País de marujos

Regularmente disparam-me assim à queima roupa "Tu és sempre assim?".
A gaita é que tanto perguntam isto e eu sinto que é um elogio, ruborizo um pouco, fico sem saber bem como responder e meneando a cabeça lá vou titubeando que às vezes sou, terminando algum embaraço num sorriso.
Mas também acontece com uma regularidade notável que sinta que é uma critica. A reacção não é melhor. Penso com os meus botões que já devia ter idade para ter juízo e componho o ar de anjinho para que a pessoa em causa perceba logo que não é verdade que seja "sempre assim".

Acabei de acordar. Vou jogar volei e basquete no resto da manha. Devia ficar a dormir mais um pouco porque o descanso não tem sido muito mas lá vou feliz da vida. Pensei para com os meus fechos eclairs (fato treino não tem botões, claro) - serás sempre assim? Não ruborizei muito mas meneei a cabeça e fiz o dito sorriso - acho que a resposta é sim.
Só que desta vez ainda mal me tinha posto de pé e percebi o porquê - da janela do meu quarto vejo o mar. Lá vim a sorrir para aqui com a certeza de que o domingo ia ser catita e o título saiu rápido (será sempre assim?) - ah, grande país de marujos...

2 comentários:

Teresa disse...

Uma madeixa de cabelo descomposta
Pode até ser a fateixa de que uma varina gosta
Quando ele passa, o marujo portugues
Passa o mar numa ameaca de carinhosas marés

- O marujo português - Maria Bethania

Marias disse...

Eu gosto de passear o cão pela beira do rio, quando deixo os miudos na escola, logo às oito, e está maré baixa e as gaivotas picam na lama... a expo tb é bonita. A manhã é a parte mais feliz do dia....