A realidade é lixada. Ou é uma lixa.

Acho que sempre tive caixas na minha vida. Caixas que me eram absolutamente essenciais.
Deve ter começado pela caixa dos brinquedos, mas da que primeira que me lembro bem é da caixa dos tesouros. A seguir veio a caixa das tintas que andava junta com a caixa das pedras. Passei para a caixa das missangas, a caixa de costura, a caixa das cartas dele, as caixas da carne assada cheias ao fim de semana e vazias à sexta feira, as caixas dos livros, a caixa dos biberões e depois a vida em caixas durante uns anos.
Sempre gostei das minhas caixas, apesar de ter acreditado que eram só experiências necessárias para um dia, com esta idade, ter as duas caixas que fariam de mim, finalmente, uma senhora. Seriam as rainhas das caixas. Aquelas. As caixas que todas as mulheres de classe têm. As que vêm nos livros e se vêem nos filmes.
A caixa da maquilhagem e a caixa das jóias.
Era um sonho lindo, um sonho de encantar, mas um sonho...

A caixa da minha vida, a caixa sem a qual não consigo viver, a caixa que me é fundamental, não é nenhuma dessas.
Foi-me oferecida há uns anos e assim que tirei o laço e abri o papel colorido saltei de alegria. Passei o resto do jantar a olhar para ela, a abri-la, a olhar deliciada para o interior e a pensar em tudo o que ia poder fazer.
A minha caixa é uma caixa de ferramentas. Mas não é linda de morrer?

47 comentários:

Anônimo disse...

é sim, tem muito bom ar! Depois ainda tem um problema: parece que a caixa de todas as caixas não existe, a fzer fé num dos paradoxos da teoria de conjuntos, o que por um lado é um alívio,

e eu tenho ali dois baús de tesouro que não sei o que hei-de fazer, um cheio de moedas e outro de dragonas e selos,

Anônimo disse...

imagina esta chuvarada toda e só ficou um bocadinho acima da média,

eu é que estou mal habituado, e quem está mal muda-se, né?

Teresa disse...

Também tenho desses e até tremo só de pensar o que um dia lhes iremos fazer...

Anônimo disse...

E a caixa de comentários, hum?

Teresa disse...

E não é que estás coberto de razão? Estas caixinhas também fazem parte da minha vida, da boa, apesar de às vezes ficar com dúvidas - uso o martelo ou o alicate?

Teresa disse...

Z, por aqui o lago está cheio mas há mistérios que não sei explicar - já o vi a vazar e tinha chuvido menos.

Anônimo disse...

os cabras e o mistério do lago chezio,

chezio=cheio+vazio

gaija do norte disse...

a minha é mais gira ca tua! é uma mala amarelinha com asa e tudo. é mesmo linda!

Anônimo disse...

Experimenta a chave de bocas. Parece-me a mais adequada, tendo em conta.

Anônimo disse...

Nunca tive jeito para essas coisas, sempre que tentei deu mau resultado. Não tenho caixa de ferramentas - só das outras como as metáforas e as alegorias, as rimas e os sonetos. Cada um é para o que nasce e eu não nasci para isso. a)JCFrancisco

Anônimo disse...

E tu, Gaija mailinda, que ferramentas usas?

Teresa disse...

lá em cima era CHOVIDO, claro!!!

Anônimo disse...

eu entendo, às vezes também fico cumovido,

bem, deu-me aqui uma coisa num gémeo do briol e vamos passar à lethesfera não tarda,

Anônimo disse...

(Até me torci todo, mas reprimi-me. Hoje já dei o meu contributo priberam...)

gaija do norte disse...

todas, desde que não sejam eléctricas. tenho pavor a berbequins, serras e afins!

Anônimo disse...

Mesmo que sejam pilhas?

:)))

Anônimo disse...

(a pilhas...)

Teresa disse...

Ó edito, no melhor pano cai a nódoa... só vi depois, mas emendei logo...

Teresa disse...

JC, com letras destas no teu nome devias, pelo menos, saber o que é uma plaina.

Teresa disse...

gaija, olha que um berbequim dá jeito. Eu não gosto é de serras eléctricas.

O Pinoka disse...

A caixa em que mais vou pensando, que mais alegrias e tristezas me vai dando, é mesmo a multibanco.

Beijocas

O Santo disse...

caixinha IKEA... fixe

Teresa disse...

E já que falas em IKEA... bolachinhas de gengibre, fixe?

gaija do norte disse...

ai bolachinhas de gengibre...
do que me foste lembrar...

Anônimo disse...

Bolachinhas de gengibre? Mas esse tal de gengibre não aquele que dá ponta à malta?
Eu evito essas substâncias, tenho medo o cimentar sem querer...

gaija do norte disse...

(ponta???)

Anônimo disse...

"não é aquele".
Quando me deixo levar pelo entusiasmo dá nisto.
(adoro bolachas)

Teresa disse...

Não foi a ti, foi a ele. 'Tá quietinha que o Santinho bem que pode tratar disso. Amanhã!

shark disse...

Ponta, sim. (não se a ponta que é feio?)

Teresa disse...

as coisas que tu sabes...

Teresa disse...

a ponta é feia? já não te percebo...

shark disse...

Não sei, ouço dizer.
É óbvio que nunca provei (por indicação médica, para evitar overdoses)

gaija do norte disse...

queres bolachinhas de gengibre, chefa? vou providenciar!

shark disse...

Gostos não se discutem, chefa.

gaija do norte disse...

(vamos começar???)

shark disse...

(Também quero! Quando vieres para estes lados traz um pacotinho, magnífica...)

Teresa disse...

pois, tu és pau de cabinda...

gaija do norte disse...

considera-te coberto de bolachinhas!
:)

shark disse...

Olha que é precisa munta bolachinha para cobrir um esqualo deste tamanho...

gaija do norte disse...

vou levar uma caminheta, atão! não quero que te falta nada.

shark disse...

A tua generosidade esmaga-me...

gaija do norte disse...

não esmaga nada:)

(espera pelo troco...)

shark disse...

(lembrei-te o aquecedor, foi? nada de associações de ideias...)
:)

Teresa disse...

tá queda, já te disse... a não ser que queiras dar lá um saltinho e aproveitas para ver o menino...

Teresa disse...

pronto, começou on CSI... até amanhã..

Anônimo disse...

afinal deu-me uma coisa e já mandei,

assim dispenso-me de uma palavra final, fica aberto,

a mim chega-me que seja bonito!

Marias disse...

Também comprei essa caixa no Ikea, quando precisei de um martelo para pregar uns quadros nesta casa. O D. é que anda sempre com ela, a inventar coisas.