O que é que os nossos filhos andam a aprender? E com quem?

Uma amiga minha acabou de me telefonar. Separou-se do marido há uns tempos e ficou sozinha com um filho pequeno. É nova, não pensa, e achou que a vida dela tinha acabado.
Andou por aí tristinha até arranjar namorado novo. Como disse, é nova e não pensa.
Hoje achou que era altura de lhe apresentar o filho de que ele tanto ouvia falar. Levou-o lá a casa.
Correu bem. Muito bem. O puto, que é gajo e gajo não perdoa, meteu-se debaixo da cama e passou o tempo todo a dizer "puta"....
Tem dois anos, o sacaninha, mas já sabe o que fazer para lixar uma gaja.
Só pode ser inato.

16 comentários:

Anônimo disse...

E que mal que nos ficamos meio a "anhar" com um sorriso pendurado a dizer desculpa!
Mil desculpas por o meu filho e não fujas porque tenho um filho(e ficamos assim agarradas a ideia que eles fogem porque tenho um filho)Ele foi um simpatico e até fala como o educar e que tenho que ter mãos nele....mas eu fico mais pequenina que um grão de areia!

Teresa disse...

tadinha... deixa-te disso que estás a ser tonta.
as minhas vomitavam no carro novo deles e eu também me sentia assim, mas era tontice, acredita.

Anônimo disse...

Não ha por aí algures na net como educar um filho?
Lembro-me de dar comigo a pensar...um dia quando tiver um filho ele não ha-de fazer isto ou aquilo e mais ha-de ser muito educado!
Agora que o tenho sinto-me perdida e assustada como lhe explicar que tem que se portar bem!!!
Por isso digo e repito tiro-lhe o chapeu Ernesta por ter criado as duas marotas muito bem!E mais do que isso como o fez sozinha!

Teresa disse...

Olha, vamos falar a sério. Também sempre pensei que quando tivesse filhos não ia cometer os erros da minha mãe.
o meu primeiro filho foi "emprestado", mas quis fazer o meu melhor. li os livros todos, perguntei a toda a gente, e não conseguia fazer nada de que me orgulhasse.
a seguir nasceu a minha primeira filha. a clara. e com ela todos os livros que tinha lido e tudo o que tinha tentado aprender não faziam sentido.era um mundo à parte e tive de reaprender tudo, de repente, que eles não perdoam e não páram de crescer para nos dar tempo para aprender.
achas que a maior parte das vezes não me sinto frustrada? achas que estou a fazer o melhor? achas que alguém sabe o que é o melhor? não tenho resposta para nenhuma das perguntas, mas sei que cá em casa divertimo-nos bastante e elas até vão crescendo bem. apesar de sozinhas e apesar de terem uma mãe que a maior parte das vezes está a anhar como tu.
sabes, há muito tempo atrás vi um filme daqueles que é suposto não nos ensinarem nada e só nos fazerem passar um bom bocado.foi o "Olha quem fala também". idiota, não é? na altura já estava sozinha com as minhas filhas e pensava que era uma pena elas não terem pai. mas sabes, a meio do filme o john travolta,o taxista de serviço, disse algo que nunca esqueci. Disse que bom pai é aquele que faz a mãe feliz para ela ter paciência para aturar as crianças. É um pouco redutor, mas acredita que é mesmo assim. fica feliz que tudo o resto é fácil.

Anônimo disse...

Pois é isso mesmo!Obrigada pela força!

cereja disse...

Venho aqui meter-me na conversa, e para já apoiar a frase de que a felicidade da mãe ajuda a que o filho também o seja. Odeio quando me dizem com voz de sofrimento «o que me sacrifiquei pelo meu filho...». Fazem mal. Um filho é uma alegria. Se passa a ser um sacrifício, algo está mal.
Agora, amiga «eu nova», um pouco de conversa de psi - qualquer puto de 2 anos tem ciumes. Se estivesse com o pai, tinha ciumes do pai; claro que vai ter ciumes do namorado novo da mãe. Normal. Ainda por cima se teve um tempo em que teve a mãe só para si. Agora a habilidade é equilibrar as coisas, garantir que ele se sente amado, mas que não é o «seu dono» OK? Vai ser difícil, mas isso tem de ficar claro naquela cabecinha.

Teresa disse...

É isso mesmo, antes de mais nada temos de estar nós bem.
Vamos imaginar o seguinte. estávamos num avião, com um filho pequeno, havia um acidente, a cabine deixaca de ter oxigénio e era necessário utilizarmos as máscaras. Só havia uma para nós e para o nosso filho. que faziam, punham a máscara a ele?
Pois não, se punham não deviam. A sobrevivência dele depende da nossa e para o podermos ajudar temos nós também de estar bem.Nós temos de respirar primeiro para a seguir os ajudarmos a respirar a eles. isso de nos sacrificarmos pelos filhos é , por vezes, também o fim deles.

Brisa disse...

É uma verdade tão grande, mas tão desconhecida para a maioria das mulheres! Quando o meu filho nasceu, eu também me quis armar em super-mulher. O resultado foi que, a páginas tantas sem descanso e um tempinho para MIM, entrei num estado de stress que me fazia andar sempre em baixo e sem paciência. Assumi e mudei radicalmente. Agora, mesmo quando o puto se excede (tem hoje 2 anos), consigo quase sempre ter a calma necesserária para lidar com ele, muito embora haja inúmeros momentos em que me sinta má mãe e não saiba qual a melhor atitude a tomar. Raios, porque é que a "bicharada" não havia de vir com livro de instruções'???

Teresa disse...

olhem, há uns tempos atrás, quando as minhas filhas eram pequenas, ia a umas reuniões de pais com filhos problemáticos. a Clara teria uns 4 anos, uma deficiência que parecia grave, e eu estava sozinha com ela e a mais nova. era complicado, por vezes. um dia o orientador dessas reuniões perguntou a nós pais o que gostariamos de fazer com os filhos. fui a única que não referiu qualquer actividade lúdica a fazer com eles. disse que gostaria de ter na minha casa uma divisão acolchoada, à prova de som e de disparates onde as pudesse deixar por uns momentos para fazer o que me apetecesse.Sozinha! toda a gente na sala me percebeu. não acho que isto seja ser má mãe. como lhes digo a elas já era uma pessoa antes de ser mãe e se deixar de ser pessoa elas não têm nada de mim.

Anônimo disse...

Que delícia, poder ler tudo quanto esta caixinha regista das vossas intervenções.
Gosto muito de pessoas capazes de falarem assim das coisas, tal e qual elas se pensam, se sentem e, afinal, tal como são.
E a mesma lógica justifica o tom e o teor deste meu comentário.

Teresa disse...

tubarão, diz-me, é impressão minha ou vieste só espreitar a conversa das mulheres?

Anônimo disse...

(Nota-se muito?)

Teresa disse...

cheirou-me...a peixe, claro. e a um dos grandes!

Anônimo disse...

É a barbatana dorsal que me denuncia, quando meto o focinho fora de água para "ouvir" estas palhetas de gaja que tanto me têm ensinado acerca desse bicho fascinante e com a mesma capacidade inata do meu género: sabe sempre o que fazer para lixar outra gaja...

Anônimo disse...

precissamente encaixo-me em todos os comentarios,sei que tenho que olhar para mim e cuidar de mim para cuidar dele......nunca foi facil aceitar a ideia de ter um filho.Agora com esta situação de me repartir entre ele e a teimosia para com o meu namorado deixou-me triste....mas ja estou melhor e com forças de ir em frente de ter o meu filho e o meu namorado.Daqui a uns dias ja devo passar por aqui a dizer ele e o meu filho dao-me cabo da marmita,sao uns doidos e por ai!Se não for assim foi mais uma experiencia,estamos sempre a aprender!

Teresa disse...

barbatana, estás aqui estás a virar sopa....

gaja nova,

e assim mesmo, mas não os deixes ter muitas cumplicidades, que pior que um gajo só dois gajos juntos....