Gostamos de grandes causas. São assim como que uma lavagem automática das nossas consciências. Despachamos a coisa com duas ou três moedas e podemos sujar o carro logo a seguir, que a água lava tudo e a máquina é rapidinha e barata.
Desde há uns tempos que circula por aí um apelo ao apagar de luzes hoje, cinco minutos, lá mais para a noite. Acredito que muito boa alma vai ficar às escuras, que a satisfação do dever cumprido há-de-lhes iluminar o caminho. Ao bater das oito, e com mais um problema resolvido, é só voltar a carregar nos interruptores e acender as luzes do costume. E, de preferência, que sejam todas lâmpadas incandescestes, que as de baixo consumo são caras e se o vizinho não tem porque é que haviam de ter?
Na minha casa não tenciono ficar às escuras, mas talvez aproveite para trocar duas ou três das lâmpadas velhas que ainda moram por aqui.
Para quem estiver interessado nos argumentos do sim e do não, fica a notícia.
Ninguém sabe bem quem lançou o apelo. Mas a mensagem anónima está a circular há várias semanas pelas caixas de correio electrónico. Hoje, entre as 19h55 e as 20h00, será possível saber até que ponto teve sucesso o convite para que todos apaguem as luzes e desliguem aparelhos eléctricos durante cinco minutos - "para o nosso planeta respirar", segundo a mensagem.
O e-mail foi traduzido e retransmitido em várias línguas, está em blogues e é difícil encontrar alguém que não o tenha recebido.
Uma iniciativa semelhante ocorreu há um ano, mas tinha um rosto claro. Foi lançada pela Aliança para o Planeta, uma coligação hoje com 82 organizações ambientalistas, sobretudo francesas. A data - 1 de Fevereiro - tinha uma razão de ser. No dia seguinte, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgaria, em Paris, o seu quarto relatório quinquenal sobre o aquecimento global, reforçando a culpa humana.
Em França, naqueles cinco minutos, houve uma quebra de um por cento no consumo de electricidade, o que equivale à participação de sete milhões de pessoas. Paris apagou as luzes da Torre Eiffel.
A Rede Eléctrica Nacional (REN) não vê com agrado o apelo ao apagão. Uma adesão maciça poderia provocar instabilidades no sistema de distribuição de electricidade. Amarante Santos, gestor de sistemas da REN, compara um apagão súbito ao acto de se tirar o pé da embraiagem de um automóvel, enquanto se carrega no acelerador. "O motor passa a funcionar com mais força", afirma.
A associação ambientalista Quercus também não aprova a ideia. "Esse tipo de iniciativa não representa ganhos ambientais", afirma o seu presidente, Hélder Spínola. "Aconselhamos as pessoas a adoptarem medidas de poupança de electricidade ao longo do tempo."
Desde há uns tempos que circula por aí um apelo ao apagar de luzes hoje, cinco minutos, lá mais para a noite. Acredito que muito boa alma vai ficar às escuras, que a satisfação do dever cumprido há-de-lhes iluminar o caminho. Ao bater das oito, e com mais um problema resolvido, é só voltar a carregar nos interruptores e acender as luzes do costume. E, de preferência, que sejam todas lâmpadas incandescestes, que as de baixo consumo são caras e se o vizinho não tem porque é que haviam de ter?
Na minha casa não tenciono ficar às escuras, mas talvez aproveite para trocar duas ou três das lâmpadas velhas que ainda moram por aqui.
Para quem estiver interessado nos argumentos do sim e do não, fica a notícia.
Ninguém sabe bem quem lançou o apelo. Mas a mensagem anónima está a circular há várias semanas pelas caixas de correio electrónico. Hoje, entre as 19h55 e as 20h00, será possível saber até que ponto teve sucesso o convite para que todos apaguem as luzes e desliguem aparelhos eléctricos durante cinco minutos - "para o nosso planeta respirar", segundo a mensagem.
O e-mail foi traduzido e retransmitido em várias línguas, está em blogues e é difícil encontrar alguém que não o tenha recebido.
Uma iniciativa semelhante ocorreu há um ano, mas tinha um rosto claro. Foi lançada pela Aliança para o Planeta, uma coligação hoje com 82 organizações ambientalistas, sobretudo francesas. A data - 1 de Fevereiro - tinha uma razão de ser. No dia seguinte, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgaria, em Paris, o seu quarto relatório quinquenal sobre o aquecimento global, reforçando a culpa humana.
Em França, naqueles cinco minutos, houve uma quebra de um por cento no consumo de electricidade, o que equivale à participação de sete milhões de pessoas. Paris apagou as luzes da Torre Eiffel.
A Rede Eléctrica Nacional (REN) não vê com agrado o apelo ao apagão. Uma adesão maciça poderia provocar instabilidades no sistema de distribuição de electricidade. Amarante Santos, gestor de sistemas da REN, compara um apagão súbito ao acto de se tirar o pé da embraiagem de um automóvel, enquanto se carrega no acelerador. "O motor passa a funcionar com mais força", afirma.
A associação ambientalista Quercus também não aprova a ideia. "Esse tipo de iniciativa não representa ganhos ambientais", afirma o seu presidente, Hélder Spínola. "Aconselhamos as pessoas a adoptarem medidas de poupança de electricidade ao longo do tempo."
5 comentários:
Eu já há uns dias falei da coisa lá no blog. Tinha recebido tantos emails que já andava enjoada e achei que assim despachava a coisa.
De qualquer modo são só 5 minutos e acho que não é mais do que um símbolo. E também nem sequer acredito que haja assim uma aderência tão grande...
A questão não é a aderência. É que isto só serve para fazer uma cruz na lista das boas atitudes e dizermos para este peditório já dei. Prevê-se que a poupança de energia possa ser de 1%. A simples troca das lâmpadas podia representar poupanças de 40%...
Por isso penso que é um símbolo. Atrás da atitude talvez venham as outras mudanças ( e se as lâmpadas fossem mais baratas também ajudava...)
Na troca de impressões lá no meu blog quando se falou nisto, vimos que havia várias questões aqui misturadas. Por algum motivo eram as pessoas mais jovens e mais informadas que sabiam poupar energia, e por outro lado a verdade é que os electrodomésticos A, os que economizam mais são também os mais caros.
Uma campanha bem feita, ensinando a poupar energia, que é mais do que apagar as luzes que não estamos a usar (não só mas também) fazia bastante falta.
Pergunto-se se tem algum jeito este tipo de solidariedade à escala mundial. Não será antes uma forma fácil, rápida e indolor de se colar na mente um falso descanso quanto à nossa participação na construção de um mundo/futuro melhor? Parece-me ser muito mais importante e relevante aquilo que cada um tenta fazer no dia-a-dia, seja a nível ambiental, cívico, etc. Exige muito mais esforço e dedicação, mas também dá mais satisfação interior.
Será que tudo tem de passar a ser mais fácil, só porque vivemos na Era da tecnologia?? Quem tem vontade de agir não espera por actos de caridade massiva!
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