A história do bravo Arsélio

Eu até nem me apetecia vir aqui falar da história de Arsélio, que é homem com um nome suficientemente bom para poder vir a ser meu companheiro de blog.

Arsélio "andou a elogiar o ministro das finanças que não queria salvar bancos privados portugueses e gestores de fortunas". Isso é bom, é um bom princípio, revela que Arsélio é homem de convicções e que domina a problemática da finança. Não é para todos.

Estava Arsélio em plena sessão de elogios ao ministro das finanças quando "foi surpreendido por José Sócrates a mudar totalmente essa política". Acontece muito aos Arsélios deste mundo, ser surpreendidos por José Sócrates a mudar as políticas.

Mas não pensem que Arsélio não respondeu à altura. Arsélio, ainda a recuperar da afronta, reagiu, sem medo, Arsélio é um homem de convicções fortes, Arsélio fez a coisa certa, Arsélio aderiu à greve dos professores de quarta-feira passada.

Arsélio foi o professor do ano de 2007. Arsélio mete-me nojo. Arsélio nunca terá um blog a meias comigo.

23 comentários:

Rachel disse...

ahahahahahhaha

sem-se-ver disse...

?

nao percebi (vc começa a ficar demasiado estranho para meu gosto):

a) mete-lhe nojo porque ele foi professor do ano em 2007?

b) mete-lhe nojo porque ele emitiu opinioes de caracter politico?

c) mete-lhe nojo porque ele se sente enganado por essas mesmas politicas?

d) mete-lhe nojo porque ele parece não admitir golpaças que atingem directamente o nosso bolso e desautorizam aquilo que ele mesmo houvera dito uma semana antes na ar?

e) ou mete-lhe nojo porque também ele fez greve?

seja qual for a sua resposta, visconde, estou certa e segurissima que o prof arselio é que se recusaria terminantemente a partilhar um blog consigo. e não era por ter nojo de si. era porque tem mais que fazer.

sem-se-ver disse...

*ele mesmo houvera dito - o nosso prime minister

Rachel disse...

e mais outra gargalhada:
ah ah ah ah ah

Eu estava mesmo a ver que ía dar nisto!

E eu que tenho que ir fazer o jantar, caramba!

sem-se-ver disse...

:-)

rachel, também eu (jantar). mas soube-me tê-la feito rir.

Teresa disse...

E eu estou a fazer o jantar... os carapaus estão a grelhar aqui mesmo ao lado.

SSV, recomendo-te que leias o artigo de hoje da Fernanda Cancio (sim, bla bla bla, já sei...) no DN. Também já deve estar na Jugular. Vê o email que recebeu de um professor e que começa assim "começou a campanha eleitoral dos professores contra o PS".

sem-se-ver disse...

lá vou.

(de pé atrás: às vezes a câncio sente-se bem, outras nem por isso. quanto aos profs, só tem dito asneiras. mas lá vou com atitude despreconceituada, como se nota :D

shark disse...

(A Câncio é muita gira...)

sem-se-ver disse...

pois, bem suspeitava eu: aleivosias e disparates.

curioso: a objectividade que ela costuma demonstrar em tantos outros assuntos, falta-lhe deveras neste (mas não só) em particular.

agora: nem aqui nem lá, que a minha vida é mais do que isto, e, essencialmente, mais do que chover no molhado, desenvolverei as minhas razões.

uma única nota: a mesma câncio, qualquer um de nós, aplaude - e bem - fenómenos de protesto massivo contra políticas erradas, venham elas de ditadores ou de ditadores encapotados de democratas ou de verdadeiros democratas.

so, what's the difference, now? i can't see any...

(mas devo ser eu, mais os 131.999 profs que fizeram greve, que não o conseguimos ver. multióptica connosco, já!!)

sem-se-ver disse...

(depois de lidos os comentários:

atenta/em nos de ricardo santos pinto. está lá, se não tudo, muito do essencial que eu mesma teria para dizer)

Visconde de Vila do Conde disse...

sem-se-ver, se eu fosse professor dispensaria, de bom grado a contribuição para a causa do professor Aurélio. E, se não tivesse a certeza absoluta de que você não precisa de explicações, dir-lhe-ía que é lamentável que um professor faça greve, esta greve, porque ... o primeiro ministro promoveu uma política de intervenção financeira da qual o professor Arsélio discorda.

(e não li, ouvi o professor Arsélio dizer na TSF)

Teresa disse...

Ainda não li os comentários. Li o artigo no DN. Mas sabes SSV os cento e não sei quantos mil professores que fizeram greve ainda não pensaram num pequeno pormenor - o que os nove milhões e não sei quantos mil do resto dos portugueses pensam disso. É que até podem estar cobertos de razão, mas não conseguem passar a mensagem. (Também temos de convir que o bigode do Màrio Nogueira repele qualquer um.)

sem-se-ver disse...

eu gosto de bigodes. e adoro o do marinho. fica-lhe super bem. ficaria um horror sem ele.

dito isto:
ai teresa, teresa... olha, querida, e de caixa do referido jugular, toma esta citação de joão cardoso:

Foi você que pediu uma sondagem?

"Os professores levam vantagem. 65,7% dos inquiridos na sondagem considera justos os protestos dos docentes, perante o modelo de avaliação proposto pelo Governo. 22,3% não reconhece aos professores motivos para sair à rua.

Perante esta situação, 64,9% das pessoas aconselha o Governo a recuar na avaliação dos professores. Apenas 28% apoia a intransigência do Ministério da Educação em manter este modelo.

Os acontecimentos das últimas semanas colocaram Maria de Lurdes Rodrigues numa posição pouco confortável e, a avaliar por esta sondagem, a ministra entrou mesmo num beco sem saída. 61,5% dos portugueses considera que a ministra não tem condições para continuar no Governo. Só 27,5% apoia a continuidade de Maria de Lurdes Rodrigues.

Não é por isso de estranhar que, quando se pergunta quem tem razão neste processo, sejam os professores quem sai a ganhar. 49,8% dos inquiridos apoia os docentes, 15,5% acha que é o Governo que está certo e 24,1% dá razão a ambos.

Este número pode estar ligado ao facto de a esmagadora maioria dos portugueses não abdicar de um modelo de avaliação de desempenho. São 88,8% os que consideram que o trabalho dos professores deve ser avaliado. Apenas 8,1%admite não haver avaliação.

O prolongamento da crise na Educação, os sucessivos impasses, as manifestações, toda a tensão que se vive nas escolas preocupa os portugueses: 86,1% considera que o trabalho dos alunos está a ser prejudicado. Só 11,8% acha que as crianças não são afectadas por esta instabilidade na classe docente. "

Sondagem Intercampus para a TVI, realizada entre os dias 14 e 18 de Novembro de 2008

http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=1016040


E citei esta sondagem porque, pelos vistos, a ti o que te importa é a opiniao dos 9 milhoes e tal. Que a mim, digo-to com toda a sinceridade, me é completamente indiferente: podia ser a única a clamar no deserto contra iniquidades, injustiças, demagogias, manipulações e desonestidades pois, mesmo sendo a única, teria a razão do meu lado.

conforta-me saber que não sou a única. mas só porque gosto de me sentir acompanhada, não porque precise de companhia para ter a razão do meu lado.

:-)

sem-se-ver disse...

visconde, continuo sem perceber porque considera tão lamentável a atitude do prof aurélio.

prof, porque é prof, é menos cidadão que os outros? prof, porque é prof, não pode aproveitar uma greve para demonstrar o seu descontentamento com as políticas do governo? prof, porque é prof, só deve fazer uma greve pelos motivos directamente envolvidos nela, e não como demonstração de repúdio pelo governo?

não entendo.

ou, se calhar, entendo. prof, porque é prof, não deve é fazer greve nenhuma, porque prof, porque é prof, não quer é ser avaliado.

é isto, não é?

Visconde de Vila do Conde disse...

Ui, sem-s-ver, se isto mete sondagens e tudo então é mais engraçado. Porque basta digitar "sondagens professores" nas notícias do google e veja só a preciosidade que vem logo em primeiro lugar:

"Mesmo entre manifestações, greves e vigilias de professores, a ministra da Educação caiu nas boas graças dos portugueses. "

"82,5 por cento dos inquiridos considera que os professores devem ser avaliados"

É ver.

(mas importante, importante é que o Vukcevic acaba de marcar ao Estrela da Amadora...)

shark disse...

Visconde, Visconde...
O que interessa a opinião da populaça (entre os quais proliferam os cábulas como eu) se os próprios professores juram a pés juntos que estão desertinhos por uma avaliação?
Essa argumentação é, portanto, inócua e esbarra contra a couraça do pressuposto anterior.
Por isso chovem propostas de modelos alternativos de avaliação no colo da Ministra, não vê?

Visconde de Vila do Conde disse...

sem-se-ver, como bem sabe, aguento-me bem com provocações. Foque-se no essencial. Este professor fez greve, que tinha o objectivo que muito bem sabe, por motivos que nada tinham a ver com o objectivo da greve, que era o que você muito bem sabe.

Na minha maneira simples de ver as coisas, fazer aquela greve, na qual se pretendia alcançar aquilo que você muito bem sabe, alegando a injecção de dinheiro na banca é tão legítimo como fazer aquela greve, que foi convocada pelos motivos que você muito bem sabe, porque José Sócrates mandou fazer um aeroporto em Alcochete. Ou reclamar pela destruição da Amazónia. Ou pela eliminação do Benfica das taças Europeias.

shark disse...

De resto, a solidariedade popular para com a luta dos docentes tem sido bem vincada pela oportuna coincidência das movimentações estudantis que ajudam à festa. E ajudam a explicar, os mais pequenos, como nascem estes movimentos absolutamente espontâneos.
E ainda ficamos com uma noção, torcendo o pepino, de como é possível reunir montes de pessoas com reinvindicações distintas sob um mote único e, por norma, coincidente com os objectivos últimos dos sindicatos e, também por coincidência, das estruturas partidárias que os orientam.

Teresa disse...

SSV, "131.999 profs"... porque poderia ser importante a opinião destes (atenção aos ultimos 9!...) e não ser importante a dos outros todos?

e continuo a achar que o marinho é, tal como o bigode dele, repelente. SSV, acredito que os professores podem estar cobertos de razão, mas então porque ainda não consegui percebê-la? E não, não é preconceito, como sabes.

shark disse...

E se o mote fosse a eliminação do Benfica teríamos seis milhões na rua e caíam Ministros, Deputados e até o Presidente da República.

Visconde de Vila do Conde disse...

Shark, excedi-me com aquilo do Benfica e lamento profundamente. Em nome da assetividade, há que dizer que o Benfica ainda não foi eliminado.

(para memória futura: faço parte da minoria que não vibra com a eliminação do Benfica e do Porto nas competições europeias)

Visconde de Vila do Conde disse...

sem-se-ver, este post não é sobre a greve dos professores nem sobre a justiça daquilo porque lutam. Sabe a minha opinião a esse respeito e sabe que não coincide com a sua.

Este post é sobre um professor que fez greve por motivos que não têma ver com aqueles pelos quais a greve foi convocada. Fez um mau serviço à causa da classe, em meu entender. Que, uma vez mais, não coincide com o seu.

shark disse...

Mas os benfiquistas não iriam exigir a demissão do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, nem a suspensão daquela cena dos pontos no campeonato que tanto nos penaliza.
Ou seja, os benfiquistas querem ser pontuados. Mas dava jeito um esquema diferente de pontuação para não ficarmos sempre atrás do clube com mais mérito.
A antiguidade, no futebol, também devia ser um posto. Mas claro que isto não invalida que queremos ser pontuados a seguir aos jogos.
No mínimo iríamos para a rua com os que não querem este sistema de pontuação, nem que fosse para exigir a demissão do responsável pela situação confrangedora do futebol nacional e que é culpa exclusiva dos tipos que mandam e nunca do resto da malta.