Seja pelo que fôr, bute faZê-lo

..." as pessoas querem é sentir amor, nem que seja por breves instantes, finge-se que é por prazer mas qual quê, é por amor"

Z, 22 de Novembro de 2008

Muita tinta já correu neste blogue a propósito das polémicas declarações do nosso anónimo de capa negra e mascarilha que às vezes quando esgrime argumentos deixa-nos a farpela toda rasgada.
Pois bem, e como quando bloga um português blogam logo dois ou três, entendi pendurar-me descaradamente nesta popular citazão para poder aderir ao movimento colectivo de dissecação exaustiva do comentário mais polémico do Z (MCDECMP do Z, travestindo a coisa por uma sigla) de geração espontânea, o movimento, com base nesta tirada deste Cabrão que é afinal o correspondente do nosso Cabra para os assuntos comentários.
Só posta nas caixas mas apenas por uma questão de espaço disponível (quando bate a todos/as ao mesmo tempo a vontade de postar o blogger até se engasga).

Contudo, e voltando ao cerne da questão, esta frase do nosso Z contém em si uma multiplicidade de sentidos mais complexa do que a rotunda do Marquês mas é de sentido único a leitura possível.
Senão vejamos (esta é um clássico irresistível, dá muita vontade de embalar na leitura. Senão vejamos:):

No trecho (…) nem que seja por breves instantes (…) temos definida uma quantidade de tempo que peca por defeito na percepção de quem a lê. Trata-se, pois, de uma clara alusão ao que popularmente entendemos por “rapidinha” (algo a que só não torce o nariz quem do mal o menos).
E esta interpretação acaba confirmada pelo trecho seguinte: (…) finge-se que é por prazer (…). Lá está, uma rapidinha é sempre um mal menor (como o autor muito bem embutiu, com uma discrição notável, nas entrelinhas da sua intervenção) e depois as moças têm que fingir, recorrendo a sons captados algures num serão a ver o XXL ou a ouvir a invejada paródia no quarto dos vizinhos de cima.
A acutilânzia do nosso Delfim, ao contrário do que a complexidade da abordagem da Caos possa fazer presumir, explode nos olhos do leitor e embora de forma subtil não dá margem de manobra para as complicadices de gaija.
Senão vejamos (fica-se ou não desertinho por ler o resto?).

(…) As pessoas querem é sentir amor (…). Isto é óbvio aos olhos de qualquer macho da espécie. As pessoas querem é senti-lo (o amor) bem fundo (no seu âmago de pessoas sensíveis) e, como os trechos supra comprovam, nem que seja à coelhinho porque os coelhinhos são fofinhos e tal mas a malta quer é sentir amor ao ponto de até fingir (talvez para alimentar a esperança de uma segunda, “ainda que por breves instantes” se instale uma flacidez desanimadora), fingir, dizia eu, que é por prazer. Mas qual quê?

Se é sempre por amor, bute desbundá-lo sem reservas. Mesmo que às vezes, por breves instantes, se apanhe um tão pequenino (o amor) que até parece um daqueles a fingir.

42 comentários:

gaija do norte disse...

òbalhamedeus, gaijo tubarão, porque complicas tu o que é tão simples?

shark disse...

Eu é que complico? Depois de um tratado de simplificação destes?
(Está-me na massa do sangue, que posso fazer?)
:)

Anônimo disse...

:))))))))

tubazudo

Teresa disse...

Tubarão, não te sabia tão amador. Catalogares "breves instantes de tempo" como "algo a que só não torce o nariz quem do mal o menos" quase que me leva a crer que foste tu que um dia disseste "Mrs Robinson, you are trying to seduce me?" e não um Dustin Hoffman imberbe.

shark disse...

Amador? Sim, passo os dias a amar pelo que podemos atribuir esse nome ao ofício...

Teresa disse...

Então explica-me como podes mal dizer um breve instante de tempo...

shark disse...

Ahn? Gostas de rapidinhas, amiga?
:)

Teresa disse...

Amigo, lá por apreciar uma feijoada (e as que levam oregãos ficam deliciosas...) ou um cozido à portuguesa não sou gaija de desdenhar umas tapas a meio da tarde. Tudo tem o seu encanto se bem doseado...

shark disse...

Ah, the best of both worlds... :-)
Tá bem, tá bem. Não vou aqui armar-me em esquisito pois a verdade é que também não rejeito umas tapas que se proporcionem para aplacar o apetite.
Isto não desmente, porém, o pressuposto de que gosto de saborear a refeição com tempo e detesto que me dêem pressas nessa altura.
:-)

tab@sco disse...

Não sei... cá para mim, "cão que ladra não morde"...

shark disse...

Fia-te na virgem...

tab@sco disse...

Olha que eu não corro!

gaija do norte disse...

não corras não, que ele espeta-te os dentes, as barbatanas e às tantas aquelas coisas que ele tem em duplicado! é um três em um, o tubarão :)

shark disse...

Isso são más famas que põem em cima dos bichos como eu, Tripeira.
Eu só espeto pregos nas paredes e garfos nas batatas.
A minha espécie de esqualo mata as presas com beijocas...
:)

gaija do norte disse...

(tubarão fajuto tu, né?!)
:)

tab@sco disse...

OLha gaija eu cá ainda não lhe vi os dentes. A foto não mostra nada, mas acredito que sim que os tenha ou não fosse ele Tubarão!

shark disse...

Pois tenho umas ferozes mas delicadas mandíbulas. Mas sou fajuto na medida em que só mordo a sério quando me deixam...
:-)

Teresa disse...

Ai tou tão comovida... ele é dos que diz "com sua licença..."

gaija do norte disse...

aiiiiiiiiiiii que ele mata-me... com beijooooocas!!!!!

shark disse...

Não sem que isso dispense a formalidade de um extrema unção, seria pecado, balhanosdeus...
:)

Teresa disse...

extrema quê?

shark disse...

Unção. Não é assim que se escreve, Chefa?

gaija do norte disse...

com ou sem extremos, matas-me ou não?

Teresa disse...

queres ser mártir de quê?

shark disse...

Já estás com os pés para a cova, perdoa-me o extremismo da imagem.

shark disse...

E agora tenho mesmo que ir ver se adormeço a tal tipa de origem grega antes que ela me ponha a comentar disparates. Mais disparatados do que os do costume, bem entendido...

gaija do norte disse...

(estás a ver este gaijo, chefa? que me mata com beijocas e depois vai dormir com a grega! é a história da minha vida...)

Teresa disse...

mas as gregas não passavam as noites a desfazer os tapetes que bordavam de dia?

gaija do norte disse...

tu não me digas uma coisa dessas que agora nem durmo! vão passar a noite a desfazer o tubarão..

O Santo disse...

olha... com um alhinho fatiado, batatinhas novas e... meio desfeito, nada mau

gaija do norte disse...

(vou fazer de conta que nem li...)

shark disse...

Desfeito não. Desfiado, como o bacalhau...

(Porquê, Gaija? Não queres sequer considerar a hipótese meramente académica de comeres o tubarão? Vá lá, com batatinhas novas e tudo...)
:-))

O Santo disse...

se fosse bacalhau era meia desfeita... tubarão macho como é nao tem la essas coisas do feminino associadas. ou desfeito ou nada a fazer. desfiadinho tb nao soa la grande coisa.

gaija do norte disse...

quanto mais nao seja, é um regalo para a imaginação... tubarão na travessa, com batatinhas novas, uns raminhos de salsa aqui e ali...

Teresa disse...

E uns alhos, gaija, não te esqueças dos alhos fatiados, que o santinho deu a receita completa...

gaija do norte disse...

ai chefa, eu reparei, mas... o tubarão a cheirar a alho???

Teresa disse...

e com um fiozinho de azeite virgem para escorregar melhor

gaija do norte disse...

dás cabo da minha imaginação... agora tenho que imaginar o tubarão a cheirar a alho e todo luzidio???

Teresa disse...

Podes acrescentar um ligeiro tostado nas costas e umas azeitonas a enfeitar..

gaija do norte disse...

(psiuuu... as azeitonas podem ser recheadas?)

Teresa disse...

Ai gostas delas recheadas? Por mim estás à vontade...

Marias disse...

Sabes que o Dustin Hoffman nesse filme não era imberbe " The Graduate" aliás era quase da mesma idade da Mrs. Robinson, o que me fez imensa impressão quando vi o filme, pois não estava a ver bem qual era o problema dele. Apesar dele ser óptimo no papel e muito divertido, tinha uns 32 e ela 35 ou ao contrário. E ele fazia papel de 20, ou 18, não sei.