Isto é um pedido de socorro!

Emiéle, eu sei que mais um pouco e as postas passam para lá de um quarteirão, mas esta tem de sair, que estou para aqui encasquinada e pode ser que me ajudem.
É assim, eu sei que não sou a Alexandra Solnado, que o meu pai tinha graça mas não era assim tanta, e também sei que não tenho barba portanto está fora de questão ser o Professor Herrero. Como poderes sobrenaturais só conheço neles dois, vou ter de me chegar para trás e arranjar outra explicação para algo estranhíssimo: os objectos, na minha casa, mexem-se sózinhos. Não escorregam para o chão, nem tombam de prateleiras pouco arrumadas - mudam de sítio mesmo.

Ainda há pouco deitei a mão às chaves do carro e de casa, que tinha posto como sempre em cima da secretária, e não estavam lá. Tinham de estar, ali, onde as larguei, mas nem rastos nem um simples bilhetinho que até podia começar por "Dear Ernesta...". Para dissipar quaisquer possíveis dúvidas sobre uma confusãozita minha, coisa que não acontece nunca, virei os bolsos do casaco, das calças, da carteira, vi no frigorífico, na tigela do cão, no cesto da lenha e e em mais dois ou três sítios lógicos. Não estavam! Mais uma vez tinham-me apanhado distraída e ido passear sózinhas. Não sei para quê, que já conhecem todos os cantos, recantos e caixotes de lixo cá de casa, mas como não conseguem estar quietas foram dar a voltinha do costume. Do costume, sim, que não é a primeira vez que saem, sem autorização, do sítio onde as mandei ficar. Não são só elas, que o carregador do telemóvel também é hiperactivo e o cabo de dados e a máquina fotográfica das miúdas foram e nunca mais voltaram.
Hoje vim a descobrir as chaves, já regressadas à secretária, mas escondidas por baixo da máquina de calcular. E foi isso que me deixou com a pulga atrás da orelha e me fez escrever este post. Só pode ser um sinal, estão a querer apontar-me um caminho para compreender, finalmente, a capacidade que os objectos inertes têm para se mexer. Máquina de calcular, a resposta está aí. A explicação para os vai e volta é científica, mas eu é que não chego lá. Terá a ver com neutrões aos saltos ou tenho de ir até aos quark para perceber? É que estou metida numa camisa de onze varas, que já nem a tabuada sei de cor. Será que não haverá ninguém que já tenha estudado o assunto? Sim, que para as meias desemparelhadas já toda a gente conhece a teoria do universo paralelo...

4 comentários:

shark disse...

Só não deposito a ajuda porque não dão troco de 500.

shark disse...

Acreditas numa qualquer forma de energia que nos preserve as "definições" depois de mortos?
Acreditas na capacidade de alguns vivos conseguirem mover objectos com a força do cérebro?
Acreditas em Deus e nos anjos?

Se responder sim a qualquer uma ou a várias destas questões pode passar à pergunta seguinte.

Mestre Sharkamba responde.

cereja disse...

Cá por mim a única coisa fácil de achar é o telemóvel. (ligar para ele, e prontos!)
A hipótese que sugiro é colocar apitos, tipo sensores, nas coisas que por sistema perdemos (e as chaves vêm à cabeça, quanto a isso estás acompanhada por um pelotão!) e depois assobiar por elas...

Teresa disse...

Sharkinho,
tens o numero de telefone do gajo ou é só por telepatia?

emiéle,
apitos, guizos e chocalhos já tentei pôr nas minhas filhas e nem com elas resultou...