Posso?

A minha irmã é oito anos mais nova que eu. Sempre nos demos bem. Com pais sisudos em casa, foi o meu colete de salvação desde cedo, desde lutas para ver quem ficava com o comando da t.v. [eu queria ver o Top + e ela queria ver o beverly hills 2010 ou lá o que é] até danças improvisadas que metiam a minha mãe numa crise de nervos, éramos inseparáveis.
Um dia, e por causa da merda de um vestido, zangámos-nos [é assim que se escreve zangámos-nos?], birra práqui, birra práli, amarrei o burro e ela o burro amarrou.
A verdade é que penso nela todos os dias. Não lhe ligo que eu cá sou uma mulher a sério e era o que faltava ela saber que tenho saudades dela [e o vestido era meu, foda-se!]. Ela, que é feita da mesma massa, lá deve andar, de nariz empinado por essa Porto fora. Porreiro.
Este fim de semana ela teve uma comunicação a fazer. Não sei se vai casar, se está grávida, não sei nada. Fui chutada pra canto por causa de um vestido [lindo] e ela fez um jantar em que convidou os meus pais. Fui mesmo chutada pra canto.
Podia ter pedido desculpas, ter-lhe ligado 2 meses depois e começar a conversa como se tivesse desligado ontem. Podia ter feito tanto para saber a comunicação e não fiz nada. Não estive lá nem quando foi decidido nem quando foi comunicado.


Isto tudo para dizer o quê?
Simples. Isto tudo são merdas. As pessoas, as Pessoas que nos são importantes merecem que estejamos lá, engolindo um vestido ou o raio que a parta. Devia ter baixado os cornos, emprestar lhe o vestido e talvez neste fim de semana estivesse aí, com papai e mamãe, a ouvir o que a minha doce irmã tinha para dizer. Preferi manter-me longe [que se foda] e não assisti a nada da vida de uma pessoa importante para mim. Nada.

Sim, fiquei com o vestido, não, não sei nada da minha irmã. Aquela que eu adorava e que me fazia chorar a rir, hoje, está noutra onda que eu não acompanho.
Este post é pra nada. Nem sequer está bem escrito. Não tem politica, nem provocações, nada.
Este post nem sequer está aberto a comentários. Este post [esta amostra de post] é uma tentativa de assumir que as pessoas, as Pessoas são mais que merdinhas e que as merdinhas, as pequenas merdinhas, estragam o que nós temos de mais valioso; as Pesssoas
E pronto.