Estou mal disposta.

O meu dia pode ser estragado assim. Com uma coisa pequena, que me parece sempre grande. Principalmente se for preta, com muitas pernas, pêlos no corpo e estiver dentro do saco onde estou a mexer. Quando me passa por cima da mão, como hoje aconteceu, estraga-me não só o dia como os próximos dias todos.
Até parecia que ia ser um domingo divertido. Estava sol, calor, a árvore com vista para o lago escolhida e as medidas para a casa a construir tiradas. As miúdas fizeram o desenho do que queriam e a mim competia executar o trabalho. Já tinhamos tábuas e cordas, faltavam as ferramentas. As básicas estão sempre à mão de semear, mas lembrei-me que tinha por aí uns tornos que iam ser úteis, para ajudar a fixar umas peças que tinham de ser coladas. Tinha-os deixado cá fora, num saco de plástico, e foi esse o primeiro erro da artista. O segundo foi ter lá metido a mão e só depois os olhos. Quando vi era tarde, que a bicha já estava a fazer da minha mão poleiro.
Tenho medo de aranhas. Muito. Medo assim tipo pânico. Fobia. Horror. Saio de mim e só volto quando calha. Acho que estou a voltar agora, mas ainda não é certo, que nas próximas horas qualquer sombra estranha me vai fazer gritar.
Sim, a casa da árvore ficou para outras núpcias, que hoje, pelo sim pelo não, fiquei sentadinha, quietinha, à espera que passe a pena que tenho estado a sentir por mim ....

8 comentários:

cereja disse...

Bem, se é assim tão grande como descreves, também não devo ir lá muito à bola. Contudo o meu nojo máximo são as baratas. Já deixei lá nos Pópulos (e falo no plural porque creio que no da Weblog também ) algumas queixas sobre essa bicharada.
A repugnância é visceral.
Dá-me vómito, a sério.
Por isso entendo-te com a aranha, apesar de não ser a minha inimiga principal.
Lá vai a casa ter de ficar para a semana :D

Teresa disse...

não imaginas como me sinto idiota por ter medo de aranhas. Sou capaz de pegar em cobras, ratos e ratazanas não me fazem sequer comichão, baratas é o mesmo que moscas, não tenho medo de mais nada. As aranhas fazem-me transformar numa mulherzinha histérica. A chatice é que não tenho ninguém para as matar e sempre que é preciso fazê-lo tenho que apelar a todas as forças e racionalidades e mesmo assim não é certo consegui-lo...

Anônimo disse...

É muita giro morar no campo...
:-)

Teresa disse...

olha, tu hoje não me digas nada....

mas no campo só aparecem lá fora, que dentro de casa é muito raro...pior era na cidade. Acredita,que sou uma expert em aranhas, ainda não estão lá e já as estou a ver...

cereja disse...

Pois.
É tal e qual como comigo e as baratas! :D
Mato uma aranha com toda a facilidade, ou se for pequenina, até a poupo coitadita, e empurro-a para fora da porta...
O resto dos bichos, não gosto especialmente, mas não me ponho aos gritos. Repteis, rãs e sapos, ratos, enfim.. passam.
Mas baratas!!!! Só mesmo muito pequeninas é que consigo matar com um chinelo, de resto persigo-as de spray em punho, e despejo aquela droga toda enquanto as vejo a mexer... Nhac!

Teresa disse...

O Desmond Morris tem uma teoria muito engraçada sobre o medo de aranhas. Ele diz que normalmente aparece na pré adolescência - o que foi verdade comigo - e que é caracteristico de quem não quer crescer. Os pêlos das aranhas representariam os pêlos púbicos que começam a aparecer e há uma repulsa instintiva. Agrada-me pensar que só tenho medo porque o meu lado Peter Pan é muito forte...

Anônimo disse...

Calma Teresa, já passou. E novidades das leituras? Agora há mais tempo...

Teresa disse...

Anónimo

Se é quem eu penso, já seguiu email... que foram as leituras que me salvaram o dia de hoje...