Actividade na mina de Aljustrel é baseada em trabalho precário.
Dos 998 trabalhadores que laboram no complexo mineiro, apenas 45 estão no quadro da empresa.
Se a memória não me falha mesmo esta é uma daquelas histórias interessantes. As minas de Aljustrel foram vendidas em 2001 à EuroZinc, uma pequena empresa canadiana práticamente desconhecida no mercado. Na altura, estava já a ser preparado o processo de privatizaçao das Minas de Neves Corvo onde o Estado Português detinha 51% do capital.
Em 2004 Manuela Ferreira Leite (outra vez ela hoje!) prosseguindo o compromisso da redução do peso do Estado na economia, limitando a sua presença ao estritamente necessário, e no âmbito da política de privatizações, o Governo, através da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SGPS, SA, concretizou a venda dos 51% que esta empresa detinha na Somincor – Sociedade Mineira de Neves Corvo, SA.
A Eurozinc Mining Corporation tem tido uma actuação continuada em Portugal nos últimos anos, com particular incidência na área mineira de Aljustrel.
Velhos conhecidos, portanto. Afinal estavam há três anos em Portugal e levaram com o preço de amigo de 70 milhões de Euros. Parece até que as minas já nada produziam e as reservas de cobre, chumbo e prata estavam nas últimas.
Deviam estar, e o negócio deve ter sido péssimo. Tão mau que a EuroZinc em Outubro de 2006 foi comprada pela Lunding Mining, uma companhia sueca que não dorme em serviço. O preço? Só eles sabem.
Nós podemos saber é outras coisas, que as contas são públicas. Podemos saber que no Relatório e Contas de 2006 os novos e felizes proprietários escrevem, para quem os quiser ler, que em 2006 as vendas aumentaram 181%, o que equivale em moedinha contada a trezentos e quarenta e sete milhões e setecentos mil dólares, assim em bold para se ver bem. E porquê? Porque o tal preço dos metais que estava tão em baixa que até justificou preços de saldo quando nós vendemos subiu e, esta é a parte com piada, ganharam mais $ USD 119,9 milhões graças à compra das Minas de Neves Corvo à EuroZinc!!
Assim, tão fácil como limpar o rabo a um bébé. Ou tão fácil como mandarem-nos a todos à merda, sei lá, que vendemos há uns dias atrás num negócio fabuloso que "encaixou" nas contas do Estado os tais setenta milhões de euros que tanta falta nos faziam. Muito mais falta que o cobre, o zinco e a prata que os suecos, aqueles tipos que até têm um país decente e rico, estão a tirar do nosso sub-solo e a fazerem uns trocos com isso.
Falta só a cereja no topo do bolo e o voltar à notícia de abertura. Na nota à imprensa distribuída pelo Governo Português aquando da venda dizia-se, e ficámos todos descansados, que os senhores estão lá para tratar de nós, o modelo de alienação escolhido permitiu acautelar os interesses e preocupações do Estado Português. As preocupações fundamentais no que se refere à exploração do jazigo, ao ambiente, ao emprego e à segurança estarão acauteladas através da revisão do Contrato de Concessão, celebrado com o Estado.
Que bom que é quando se acautelam assim....
Dos 998 trabalhadores que laboram no complexo mineiro, apenas 45 estão no quadro da empresa.
Se a memória não me falha mesmo esta é uma daquelas histórias interessantes. As minas de Aljustrel foram vendidas em 2001 à EuroZinc, uma pequena empresa canadiana práticamente desconhecida no mercado. Na altura, estava já a ser preparado o processo de privatizaçao das Minas de Neves Corvo onde o Estado Português detinha 51% do capital.
Em 2004 Manuela Ferreira Leite (outra vez ela hoje!) prosseguindo o compromisso da redução do peso do Estado na economia, limitando a sua presença ao estritamente necessário, e no âmbito da política de privatizações, o Governo, através da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SGPS, SA, concretizou a venda dos 51% que esta empresa detinha na Somincor – Sociedade Mineira de Neves Corvo, SA.
A Eurozinc Mining Corporation tem tido uma actuação continuada em Portugal nos últimos anos, com particular incidência na área mineira de Aljustrel.
Velhos conhecidos, portanto. Afinal estavam há três anos em Portugal e levaram com o preço de amigo de 70 milhões de Euros. Parece até que as minas já nada produziam e as reservas de cobre, chumbo e prata estavam nas últimas.
Deviam estar, e o negócio deve ter sido péssimo. Tão mau que a EuroZinc em Outubro de 2006 foi comprada pela Lunding Mining, uma companhia sueca que não dorme em serviço. O preço? Só eles sabem.
Nós podemos saber é outras coisas, que as contas são públicas. Podemos saber que no Relatório e Contas de 2006 os novos e felizes proprietários escrevem, para quem os quiser ler, que em 2006 as vendas aumentaram 181%, o que equivale em moedinha contada a trezentos e quarenta e sete milhões e setecentos mil dólares, assim em bold para se ver bem. E porquê? Porque o tal preço dos metais que estava tão em baixa que até justificou preços de saldo quando nós vendemos subiu e, esta é a parte com piada, ganharam mais $ USD 119,9 milhões graças à compra das Minas de Neves Corvo à EuroZinc!!
Assim, tão fácil como limpar o rabo a um bébé. Ou tão fácil como mandarem-nos a todos à merda, sei lá, que vendemos há uns dias atrás num negócio fabuloso que "encaixou" nas contas do Estado os tais setenta milhões de euros que tanta falta nos faziam. Muito mais falta que o cobre, o zinco e a prata que os suecos, aqueles tipos que até têm um país decente e rico, estão a tirar do nosso sub-solo e a fazerem uns trocos com isso.
Falta só a cereja no topo do bolo e o voltar à notícia de abertura. Na nota à imprensa distribuída pelo Governo Português aquando da venda dizia-se, e ficámos todos descansados, que os senhores estão lá para tratar de nós, o modelo de alienação escolhido permitiu acautelar os interesses e preocupações do Estado Português. As preocupações fundamentais no que se refere à exploração do jazigo, ao ambiente, ao emprego e à segurança estarão acauteladas através da revisão do Contrato de Concessão, celebrado com o Estado.
Que bom que é quando se acautelam assim....
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