Durante anos fizeram parte do meu dia a dia e agora quase não lhes ponho os olhos em cima. Falo das minhas canetas de tinta permanente - a da foto foi a dos últimos exames da faculdade, mas tenho e tive para todas as ocasiões - que foram ficando arrumadas e até já me esqueço de as lavar e as encher, e de muitas outras coisas que me eram tão familiares e agora desapareceram do meu dia a dia.
Lembram-se das agendas de telefones? Das cassetes? Dos rolos fotográficos? Há anos que não os uso.
Mas há mais. Muitos mais.
Fervedor de leite, máquina de ferro para moer carne, manteigueira, enciclopédias, tinteiro, lenços de pano, cobertores de lã, sabão rosa, martelo dos bifes, agulhas de tricot e de crochet, lousas, mercuriocromo, envelopes e selos e muito outros que, de vez em quando, vou recuperando da memória.
Lembram-se de mais? A caixa de comentários não tem limite de tamanho.
Há 2 anos
38 comentários:
cartas!
as que mantenho guardadas e que há muito não recebo. O sr. carteiro só me deixa contas e publicidade endereçada, já não há surpresas quando abro a caixa de correio.
as cartas que espalhava em cima da mesa para jogar paciências quando estava sozinha, jogava crapô (nem sei como se escreve) quando tinha um parceiro à altura, ou jogado a quatro numa sueca ou num king
Também tenho as minhas guardadas. todas. Mesmo as que escrevi e nunca mandei.
E também jogava crapôt, mas essa é uma das boas memórias que tem demasiadas más memórias acopladas. Más memórias que não quero perder.
telefone!
que sabia sempre onde estava quando o ouvia tocar porque estava agarrado à tomada por um fio, que me obrigava a ficar ali sentada numa cadeira desconfortável ou no chão a olhar em volta enquanto apenas conversava porque a falta de mobilidade não me permitia tratar de miúdos, fazer o jantar, estender roupa ou apanhar tralhas do chão. Falava e ouvia, apenas.
as argolas dos guardanapos!
que felizmente cá em casa voltámos a usar, guardanapos de papel só quando temos visitas. Cá em casa há já algum tempo que renasceram os guardanapos cada um em sua argola, mas acho que ainda vou mais longe e arranjar daqueles envelopes de pano com o nome.
Eu ficava deitada no sofá lá de casa, horas seguidas a gelar, que o telefone estava na "sala de visitas"... Depois, já com as miúdas, arranjei um fio com quase dez metros que quando não estava todo embrulhado me deixava mudar-lhes a fralda sem desligar o telefone.
Com o nome bordado? dessas ainda se usam em casa da minha mãe mas cá em casa argolas até tenho mas dos guardanapos de pano já desisti. Só mesmo em ocasiões especiais e esses não precisam de argolas que vão logo para lavar.
ui, não me digam nada! vá lá que as canetas de antes já estão secas há séculos, (excepto as rotring multi-funções que é o que uso), as cartas já foram triadíssimas até ficar uma de cada, telefone fixo já não há, essa coisa de guardanapos com argola era com a minha avó que eu sou de papel, e mesmo assim ainda é uma dor-de-cabeça, mas pronto, on y va
e o que vale é que dos dez pares de
óculos escuros já perdi metade :)
Agora também uso rotring preta, mas média que detesto escrita fina..
máquinas de escrever (com fita). tenho uma Remington que, cálculo meu, terá uns 60 a 70 abos (o marginador ainda é a frente do carreto e é em ferro: pesa toneladas).
e uma Messa de carreto extra-largo, tal como as que eram décor obrigatório em tudo o que fosse repartição pública. e uma portátil, com caixinha de pega e tudo. :)
das da fase "eléctrica" conservo duas - uma com 'esfera' para os caracteres.
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cigarreiras. isqueiros de carregar que não sejam Dupont ou Zippo.
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relógios de pulso de corda, que custem menos que um carro.
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exemplares da revista "GINA" (lololol) - ou da 'Gaiola Aberta' do Vilhena, também é "velharia" ;)
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berlindes (com 'leiteiras' a colecção ainda é capaz de ser cobiçada pelo Comendador Berardo); yo-yo das marcas Coca-Cola ou Fanta
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a revista onde saíram as fotos do Taveira a dar uma berlaitada
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gravador/reprodutor de cassetes a pilhas, dqueles de 3,5 kgs e tira para transportá-lo a tiracolo
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gira-discos com opção 33 e 45 rpm
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pulseira em prata com o nome gravado (prendas das mamãs quando um gajo fazia 15 ou 16 anos, à volta disso)
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slips com um tigre estampado no sítio correcto - juro! ofereceram-me uns, infelizmente já lá vai o tempo para tal medalhística snif snif...
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alugar um Apartado nos CTT para receber correio que, cof cof, não convinha ser entregue em casa ;)
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um abliblábli (quem não sabe o que é, não pergunte :))
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passar trinta vezes em frente à porta da frmácia até ganhar tomates e entrar para pedir em voz sumida "camisas-de-vénus" e ser gozado pelo farmacêutico
enfimmmmmmm.......
:))))
Oh! Mas eu uso manteigueira, uso tinteiros (para a impressora, cm é que fazem?:p), o F. usa lenços de pano, usamos martelo dos bifes (em Portugal, que cá onde compro vêm já batidos) e também agulhas de tricot e crochet, envelopes e selos - usa-se bastante por cá por Londres.
Sou uma desactualizada?? :)
E guardanapos de pano são os que preferimos, infelizmente só em ocasiões especiais.
Eu ainda uso astrolábio. Cada beijo meu é uma viagem intergaláctica garantida...
:))))))
chocolate!
coma com pão, as famosas tabletes de chocolate que se punham no meio de papo-secos em vez de bolinhas, vianinhas e outros pães acabados em inhas
Mercuriocromo!
antes de fazer horrores à saúde e antes de nascer o betadine, muitas feridas cicatrizaram com a tinta vermelha
esse já disse. já tens um B...
Yogurtes!
da yogurteira, pois claro em vez de comprados no supermercado
Garrafas de leite!
Deixadas do lado de fora da porta pelo senhor do talho que também distribuia o leite.
Sacos de pão!
em pano pendurados do lado de fora da porta onde a padeira os deixava depois de tirar o dinheiro lá de dentro.
notas e moedas de escudo!
antes do euro, tinham caras portuguesas.
tv's a preto e branco!
enquanto se escondia a tv a cores dos senhores que fiscalizavam o pagamento da taxa
também me lembrei de mais.
- os furos da Regina
- chicletes Pirata
- Slides
- máquinas de projectar e filmes Super 8
- rede de fritos
- estojos de lápis em madeira com uma tampa que deslizava
- sebentas (lembram-se do Se És Bom Estudante Nunca Te Atrasas?)
- Véus da missa
o-gajo-que-ja-se-fartou-de-tentar-e-a-partir-de-hoje-se-chama-simplesmente-"O chato"
voces vão todos buscar coisas do arco da velha... (things of the arch of the old woman...) então e o giz nos quadros, que agora são todos de acrilico com marcadores, isto é se não forem todos electronicos, todos XPTO?
XPTO!!! quem é do tempo do PBX?
então e o mata-borrão?
e os miticos radios de antigamente, aqueles de mesa, do tempo em que a blaupunkt ainda não fazia autoradios, porque os autos ainda nao tinham lugar para essas modernices? os bons radios que apanhavam frequencias as vezes da romenia! -- como o meu ainda apanha...
PS - o chato ainda hoje usa a sua Sheafer para assinar os livros de ponto e riscar de alto a baixo os TPC das pestinh.... AHEM! das criancinhas!
Chato, também tenho uma Sheafer, que o meu pai me deu quando acabei o liceu. e uma Waterman que usei no estágio. e uma Mont Blanc para impressionar nalguns contratos...
E um amplificador de válvulas e um rádio com frequências curtas. (o meu pai dizia que tal como a lanterna e o canivete, o radio a pilhas com frequencias curtas fazia parte do pacote para emergencias)
Belissima recordação, mas além das muitas que há, uma fica sempre na história da memória e, no meu caso acho que vai acompanhar-me até á última morada... "A Palmatória".
os furos da Regina!
eu era gamado nos furos da Regina e também havia a Favorita, a bola dourada quase nunca saía mas prateada apanhei umas poucas, e as verdes também eram boas
Não é do meu tempo, mas lembro-me de falarem nisso, as garrafas de pirolitos. :)
Os walkman de K7, com os auscultadores à época.
E os cigarros de chocolate? Alguém "fumou"?
Fumei pois...
E as garrafas de Pirolitos eram feitas lá pertinho de onde eu vivia. Ainda hoje uma amiga minha, filha de um antigo dono da fábrica, é conhecida por P. dos pirolitos.. Mas já no "meu tempo" voltaram a ser postas no mercado mas devem ter tido pouca saída.
E lembrei-me dos pacotes de cêra para o soalho, os côr de laranja, e das enceradoras. Adorava o cheiro do chão acabado de encerar.
ahhh os cigarros de chocolate, já na altura eu fumava tanto
e a régua de cálculo? eu nem cheguei a usar mas andavam lá por casa umas, e eram bonitas tudo muito bem feitinho
não descurando...
canetas de tinta nao posso usar (canhoto) mas regua de calculo é um mimo... mto bom.
e sabao azul e branco? e o mitico clarim (que parece ter voltado)?
e comprar qq coisa ao peso?
(mas compreendo que aqui é concorrencia desleal, o meu pai tinha uma drogaria e vendi la coisas dessas que nunca mais acabam)
Sabes do que eu gostava a peso(vá, tira lá o sorriso idiota...)? Bolachas baunilha.aquelas da Triunfo, fininhas, estaladiças, com um creme delicioso lá no meio que se lambia depois de se separarem os dois lados. A Lina Carvoeira tinha-as em caixas de madeira e eu comia metade do cartucho (olha outra, cartuchos de papel pardo...) antes de chegar a casa.
ui, quando eu era puto drogarias eram as lojas mais maravilhosas que havia para mim, com aquelas coisas todas e ainda os frascos cheios de outras misteriosas. Aqui onde moro ainda tem uma,
Listas telefónicas!
(hoje vi um post sobre as ditas e lembrei-me logo da cabra)
sabem o que da mm saudade?
pavios de candeeiros a petroleo.
e ainda me lembro na ajuda de venderem petroleo na rua e a sra gritar pitrolimmmmmmmmmmm
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