Pediram desculpa e estão desculpados e não se fala mais nisso...

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, admitiu nesta quarta-feira que o símbolo da Cruz Vermelha foi utilizado indevidamente durante a operação de resgate da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e outros 14 reféns há duas semanas. O governo colombiano não tinha autorização do organismo para usar o emblema.
De acordo com Uribe, por um "erro" e por "ner
vosismo", um membro da equipe militar utilizou sobre sua roupa o símbolo do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) durante o resgate dos reféns que estavam em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
A utilização indevida do emblema da Cruz Vermelha pode ser considerada como um "crime de guerra", de acordo com analistas de direito internacional, por contrariar a Convenção de Genebra e a legislação internacional humanitária.
E pronto. Os senhores do Darfur que hoje atacaram a missão de paz da ONU e mataram oito pessoas têm mais é que pedir desculpa e fica o caso arrumado. Afinal eles só pensaram que aqueles tipos com os símbolos da ONU tinham vestido os casaquinhos por engano.

Tantos crimes de guerra por aqui. Só é pena que quando são cometidos pelos "bons" sejam menos crime que quando são cometidos pelos "maus".
Um governo legítimo, numa missão de resgate de reféns, mesmo que um dos reféns se chame Ingrid Betancourt, usou, com a finalidade de enganar e dar uma cobertura humanitária a uma missão de guerra, o símbolo da Cruz Vermelha? Devia, sem apelo nem agravo, ser julgado em Tribunal Internacional. Com pedidos de desculpa ou sem pedidos de desculpa. Não sendo assim estamos a dar razões a quem as não tem e a abrir portas que, desde que uma bandeira branca é uma bandeira branca, nunca antes foram abertas por gente de bem.

2 comentários:

jbettpinto disse...

Trata-se de facto de um crime de guerra que deve ser julgado, e que ilustra bem a índole de Uribe!
Este post,muito bem escrito, sabe ao bom jornalismo!

Teresa disse...

por quem sois, não sou jornalista, juro!