O que leva um cientista português a deixar o Instituto Nacional do Cancro dos EUA, instalado num "campus" em Washington com mais de 20 mil investigadores, para trabalhar na pequena cidade de Cantanhede? À primeira vista parece incompreensível, mas André Valente, de 34 anos, está a fazer descobertas inéditas a nível mundial aplicando a matemática às ciências da vida, e em Portugal encontrou todas as condições para prosseguir a sua carreira na Unidade de Sistemas Biológicos do Biocant, o único parque de ciência e tecnologia nacional inteiramente dedicado à biotecnologia. André Valente licenciou-se em Engenharia Física na Universidade de Cornell e doutorou-se em Matemáticas Aplicadas na Universidade de Harvard (EUA), onde mais tarde foi investigador no Dana-Farber Cancer Institute. Antes de regressar a Portugal estava no famoso National Cancer Institute, em Washington. Com vários artigos publicados em revistas de referência mundial, como a 'Physical Review Letters', André chega ao Biocant Park, em Cantanhede, através da Universidade de Coimbra, onde é contratado pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular. Este centro vai transferir toda a área de investigação ligada à biotecnologia para o Biocant, um pequeno mas dinâmico parque de ciência e tecnologia inaugurado em 2006 e com ambiciosos planos de expansão, que incluem desde o início actividades de divulgação ao público. Carlos Faro, director do Biocant, considera que André Valente "provou que é possível fazer ciência de elevada qualidade, de vanguarda, e ao mesmo tempo conseguir duas patentes com aplicação empresarial". De facto, vai ser constituída uma empresa global com base nessas patentes, "que será o primeiro "spin-off" da actividade do Biocant".
Há 2 anos
2 comentários:
o que é estranho é que as nossas universidades se vangloriam do contrário. anos atrás no IST o curso de maior media (acima de 18) era aeroespacial, e o "orgulho" dos profs era... "sao tao bons que estao todos empregados la fora". é bom pro ego, mas quem paga somos nós...
(não tem nada a ver com isto mas o teu comentario lembrou-me o dia em que o Soares foi visitar a Fac. de Direito com o Sarney e eu lhes pedi para me assinarem as fitas. O MS, a tentar ser simpático, perguntou-me se eu ia seguir a carreira diplomática. Respondi "Sim, claro, se o Senhor Presidente me meter uma cunha"... O Sarney achou tanta piada ao desembaraço que disse a um assessor para me dar um cartão com os contactos caso estivesse interessada em ir trabalhar para Brasília... Acho que ainda tenho o cartão, pena foi nunca ter aceite o convite...
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