Quem quiser que se queixe...

... mas nunca me diverti tanto na blogosfera...
Deixem-me explicar duas ou três coisinhas, para quem não tenha seguido a novela.
Ando por aqui há muito, muito mesmo, antes do Pacheco Pereira, dos Gato Fedorentos e dos Marretas, o que é muito mesmo... até mesmo antes de um tal de Shark, que ninguém conhece... Mas era assim tipo mãos nos bolsos, vá de assobiar para o ar, mas fazer qualquer coisa, está quieta...
Tive dúzias de blogs que nunca andaram para lado nenhum e nunca passaram do primeiro post, até que o nosso, agora é nosso, Tubarão, me desafiou a dar quatro seguidas. E foi assim, este blog começou com quatro seguidas.
Foi em Dezembro do ano passado. Desde aí vieram muitas mais, mas como agora nunca tinha sido. Há muito que as minhas quatro seguidas não se vêem (é com dois "e" o só com um?...), mas o gozo é o mesmo.
Em Maio resolvi começar a arrebanhar, é o termo, arrebanhar!, gente para o blog. Sempre gostei de companhia.
Para quem não saiba, e poucos sabem, aqui quase ninguém se conhece - tirando o Santo, que por ser Santo e pairar lá no alto conhecia as gaijas todas, mas agora com a Moura lixou-se... - mas o resto nunca se viu mais gordo ou mais magro (por aqui acho que é mais magro..).
Mas ia eu dizendo, nunca me diverti tanto, e para mim um blog também é isto. Ou é só isto. Gozo. Prazer. Vontade de me divertir. Escrever, porque gosto e porque sim, mas sobretudo prazer.
E prazer tenho tido muito. Virtual, aqui, mas muito. Gosto de vir aqui todos os dias, gosto de escrever, gosto de ler, gosto de tentar adivinhar quem está do outro lado, gosto deste faz de conta que tem vindo a contar. Gosto de ficar enterrada em comentários por responder, gosto de ir cheirar quem nos lê, gosto de saber que desse lado está alguém que me não ouve, mas me pode ler.
É isso mesmo. Ler. O que se escreve, o que se deixa de escrever, os parágrafos que fazemos e o que não dizemos. Mas que fica dito. Ou não dito, mas gritado para quem nos entende, mesmo não nos conhecendo.
Hoje chegou a Moura aqui. A Moura sei quem é. Da outra, da pessoa, sei tanto como das outras todas.
Mas, como diria a Gaija do Norte "conheço-te?."
Que sabemos nós dos outros todos que dividem connosco a secretária, a mesa, a cama'? Não se chamam Moura, nem Shark, nem Baby, nem Zbeb@, mas "conheço-te"?
Os anos e a cabronice fizeram-me tomar uma decisão. Hoje.
E estou a comunicá-la aqui, a todos os que cá escrevem e a todos os que por cá passam, nem que seja vindos de uma pesquisa do google sobre "sexo com galinhas" (ainda gostava de saber quem procura isto e porque razão o google mandou para este blog. Inda se fosse com cabras...)
Ia dizendo que tomei uma decisão. Vou continuar a divertir-me por aqui. Faço o que me apetece, por enquanto, e como me apetece, e agora apetece-me dizer isto :
- não sei qem és, mas gosto do que leio. Há muito. Ze quizeres um palco, tens aqui. Porque isto só serve mesmo para isto, para zermos todos virtuais e atingirmos o tal gozo que nao é possível em mais lado nenhum.
Mudar o mundo? Está bem, pode ser, mas tenho de jantar primeiro!

Gajos e gaijas.

(e isto agora é umbiguismo do mais puro e duro)
Importam-se de parar com as apresentações e as mimalhices e o olha tu aqui que nem sei bem quem tu és, enquanto eu não chego?
Estou na hora de Gata Borralheira, já cá venho, mas não sei nada, não vi nada e não perguntem nada... Estou de mau humor!

Mas Moura, sejas bem vinda! Se soubesse quem tu eras agradecia de outra forma, que também gosto de tartes de maçã.

Mar Português


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar para além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa, Mensagem

McDonalds


Eu podia começar por dizer que comer no McDonalds regularmente faz mal à saude, que a comida tem demasiadas calorias, gorduras, açúcares, etc, etc. Depois podia questionar porque raio é que o frango deles mesmo grelhado sabe a pitéu.Também podia enveredar por outra via; eu lembro-me, que quando surgiu o McDonalds em Portugal, a comida estava sempre na temperatura ideal, não corríamos o risco de comer batatas fritas frias ou queimarmos a língua com o recheio da tarte de maçã ao ponto de ficarmos com as papilas gustativas insensíveis. Nesta altura também as filas eram intermináveis, afinal todos queriam provar o tão afamado hamburguer feito com minhocas. Mas a questão não está na composição do hambúrguer, está mesmo no aceleramento que os empregados tinham. A coisa estava tão bem montada que enquanto o funcionário da caixa marcava o pedido no computador, toda uma máquina bem oleada tratava do pedido e ninguém tinha de esperar só porque o hamburguer é grelhado. Também me lembro que mesmo que quiséssemos levar tudo para qualquer lado os funcionários nunca trocavam os pedidos e muito menos nos obrigavam a voltar para trás depois de termos feito alguns kilómetros para chegar ao destino e descobrir que temos de deixar o hambúrguer e as batatas a arrefecer porque se esqueceram de colocar no saquinho o McFlurry para a sobremesa. Ah, e muito importante, nesta altura o molho para as batatas era oferecido.
Podia, mas isso agora não interessa nada! Eu quero é saber porque carga d'água deixaram de vender os fantásticos batidos de baunilha, morango e chocolate.
Numa altura em que a mcdonalds tenta mostrar uma imagem saudável com saladas, sopas e maçã descascada e cortada às tirinhas, onde puseram eles os batidos, que desapareceram sem deixar rasto? E já agora, se virem umas tartes de maçã fujonas avisem as autoridades há clientes muito tristes com o seu desaparecimento, apesar das queimaduras infligidas.

Perante Nós o Deserto

Eu sabia que aquela Porteira me haveria de dar cabo de qualquer coisa.
Sim, culpem a pobre analfabeta das burocracias idiotas deste país. Ou será da esperteza saloia do governo ? Ou culpo-me a mim, que vou de férias e deixo a cão entregue aos cuidados da porteira, e, mais grave ainda,a chave do correio, para ela ver se me chega algo importante, e avisar, tipo emprego em perpectiva, pelo telefone.

Não que eu esperasse algo nesta época estival, Julho, Agosto, vamos todos de férias e em Setembro cá estamos pró serviço.

Mas é claro que, como quem segue a telenovela da minha vida sabe, vou de férias com a mãe idosa e filhos para o sul, e quando volto tenho a casa a brilhar de limpeza e a porteira toda satisfeita conta o trabalho que têve e entrega-me um molho de cartas. Uma dessas cartas, entre contas,a pagar por banco, etc, está o postal do Centro de Emprego, onde nas costas, diz
-"Umavez que ainda não lhe conseguimos arranjar emprego, responda, com uma cruz, às seguintes questões: 1. Desejo continuar inscrita no centro de emprego; 2. Não desejo continuar inscrita no centro de emprego. Se não responder no prazo de cinco dias consideramos a sua inscriçãoanulada" . E era só pôr no correio, sem sêlo.

Telefono logo para lá, e um empregado optimista, provavelmente o segurança, diz "venha cá quisso resolve-se".

Lá vou eu , com ar humilde, hoje, e a senhora que me atendeu também era simpática, mas eis que sou reencaminhada para outra, que perante o computador me diz friamente que a inscrição fora anulada e o mais que posso fazer é inscrever-me de novo e o tempo começa a contar a partir de hoje. Aí explico-lhe que em Setembro atingia um ano de desemprego e com isso no centro de explicações onde eles me tinham mandado a uma entrevista, tinham dito que me empregavam, uma vez que lhes dava benefícios fiscais. Ela responde que devia ter estado atenta ao correio. Eu respondo que a Porteira mo guardou,mas como é analfabeta, não percebeu de onde era o postal.
Pergunto se tenho de passar pelo processo todo denovo, curso de "Técnicas de Procura activa de emprego, como fazer o seu CV, etc" e ela sadicamente diz-me que provavelmente sim.
"Quer que a inscreva ou não? ". Foi aí que nos filmes se veria eu , tresloucada a imaginar-me a saltar sobre ela e tentar estrangulá-la.

Eu acho que isto é tudo uma conspiração do governo para manterem a taxa de desemprego baixa. Apanham uma pessoa de férias e zás, toca a mandar postais...

Agora só falta os do centro de explicações, que tinham ficado tão contentinhos do meu aluno ter passado no exame, me dizerem que assim fico na mesma à hora, em vez de tempo inteiro.

E acabou-se-me a boa disposição para a silly season, posts só a matar...

Revolta na Bounty, querem ver?

Lá porque eu ontem estive muito atarefada e hoje tive mais que fazer e cheguei agora da praia e estou a arranjar uma bebida e a fazer um jantar, não quer dizer que antes das doze badaladas não encha isto de posts para a Emiéle reclamar e o Shark chamar lençois.
Ou talvez não, que vá-se lá saber porquê, estou cheia de sono.
(mas o vício é tanto que fiz um post, com um lápis ranhoso, nas últimas páginas do livro que levei para ler... pode ser que o consiga copiar...)

A César o que é de Shark

Ou de como se deve demonstrar o agradecimento, se bem que modesto e singelo, a quem nos instrói, induca e acima de tudo apoia nos momentos díficeis desta vida.
Obrigada Shark pelo post abaixo.
(percebeu-se assim tanto que também foi só para encher os ditos??)

Já PaZZou tempo demais...

...Sobre o post anterior. Não se admite isto, num blogue colectivo. E eu hoje estou com uma telha do caneco e quando é assim comem todos. E comem todas. Salvo seja.
Estou aqui para dar o exemplo de como em desespero de causa (por falta de posts) o colaborador de um blogue em equipa deve avançar de imediato com o enchimento de chouriços (salvo seja, outra vez) que arremedeia a ausência de uma página fresca a cada dia que é, ah pois é, um imperativo moral deste tipo de espaços onde tanto lhes dá para se amontoarem uns sobre os outros (os posts) como para ficarem todos à espera que outrem tome a iniciativa.

Aproveito ainda o ensejo para dizer que tá mal proibirem as massagens nas praias algarvias só por não saberem como elas acabam. Bastava perguntarem aqui ao je e ficavam esclarecidinhos (tenho ao dispor um vasto catálogo de happy endings aiuvédicos) e a malta podia continuar a descontrair as carnes sob o som relaxante da rebentação das ondas.

Não custa nada fazer um post para entreter a audiência que não paga bilhete para chegar aqui e até parece uma sala de espera de dentista, sempre com as mesmas revistas disponíveis para um gajo disfarçar a cagufa fingindo que lê as últimas acerca do noivado da Titinha Vanessa ou do próximo episódio da novela que já acabou dois meses atrás.

Tomai e aprendei, que o tubarão não dura sempre.

PaZatempo.

Dois matemáticos entraram numa pensão para reservar dois quartos. Quando perguntaram o preço a dona da pensão respondeu que seriam de graça se conseguissem descobrir a idade das filhas. Escreveu qualquer coisa em dois papéis e deu um a cada um deles.
Ao primeiro explicou que o número que ele via era o resultado da multiplicação da idade das filhas. Ao segundo deu o resultado da soma.
O primeiro olhou para o papel e disse que só com aqueles elementos não lhe era possível responder acertadamente.
O segundo falou então e disse que se o colega não podia responder a idade das filhas da senhora era .....
E agora, qual era a idade delas?

Para o Shark.

LÁ TENHO QUE ARRANJAR PACIÊNCIA PARA TIRAR AS PEVIDES...
Ouvi algures que há mais um estudo que comprova que o melhor antídoto para a impotência é a prática regular de sexo e três vezes por semana parece ser a conta que garante o quíntuplo das hipóteses de um gajo prolongar o entusiasmo pela vida fora.
De acordo com o mesmo estudo, a melancia é o fruto mágico para manter a malta arrebitada pois afirmam conter alguns componentes do famoso Viagra.

Na mesa de cabeceira...


Manual do Bom Engate (Tomo II - bem conversadinho ainda vou ao terceiro)

Todos conhecemos aquela história do caçador que contava aos amigos, na mesa da cervejaria, como tinha apanhado um leão e como ia na parte em que tinha a boca fincada na juba da fera quando foi interrompido pelo reforço de imperiais e depois da pausa perguntou em que parte da história tinha ficado e disseram-lhe que estava cheio de pelos na boca e ele prosseguiu: - Pelos na boca? Ah, sim. Aí ela fechou de repente as pernas e partiu-me os óculos.
Esta pequena introdução ao Tomo II visa focar a vossa atenção na língua, cujo domínio, como já referi, é essencial ao longo de duas das etapas (a localização/identificação do troféu de caça e a consumação factual do tiro certeiro).

Depois de a língua ter logrado a quebra das frágeis barreiras protectoras construídas em vão pela vítima potencial (frágeis porque apenas para inglês ver e enquanto o bife vê um gajo que é gajo come a febra), é tempo de estudarmos com atenção as reacções da presa encurralada à medida que a confrontamos com o futuro previsível da caçada (que, aliás, dispensa bola de cristal para ser adivinhado quando estamos em face de um gajo dos que comem a febra e ainda gostam da fruta à sobremesa).

O troféu de caça, sempre demasiado convicta da sua capacidade para escapar à estocada final, começa a revelar sinais de impaciência no preciso instante em que se percebe (ou intui) indefesa perante a arremetida seguinte do seu matador.
Enrolam caracóis nos dedos (em vez de os enrolarem na língua, bem regados com umas jolas, as parvas), sorriem com inusitada frequência (mesmo quando um gajo manda uma graçola sem jeito nenhum só para as testar) e começam a transfigurar-se na pala da predadora instantânea (se não podes – e não podes se for o Shark – vencê-los, junta-te a eles).

Junta-te a eles, estão a topar?
Quando elas decidem enveredar pelo olhar de mulher fatal para fazerem de conta que também pintam qualquer coisita e dão uns tiritos pela calada é tempo de pousar a espingarda e preparar o espírito para a luta corpo a corpo que invariavelmente se seguirá.
E é aqui que a língua, esse músculo poderoso (eu treinei o meu na juventude com base num exercício que envolvia azeitonas, como já descrevi noutras paragens), volta a adquirir um peso estratégico fundamental.
O tento na língua, por exemplo, é indispensável neste momento crucial da caçada. Um tiro mal dado e o troféu de caça pode de repente inventar um assunto muito urgente e um gajo fica ali pendurado enquanto a presa escapa vitoriosa, a ver fumegar-lhe em vão a caçadeira.

Só os mais rotinados nas lides da caça conseguem interpretar os sinais que o troféu lança quando já se imagina empalhada (repito: empalhada) contra a parede do salão.
É vital proceder à respectiva avaliação, pois é nesse preciso instante que obtemos um vislumbre das fragilidades a rentabilizar e das potencialidades a explorar depois.Trata-se do equivalente a ter a dentadura cravada na juba do leão. Um apertozinho mais forte da mandíbula e crack!: a presa arrepia-se da cabeça aos pés enquanto cogita acerca da química, do amor eterno, da hora de chegada a casa do marido, da paixão assolapada, do guisado ao lume e de outros devaneios insanos tão típicos de um troféu de caça que se sabe completamente à nossa mercê.

Manuais? Automáticos é muito melhor




Embora já tenha se tornado comum na Europa e Estados Unidos, a caixa de transmissão automatizada tem baixo volume de vendas no Brasil. Porém, diante das vantagens capazes de proporcionar economia de combustível e baixa manutenção, reúne atributos para ter seu uso intensificado no País nos próximos anos

Manual do Bom Engate (Tomo I)

Bom, visto que esta casa está aos poucos a pintar-se em tons rosa e agora que tenho as costas largas porque o nosso Roger Moore voltou (as costas ficam largas por causa das asas), decidi ser generoso e deixar aqui à rapaziada um pequeno manual de instruções para garantir o sucesso numa empreitada de engate que, como todos sabemos, é um trabalho que só se dá por concluído no final da fase de acabamentos.
Assim sendo, este é um post de e para gajos a sério pelo que gajas, gaijas e indeterminados não têm permissão para lerem este post (e muito menos para o comentarem).

Vamos lá começar pelo princípio, pois a(lguma)s redundâncias podem ser muito apreciadas no contexto em apreço.

No início era o caos. Hábeis em desorientarem um gajo com as suas atitudes imprevisíveis e não raras vezes contraditórias, as mulheres (doravante citadas como troféus de caça - isto é um post de e para machos, deixem-se de tretas) sempre procederam ao culto da confusão para baralharem um gajo e o deixarem sem coragem (leia-se "sem tomates") para a abordagem à pirata (à força toda). Nada disso, jamais cedam a esse mecanismo de filtragem dos totós porque é disso que se trata. Só fogo de vista para apalpar o pulso aos candidatos e afastar da porta os que nem alcançam os mínimos para a competição em causa.
A ideia é ultrapassar essa barreira artificial entendendo-a como tal. Às vezes um sorriso matreiro é quanto baste, mas a coisa fica garantida com um ar determinado na hora da verdade. Elas precisam de certificar-se de duas coisas: que o gajo tem mesmo vontade de lhes dar a volta (leia-se "de lhes saltar prá espinha") e, em simultâneo, possui capacidade para levar até ao fim a iniciativa.
Por "levar ao até ao fim" entenda-se ter bons princípios e conhecer a importância dos entretantos.

Com esta última frase quero-vos deixar bem claro que elas, os troféus de caça, tanto podem sobrevalorizar o princípio como o meio e raramente assumem ter algum interesse no desfecho (que, de resto, adiam muito para lá do razoável na nossa perspectiva mais terra-a-terra).
Isto implica que devemos saber repartir os pontos fortes da actuação entre as três etapas da caçada.
E a primeira fase consiste na identificação do troféu, o que passa acima de tudo por lhe descobrir a toca.
Quero com isto dizer que o início é marcado quase exclusivamente pelo uso exaustivo desse recurso valioso que é a língua (voltaremos ao assunto mais adiante, noutro Tomo deste manual, onde veremos que a língua, mais do que um simples complemento da restante instrumentação, pode constituir uma arma certeira, um verdadeiro aríete para derrubar em definitivo os derradeiros obstáculos à desbunda total do troféu de caça).
Devemos, nesse apalpar do terreno (também voltaremos a esta delicada questão do apalpanço), desconstruir as barreiras artificiais a que faço alusão acima com base na conjugação perfeita entre um olhar confiante e perscrutador e um discurso acutilante e demolidor.
É a fase do acerto da mira, ao longo da qual apontamos baterias à consolidação da certeza de que somos atiradores dignos de introduzir o balázio na pele fina e sedosa do troféu de caça.

(continua)

B2B

Apesar da sigla ter outro sentido, nada como usar os termos empresariais para mostrar que estou de volta ao trabalho activo, onde se inclui também a participação neste blog (pelo menos).

Pois é, após uns dias de férias para retemperar corpo e mente cá estou eu Back 2 Bussiness.

Eles divertem-se imenso sozinhos!

Reparem bem nos pormenores e digam, mulheres, se não gostavam de ser homens só para poderem participr no Convívio dos "Amigos da Paródia".

Uma vez por ano, eles fogem delas e a terra fica entregue ao domínio exclusivo das mulheres. São os Amigos da Paródia, uma associação de Galegos, Penafiel, vedada à participação feminina. É assim há 50 anos. Foi assim este domingo.

Ontem, voltou-se a cumprir a tradição: 80 homens fugiram da freguesia natal e montaram tenda em Castelo de Paiva. Cozinharam para eles, rezaram pelos amigos falecidos, divertiram-se e cantarolaram: "As mulheres arreliadas ficaram em casa a chupar no dedo".
Às primeiras horas da manhã, um pequeno grupo de homens chegou ao alto do Monte de S. Domingos da Serra, em Castelo de Paiva. Vieram à frente do restante grupo para armar a tenda, instalar a cozinha e preparar o almoço: chanfana de cabra velha. A tarefa é hercúlea. São 80 comensais (a ementa repete-se anualmente) e entre eles encontram-se as autoridades locais. Todos vestem camisolas iguais com o símbolo do grupo estampado: um folião sentado numa viola e acompanhado por um garrafão.
Enquanto a equipa de cozinheiros (fardados a rigor) preparou o repasto para alimentar o físico, uma outra equipa tratou da alma, organizando os preparativos para a missa, celebrada pelo pároco de Galegos, na capela do Monte de S. Domingos.
Depois, alinharam-se em fila indiana. De prato e talher na mão, aproximaram-se dos cozinheiros e abasteceram-se da "chanfana de cabra mais saborosa que há", na opinião de um dos comensais. Neste grupo, ninguém se atreve a começar a refeição sem o chefe da equipa provar e aprovar a comida; e sem ouvirem o toque de ordem do clarim, a relembrar o velhos tempos da tropa.
Lá na aldeia, sem deles saber, ficaram as mulheres, resignadas à tradição dos Amigos da Paródia. Longe da vista, mas perto do coração.
Do melhor! Sem as mulheres eles ficam logo diferentes, é só folia....
Agora só tenho uma pequena dúvida, porque se esta é a notícia é do JN, a do DN diz o seguinte:
Está bem, também entre 21 anos e 50 a diferença não é grande, mas quando estes jornais tornarem a oferecer fascísculos da História de Portugal é melhor terem cuidado a investigar as datas, que 1143 não é a mesma coisa que 1640...
É esquisitice minha, mas sou assim, gosto das folias dos homens e gosto de números certos.

O chat das gaijas (subtítulo - the facts of life...)

Em contas de merceeiro é assim - desde as oito da noite entraram 205 comentários neste blog. Quero dizer, comentários não serão própriamente, que aqui já não se comenta nada, mas andámos no "granel", como diz a @na, uma das comentadoras de serviço.
Longe vai o Inverno, quando este blog era uma casa séria e se discutiam assuntos sérios. Acho mesmo que, qual Pacheco Pereira e seu Abrupto, por aqui tinhamos mais influência que um secretário de estado. Quantos projectos de lei não foram apresentados, aprovados, promulgados e publicados graças a nós e às profícuas discussões (até parece que está a chover, para falar assim...) que por aqui fomos tendo.
Mas chegou o Verão e Verão é coisa mais séria que qualquer Lei da Républica, que essas nunca sabemos quanto duram e Verão é solstício, equinócio e a seguir vindimas e cestos arrumados.
Ia eu dizendo que chegou o Verão e a coisa coloriu um bocadinho. Ou dois bocadinhos. Ou mesmo três ou quatro. Ou duzentos e cinco!
Este blog é engraçado. As quatro "gaijas" que oficialmente cá escrevem não foram escolhidas por isso, mas nas enormes diferenças que temos aparece um denominador comum - todas sozinhas, todas com crianças. Todas independentes na nossa enorme dependência. Da nossa comentadora de serviço, e já cabra também, que isto pega-se, foi essa também a característica que vazou - mulher, independente, crianças.
É Verão, as noites lá fora estão quentes, e estamos em casa. Os nossos filhos dormem nos quartos ao lado e vão acordando, de vez em quando, com as gargalhadas. Fumamos cigarros - tem piada que muitos ou poucos também todas nós os fumamos - e vamos dizendo umas parvoíces. Todas sabemos usar o messenger, e usamos, todas temos mil e um endereços de sites onde se faz também conversa, mas vamos ficando por aqui.
Porquê?
Primeiro porque somos gaijas e, como já disse, precisamos de um palco. Aqui até o vamos tendo. Depois porque sim, que também já o disse, que gaija que é gaija tem de dizer uns porque sim.
Os gajos vão aparecendo à vez, que têm assuntos ainda mais sérios para tratar, porque se não estão de férias estão a ir ou a chegar e nessas alturas, todos sabemos, há muita roupinha para lavar, malas para fazer ou desocupar, correio para abrir e enviar, e mais aquelas coisas todas que os gajos fazem, e não há tempo para conversas de Verão.
Hoje comecei a pensar se não podiamos simplificar isto, que andar a saltar de post em post para actualizar comentários dá uma enorme trabalheira. Sei lá, podia ser tipo bar aberto, a partir das oito da noite fazia-se um post a dizer É aqui! e toca de descarregar na caixa de comentários.
Mas não, não pode ser. Nós estamos aqui a comentar posts, e só isso nos justifica o granel. Afinal de contas isto é conversa séria e só não o percebe quem estiver com má vontade - isto é conversa de Verão e, como dizem na rádio que as minhas filhas ouvem, este é o último Verão do ano. Assunto sério, portanto!
E amanhã vamos estar aqui outra vez com mais conversas sérias. E os nossos filhos vão estar nos quartos do lado a acordar com as gargalhadas. E vamos sempre estar à espera que, de repente, mais alguém se junte à conversa, que o direito de admissão não é reservado e se de uma assentada vierem mais cinco a conversa continua séria concerteza. (esta última parte foi publicidade ranhosa, mas acho que passou despercebida!)

Noivado

Estendeu os braços carinhosamente e avançou, de mãos abertas e cheias de ternura.
- És tu Ernesto, meu amor?
Não era. Era Bernardo.
Isso não os impediu de terem muitos meninos e não serem felizes.
É o que faz a miopia.

Mário-Henrique Leiria, Contos do Gin-Tónico, Editorial Estampa

Casamento

"Na riqueza e na pobreza, no melhor e no pior, até que a morte vos separe."
Perfeitamente.
Sempre cumpri o que assinei.
Portanto estrangulei-a e fui-me embora.




Mário-Henrique Leiria
Contos do Gin-Tónico
Editorial Estampa

WikiGraça...

Estava a tentar escrever um post sobre a relatividade - era qualquer coisa sobre distâncias e velocidades e coisas assim que não interessam nada... - e fui meter o nariz à Wikipédia para fazer boa figura com umas dissertações à volta do E=mc2. Encontrei uma pérola, uma verdadeira pérola enciclopédica, e lá se foi o post que queria fazer.

"A relatividade especial tem conseqüências consideradas bizarras por muitas pessoas. Esta opinião é perfeitamente compreensível, pois estas conseqüências estão relacionadas a comparações entre observadores movimentando-se a velocidades próximas à da luz, e a maior parte das pessoas não tem nenhuma experiência com viagens a velocidades comparáveis à velocidade da luz"

Ora nem mais. A trip é a trip e se nem todos podemos ter essa experiência os senhores que escreveram esta maravilha devem estar habituados a fazer umas viagens alucinantes. Ou, pelo menos, alucinogénicas, e à velocidade da luz, claro! Acho que devem andar à procura de uma tal Lucy num céu cheio de diamantes!

Conheço-te?

Das pessoas só conhecemos aquilo que deixam que conheçamos.
Será assim? Será que mesmo depois de anos de convivência não chegamos a conhecer verdadeiramente alguém? Ou será que ninguém consegue ser assim tão opaco e deixa sempre transparecer aquilo que realmente é? Há alguma parte da nossa personalidade que é realmente nossa, ou conseguimos dividi-la para que ninguém conheça verdadeiramente tudo? Seres misteriosos estes humanos!

Porra!*

Tenho outra vez um computador decente... É que agora até fico tonta com tanta velocidade. Nem me lembrava já que podia ter duas janelinhas abertas ao mesmo tempo sem bloquear tudo... Hoje ponho a escrita em dia, tenho é de tratar de uns jantarinhos primeiro, que estive até agora a formatar o bicho ...


* justifica-se perfeitamente!

Chávez, amigo, Portugal também está contigo ( ou mesmo solo yo...)!

O primeiro-ministro espanhol e o presidente venezuelano acordaram hoje criar um grupo de trabalho para que o país latino-americano possa vender a Espanha dez mil barris diários de petróleo a 100 dólares, em troca de investimentos e tecnologia.
.
No final da sua visita a Espanha, Chavez disse que a concretizarem-se os planos esboçados com Zapatero, "os espanhóis têm garantido o fornecimento de petróleo por 100 anos".

Os Ovnis, uma metáfora

A Ameaça OVNI, Efeitos Secundários, Woody Allen, 1972, Bertrand

Não se pode provar que todos os ovnis sejam de origem extraterrestre, mas os peritos concordam que toda e qualquer aeronave capaz de subir na vertical a doze milhas por segundo precisaria de uma assistência técnica só possível em Plutão.

Se esses engenhos provêem , realmente, de um outro planeta, então a civilização que os concebeu deve ter milhões de anos de avanço sobre a nossa.
Ou então essa gente tem sorte. (...)
É interessante notar que segundo os astrónomos modernos, o espaço é finito. Conceito muito reconfortante, particularmente para os que nunca se lembram onde põem as coisas. Quando estudamos o Universo, porém, o elemento fulcral a ter em conta é a sua expansão e o facto de um destes dias, explodir e desaparecer. (...) A interrogação mais frequente posta sobre os ovnis é: se os "discos" provêem de um outro planeta, porque é que os seus pilotos não tentam entrar em contacto connosco, em vez de circular misteriosamente à volta das regiões desérticas? A minha teoria é: para as criaturas provenientes de um outro sistema solar "andar à volta" é talvez a maneira essencial de se relacionarem.

Comentário: o mesmo se pode dizer de certos seres nas discotecas

25 de Janeiro de 1988

Olá,

Cá estou na Madeira, que não é um jardim, mas é do Jardim. Estar na República das Bananas tem os seus convenientes, comem-se muitos ananases e claro… muitas bananas. Também se pode andar “à vontade” se se passar por estrangeiro, o que acontece com certa frequência, pois como dizem os nativos: “não é só no Algarve…” enfim, que tanta coisa acontece. Assim, enquanto o dinheiro durou, as ementas vinham em inglês e os “garçãos” (classe privilegiada nestes 746 km²) faziam inveja à minha pronúncia, que como sabem é genuinamente May fair. Mas o tempo das vacas gordas já lá vai, pois não há quem aguente a cerveja a 120 paus e o café a 70, e agora quando me dou ao luxo de uma refeição fora do quartel, as ementas já nada têm de poliglota, vendo-se e desejando-se o meu modesto intelecto para decifrar o que lá vem escrito em dialecto local, que é uma coisa que fica mais ou menos à direita do Mirandês, não por razões de morfologia e sintaxe (como diria Carl Sagan, um entendido nestas coisas mas ao que consta nunca cá veio pintar ou já lhe tinham levantado uma estátua) mas por uma forma muito própria de dicção, que se assemelha a um disco de 33 rotações no seu funcionamento normal a quem, num acesso de excesso energético rompe por aí fora até aos saudosos discos de 78 rotações. Isto geralmente acontece nas últimas sílabas de cada palavra, talvez por isso não existam palavras monossilábicas, pois seriam de entendimento impossível. Prosseguindo este meu tema “J. na República das Bananas”, creio que deva começar, muito academicamente pelo princípio.
A gente chega cá num avião que já o era antes de Ícaro ter dado com os queixos no chão por ter usado cera em vez de UHU para colar as penas das asas. Chamava-se “Porto” a aeronave, densamente povoada de magalas de galões vistosos que surtiam grande efeito nas hospedeiras, que pela aparência tinham a idade do avião, mas que ao contrário deste deviam estar em fim de carreira. Embora o verde predominasse, tons floridos de algumas velhas inglesas, sempre na moda, inspiradíssimas pela rainha Vitória (sucumbida na viragem do século), davam um tom ligére ao interior do boing (eu juro que não vou falar dos seus maravilhosos chapéus!). Enfim, aterramos, e depois de conferirmos se estávamos todos inteiros, lá partimos nós num autocarro verde a caminho do Funchal, que dista 16 km do aeroporto.
Ah! Foi a exclamação geral, tão tipicamente Lusitana, quando se vê pela primeira vez aquilo que nunca se viu, mesmo que não seja lá grande coisa. Tudo era lindo! As flores, as estradas tortuosas a subir muito e a descer mais, as nuvens nos picos, tudo era digno de ser descrito pelo Byron, que eu não tenho muito jeito para estas coisas, esse Byron que tão bem descreveu Sintra, só lamentando ser habitada por Portugueses ou não ficasse aquilo tão perto da capital. Se fosse no Algarve, talvez ele não o tivesse dito, só que, segundo sei, o Algarve ainda não tinha sido colonizado pelos ingleses no século passado. Mas… e pr’a frente é que é caminho, chegamos ao quartel, todo ele florido, com piscina e tudo. Depois veio a noite e os bares da marina e veio tudo iluminado, e tudo era tão lindo, até que um dia, o J., foi incumbido daquilo que pensava ser uma interessante missão… ia a nosso instituição, tão caridosa como é, receber 300 mancebos, pois era preciso justificar o ganha pão desta gente toda, e que o papel do J. era recebê-los, juntamente com os outros digníssimos furriéis . Ficou assim o J. a saber:
1. A profissão predominante daqueles a quem se diz pertencer o furo, é: pedreiro da construção civil.
2. A escolaridade média é a 3ª classe.
3. Muitos já estiveram presos.
4.Todos têm uma grande paixão na vida: o vinho.
5. Todos têm um grande sonho na vida: Fugir! Fugir daqui para bem longe.
Se existe no planeta azul outra República das Bananas digam-lhes que eles têm que vir cá aprender com o(s) jardim(s) da Madeira, no meio do oceano plantado. É claro que nem todos os Madeirenses se emborracham, e só algumas famílias é que vivem em grutas, e é por isso que não aparecem nos postais. Nos postais só aparecem as orquídeas e outras tão sabiamente plantadas por quem percebe da arte.
O tempo tem sido benevolente comigo, tem passado depressa! Não, não ando por aí aos putos nem tenho corrido as discotecas todas, nem tenho conhecido muitas suecas. Tenho andado calmamente (as ruas aqui são demasiado inclinadas) sem pressa de ver tudo num dia. Tenho gostado de muita coisa, mas a sensação geral é que isto tem muita coisa que não está bem, a começar por mim que estou cá por engano, mas entre aqui, ou noutro lugar qualquer, se é para estar vestido de feijão-verde, antes aqui. O trabalho não mata e sempre se conhece gente interessante.
Gosto de cá estar, mas preferia estar convosco.
Um abraço
J.

Verão.

Todos os anos nos dizem isto - verão! - e eu ainda não consegui perceber se é uma promessa se uma ameaça...

Nós, as gaijas.

Gaija. Este gajo é uma gaija. O ter útero e trompas e ter engravidado e ter parido nunca me convenceu por aí além, mas agora sim, acredito, o gajo é uma gaija. Não há pila nem pêlos no peito que o safem - nasceu gaija, morre gaija e não há nada a fazer.
A criancinha nasceu e lá estão os instintos todos de gaija a funcionarem - chamou as revistas, a revista neste caso, a People para ser mais exacta, e toca de fazer olhinhos às câmaras com a filha ao colo. Gaija! Nenhuma de nós resiste a um bocadinho de atenção. Se meter fotógrafos e colunas sociais e o mundo a nossos pés, estamos no céu!
Não sei porque seremos assim, mas deve ser culpa das nossas mães, que também tinham o seu quê de gaija.
Olhem eu, que nunca brinquei com uma boneca, que era guarda redes avançada, só tinha amigos gajos, que conheci o pó de todos os largos lá da terra em muita tarde de pancadaria e de salve-se quem puder, assim que me nasceram as filhas toca de lhes fazer cueiros com fitinhas cor de rosa e verdes claro e camisas de organza bordadas e casaquinhos a dar com as fitinhas dos cueiros. Gaijices! E agora tenho o quê? Duas gaijas em casa, claro!
O pior é que eu, assumidamente gaija, não tenho paciência para qualquer outra gaija que não seja eu. O que também é típicamente uma qualidade de gaija. Mas as outras são muito complicadas, são estranhas, dizem sim ou não ou nim ou nada porque nim ou nada ou não ou sim e nunca se sabe para que lado sopra o vento.
Acabei de telefonar à gaija mais nova. Está triste como a noite, nota-se a 400 km de distância que está cheinha de saudades. Acham que ela o disse? Gaija! Esperneou, atirou com uns não, não estou, estava a ver televisão e agora tenho de estar para aqui ao telefone!, foi incapaz de perguntar pelos cachorrinhos, de perguntar quando íamos ter com ela ou de dizer que tem saudades de casa. Tratou na ponta do chicote e quem quiser que se aguente. Fosse um gajo a falar com ela e teria ficado ligeiramente chateado. Eu, gaija como ela, desliguei o telefone feliz da vida - a cabrinha está cheia de saudades nossas!
Mas isto é coisa de gente? Não, é de gaija!
Gaija é assim, nunca vai direita ao assunto, e quando diz que o vai fazer é porque nem ela própria sabe onde vai querer chegar. Vai-se ouvindo e logo se vê. E se a plateia fôr grande e tiver uns fotógrafos da People a gaija vai abrir a cauda em leque e fazer o que melhor sabe - ser gaija.
É que não há gaija que se safe, que se até a Manela Ferreira Leite pintou o cabelo de loiro e a Angela Merckl usa umas gargantilhas que deve achar que lhe ficam muito bem, não há mais nada a fazer.
É por isso que eu todos os dias agradeço à sorte gostar de gajos. Não é que sejam flores que se cheirem, mas sempre são mais básicos, mais curtos de ideias, menos elaborados e muito mais previsíveis. Para além disso têm vozes normalmente menos agudas, o que dá sempre jeito quando há necessidade de as elevar um pouco mais.
Há uns anos atrás, cansada de aturar gajos, fui pedir conselhos a uma amiga. Ela, que sempre aturou gaijas, que me dissesse - era mais fácil não era? É que pela minha felicidade eu já estava disposta a tudo, até a tentar encontrar a outra parte da minha laranja num laranjal desconhecido. Felizmente ela foi pouco gaija e muito clara. Em poucas palavras descreveu-me o que era ter de aturar uma gaija e eu percebi depressinha que pior que ser gaija e ter duas filhas gaijas seria ter de viver com outra.
E lá tenho eu continuado a aturar gajos, que podem deixar-me os nervos à flôr da pele, mas pelo menos não conhecem nem metade dos truques para chatear o parceiro que em nós, gaijas, já vêm de fábrica. E não há nada a fazer, que como disse no princípio, gaija que é gaija é sempre gaija e não há pila que a mude!

Esperança renovada!

Se assim é, se não há mesmo diferençazinha nenhuma e garantem que se pode comer à vontade e com o mesmo nível de qualidade e satisfação, os senhores importam-se de deixar as vacas sossegadas e começar mas é a clonar o Cloney?

Pequenos objectos que melhoraram a qualidade das minhas noites.


Catholic Girls*

Por causa desta notícia, Preservativos e Bíblia, fui meter o nariz na fonte inspiradora e fiquei indignada - esta parte do Antigo Testamento não me a ensinaram na catequese!...
Fica mais um tema de Verão.
Desta vez, extractos do Cântico dos Cânticos, de Salomão.
(e andei eu a ler a Arte de Amar, do Ovídio, quando afinal devia era ter lido a Bíblia...)

Que ele me beije com beijos da sua boca!
Melhores são as tuas carícias que o vinho,
ao olfacto são agradáveis os teus perfumes;
a tua fama é odor que se difunde.
Por isso te amam as donzelas.
Arrasta-me atrás de ti. Corramos!

Os teus dois seios são dois filhotes
gémeos de uma gazela
que se apascentam entre os lírios,
antes que rebente o dia
e as sombras desapareçam.
Quero ir ao monte da mirra
e à colina do incenso.

Enquanto o rei está em seu divã,
o meu nardo dá o seu perfume.
Uma bolsinha de mirra é o meu amado para mim,
que repousa entre os meus seios

Como são doces as tuas carícias, minha irmã e noiva!
Muito melhores que vinho são as tuas carícias;
mais forte que todos os odores
é a fragrância dos teus perfumes.
Os teus lábios destilam doçura, ó minha noiva;
há mel e leite sob a tua língua.

* Título roubado ao Frank Zappa

As palavras são dele o mapa também é o meu.

Chico Buarque - O Meu Amor

(para não dizerem que sou como o Santo e não me confesso!)

Beijar

Cada um tem os seus pontos favoritos, de beijar e ser beijado. Hoje tive uma troca de impressões sobre isso e achei mesmo um tema curioso, não?

Eu não disse que a blogosfera também tinha uma Silly Season?

É que vejam só o que anda por aí (e eu nem meto o nariz nos outros sítios todos do costume, que esta máquina não deixa...) :

TESÃO NÃO É UMA PALAVRA FEIA, in (claro!) Charquinho.

Os cérebros, os ratos e a rata, in Aspirinab

Nem quero pensar no que andará pelos outros lados, que basta ver a caixa de comentários deste blog que nem preciso de sair à rua para perceber - é Verão!

Resumindo e concluindo,

Continuo ansiosamente à espera que lhes dêem ordem de soltura, mas enquanto não chega o telefonema redentor que irá trazer a Magda, o Vai-Vem ou mesmo o daMalta a casa, vou penando agarrada a este PC, que nem nome tem, e pedindo desculpa por qualquer palavra mais ofensiva ou pontapé descuidado que tenha dirigido aos meus meninos na minha fase de ignorante. Eu não sabia, eu não poderia adivinhar, o bem que eles me faziam e o aprumo com que se portavam. Muitas vezes me indispus com eles e fiz ameaças o que agora lamento profundamente. Posso mesmo dizer, para o caso de me estarem a ouvir, que aceitarei qualquer pena que me queiram dar, excepto a de ter de penar muitos mais dias a batalhar com este monstro cinzento, imbecil, preguiçoso, cheio de fobias e mal quereres. É que tenho a certeza quase absoluta que, apesar dos ares modernaços, é um pré-perestroika reconvertido e daqui não se consegue nada.
A minha falta de assistência blogueira só a ele se deve e a ele imputo tanto desaforo que tenho levado para casa, que responder a comentários, uma janelinha dentro de outra janelinha, é tarefa quase impossível...

Afinal não são filhos delas que se fossem faziam vista grossa...

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) aprendeu, em meio ano, mais de 100 mil euros em artigos pornográficos e eróticos, na sequência de acções de fiscalização a sex-shops, comerciantes de pornografia e bares de alterne.
(...)

Quanto às infracções, as mais comuns são a falta de licença, de rótulo em português nos produtos, ausênca de livro de reclamações e indicação dos preços.

Estes gajos da ASAE são mesmo muito esquisitos. Será que eles agora querem ver as licenças? Tipo - Eu, Maria Inácia, dou licença ao meu esposo para frequentar a Irinêida? Terão de ter assinaturas reconhecidas na qualidade ou basta presenciais?
E falta de rótulo em português nos produtos? Mas a linguagem não é universal? Será que querem uns desenhos?
Livro de reclamações? Esse eu ia gostar de ler... estou a imaginar algumas das reclamações que por lá apareceriam, que o produto, com rótulo em português ou não, nem sempre é o que parece. Acho que qualquer editora pagaria uma fortuna para publicar esses livros, que seriam sucessos garantidos.
A questão do preço já é mais delicada, que catálogo de preços pode sempre dar asneira. É que se o pagamento fica condicionado à satisfação do cliente o produto vai morrer de fome, que com as misérias que devem andar por aí lá se vai o negócio...
Estou a ver é que isto até para as putas já está mau, que a ASAE gosta pouco de brincadeiras e muito menos de brincadeiras proibidas.
Finalmente deram um sentido prático ao apelo de tantas "esposas" e gentes de moral e bons costumes - Tenham regras, minhas senhoras!

A Amor é Aquela Coisa Sem Penas



Sem Penas - Woody Allen, 1972, Bertrand

SOBRE O AMOR

É melhor ser o amante ou o amado? Nenhuma das coisas, se o colesterol passar dos seicentos. Quando me refiro ao amor, refiro-me evidentemente, ao amor romântico - ao amor entre homem e mulher, e não entre mãe e filho, ou entre um rapazinho e o seu cão, ou entre dois criados de mesa.

O que é maravilhoso é que quando se está apaixonado se sente um impulso para cantar. Deve-se resistir a isso com todas as forças, e deve-se também ter o cuidado de evitar que o macho ardente "recite" as letras das canções. Ser-se amado é, evidentemente, diferente de ser admirado, pois pode ser-se admirado à distancia, mas para amar alguém verdadeiramente é preciso estar no mesmo quarto que a outra pessoa, agachado atrás dos cortinas.

Para se ser um amante verdadeiramente bom tem de se ser simultaneamente terno e forte. Forte até que ponto? Suponho que chega a ser capaz de levantar cerca de vinte quilos. É preciso não esquecer também que para o amante a amada é sempre a coisa mais bela que se pode imaginar, mesmo que um estranho a não possa distinguir de uma qualquer variedade de salmonídeos. A beleza está nos olhos do espectador. Se o espectador tiver falta de vista, pode perguntar à pessoa que estiver mais perto quais as raparigas mais giras. (Na verdade as mais giras são a maior parte das vezes as mais chatas, e é por isso que as pessoas acham que Deus não existe.)

"As alegrias do amor são breves" cantou o trovador, "mas as penas do amor são eternas". Isto quase chegou a ser uma canção de exito popular, mas a melodia era demasiado parecida com I´m a Yankee Doodle Dandy.

Olhem ele ali...

Gajas, chegou o Paixão...
Gajos, chegou o Paixão!

Ele que se apresente, que eu sou suspeita, mas a minha mãe há muitos anos que me disse para ter cuidado com os Paixões. Nem sempre ouvimos as nossas mães e há mais de trinta anos que este Paixão faz parte do meu rol. Dos maus rapazes, claro. E dos amigos de sempre.

Zé, ou lá como te chamas, bem vindo!

O Bush com o rabo apertadinho, dizias tu?


Antes que a vasta audiência desabe em pranto por causa do drama abaixo, ocorreu-me ir remexer os arquivos em busca de uma imagem ainda mais pungente para sensibilizar a malta.
Sou assim. Cheio de recursos.

A miúda.

Esta é a Rita. Bonita, não é? Sai à família. A Rita é a prima mais nova dos muitos que somos e, como acabei de copiar a fotografia dela do Google, mais precisamente daqui, estou à vontade para a publicar.

O pai da Rita é também o mais novo da outra geração, da dos irmãos, e para mim sempre foi "O meu tio da América". Desde que o conheço que vive no Porto, mas por ser um dos peritos mundiais em açúcar - se fosse guarda redes toda a gente sabia quem era... - passou grande parte da vida a viajar pelos lugares mais estranhos. E as histórias dele embalavam a sobrinhada, que uma vida assim era o que quase todos nós queriamos.

Filha de peixe sabe nadar e agora são as histórias da Rita que embalam os nossos filhos. A Rita é Bióloga Marinha, tirou o curso em Ponta Delgada e passou muito do tempo que lá esteve a mostrar golfinhos e baleias aos turistas. Tirou um curso de instrutora de mergulho, explorou o que havia para explorar e publicou um livro lindíssimo sobre mergulho nos Açores. Depois apaixonou-se (voltou a apaixonar-se) e saiu pelo mundo - o que também é muito genético.

Está no Dubai a fazer um mestrado, melhor, neste momento está na Malásia num "diving fun trip", e ontem ouvi mais uma das histórias dela. E voltei uns anos atrás, quando as histórias eram sobre o pai dela...

Aeroporto do Dubai, sala VIP. Esperavam pelo embarque para Djibuti. Convidados oficiais. Quando o avião aparece a primeira coisa que vêem é a fita cola, muita fita cola. Tudo naquele avião estava colado com fita cola ou, se não estava, parecia. Mas pronto, fita cola é fita cola e se cola é porque está colado e fé em deus e pé na tábua. Meia hora depois, e muita fita cola observada, o avião continuava no mesmo sítio. Barulho de qualquer coisa, são os altifalantes a tentarem dar um ar de sua graça, e a voz de uma hospedeira aparece. "Pedimos desculpa pelo atraso, mas o nosso comandante nunca pilotou este avião e está a ler o livro de instruções".

Assim, tal e qual. E que inveja que eu tenho da Rita, a miúda, que está na Malásia a fazer mergulho, que é uma miúda, a mais miúda de todos nós, e tem histórias destas para contar...

Os meus calcanhares de Aquiles...

Acabei de perceber que sou uma mariquinhas. Bem que me armo em carapau de corrida, mas depois vejo-me para aqui debulhada em lágrimas, em choro convulsivo quase, e lá se vai a armação olhos abaixo.
A Xica foi de férias. Não sei se por muito ou pouco tempo, que a minha vontade era ir buscá-la amanhã. Desde que a escola acabou que estava previsto, mas já lá vai um mês e eu andava, dia após dia, a arranjar umas desculpas excelentes para ela não ir.
Foi hoje. Não durmo há quase uma semana e dez minutos antes de ir embora ainda tentei tirar um castigo da manga por ter perdido o BI, mas era esticar de mais a corda.
Foi. E eu fiquei enrolada num novelo pequenino. O comboio onde ela entrou, sozinha, é a grande aventura dos seus dez anos de vida, mas para mim é uma coisa horrivel que assim que arrancou me fez soltar as lágrimas que ainda não pararam.
Eu sei que acabam por sair do ninho, eu sei que temos de os deixar ir, mas eu também sei que não consigo viver sem elas. Ou pelo menos nas próximas horas vou achar que não consigo.
A Clara ficou, que era demasiado arriscado deixá-la fazer esta viagem sem mim, mas nós duas não somos nós três, falta-nos uma parte de nós, e andamos para aqui desasadas.
Isto passa, se não é em dois dias é em três, como diz quem também não está aqui agora e bem falta faz, mas enquanto não passar vou andar a coxear um bocado, que calcanhares tenho dois e qualquer um deles é dos que doem a sério.

O Chávez pode não se calar, mas dá umas boas bofetadas pela calada...

Às vezes também há boas notícias...

Karadzic detido pelos serviços secretos sérvios. O antigo líder dos sérvio na Bósnia e criminoso de guerra Radovan Karadzic foi detido pelos serviços secretos sérvios, noticia a Sky News.

Outro post grande e sério e sobre coisas importantes e que fazem pensar.

Fui pôr gasolina.
Ter de pagar € 1,511 por um litro de gasolina já é mau, muito mau... Se, num assomo de idiotice, resolvo fazer contas e percebo que aquela coisa ali em cima são trezentos paus, três pintores, trezentos mil réis, fico a achar que ou andamos todos a ganhar muito bem ou a Jonet, do Banco Alimentar, não deve estar a exagerar quando diz que têm recebido inúmeros pedidos de auxílio por email. Comidinha, que faz falta e não há dinheiro que chegue...
Já agora, se alguém tiver o email do Banco Alimentar pode deixar na caixa de comentários? Pelo sim pelo não...

Um post grande e sério e sobre coisas importantes e que fazem pensar.

Não sei quantos livros se terão escrito sobre o assunto, mas alguns milhões, de certeza. Parece que já na bibliotaca de Alexandria uma sala inteira estava reservada aos papiros onde, com mais ou menos desenhos, se tentava esclarecer os povos presentes e vindouros sobre tão delicadas regras e artes.
Colóquios, Conferências, teses de Doutoramento, Enciclopédias inteiras, Seminários, festas de pijama, conselhos de mães, desabafos de adolescentes, bolinhos da sorte, astrólogos, videntes, o Prof. Quizomba, em lado nenhum consegui encontrar uma resposta tão clara e certeira como a que me chegou hoje num email.
Afinal o que é que as mulheres querem num namorado?
Isto: "... tenho um namorado mesmo a sério, daqueles que vai connosco para todo lado, que nos faz as compras, massagens e nos dá os bons dias."
Podem continuar-se a escrever livros que nada de muito importante poderá ser acrescentado. Sim, mais à frente, o mesmo email, faz uma qualquer referência ao bom aspecto físico, mas já quase em nota de rodapé, que essa é das tais que práticamente se dá como adquirida e nem gera grande discussão.
Homens, ponham aqui os vossos olhos e pensem na vida. Deixem-se de grandes conversas de engate, blusões de cabedal, carros artilhados, bícepes polidos e rapapés de macho desabrido. Aqui, preto no branco, em poucas e claras palavras, está o resumo do que uma gaja quer de um gajo. Tudo o resto são adereços e peneiras a tapar o sol.

Chegou o puguesso...

O Presidente da República, Cavaco Silva, promulgou o Acordo Ortográfico, que foi ratificado no Parlamento a 16 de Maio, indicou fonte oficial da presidência.

(repararam no pormenor da fonte? Fonte de Boliqueime, fonte da presidência, o homem tem mesmo a mania das fontes... querem ver que esta também era um poço, tal como o outro, e alguém meteu uma cunha para lhe mudar o nome? ou será que faz parte das novas regras ortográficas?)

To whom it may concern...

As respostas que não tenho para te dar...

Pergunto ou não eis a grande questão! A dúvida está no quanto queremos investir. Se investimos muito, todas as perguntas se impõem e são legítimas. Aliás, saem de um e de outro com tremenda naturalidade. Se não vale a pena investir, ou se pelo menos é isso que pensamos no início, as perguntas são desnecessárias e até evitáveis, não vamos ouvir a resposta que não queremos... O pior é se, às tantas, até nos apercebemos que aquilo que começou por ser uma eventualidade, se transforma em qualquer coisa mais e não existe o hábito de perguntar! E agora, como vamos dar início ao questionário? E se do outro lado não existe o mesmo interesse? Será que nos vai perguntar se entramos para a judiciária, ou pior, se reabrimos a inquisição? Se assim for, vamos abrir outro capítulo da dúvida: porque não responde? Será que tem alguma coisa a esconder? Ou sou eu que estou a ser inconveniente? Todas estas perguntas se podem enrolar e formar um novo novelo, ou pior, numa renda com segredo, e nunca, nunca mais lá chegamos… Questiono-me se tudo isto tem razão de ser, se não complicamos as coisas, se todas estas dúvidas e perguntas por fazer não são mais uma deliciosa faceta feminina. É que eles fazem perguntas! Sempre que estamos com eles, levam mais qualquer coisa nossa e devagar, devagarinho, se não têm o álbum todo é porque todo, todo, ninguém quer… Há, no entanto, um sentido que não é de menosprezar. Chamem-lhe o sexto, o vigésimo, ou o centésimo quinto, mas raramente, muito raramente falha: o feeling! Até nos abstemos de fazer perguntas, mas normalmente sabemos quando é chegado o momento de fazer alguma. E quando esse momento chega, ou estamos em ponto de rebuçado, ou queimamos o açúcar, e já não há volta a dar…

A tua amiga Isabel tem razão. Dantes fazíamos as perguntas todas. Se ouvíamos as verdades todas, essa é a dúvida que se mantém. Se calhar, cansamo-nos de ouvir mentiras, e por isso deixamos de perguntar! Ora vá quem está lá em cima entender-nos (que não entende, eu sei porque, pelo que se diz, é masculino…)

Barça

Reviver Barcelona. Apaixonante como sempre.

Coisas em que nunca vou acreditar...

Não te preocupes, mamã, eu não me sujo...

As perguntas que nunca te farei...

Costuma ser certeira, mas dessa vez foi ainda mais que o habitual. É minha amiga, a Isabel, e estávamos, em mais um fim de tarde, a desfiar o nosso rosário. Dúvidas para aqui, neuras para ali, já não há paciência para aturar gajos, são todos iguais, e mais aquelas coisas que as gajas dizem dos gajos sempre que eles não estão, que quando estão não dizemos, que ou lhas gritamos aos ouvidos ou vamos atirando umas setas envenenadas, quando ela se sai, assim, sem aviso prévio, com a frase lapidar - esta mania moderna de não fazermos perguntas... antigamente era tudo mais fácil...
Recuei uns anos. Muitos. Até uma terça feira de 1984. O cortejo da Queima já estava quase cá em baixo. Num dos carros de Direito, que ele era quartanista, estava o Z., seguramente que com os óculos já de lado e rodeado da matilha habitual, que mesmo não usando óculos também já devia estar toda de lado. Em baixo, na rua, terceiranistas greladas, com direito a ir mesmo ali ao lado do carro, onde as cervejas ainda chegam frescas, iamos nós e, no meio dos nós, eu e a M..
A M. tinha descoberto que o Z. até era flor que se cheirava duas ou três noites antes, no Scotch, e fez o que qualquer gaja faz - marcou-o. Ele não se fez muito rogado, mas Queima é Queima e nada se leva muito a sério.
Nada? Não conhecem a M.. Sério é sério e naquela terça feira, com milhares de pessoas nas ruas, ela mostrou-nos a todos como se resolvem as coisas. Parou o cortejo, pôs-se-se à frente da enorme camioneta enfeitada de flores vermelhas com os braços abertos, que por ali não passava ninguém enquanto ela não o permitisse, e gritou, bem alto que o vozear era muito, a pergunta que tinha de ter resposta ali e já - Ó Z., és meu namorado ou como é que é?
Vinte e três anos depois ela ainda lhe deve fazer algumas perguntas, mas agora devem ser mais do tipo queres que te ponha as malas à porta?
Nessa mesma Queima eu também tinha um namorado - o Paulo, madeirense, bem giro. Conheci-o num cinema e consegui aguentá-lo exactamente uma semana. Foi no dia em que lhe comuniquei que pois, e tal, e ele até era simpático, e boa pessoa, mas pronto, e mais aquelas coisinhas do costume que embalam o pôe-te a andar, que ele me confessou o que eu nunca lhe tinha perguntado, que teria bem dispensado saber e que, não fosse aquele despedimento sumário, talvez ele nunca me tivesse dito - não se chamava Paulo, chamava-se Virgílio!...
Isabel, tens toda a razão, era muito mais fácil antigamente, quando se faziam todas as perguntas. O pior é que há perguntas de que não queremos saber a resposta, que um Virgílio, giro ou não, nem uma semana teria durado...

Do que me foste lembrar...

Cheap Trick- I want you to want me

... que ainda tenho, não sei bem onde, um postal dos CTT, daqueles com selo de cinco tostões, que me mandaste com a letra disto.

Podes dizer a frase, gabsna net?

Eddy Grant - I don't wanna dance

I Don´t Wanna Dance, Dance with you baby,no more

Parece que recuámos vinte anos, Teresa, pôe este vídeo do You Tube que eu não sei! Eddy Grant!
A cadela bem anda aqui a respirar pesadamente nas minhas pernas, mas não a vou levar à rua. Só venho aqui comer e dormir. Estou de férias em casa, os filhos estão com o pai, a salvo...
Ontem jantar e cinema com amigas. Rir até partir. E no filme também, o Procurado, com a Angeline Jolie e um mau giro. Olha aquele a levar murros! Que giro! Ah, ah ah! Não podem perder, um filme de acção cómico...
Hoje praia. Quer dizer carro. A ouvir esta música enquanto andávamos à média de 4 metros hora, na estrada que dá para as praias da costa... Mas que é isto! Anos 80, 90?

Depois tostas no bar da praia, cerveja, sms a uns da net que nos querem conhecer, ok , nas Docas Bar X (queriam...) e adormecemos ao sol... Acordamos às 8 h. Ena, temos que ir, tomar banhpo e tal , não era á meia noite? E bicha para voltar (sim, bicha) e cá estou eu a escolher roupas, e não tenho responsabilidades e vou sair de novo, see you...

Ufa

Estou vivo, com muito calor e pouca net.
Até para a semana que vem.

As grandes questões com que me debato...

Quando, cheia de boas intenções, acabo de a aspirar e olho para as ligeiras manchas amarelas com um encolher de ombros despreocupado, pergunto a mim mesma se ter comprado há uns anos atrás esta belíssima carpete que já foi branca, e tê-la posto na sala, mesmo à entrada de casa, sabendo que vivo numa quinta rodeada de terra vermelha no Verão e lama vermelha no Inverno, com três cães - agora mais sete cachorros!... - coelhos, gatos, um rato, uma cabra que também já andou por cá, gente a entrar sempre pingando água, que se não é da chuva é da piscina, e last but not least, duas crianças em regime de internato mais as dúzias que vão trazendo com elas e que vão ficando uns dias por cá, sim, pergunto-me!, serei eu uma eterna optimista, uma empedernida masoquista ou uma doida varrida?

Acho que vai chover.

E parece-me que, para além do telefonema de há pouco, vai ser uma grande ajuda para me passar a neura.
Pode parecer estranho às gentes lá do norte, mas tenho saudades de chuva.
Hoje vai ser noite para dormir de janela aberta, com a Feist a cantar baixinho. Fica ainda a faltar qualquer coisa, mas também já não falta tudo e pode ser que daqui a uns dias chova outra vez, que a Feist de certeza que não se importa de voltar a cantar tout doucement...

Assim, Shark?

Mel Brooks. History of the World

E por falar em bikinis vermelhos...

Se eu pudesse escolher um dos poderes do super-homem queria a sua visão de raio-x.
E em troca nem me importava de ser um nadinha daltónico...

Deixei de jogar xadrez...

...Depois de me aperceber que só gostava dos jogos quando conseguia comer a rainha adversária.

My name is...




Gajos, será que nem assim aparecem?


Transparental?

Será que não há uma operação qualquer que me transforme numa transparental? Tenho andado para aqui a pensar e acho que era o melhor.
Transsexual não me dava lá muito jeito, que habituei-me a ser gaja e fazer xixi de pé não é propriamente uma das minhas ambições, mas passar de mãe a pai até que era capaz de me agradar.
Ontem dei por mim a fazer contas e cheguei à assustadora conclusão que este vai ser o 17º Verão da minha vida que vou com crianças para a praia. O 17º Verão que não sei o que é ler um livro ao sol sem ter de arranjar uma sandes de cinco em cinco minutos. O 17º Verão que não posso ir para os copos se não conseguir despachar as crianças nunca sei muito bem para onde, ou que não as despacho e fico a maldizer quem tantos filhos fez.
Sou assim a modos como a pescada, que antes de o ser já o era, que a minha filha mais velha tem 13 anos, não 17... Mas hoje lembrei-me do Verão de há 17 anos e da casa da Galé, e dos meus amigos que me convidaram para passar quinze dias, e de como lá apareci com ele e a criança. E da noite do churrasco e de toda a gente a meter-se nos carros para ir para Vilamoura e eu, solidariamente, decidida a ficar em casa, que se o miudo estava doente o pai não ia ficar sozinho a fazer de babysitter. E de como o apanhei a ele, ao pai, a entrar num dos carros prontinho para ir embora que se eu ficava ele podia ir, que não era preciso ficarmos os dois...
Ser pai. É mesmo a minha ambição.
Duas filhas e dezassete anos depois começo a perceber que se tivesse parido as nove criancinhas que queria sempre tinha sido mais fácil, que os sacaninhas já tomavam conta uns dos outros. Assim, continuo eu armada em mãe e a fritar os douradinhos, que eu fui comprar, que eu carreguei e que eu tive de pagar, quando não estou mesmo com vontade de fazer a caldeirada que elas gostam.
A nossa vida é estranha. Se me tivessem dito, a mim, que sempre gostei de bater com a porta e ir saindo, que iria ter 17 anos da minha vida completamente condicionados por crianças, só poderia ter desatado a rir. E afinal, aqui estou. Quase desvairada, como se pode verificar fácilmente, mas sem conseguir, sem querer e sem poder arredar pé.
Uma coisinha aqui, outra ali, mais outra acolá, e cá estou eu a ir ao supermercado num instantinho que elas já ficam sozinhas, mas ainda não é por muito tempo.
E pais, escusam de dizer que são diferentes. Eu sei que são, que há pais e pais, mas desculpem a franqueza, no fundo no fundo a responsabilidade nunca é vossa.
Ontem estava no msn com o filho de um amigo meu. O miudo estava a querer saber porque eu não ia para a praia com as gaijinhas, que ele estava metido em casa em Lisboa e se estivesse aqui estaria era a dar uns bons mergulhos. Passado pouco tempo recebi uma mensagem do pai dele. Estava na praia! É bom gajo, muito bom, das pessoas mais decentes que conheço, mas de certeza que nem lhe passou pela cabeça levar os filhos com ele quando decidiu ir para a praia a meio da tarde. É pai, pronto! Se os miúdos estão com a mãe nem lhe passa pela cabeça preocupar-se. Comigo, ou qualquer outra mãe, de certeza que teria sido o primeiro pensamento - e as crianças?
Gaita para estas hormonas, ou lá o que é!
Ser pai, já disse, é o sonho da minha vida!
Gosto muito das minhas filhas, mas será que não me podiam começar a chamar papá?

Alvíssaras a quem souber deles!









ZBEB@
SANTO
SHARK
MIX

A batalha

Sinto-me derrotada. Ainda não dei a guerra por vencida, mas tenho perdido batalhas. A de hoje então for um tiro tão certeiro que me abalou profundamente. Sinto o chão fugir, e já pouco sei que fazer para que não se abra uma enorme fenda por onde inevitavelmente vou cair. Já nem unhas tenho para me agarrar às paredes rugosas, aos muros ou a qualquer coisa que me impeça de cair. Estou desamparada, e não posso contar com a mão de quem ma podia dar. Faltam 15 dias para entrar de férias e não consigo pensar que já falta pouco. Penso ”só duas semanas!”. Até já ponderei adiar, mas não pode ser. Tento convencer-me que a guerra não está de todo perdida, já venci tantas… mas as baixas são muitas e esta soldado receia ficar sem forças para continuar. Isto passa, eu sei que passa, mas enquanto cá anda, é como diz o outro, elas não matam mas moem! Não consigo pensar em estender-me ao sol, em jantaradas de verão, em vinho branco ao fim da tarde. Não me apetece defender o FCP nem o Norte nem “ca noijos”. Queria trabalhar de Segunda a Domingo, como se isso adiantasse alguma coisa.
Passa, mas enquanto não passa…

Limpezas de Verão

Quando fui de férias deixei o meu cão a cargo da Porteira.
O ano passado ficou numa quinta na Aroeira, que pertence ao Vet dele, com cavalos, piscina, etc, e muitos amigos para brincar, mas pagava 12 euros por dia e não ando aqui a sustentar calões...

Quando voltámos, estava tudo muito silencioso, a casa escura e um forte cheiro a detergente floral. Na cozinha o meu cão, com metade do tamanho, não por fome e sede, mas porque tinha sido tosquiado. A cozinha também cheirava fortemente a amoníaco, e fora bem esfregada. Uma cortina de casa de banho tapava a janela da marquise, pois sempre lhe fizera espécie os vizinhos verem-me na cozinha.

Bem, o cão estava satisfeito, a casa limpa, e o frigorífico cheio de fruta, legumes e carne, leite...
E eu só com uma Recordação de Albufeira em louça, para lhe dar... na verdade não lhe encomendei nada daquilo, o pó atrás dos móveis nunca me incomodou, nem em cima dos armários, só o que vejo à minha frente... Lá vou ter que lhe pagar, nem sei quanto, só a comida, e ainda trouxe aquela placa de madeira para pendurar na cozinha " I Only Cook Three Things:
Frozen. Microwave , Take Out." Mas ela também não sabe inglês.

Cancioneiro popular ou "vamos mostrar aos putos que isto agora é uma chatice!"

Sodomy - Hair

Lembram-se das frases dos anarcas, que cobriram paredes e paredes deste país? Lembro-me de poucas, mas há uma caixa de comentários inteira para as deixarem. Ponham a vossa memória a funcionar, que os miúdos de hoje andam esquecidos e precisamos de lhes lembrar duas ou três coisas. Fica a banda sonora adequada.

A culpa só pode ser do Cavaco.

- Mamã, estamos a chegar à praia e já vi cinco Ca Noijos.
- Han?
- Sim, cinco mulheres com mamas de fora.
(Cinco? Só cinco? Que é feito desta praia onde toda a gente, mas mesmo toda, só usava calção?)
- Olha, estás a ver seis! E tiro a camisola numa fúria. Sete! E lá salta a camisola da Clara também.

Que aconteceu? Ficámos todas velhas ou os anos oitenta fizeram-nos assim tanto mal? Ca Noijo? O raio da miúda, minha filha!, em pleno século qualquer coisa, anda a contar os pares de mamas ao léu que vê na Praia da Oura?
De repente fiquei à espera de ver os bois a puxarem as redes e achei que devia estar na Praia de Mira em 1973. Não fosse o sol, que lá pode ser praia mas sol não tem, e juraria que era verdade. Ainda nem tinha reparado bem, mas realmente ela tem razão - cinco pares de mamas! Na Oura! Em 2008!
Houve por aqui um zag qualquer que não percebi.

As coisas que me irritam...

A malta que aproveita o facto de o patronato estar de baixa forçada e perfeitamente justificada, vai de férias, leva o computadorzito, tem acesso à net - ah, pois tem... - e nem um postezinho é capaz de fazer para quem cá fica.
Ou pelo menos uns comentários a horas pouco decentes.

As coisas que me impressionam.

Não, não me impressiona sair de casa sozinha a esta hora para ir comprar cigarros. Também não me impressiona saber que só há uma tasca aberta, que não é bem aqui ao lado e que, por lá, o teor alcoolico já é elevado. Impressiona-me ainda menos ter de atravessar uma esplanada cheia de tipos a tresandarem a aguardente e de olhos postos em mim.
Impressiona-me sim, e muito, ver um deles, grande e façanhudo, com as mãos postas em concha, a dizer alto para quem o quisesse ouvir - era uma aranha deste tamanho, parecia um novelo!
Foi nessa altura que achei que estes caminhos são perigosos. Muito perigosos.

Os (novos) amigos de Alex.

Não nos juntámos para enterrar o Alex, que nem sei quem é muito menos se morreu ou não, mas juntámo-nos.
Fomos nove durante o fim de semana. Três adultos, seis crianças. Eu, ela, ele e as nossas crianças todas. Dois de cada um.
Cada vez que nos arrastávamos para a praia e montávamos o nosso estendal de ciganos eu tentava pôr-me na pele das simpáticas senhoras do lado e fazer connosco os jogos que faço com os outros - vamos lá adivinhar quem é quem.
Impossível. Acho que nem mesmo uma imaginação fértil como a minha consegue deslindar as novas teias sociais e familiares.
E dávamos nas vistas, ai pois dávamos. Seis miúdos a deslocarem-se em matilha ululante dão sempre nas vistas. Quando no meio deles vai a Clara não há quem não olhe, nem que seja só de lado. Se a Clara vai e vem com os outros sem que um só dos adultos mostre a miníma preocupação e se digne ir atrás, a coisa fica ainda mais estranha. Mas não tão estranha como aqueles três a quem chamam pai e mãe à vez sem se saber quem é quem no meio da história.
E olha, agora ficaram os três sozinhos. Deve ser pai, mãe e tia. A tia é a do bikini das flores. Não, essa é a mãe, a tia é a outra. Aqueles são filhos do casal, os outros sobrinhos. Mas qual é o casal? Que casal?
Toca um telefone atendido por ele. Toda a gente ri. O telefone é passado de mãos. Sai um grito praia fora - Meninos, venham cá os dois, a vossa mãe está ao telefone e o vosso pai disse-lhe que não sabia de vocês.
A mãe? Ainda há outra? Eles devem ser irmãos e vieram com os filhos para a praia. Mas não, olha para ele, vai-se insinuando às duas. Não é irmão de certeza.
Não, não somos irmãos e por alí não há sobrinhos como nos livros da Disney. Por ali há três familias do hoje, pai ou mãe sozinhos com os filhos, e por ali há também três malucos nascidos nos anos sessenta e que alguma coisa deles devem ter herdado. Nem que tenha sido a capacidade de serem amigos e de delas duas pegarem nos filhos e se juntarem com um ex-namorado comum e os filhos dele para passarem o fim de semana.
E correu bem, acreditem que correu.

Pediram desculpa e estão desculpados e não se fala mais nisso...

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, admitiu nesta quarta-feira que o símbolo da Cruz Vermelha foi utilizado indevidamente durante a operação de resgate da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e outros 14 reféns há duas semanas. O governo colombiano não tinha autorização do organismo para usar o emblema.
De acordo com Uribe, por um "erro" e por "ner
vosismo", um membro da equipe militar utilizou sobre sua roupa o símbolo do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) durante o resgate dos reféns que estavam em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
A utilização indevida do emblema da Cruz Vermelha pode ser considerada como um "crime de guerra", de acordo com analistas de direito internacional, por contrariar a Convenção de Genebra e a legislação internacional humanitária.
E pronto. Os senhores do Darfur que hoje atacaram a missão de paz da ONU e mataram oito pessoas têm mais é que pedir desculpa e fica o caso arrumado. Afinal eles só pensaram que aqueles tipos com os símbolos da ONU tinham vestido os casaquinhos por engano.

Tantos crimes de guerra por aqui. Só é pena que quando são cometidos pelos "bons" sejam menos crime que quando são cometidos pelos "maus".
Um governo legítimo, numa missão de resgate de reféns, mesmo que um dos reféns se chame Ingrid Betancourt, usou, com a finalidade de enganar e dar uma cobertura humanitária a uma missão de guerra, o símbolo da Cruz Vermelha? Devia, sem apelo nem agravo, ser julgado em Tribunal Internacional. Com pedidos de desculpa ou sem pedidos de desculpa. Não sendo assim estamos a dar razões a quem as não tem e a abrir portas que, desde que uma bandeira branca é uma bandeira branca, nunca antes foram abertas por gente de bem.

De Volta

Uns vão-se, outros vêm... Sim, não é malandrice, voltei de férias, preparada para carregar a tocha, não por muito tempo, que Eles Andem Por Aí...

Voltei mesmo a tempo, que depois da invasão dos de Manster (Manchester, Liverpool, etc) começam a chegar os perigosos nortenhos, decididos a não serem levados à certa pelos mouros...

Mesmo a tempo, porque ontem consegui nas águas turbulentas algarvias, nadar sobre uma rocha, tendo saído a sangrar do joelho ao pé, direito. Como detesto ver sangue, sobretudo o meu, fui direta ao nadador salvador, que me leva para a sua cabana e me informa que as rochas são muito infecciosas, ele próprio deu uma topada numa e perdeu a unha do dedo grande do pé, como me mostrou. Cada vez mais agoniada, declinei o alcoól (nas feridas...) e preferi o Bétadine.
E lá se foi mais um mito , o dos banheiros giros...

Hoje o pé já desinchara e vim sem percalços do ameno sul (29 graus) , para a tórrida Lisboa (35).
Sem percalços excepto no final, ao sair da ponte Vasco da Gama graças ao braço da minha mãe firmemente pendurado na alça do carro, falhei a saída para, Expo, 2ª circular, Sacavém , sei lá, e fui parar nem sei onde, com coloridos impropérios pouco dignos de uma mãe com dois infantes no banco traseiro...

Está bem, digam-me lá porque é que os homens não falam e as mulheres não lêem mapas de estradas... Gostava de saber...