Como é do conhecimento geral, a gaija já não se apaixona há uns meses, e antes desses meses, há uns anos. A última vez surgiu de repente, apanhou-me completamente desprevenida, levou-me o sossego e transformou a minha vida num oito de um dia para o outro. Apesar de ter terminado tão repentinamente como começou, guardo as melhores, mais quentes e deliciosas lembranças de todos os momentos. Nunca chegou ao confortável amor, mas aquela paixão fez-me sentir o que quase tinha esquecido, embora nunca tivesse duvidado que conseguiria voltar a sentir-me assim. As últimas experiências não tinham sido das melhores, pelo contrário, quase me transformaram na pessoa que nunca quis ser: fria, avessa ao carinho, sem capacidade para mimar! Mas a paixão lá foi, com algum, não muito, choro. Agora dou-me a este tempo de eventualidade que, parecendo estranho para muitos, confesso me agradar. Aproveito os momentos, sou feliz enquanto os vivo, não deixando de o ser quando nos separamos sem data marcada para nos voltarmos a encontrar. Não há compromissos, juras nem medos. Somos verdadeiros, cada vez mais. Gostamos de estar juntos e ponto final. Esta gaija, que aqui se descasca completamente, não existia há um ano atrás. Foram umas intempéries, umas frentes quentes e outras frias que a fizeram assim, e embora por vezes pense que gostaria de sentir os tais arrepios outra vez, as experiências de que tenho sido uma atenta ouvinte, colocam-me várias incertezas para as quais não encontro resposta e que me levaram à presente posta. Porque é que elas sofrem tanto? pergunto do alto da minha distância! Já lhes dei todas as respostas, elas estão cansadas de me dar razão e, no entanto, insistem em viver o seu sofrimento. Se uma tem alguns motivos para a lamentação diária porque vive num impasse cujo fim já todos conhecemos (e como eu quero estar completamente enganada…), a outra tem noventa por cento do mundo na mão, faltando-lhe muito menos do que qualquer maria que manda o seu manel lá para fora lutar pela vida! Diz esta que tem medo, medo que seja bom de mais (ò valha-me Deus!). O que é que pode ser bom em demasia??? Eu desconhecia o conceito, e preferia ter ficado na ignorância porque agora, se me voltar a apaixonar, vou ter mais um problema. Sei que se estivesse na situação delas, longe do raciocínio frio do presente sem paixão, cometeria os mesmos erros, apresentaria as mesmas desculpas esfarrapadas sempre que me confessasse e fecharia os olhos de cada vez que o tal momento de felicidade se proporcionasse, deixando-me ir como se não houvesse amanhã. Saberia, teria plena consciência, como todas temos, que o choro chegaria e me consumiria, mas nada, absolutamente nada me impediria de sentir aqueles braços á minha volta!
Há 2 anos
38 comentários:
Hás-de cá vir... hás-de hás-de... vou guardar cuidadosamente este post, garanto!
não sei porquê... está tudo tão bem explicadinho!
está tão bem explicadinho que estou desertinha para um dia te explicar estas explicações todas tão bem explicadinhas...
não é preciso. eu explico bem explicadinho que as sei de cor...
Clao... pois... sim, certinho... é que está-se mesmo a ver, não está-se?
e vocês ainda são gaijas, consolem-se, com um gajo é pior. Para já nem choramos. Vamos é para a guerra para distrair do sufoco fatal.
Como é do conhecimento geral? Eu só te connheço do blog (infelizmente). Quanto a mim, antes de casar e depois (que durante só pensava nos filhos)apaixono-me uma média de duas vezes por ano. Mas eu sou Gémeos.
Uma aérea, volúvel e essas coisas que descrevem nos signos.
porque é que para um gaijo é pior? não é por não chorarem, isso é fácil de resolver... e para a guerra vamos todos, sempre.
gabs, normalmente falo sobre mim nos meus posts e já tinha tocado no assunto... por isso disse que é do conhecimento geral!
Geral?? Onde pára o tubarão? Ele ia gostar de saber isso...
Com os gajos é mais difícil? Olhem-me este armado em pilas...
Duas paixões por ano Gabs? Isso não é demais? Estou a ver que tenho de te oferecer um livro com passarinhos e abelhas.
passarinhas e abelhos? hum,
"Esta gaija, que aqui se descasca completamente".
É o que diz na posta. Atão e nem sequer uma foto da fruta?
(Sem casca, já agora...)
(está frio...)
(Comigo por perto nunca acontece o Inverno...)
(mas tu estás longe, e eu não lhe consigo fugir!)
(e só por isso me consegues escapar, tripeira mailinda. Se o petróleo continua a baixar e o tgv a avançar...)
(eu aposto mais no tgv! estou desertinha...)
desertinha? mas nem um oásis por aí arranjas? olha que aquilo lá para baixo, se olhares tu que para mim é lá para cima, é só fadistas...
(desertinha é pelo tgv, melher!!! vai fazer uma diferença...)
Olhe que não, doutora, olhe que não...
(Pois, pois... Agora diz que é do comboio que estás à espera...)
às tantas prefere outras músicas, outros cantos...
(se estivesse á espera já tinha comprado outro sofá)
(não faças cerimónia comigo que sou campista e não me importo de dormir no chão.)
(eu também não, desde que tenha um bom colchão por baixo!)
(Só não me ofereço para o papel porque o meu corpo possui algumas partes mais rígidas.
Ossudas, quero eu dizer...)
(e eu não te quero mal! mas gostava de saber onde é que tu, multitask, fofo, estrelado, fadista e por aí fora, andaste durante toda a minha vida...)
Agora estou mais interessada naquele polylon, ou lá que é. Afecto por vários ao mesmo tempo?
Eh lá...
E gaija do norte, desculpa lá, as coisas entram-me por um ouvido e saem por outro, tenho a memória cheia.
Mas com duas paixões por ano não consegues ter espaço de memória para o poliamor...
Toda a tua vida?? Toda a tua vida não, que ainda és uma menina e podem vir a ser muito felizes...
a vida até agora...
até suspiro cada vez que penso que anda por aí alguém assim e eu distraída com o que não interessa nada...
Onde é que eu tenho andado toda a tua vida?
À tua procura, claro...
(coff... cofff)
Tás engasgada? Precisas de uma palmadinha nas costas?
eu lá sou gaija de palmadinhas???
Realmente não, bem vistas as coisas...
Atão temos ver do que precisas e tratamos do assunto com a máxima brevidade possível.
(o que vale é que ela è grande e aguentasse à porrada...)
(e já sei que é ´ e não `!)
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