMORANDO DE ENTENDIMENTO ASSINADO COM OS SINDICATOS EM ABRIL, OK??) e unicamente aplicado a professores contratados e a quem dele necessitasse/quisesse para poder subir de escalão, E EM VERSÃO SIMPLIFICADA - ou seja, OUTRA VERSÃO QUE NÃO A QUE ESTÁ NO DEC-LEI e que tu, e muito bem, sintetizaste aqui;
3. a divisão entre professores e professores titulares, e terem sido homologados resultados de um concurso eivado de imprecisões e causador de injustiças, anomalias que não foram (e continuam a não ser) corrigidas pelo ME, que nunca deu o braço a torcer (neste como em quase todos) neste aspecto;
4. e ultima razão, o modelo de gestão ter concentrado no director todo o poder, particularmente o de nomear os membros do conselho pedagógico e os coordenadores de departamento (estes ultimos, os tais que vão ser avaliadores dos colegas).
portanto, foram estes 4 motivos, e não unicamente aquele que mais uma vez insististe que tinha sido, que levaram 100.000 a lisboa em março passado.
perante um ME que continua surdo a todos estes protestos e a estas razões, o que os sindicatos querem e insistem é que ele, ME, passe a sentar-se à mesa com espírito negocial e não da arrogancia autista que sempre o tem caracterizado. e que altere o que tiver que ser alterado, a bem de uma avaliação justa, equitativa, imparcial e idónea.
por último, é com algum desalento que comento o teu último parágrafo: se após tanta prosa da minha parte continuas sem perceber que, sim, estas sao questões fundamentais «para o bom funcionamento do sistema e para a classe» é, porque, claramente, mesmo tendo-me esforçado por explicar claramente, não o consegui; ou porque - como nos explica a Retórica - o contexto de recepção me era á partida de tal maneira desfavoravel que fosse o que fosse que eu invocasse continuaria a ter da tua parte uma reacção de incompreensão, e até rejeição, para motivos que levam 85% de uma classe a protestos desta dimensão.
razão tem com certeza a ministra quando afirmou que 'perdeu os professores mas ganhou o país'.
que um país sinta que pode haver um sistema de ensino público, com a qualidade que ele tantas e tantas vezes apresenta - e tu trouxeste aqui à colaçao, pelo menos em dois momentos, o exemplo da escola das tuas filhas que NÃO É EXCEPÇÃO, acentue-se -, contra os professores que assim o fizeram, pois bem... na minha opinião, tal fica muito mal ao país, mas, seguramente, não aos professores. aos excelentes professores que andam por aí, e nos quais não me incluo sequer (não é falsa modéstia, sou uma professora regular perante a excelencia de muitos e muitos dos meus colegas, cujo empenho e dedicação á escola merecia bem mais que estas sucessivas afrontas que ME - e opiniao publica - nos dirigem.)
estou cansada, teresa.
tânia,
são os meios, e só os meios, que estao em discussão. porque avaliação, séria, honesta, justa e imparcial, queremos todos nós, os professores, e de há muitos anos a esta parte, porque temos sido prejudicados desde sempre por a que anteriormente estava em vigor.
e sabe porque? porque nessa avaliação anteriormente em vigor nunca foi regulamentada a parte que indicaria o que fazer / o que contaria para a classficação de Muito Bom e Excelente. Sabe porquê? Porque quem o fosse, á luz da lei em vigor, poderia 'saltar' de escalão com maior facilidade -> ganhar mais. motivos economicistas, portanto, impediram essas regulamentação. e sim, foram MUITO INJUSTOS pq, fizesse o prof o que fizesse, ele seria sempre (entre aspas) classificado como sendo Bom.
os mesmos motivos que presidem a este modelo de avaliação - que impede, seja qual for o grau de mérito a um professor e o seu nivel de excelencia, que ele venha a ser assim considerado, pois há uma quota de 5% do corpo docente de cada escola que pode ver a ter tal classificação. restrição ao topo da carreira <- motivos economicistas.
enfim. se quiser acrescentar a isto os índices de aprovação que o professor deve afixar no inicio do ano lectivo (na minha escola, vá lá, depois de levarem na cabeça, lá perceberam que estes so poderiam ser fixados após as classificações do 1º periodo - o que constitui uma especie de ilegalidadezinha face ao texto do ME, que quer que fixemos tais objectivos de indices de aprovaçao a partir da avaliaçao diagnostica realizada no inicio do ano lectivo - !!!!), dizia, indicies de aprovaçao que o prof fixa para as suas turmas, e nunca inferiores a 90%, poderá começar a perceber um pouco melhor o sinistro panorama de uma escola que impoe por via adminstrativa que: ou o professor é honesto na avaliaçao que faz dos seus alunos, e, se mais nao merecerem passar, reprova-os, e com isso prejudica a sua propria avaliaçao de desempenho, ou passa-os alegre e despudoradamente, para poder vir a ser avaliado, nesse parametro, como excelente.
repugnante, nao é?
pois: as estatisticas dão cá um jeito... (sabia que no exame de matematica de 9º ano, no final do ano lectivo passado, houve materia que saiu que era de 5º e 6º anos? e que assim se conseguiram os esplendorosos resultados, como por passe de magica, de alunos que em todos os rankings internacionais sempre estiveram muito mal colocados?)
sabe, tania, tudo isto é nojento.
mas devo ser eu que devo estar a ver mal as coisas... 120.000 profs na rua só lá estão para fazer excursoes que, cambada de caloes como são, não querem mesmo é fazer nenhum. e sempre a por-se a jeito para saco de pancada de toda a gente (e não é só metafórico): ministerio, pais e alunos. loucos, são o que são! não têm juízo nenhum, não têm brio nenhum, não se dedicam à causa pública, naõ se empenham a ensinar, não se desdobram para conquistar para a aprendizagem quem quantas vezes só a isso é obrigado, porque preferia não estar sequer naquele local. sabe o que eles são, 120.000 professores na rua? 85% de toda uma classe profissional que está a ver mal as coisas, porque razao, sobre eles e o ensino, têm-na todos os outros.
onde já se viu, 120.000 profissionais na rua querer significar que alguma razao hao-de ter... nada! cambada de parasitas. é só uma reacçao corporativa, claro!!! (curiosamente, numa 'corporaçao' que é, de todas, uma das mais divididas, e que só agora se uniu... ah.... mas isso também não deve ter significado algum. é só uma coincidencia. ou nem isso: os profs nao querem ser avaliados. é isso. deve ser isso: cambada! quem se julgam eles para não quererem ser avaliados?? grandes imbecis.)
Sem-se-ver
Felicito-a pelo conhecimento e lógica patentes nas dissertações que fez e invejo-a pela paciência que tem manifestado. Vê-se bem que é professora. É que só pode para, perante o preconceito de quem insiste em não ouvir nem perceber o que tão claramente expõe, continuar na sua saga de explicar, documentar, clarificar... Eu, honestamente, não aguentaria que, como diz o épico, " Já trago a Lira enrouquecida".
Li muito na diagonal estes comentários. Porém, creio que o suficiente para dizer um pouco da minha justiça e experiência ( já longa ) como professora.
À Teresa perguntaria se realmente acredita que grande parte dos 120.000 professores não sabe por que reclama. É que mesmo uma pequena parte de 120000 já é uma grande parte!
Que coeficiente de inteligência atribui aos professores?
E, conhecendo tão bem a classe, como parece julgá-lo, ignora que se trata de uma classe que se tem caracterizado por ser tradicionalmente desunida e falha de coesão?
Não o atesta a existência de múltiplos sindicatos para a mesma classe?
E, sabe porquê? Possivelmente porque o facto de ser uma classe intelectual, habituada a usar e abusar dos neurónios, a exercitar o seu sentido crítico, obsta a que difilmente se deixe moldar e manipular.
O que pode, então, ter levado a que 120000 professores, tradicionalmente dispersos e desunidos, e dos mais díspares quadrantes políticos, se unissem na mesma contestação?
Acredita mesmo que é o papão da avaliação?
Pelo amor de Deus! Não subestime a inteligência dos outros que é no reconhecimento dela que também se reflecte a nossa.
Os professores estão, justa e justificadamente, cansados, magoados e revoltados. E razões é o que não lhes falta! É so não querer vê-las.
E, agora, a gota de água: um pseudo-modelo de avaliação que é atirado para as escolas, não por lhes ser reconhecida autonomia, mas porque quem pariu o monstro não tem braços para o suster.E mais uma vez passa a batata quente.
Vou confessar uma coisa: eu pouco sei desse modelo de avaliação. E, mais, nem vou tentar saber muito mais. Basta-me tão somente saber que, nele, a observação de aulas tem um peso de 5% para eu o mandar às urtigas. Basta-me ter percebido que ele relega para um plano ínfimo aquilo que verdadeiramente é importante, as aulas, e que é por excelência o espaço para se avaliar um professor na multiplicidade das suas competências ( científica, didáctico-pedagógica , humana ), matando, assim o professor e dando o lugar do pódio a esse bicho sensaborão que é o burocrata. Esse sim, o verdadeiro inimigo dos bons, dos autênticos mestres.
A sem-se-ver está coberta de razão, ainda uma vez mais, quando refere a interdição de, nas a valiações anteriores, se atingir a muito bom e a excelência. De facto assim foi.
Eu própria, quando me vi confrontada com a necessidade de fazer um relatório para mudança de escalão, vi negada, na minha escola, a minha pretensão de aquele ser substituído por observação de aulas ( sempre que o desejassem e sem aviso prévio, que, à época, dava aulas de porta abertas. Agora não que o ruído e as obscenidades que se ouvem mesmo de porta fechada são intoleráveis).
Também ainda não percebi porquê este cavalo de batalha à volta da avaliação de professores.
Com o facilitismo e a apologia à mediocridade que têm caracterizado a política deste governo em geral e do ME em particular, como é que se pretende incrementar o profissionalismo? É que é desses alunos que os professores são obrigados a passar (por causa das estatísticas) que sairão os futuros professores e não só.
E os acordos de Bolonha?
Ah pois é.
Professores sim, milagreiros não. Que isso já é para outros professorados, como o do Bambo.
Confesso que começo a ficar um tanto cansada de ver que as pessoas vêem o mosquito e não vêem o boi!
Uma pequena correcção à Gabs: os conteúdos que referiu pertencem à disciplina de Língua portuguesa ( como rudimentos de Literatura nela inseridos) e não ao programe de Literatura portuguesa. Este, ao contrário do que afirma, é bastante extenso e variado, apresentando, em alternativa, várias obras de várias estéticas literárias.
Quanto às ilacções que tirou da facilidade de leccionar os programas dada a persistência e insistência nos mesmos conteúdos, permito-me discordar: isso para mim seria motivo de dificuldade: teria que lhes dar a volta pois não aguentaria papagueá-los anos seguidos.
Estou perfeitamente convicta de que actualmente há muitos e muito bons professores. De outra maneira como se explicaria que, sem saídas profissionais, com vencimentos parcos, com múltiplas responsabilidades e incontestável desgaste, escolham ser professores?
O que possivelmente faltará é a componente humanística que caracteriza todos os grandes metres.
Mas isto é uma inevitável consequência dos tempos, cuja interpretação valeria uma tese ou ensaio.
Agora uma coisa é certa: a continuar o ME a insistir em modelos de avaliação como o último, vai-se assistir, em breve, à morte do úlimo Mestre.
E mais ninguém recordará "aquele professor". Que dos professores chatos e que planificam as aulas e que puxam dos apontamentos para monocordicamente os lerem e que preenchemquepreenchem papelada não reza a memória dos alunos.
E é nisso que querem transformar os ( últimos?) professores.
Por dificuldade técnica e contra minha vontade e hábito, o comentário, acima, saiu anónimo.
Assina-o "Sem-se ouvir".
E pronto, já ninguém se pode queixar do anonimato :)
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