Eu, Mente Maria da Encarnação Quase de Jesus Perigosa, declaro pela minha honra (tá bem, não é grande coisa mas é o que se arranja) que não sou proprietária, não detenho quotas, nem acções em nenhuma empresa (cotada em bolsa ou não) de canadianas (daquelas de auxilio aos coxinhos mas das outras também não).
COPY CAT
Eu, Mente Maria da Encarnação Quase de Jesus Perigosa, declaro pela minha honra (tá bem, não é grande coisa mas é o que se arranja) que não sou proprietária, não detenho quotas, nem acções em nenhuma empresa (cotada em bolsa ou não) de canadianas (daquelas de auxilio aos coxinhos mas das outras também não).
E.S. phone home
Já recebi muitos SMS estranhos, mas os que tenho estado a receber, neste Domingo de manhã e de um número para mim desconhecido, batem todos os outros:
O CANDIDATO DA MANCHURIA
Encontro ao entardecer
Ali estava ela a caminhar na minha direcção. Loira. Gira, muito gira. Trazia vestidas umas roupas exíguas que condiziam com a temperatura exterior e olhava para mim com uns olhos muito azuis, que fugiam dos meus para percorrerem o ambiente que nos envolvia. O diálogo foi rápido e aconteceu quando ela já estava muito perto, mas antes disso vou contar como tudo começou.
Amigos amigos, negócios fantásticos
Claro que o Dias Loureiro era um óptimo conselheiro, não era Senhor Presidente?
Já agora, repararam nas datas? Comprou em 2001 e vendeu em 2003. Muito mas muito bem informado este nosso Presidente. As mais valias resultantes da venda de acções de que se foi titular por mais de 12 meses não estão sujeitas a tributação.
Generation Gap
E nem morreu assim ninguém conhecido?
A culpa é minha!
Sim, a culpa é só minha…. Fui eu quem, pensando que era o caminho mais curto para fazer pouco ou nada, andei por esse Portugal fora a contratar esta maltosa toda, a encher o curral de cabras trabalhadeiras e trabalhadeiros e afinal dei foi com os burros na água. Primeiro começaram a chamar-me chefa e lixaram-me logo que, como toda a gente sabe, chefe é sempre o único que trabalha. Depois apanharam-me semi inválida e toca de fazer fim de semana na loja!
Pois bem, tenho uma notícia a dar-vos – não há revisão de contrato para ninguém!
Eu sei que andam todos distraídos, que têm muito que fazer, que as noites estão quentes e a praia chama por nós, ou por vós, que eu estou de castigo!, mas se tivessem dois minutos para se informarem talvez tivessem percebido que o dia de hoje, 29 de Maio, é dia importante neste blog. Faz hoje um ano, exactamente um ano, que eu escrevi este post “Les jeux sont faits” e, acertadamente, vaticinei que “o Cabra de Serviço nunca mais será o mesmo... Vai começar a rebaldaria.”
Como sempre, estava cobertinha de razão!
Senhores e senhoras, ilustres leitores, comentadores, anónimos e anónimas ressabiados, cabras e cabrõezinhos, distraídos em geral, tenho a comunicar-vos que hoje é o aniversário não do Cabra de Serviço, mas do Curral.
Faz hoje um ano que eu, talvez num acesso de febre elevada que me levou a cometer esta enorme loucura, deixei de ser a única Cabra e abri o curral a todas as Cabras e Cabrões que, depois de rigorosos testes psicotécnicos, provaram que eram tão ou mais cabras que eu. No dia 29 de Maio do ano de 2008 este blog deixou de ser a minha casa e passou a ser a casa de todos nós.
Passaram por aqui, desde esse dia de infortúnio, o Zbeb@, o Mix, a Baby Siter, a Gabs, a An@ e a Caos. Marcaram presença e desapareceram para parte incerta o Arrebatador das Moitas e a T@abasco. Ficaram, coladinhos e com direito ao lugar, o Santo, a Gaija do Norte, o Shark, o Visconde, a Calamity e a Peixa. Todos nós somos e fizemos o Cabra. Todos deixámos um pouquinho de nós neste blog. E, todos nós, nos temos divertido à brava.
Um ano depois, e sem pensar em mudar uma virgula aos contratos devidamente assinados, agradeço-vos a todos e a todas, os que estão e os que foram, por terem tornado a minha vida muito mais interessante – ponham “interessante!” nisso… e por me terem dado muitas das gargalhadas do último ano. E agradeço também, a todos e a todas, por terem feito o favor de terem sido ou continuarem a ser meus amigos.
Continuo Cabra, que quem assim nasce já não muda, mas aqui, e com vocês, aprendi a ser uma Cabra muito melhor. Digamos que refinei na cabronice!…
Malta, se ainda não vos disse hoje, gosto muito de vocês e obrigada por me aturarem e por estarem. Por estarem sempre!
A culpa deve ser do mordomo...
...Alguém há de ser culpado por este ritmo de postagem farsola.
A culpa é da Sem Se Ver
Mas já sei que é a mim que vão chatear. Passou-nos um desafio, a todos, e eu, contrariamente ao que é costume, vou aceitá-lo. Está bem, por acaso até gosto muito da Sem Se Ver apesar de me fartar de discutir com ela nas caixas de comentários (teimozinha…. e FCP…. e fã do Mário Nogueira, o sindicalista do bigode farfalhudo…), mas nem é essa a razão principal para este meu cumprimento. O que se passa é que os meus dias passaram a ter muito mais horas e o tempo chega para tudo e mais alguma coisa, como se eu agora pudesse fazer tudo e mais alguma coisa. Mas pronto, voltando ao chatear do princípio, vou ter de pedir desculpa à Emiéle e a tantos outros que nos têm dado prémios e passado correntes e a quem, na devida altura, não agradeci ou respondi. Faltava-me uma perna partida, era o que era… Ficam as desculpas tardias e esfarrapadas.
E agora o desafio. Ela quer saber 15 séries televisivas da nossa vida. Primeiro parece difícil, mas depois é fácil, demasiado fácil. Principalmente se se for ao blog dela porque as que lá tem são também as de todos nós, mais coisa menos coisa, o que dificulta muito a tarefa se quisermos ser originais. O complicado é fazer um trabalho como o que ela fez, com fotos e links. Nem me vou aventurar a tal. Se quiserem ver vão ao Google que os senhores precisam de ganhar a vida.
E agora, tcharan!, as minhas séries.
As primeiras e mais importantes:
1. Pipi das Meias Altas
A minha heroína de sempre, meu ídolo, minha fonte de inspiração. Proibidíssima de ver depois da minha mãe ter sido chamada ao colégio quando me apanharam no telhado. Proibição rapidamente levantada pelo meu pai que sabia que com Pipi Langstrump ou sem Pipi Langstrump eu acabaria por partir qualquer coisinha.
2. Os Pequenos Vagabundos
Continuo a saber trautear a música do genérico e à procura do Jean Loup, o gaijo da minha vida…
O resto:
3. Viver no Campo
4. Lancer
5. Espaço: 1999
6. Robin Hood
7. Dallas, pois claro, uma concessão à pirosice!
8. Alf! (apesar de continuar a ver por aí muitos Alfs…)
9. Sai de Baixo ( Caco Antíbes e a Magda, a fabulosa Magda, que deu nome a este computador)
10. Allo! Allo! (I shall say this only once)
11. Modelo e Detective (Bruce Wills quando ainda era giro)
12. Twin Peaks (quando o meu irmão começou a dar aulas de Física na faculdade fez um exame onde a primeira pergunta era “Quem matou Laura Palmar?”. It runs in the family…)
13. Northern Exposure (o absoluto non-sense)
14. E.R. (Clooney…Clooney…Clooney….)
15. Soap… Ally McBeal… Mad about You (a incrível Helen Hunt)… Simpsons… Seinfeld…
Fora do Concurso – Reviver o Passado em Brideshead, voltada a ver do princípio ao fim nas minhas férias forçadas no Hospital.
Fiz um bocadinho de batotice, mas estico-me sempre. E depois de ter descoberto o blog Santa Nostalgia é difícil não despejar aqui todas as pérolas que lá encontrei.
Parabéns Gaijito do Norte
Eu sei que não estás na fotografia, mas não tarda vais estar. E vai ser uma inteira só para ti!
Ah!, também ouvi dizer que o teu Clube já recebeu propostas do Manchester, do Real e do Bayern para a tua transferência, apesar de haver um ligeiro problema com as negociações porque insistes em levar contigo a tua mãe e a Pureza. Todos eles acham que com a gata nem há grandes problemas mas a tua mãe não pode ir porque é uma olheira do FCP e não a querem por lá a espiá-los!
(Espero que tenhas um dia excelente e “break a leg”! Pede à tua mãe que te explique o que é isto porque não, não é sinal de que te quero ver de perna ao peito como eu…)
Hoje (disseram-me que tenho que abrandar!)
Hoje consegui não me irritar quando me informaram que uma ordem que dei em trinta de Abril não foi cumprida por esquecimento.
Hoje não trepei paredes por suporem que eu sabia.
Hoje despachei uma data de assuntos que me rondavam há dias.
Hoje voltei a ajudar alguém que quase me leva ao desespero…
Hoje a Pureza não me saltou quando lhe disse "já chega de mimo!".
Hoje pedi (mais) paciência ao gaijo e ele acedeu!
Hoje deixei que o gaijito faltasse à primeira aula da tarde para ficar enrolada com ele na sesta.
Mais outro post sério sobre política e coisa e tal
Nunca eu, gaija senhora do meu nariz, pensei que iria passar pela suprema humilhação de ter de surripiar as chaves do meu próprio carro, mas foi o que aconteceu. Palmei as chaves, saí de casa pé ante pé - quer-se dizer, pé ante bengala… – e aproximei-me do bicho sem demonstrar grande agitação. Afastei o banco que estava colado ao volante, atirei as canadianas para o lugar do lado, liguei a ignição e pus o pé no pedal da embraiagem.
Pus o pé. E ele ficou lá, posto. Nunca, em tantos quilómetros feitos, tinha percebido a força imensa, quase sobre humana, que é necessário fazer para que aquele pedalito cumpra a sua função. Estranho, porque com o pé direito o tipo mexia mas com o esquerdo nem pensar, ficava ali, quedo, a gozar comigo. Ainda tentei uma manobra alternativa e cruzei as pernas, esquerda para acelerador e travão, direita para embraiagem. Possível é, mas torna-se um nadica complicado.
O carro mantinha-se parado mas o mau humor, esse, estava a acelerar desenfreadamente e já seguia largado estrada fora quando se depara com uma curva em gancho que obrigou a uma redução in extremis, travão de mão, guinchar de pneus e uma saída de lado que fez disparar gravilha para todos os cantos. A minha mãe e as minhas filhas cercavam o carro querendo, ansiosamente, saber o que se passava, porque razão estava eu ali.
Nada. Não se passa nada. Pensei que tinha deixado cair o isqueiro para baixo do banco e vim procura-lo.
Não, isto não é nada frustrante. Quero lá bem saber das dores, das costuras com agrafos, do pé que parece um presunto, das canadianas que não me largam. Tudo isso são pormenores comparados com a minha súbita falta de autonomia. E percebi, nos últimos dias, que não sou só uma nómada, sou uma nómada carregadeira. Tenho necessidade de me deslocar e de carregar coisas comigo. Um telefone (vários telefones…), uma chávena de café, um copo, uma embalagem de Hagen-Dazs e respectiva colher de sopa, uma mini, coisas, muitas coisas, mas todas absolutamente imprescindíveis e que não podem deixar de me acompanhar cada vez que mudo de sítio.
Impossível. Deixei de me poder dedicar a essas minhas pequenas idiossincrasias. Agora vejo-me na contingência de ter de me deslocar sem nada levar atrás. A famosa Tereza Caracol que para onde ia carregava a casa, cognome esse de que muito me orgulhava, transformou-se numa Tereza Franciscana, de mãos vazias agarradas às varas ou, em alternativa, numa Tereza Paxá, sentada num sofá, de perna estendida, e a quem só falta uma campainha de bronze para chamar a criadagem – um copo de água, um Mars, o jornal, o comando da televisão, tragam-me, tragam-me aqui e já!
Digam-me, isto passa, não passa? E, até lá, consigo manter a minha sanidade mental, não consigo?
Tereza Cavaco Silva
Caros Cabras,
Foi-me ontem comunicado pelo Santo que este blog é responsável por situações menos próprias na Junta de Freguesia de Cascais. Parece que a nossa leitora lá do sítio, que teima em ler e não comentar, é frequentemente acometida por ataques de riso em pleno local de trabalho tendo alguma dificuldade em justificar os mesmos.
Assim, e porque me mandou beijinhos de melhoras que foram entregues e tudo, decidi que, daqui para a frente, e para evitar possíveis problemas a quem altruisticamente nos lê, neste blog passar-se-à a escrever só sobre assuntos sérios sendo de todo em todo de evitar qualquer piadola que possa provocar um simples esgar de lábios ou uma gargalhadita mal sustida.
Esta disposição abrange também as caixas de comentários.
Sexo maluko mesmo!
(Faz falta para compensar a loukura do dia-a-dia e já que a pessoa tá ali, olhem, que seja prá desbunda total.)
Organizem-se!
Tendo em consideração que o lobby sulista do Cabra é bastante forte e que entre um sítio e outro tem guarida para toda a gente, foi decidido convocar uma reunião do Cabra que deverá ter lugar durante o próximo mês no quartel general.
Pensamento do dia (5)
Nunca juntar Chefa com Peixa e Quinta do Javali Reserva 2003!
Pensamento do Dia (4)
Ou a Peixa ou o Quinta do Javali Reserva 2003 fazem muito bem às dores.
Traição capital
Estou aqui para manifestar a minha profunda solidariedade para com um Cabra deste curral que eu não identificarei por uma questão de solidariedade e também de profundidade (na tabela classificativa), na sequência do acto de traição vil do meu Glorioso para com outro ilustre (no tempo em que a Amália começou a carreira) clube da capital.
Pensamento do Dia (3)
Eu não tenho nenhuma fábrica de canadianas!
Visconde de Vila do Conde interpreta músicas maravilhosas para os leitores do "Cabra" (I)
Várias pessoas me têm dito que fazia falta alguém interpretar e descodificar a música "Põe tua mão na mão do teu Senhor", interpretada pelo Padre Borga. É chegado o momento de aliar a imagem visual à mensagem escrita e, podemos dizer sem temor, que todos seremos pessoas diferentes depois desta experiência sensorial.
A metodologia é simples, basta abrir este blog em duas janelas, sendo que uma deverá ser activada na música propriamente dita e outra na mensagem interpretativa que partilho convosco, poderíamos chamar-lhe o programa, ou o guião ou, a minha preferida, a brochura. Vamos a isto? Vamos!
5 segundos: Há um feixe de luz a entrar pela janela que acompanhará o Padre Borga durante toda a sua actuação. É uma mensagem subliminar, remete-nos para a iluminação divina que bafejará toda a actuação do artista, conforme teremos oportunidade de verificar;
18 Segundos: Padre Borga começa a cantar. Se isto não é uma interpretação viva do Livro do Apocalipse, então não sei nada sobre o Livro do Apocalipse;
27 Segundos: o jovem percursionista levanta os braços e move-os de um lado para o outro. Em linguagem gestual, aparentemente, este movimento traduz a palavra "Galileia";
Minuto e dez segundos: O senhor de gravata, o segundo a contar da direita, na fila da frente, mete o dedo no nariz, exactamente quando o Padre Borga acaba de mandar pôr a mão na mão do teu senhor que acalma o mar. Não sei o que passou pela cabeça do senhor da primeira fila, mas não fez o gesto certo. E isso não é bom.
Minuto e trinta e quatro segundos: É um momento-chave, o Padre Borga inicia o processo de comunicar em linguagem gestual e usa as duas mãos, que antes seguravam a sua velha viola acústica. Miraculosamente, continua-se a ouvir a viola acústica. Aparentemente só eu é que vejo aqui um milagre.
Minuto e trinta e seis segundos: O tipo das percussões faz os mesmos gestos que o Padre Borga, mas em sentidos contrários. Parece-me um sinal do Demo, mas, mais uma vez, parece que só eu é que me preocupo com estas coisas.
Dois minutos e dezassete: Há uam senhora na plateia que ainda não percebeu que é para "pôr a mão na mão" e faz um gesto que os surdos-mudos que estão a ver poderão interpretar como "põe o teu dedo na mão do teu Senhor", o que, parecendo que não, dá um efeito pareceido com os gestos do "Doidas, doidas, doidas andam as galinhas". Parece-me mal, felizmente o realizador tirou a senhora do ar imediatamente.
Dois minutos e trinta: Só uma miúda na assistência é que está a fazer os gestos. Todos os velhotes fazem de conta que o Padre Borga não está ali. Não prevejo nada de bom para as suas pobres almas. Só a criança será poupada a Belzebu, parece-me.
Dois minutos e trinta e nove: o gesto para "Meu Senhor" são dois dedos indicadores a apontar para cima, junto à cabeça. Parece-me que o gesto para "cornudo" é o mesmo, mas, mais uma vez, parece-me que só eu é que vejo isto.
Três Minutos: O Padre Borga afasta-se do microfone e quase não se ouve a sua voz. Para mim, é dos melhores momentos do vídeo.
Três Minutos e dez: Aparentemente a tradução gestual para "Sem cessar" tem o seu quê de masturbatório. Mas isto é capaz de ser só dos meus olhos;
Três Minutos e dezoito: O Padre Borga desafina estrondosamente e há duas velhotas na plateia que se riem. Mais um encontro programado com o Demo para as duas velhotas...
Três Minutos e vinte e dois: O tipo da viola-baixo entra em transe.
Três Minutos e quarenta e dois: Finalmente, a plateia agita-se. A música da "Pulgas são Tantas" tem um poder superior ao "Põe tua mão na mão do teu Senhor". Naturalmente, aos três minutos e cinquenta e seis, o Padre Borga aborrece-se com as pessoas, e com razão.
Quatro minutos e vinte e sete: Mais uma rasteira. Este Padre Borga tem com cada uma... (que grande maluco, meu Deus!).
Quatro minutos e trinta: As velhotas que se riam da desafinação do Padre Borga continuam a rir. A todo o momento cairá um raio sobre as suas cabeças, ouvir-se-á uma voz grave tonitruante e as velhotas cairão fulminadas.
Quatro minutos e quarenta e três: O Padre Borga volta a aborrecer-se com as pessoas e diz que "esta gente não tem juízo". Por uma vez, estou tentado a concordar com o Padre Borga.
Cinco minutos e trinta e cinco: Acaba. Padre Borga levanta-se, há fumos por detrás, levanta os braços. Não sei se está a agradecer ou se está a dizer "Galileia" em linguagem gestual. É um momento forte.
Visconde, em modo filantropo
Rapazes, é fácil. O nó da gravata tem que estar impecavelmente feito, prefiram sempre um nó Windsor a um nó simples duplo. Se a gravata tiver um padrão com riscas diagonais, façam combinar as riscas do nó e da gravata. E, claro, o final da gravata deve coincidir com a linha do cinto. Nem mais acima, nem mais abaixo. Seda. Só seda. Nada mais senão seda.
Sapatos castanhos? Cinto castanho. Sapatos pretos? Certo, cinto preto. Outras cores? Nunca.
Camisas com botões no colarinho? Muito bem, ao fim de semana. Camisas com botões no colarinho e gravata? Nem pensar.
Fato completo, o colete está fora de moda há quatro estações.
Engraxem os sapatos. Já está? Engraxem outra vez.
Camisas de manga curta e gravata? Jamais.
Fato preto, camisa branca, sem gravata, dois botões de cima da camisa desapertados? Só se tiverem estilo para isso. Eu uso muito, mas eu sou eu.
Botões de punho? São eficientes nas reuniões importantes, faz-se descair a manga do fato, deixa-se vislumbrar os botões de punho e toda a gente fica mas calma, percebe-se logo quem manda ali. Se não mandarem nada, dispensem. Eu uso, mas só cinco dias por semana.
Lenço de seda, da cor da gravata, a espreitar do bolso do casaco? Mais uma vez, se tiverem estilo para isso, caso contrário poderão ser confundidos com indivíduos com preferências sexuaias alternativas. Se eu uso? Ora, toda a gente sabe a resposta a essa pergunta.
Agora ide em paz.
Dos homens não chorarem
Bem sei que disse à Mente, ainda para mais na caixa de comentários de um dos posts mais bonitos que se escreveram aqui no Cabra (e não fui só eu a notá-lo, por isso podem crer que era mesmo um post bonito), bem sei que disse, dizia eu, que os homens não choram.
Mas hoje, o Fernando Alves fez a mais bela das homenagens a Bénard da Costa. Nos três minutos que demoram os seus "Sinais", Fernando Alves passou a música do Johnny Guitar. Sem falar, apenas a voz de Peggy Lee sussurando-me ao ouvido "Play the guitar, play it again, my Johnny...".
Johnny Guitar era o filme favorito de Bénard da Costa.
WALL STREET
O presunto e o outro
Sabem aquele post lindo e de ir às lágrimas que a Peixa publicou ali em baixo? Aquele de quando partiu o pé e coisa e tal? Pois! Acabou como se documenta na foto em anexo.
A história conta-se em duas ou três palavras (acho que esta paga direitos de autor, mas ficam em conta corrente).
‘Inda estava eu, naquela segunda-feira negra, estendida na relva à espera de socorro e já tinha a nossa menina mais nova ao telefone a prestar toda a sua solidariedade, a contar a história do pé – sim, chefa que é chefa sabe antes dos outros… – e a informar que as canadianas dela iam ser minhas um dia.
E foram. Andaram na mala do carro da Peixa até terça-feira passada, dia em que ela me passou o testemunho.
Ali estava eu, naquilo que noutros tempos foi conhecido pelo Refeitório do 3º Piso e passou a ter o nome, esse sim, de Cabaré da Coxa, desde que o transformámos em sala de chuto, de batota, quase quase bar de alterne onde até cervejola gelada se bebeu pelos copinhos dos medicamentos (o gelo que nos punham nas pernas deu jeito para manter a cerveja fresca), como dizia, ali estava eu, na minha cadeira de rodas, encostada à janela ao pé da porta a mandar a fumaça lá para fora, esperando a Peixa, as canadianas que desde aí nunca mais me largaram e a alta (gosto desta palavra, “alta”…), quando ela entrou com todo o seu brilho e as bengalinhas redentoras. Depois de um perturbante momento em que quase me matei embrulhada em muletas e cadeira de rodas e fui salva in extremis pela Peixa (pronto!, contei este segredo que jurámos nunca revelar…) ela senta-se na minha frente, puxa de uma carteira quase tão grande como uma mala de porão, saca dois frascos de verniz e diz, sem direito a protesto, escolhe a cor!
Protestei um bocadinho, mas só porque uma gaija não se entrega assim às unhacas vermelhas sem protestos, enquanto ela me explicava que se o presunto ia andar de pendurão tinha de ser com estilo, e ela já estava de pincel na mão pronta a iniciar os trabalhos. Pintou um, pediu o outro, eu dei!, que com Peixas não se discute, voltou a pintar (acho que tem a ver com o brilho esta segunda pintadela, pelo que a nossa expert me explicou) esperou que secasse, sacou da tal carteira enorme um envelope de estranhos autocolantes, voltou a mandar-me escolher, eu fiquei pela discreta florinha que acabou na unhaca grande do presunto, e acabei assim, tal qual podem verificar.
E não é que as unhas vermelhas têm feito um sucesso?
Sim, mamã!
Estávamos os dois deitados num sofá cama na lavandaria da casa da minha mãe. Era um sofá verde escuro, com mantas castanhas, horroroso, entalado a um canto ao pé do portão vermelho. As minhas jeans estavam caídas no chão ao pé de mim e ele estava a tirar as dele. As t-shirts e as cuecas ainda cobriam as nossas partes pudibundas quando a minha mãe entrou com um enorme alguidar amarelo cheio de roupa para lavar. Bem presente na minha memória está a figura dele meio enfiado nas mantas e com as calças pelos artelhos e eu com os olhos desesperadamente pregados nas explícitas calças que jaziam no chão enquanto gaguejava umas desculpas e ouvia dela aquelas coisas que as mães dizem quando apanham as filhas embrulhadas com um gaijo num sofá.
Acordei nessa altura.
Digam-me. Expliquem-me. É normal ter 46 anos e sonhos destes???!!…
Estou a viver com a minha mãe. Melhor, quer-se dizer, pior!, a minha mãe está a viver comigo. Como a Gaija diz que eu disse, afinal morri e vim para o Inferno…
MEMORIES (este é inteiramente dedicado à mocinha que está na mala do carro)
Há dois anos, numa manhã normalíssima, igual a todas as outras, ia a sair de casa com o meu filho (na altura, com um ano e meio), como em tantas outras manhãs. Só que nessa manhã, eu não saí do alpendre da casa. Um pé mal posto no degrau, um crack bem audível, a aterragem de cara no chão, ditaram imediatamente a sentença. Lembro-me de naquela fracção de segundos que levou a entender o que tinha acontecido, decidi que aquele pé ia para o lugar e era já, que ninguém me ia pôr ossos no lugar a frio. E sem pensar, fi-lo. Tudo isto foram segundos. Acho que nem chegou a um minuto… Mais tarde, tive consciência que podia ter feito ali uma grande bosta, mas correu bem (tão bem que a fractura mal se via no raio-x e foram precisos 2 ortopedistas para a localizar e alguns testes dolorosos para acreditarem que de facto a cena estava partida e aquilo não era a marca de uma fractura antiga).
Claro que aquela manobra, me causou a pior dor da minha vida (antes ter trigémeos sem epidural, digo-vos eu). Quando acabei, sentei-me no degrau do alpendre, cabeça entre os joelhos e um pensamento na cabeça “tu não podes desmaiar e faças o que fizeres, esse sorriso não sai dos teus lábios!”
E ele sossegado, com nunca o tinha visto, sempre do meu lado, sempre com a mãozinha a tocar-me e sempre a repetir: “mãe”.
Foi uma meia-hora em que deixei de perceber a revolta das pessoas quando lhes dizem que são animais porque somos. No fundo, nascemos selvagens. Somos instintos e nada mais. Porque eu olhava o meu filho e não via um menino, via uma criatura com o seu instinto de protecção a todo o vapor e via em mim a progenitora disposta a tudo para lhe poupar o sofrimento e o medo.
SMS da Chefa
Afinal quando caí na piscina não parti a perna...
Morri e fui para o sítio previsto!!!
Tens aí algumas ventoinhas que me possas ceder?
(Ela sabe que eu tenho um stock grande e sempre pode ir refrescando o meu caminho…)
Teoria da Conspiração
Eu sei que eles me andam a esconder algo. E esse algo tem a ver comigo. E com ela, claro, a chefa. Algo que eles não me querem dizer. Primeiro, constou que ia hoje para casa e de repente deixaram de a mencionar. É como se, de repente, ela tivesse sumido. Desaparecido. Puff. Eles não querem dizer nada, agem como se tudo estivesse normal, mas algo de muito estranho se passa. E a forma como fingem ignorar as perguntas? Bizarro... Suspeito até, eu diria...
E o modo como deliberadamente recusam responder às questões que lhes colocam? Sou eu, a Ana T, a Escarlate, e nada... Depois, contornam o assunto, fazem perguntas de retórica, respondem com outras perguntas. Julgam que eu não vejo? Que não percebo?.... Será que?..
É isso! Primeiro mostram-se saudosos. Afirmam que o estaminé não passa sem ela, declaram precisar dela como de pão para a boca, que isto anda pelas ruas da amargura, que está a decair a olhos vistos, e tal. Depois, lentamente, começam a desligar, assim como quem não quer a coisa. Daqui a pouco estão a inventar uma treta qualquer, que foi em destacamento para o Kosovo, que a chamaram para uma missão urgente algures nos confins do Afeganistão e pimba! Apoderam-se do Cabra. A esta hora está a pobrezita fechada na mala de um carro e sem ninguém que a acuda!!! E, claro, não me dizem nada pois receiam que eu desmascare o conluio!!! Alguém chame a polícia! Os bombeiros! Um canalizador! Um serralheiro! Alguém, seja quem for, mas.... salvem a chefa!!!!!
Madrugada fora
Deixou deslizar as mãos ao longo dos flancos da sua amante e só começou a penetrá-la quando finalmente lhe fincou os dedos nas ancas. Sem pressa, passeou até sentir o apelo húmido que o convidava a entrar, pernas abertas que depois cuidou de fechar para aumentar o aconchego quente daquele espaço anfitrião.
Beijou-lhe a nuca enquanto a fazia sentir o tesão, possante, tão fundo quando as duas anatomias o permitiam daqueles corpos que sentiam sem restrições as alegrias do prazer a dois que os movia por inteiro naquela ocasião especial.
Agarrou-a pelos ombros para a puxar de encontro a si e depois puxou-a com a firmeza quanto baste pelo cabelo comprido, lindo, espalhado pelas costas que não tardou a comprimir de novo com o peito quando nela se deitou para a beijar outra vez, na face, no pescoço e em cada pedaço de pele que conseguia alcançar.
Só parou quando a ouviu gritar, virou-a para cima e começou a percorrer-lhe o corpo com os lábios da cabeça aos pés, ida e volta, até acabar por se concentrar por inteiro naquela zona cujo cheiro o inebriava, tudo nela o encantava, executando na perfeição tudo aquilo de que a sua boca era capaz para a levar de novo ao delírio. E ela já sentia como um martírio a ausência do pedaço erecto de homem dentro de si quando gritou outra vez o resultado daquilo que lhe fez o amante que já subia até aos seios que beijou enquanto de novo a penetrou, correspondendo aos anseios que decifrava, experiente, no timbre daquela voz tão quente que o conduzia em quase tudo o que fazia para lhe agradar.
Acabariam os dois por gritar em uníssono a felicidade bem fodida que sabiam ser do melhor que a vida teria para lhes oferecer e depois adormeceram colados até o sol começar a nascer.
DESPERTARES
Alerta, isto é importante!
Se eu tivesse que escolher um indicador de nível zero de masculinidade, um só, não mais do que um, ainda que estivessem a concurso gajos que usam bolsinhas em napa para guardar o telemóvel, daquelas que se enfiam no cinto, ainda que estivessem a concurso gajos que acham que o Nuno Gomes faz falta no ataque do glorioso, ainda que estivessem a concurso gajos que oferecem às namoradas rosas compradas aos indianos das Docas, se eu tivesse que escolher um indicador de nível zero de masculinidade, um só, não mais do que um, eu havia de escolher os gajos que usam pijama para dormir.
E eles andam aí, pedindo conselho aos empregados (sim, eles evitam as empregadas) sobre se o padrão com risquinhas os favorece mais ou se, por outro lado, seria preferível um padrão com ursinhos. E estes são os que se assumem, menos perigosos. Outros há que se escondem nas sombras, que se encontram em blogues recônditos, discutindo as vantagens da flanela relativamente ao algodão, emitindo opiniões nebulosas sobre se o modelo de pijama de abotoar à frente é mais confortável que o de enfiar pela cabeça.
O único homem que tem uma postura aceitável quando ostenta um pijama é o Hugh Heffner, esse líder espiritual com quem temos tanto a aprender, esse incorrígivel predador que nunca se deixou fotografar com outras vestes que não fossem o seu pijama de seda, lascivamente decorado com beldades de generosos e fartos seios em fundo.
Eu nunca vi um pijama a não ser nas montras. Aliás, nem sei bem com o que se parece um pijama. Contaram-me. Isso, contaram-me. Por isso é que eu sei.
O CAMPIÃO
O Treta-Campiões souberam que o Glorioso SLB tinha mudado e quiseram também renovar a sua imagem e como este blog prima pelo serviço público, não poderíamos de deixar de apresentar em primeira-mão o novo símbolo.
AS CONFISSÕES DE SCHMIDT
Acredito que muitas vezes não vimos a big picture. Concentramo-nos no que correu mal e não percebemos que esse percalço nos permitiu alcançar algo com que nem sonhávamos.
Acredito que as coisas acontecem com um motivo definido e quer lhe chamemos-lhe destino ou fado ou karma, vai dar ao mesmo.
Acredito que a ordem do universo não deve ser perturbada sob pena de sofrermos as consequências ou, pior ainda, que as gerações venham a sofrer com tal distúrbio.
Acredito que a vida é bela, independentemente de todo o sofrimento que tenhamos que suportar enquanto aqui andamos e acredito que todos os dias, quando abrimos os olhos e estamos bem e de saúde e todos os órgãos funcionam, são uma verdadeira bênção.
Acredito que as coisas acontecem quando, e se, tiverem que acontecer e não vale a pena forçarmos os acontecimentos pois nada daí advirá de positivo.
Acredito que devemos libertar aqueles que amamos pois, se de facto, for amor, eles nunca irão longe.
Acredito que nos valores básicos da condição humana e que devemos manter-nos fieis aos nossos princípios pois só assim poderemos ter um fio condutor na nossa vida e nas nossas relações.
Acredito que a tradição ainda é o que era e que se nos atrevermos a contornar essa tradição na sua essência, o castigo pode ser duro, as consequências dramáticas, os danos irreversíveis.
Ao fim ao cabo, se o Universo determinou que os anúncios de grandes marcas automóveis deviam ser feitos por mulheres, por algum motivo foi, não????
Última hora
Dando continuidade à vocação de serviço público que sempre orientou o Cabra, cabe-me, a contragosto, dar-vos uma novidade do Sul.
Tornem-se, então, conhecedores do novo símbolo do Benfica (uma daquelas coisas que tem uma casota numa das bermas da segunda circular).
Ao que dizem, exprime bem a grandeza do clube (até dói chamar-lhe isto!), a parte externa do órgão auditivo do chefe lá do sítio e a “face” dos sofredores à Segunda-feira.
Está por esclarecer o que faz um trevo verde no cimo daquilo tudo, mas quem sou eu, uma Portuense e Portista inveterada, para levantar a questão.
Sexo à grande e à francesa
(Porque há coisas em que não podemos ser comedidos nem pobres a pedir.)
Assim nunca mais tenho juízo!
A cena é simples de descrever. Estou deitada na minha cama articulada, a perna ainda não boa languidamente pousada numa almofada e a outra ligeiramente descaída, numa posição que em tudo lembra o lazer. Tenho a cabeceira levantada e o computador na mesinha do lado enquanto assisto a um reportagem no canal 2 e atendo o telemóvel. O Sr. Vítor e a enfermeira Juliana assomam-se à porta do quarto e, tentando não perturbar muito, perguntam-me se quero qualquer coisa para a noite.
E eu quero qualquer coisa? Sim, quero. Sr. Victor, um café. Enfermeira, deixe dois comprimidos de Paracetamol e um relaxante muscular.
Giro, não é? Por breves instantes achei que isto devia ser uma cena de um filme qualquer surrealista.
Eu sei que ninguém gosta de médicos ou de hospitais, mas eu não gosto mesmo. A última vez que tinha feito análises foi quando nasceu a minha filha mais nova, já lá vão 11 anos, e electrocardiograma nem sei se algum dia teria feito. Tenho qualquer coisa que me diz que aquele velho provérbio do comer e do falar também inclui o diagnosticar e se tudo vai no começar eu nem deixo que comecem. É que já se sabe como é, chega-se com uma dor de cabeça e sai-se de lá com mil e uma doenças certas mais as outras de que eles só desconfiam. Assim, não vou ao médico e pronto. Isto implica que também não sou muito dada a medicamentos, excepto a velha Aspirina que faz sempre bem a tudo. Quando, há 15 dias, entrei na Urgência e me começaram a falar de internamentos, bloco operatório, cavilhas no osso e coisas tais estive vai não vai, não fosse o pormenor da desgraçada da perna partida, para me levantar e fugir dali para fora. É que nem queria pensar muito no assunto, que medo por antecipação não vale a pena. E não sou mariquinhas, nada disso, acho que até me aguento bem sem grandes esforços e no meio disto tudo, e até agora, não fiz uma única cena de histerismo (às vezes tenho uma pena de não ser gaja!), não dei um grito, nem uma lagrimazita me escorreu para ficar para a fotografia. Não doeu por aí além, e pronto.
E, como não doeu, passei os primeiros dias de Hospital a guardar na gaveta os analgésicos que me davam. Achei que me devia poupar, que tinha de estar fresca para quando precisasse mesmo, e assim fui-os despachando nas saquetas de papel dos talheres. Comprimidos para dormir e analgésicos já devem estar todos na farmácia lá de casa. Até que chegou Sexta feira, o dia da faca, e tratei de avisar o médico que não estava muito disponível para passar dois dias a torcer-me com dores. Devo ter-lhe feito uma proposta verdadeiramente irrecusável porque apanhei a “moca” da minha vida, lembro-me de muito pouco desse dia, mas dores, isso não tive. Sábado mandaram-me saltar da cama logo de manhãzinha e meter-me no banho, e eu obedeci. Tiraram-me os tubos e tubinhos, instalei-me na minha cadeira e desatei a cirandar por aí. Pacífico, tudo muito pacífico. Acho que ainda me deram um comprimidinho mas a coisa ficou sem mais alaridos. Hoje sacaram-me o resto das ligaduras, puseram-me três pensos impermeáveis e mandaram-me à vida, ou melhor, à fisioterapia. Continuo por cá, pelo Hospital, mas nem um único remédio.
Deixem ver se vos consigo explicar isto bem explicadinho (e agora é melhor as pessoas sensíveis passarem à frente…). Eu tinha uma fractura da tíbia e do perónio. Na sexta feira, anteontem, os senhores espetaram-me uma anestesia geral, enfiaram-me dois ganchos no tornozelo para me esticarem a perna enquanto faziam o servicinho, que eu bem que vi cá os buracos, abriram-me o joelho, enfiaram um espigão de metal pelo meio do osso até lá abaixo, abriram o tornozelo e fixaram o espigão com uns parafusos e abriram mais qualquer coisa que tenho outro corte mas não sei para que serviu. Fecharam tudo com umas dezenas de agrafos e pronto, hoje, Domingo, disseram-me que eu não tinha qualquer medicação para fazer. Hãn?!… Nadinha? Então e os antibióticos, os anti-inflamatórios e mais aquelas coisas todas que as pessoas sérias tomam? Eu fui muito maltratada, tenho para aqui umas peças novas, umas negras antigas e esta gaita ainda me dói. Que não, não precisava. Tinha já feito durante um dia, isto estava a cicatrizar bem, portanto não precisava de nada. Só comprimidos para as dores, paracetamol, o vulgarzeco Ben-u-ron, outros para relaxar os músculos e nada mais. E mesmo esses só se eu quisesse.
E lá vamos novamente até à enfermeira Juliana que faz a ronda da noite e me pergunta, da porta do quarto, se quero qualquer coisinha. Assim, à vontade do freguês. E a freguesa, estirada na cama, de calças de linho vestidas, camisa branca, colar e brincos, que de pijama e chinelos é que não me apanham por aqui, lá pede qualquer coisita só para não parecer que é mal agradecida.
Não há nada a saber. Vida saudável, claro. Comidinha boa, cigarrinhos, um vinho tinto decente, muito computador e não há mal que nos chegue. Fiem-se em mim que não vos engano.
LOST
E se toda a minha boa gente tinha umas luzes sobre análise grafológica, tenho cá para mim que análise de pernas é uma uma assunto para ressuscitarmos um dos meus all times favorites…
PAI AMBRÓSIO!!!
SEXO, MENTIRAS E VIDEO
Eu e a CJ (depois de recuperarmos da gaguez e mudez) decidimos dar seguimento ao mote do Santo.
Portanto, aqui tendes as pernas das gémeas.
Nota da redacção: Se por acaso, alguém achar que qualquer semelhança entre a foto e nós, é mera coincidência é porque nós na rua usamos um tudo nada de fotoshop… Só assim um toquezinho…E pronto
(Powered by Jameson)
O que fazia falta na minha vida era uma senhora igual àquela de ontem, a dos óculos de massa preta, a que estava a tomar conta do tempo que eu demorava a falar, essa mesmo, a do tailleur de bom corte que me olhava a meio da sala e me segredava para o auricular "Doutor Visconde, já ultrapassou o seu tempo, pode terminar, por favor".
Era bom tê-la a segredar-me ao ouvido, indicador em riste, a fazer-me sinais sempre que me estico mais que a conta, imagino-me a olhar para os anúncios de lingerie e lá estaria ela a segredar-me ao ouvido "Doutor Visconde, terminou o seu tempo, já se demorou os dois segundos regulamentares", ou então demorava-me um pouco mais a discutir se vou votar no Bettencourt ou no Pedro Souto e lá me aparecia ela, meio-sorriso, mas severa, "Doutor Visconde, terminou o seu tempo, já esgotou o seu plafond diário para conversa de lazer", ou então ela havia de me aparecer nos momentos de intimidade e, discreta, segredar-me-ía "Doutor Visconde, terminou o seu tempo, quarenta minutos de preliminares são mais que suficientes, importa-se de terminar e passar à fase seguinte, por favor?".
Se calhar o que eu precisava era de uma senhora igual áquela de ontem, a dos óculos de massa preta, a que estava a tomar conta do tempo que eu demorava a falar, essa mesmo, a do tailleur de bom corte, para dar ordem à minha vida.
Nem mais s'tôra!
Ali dentro, uma senhora professora, explicava que o problema do outro nem era assim tão grave porque "afinal não tem a coluna partida, está só fracturada"...
Se pensavam que se viam livres de mim estavam muito enganados
E aqui estão elas. As duas, se bem que uma mais entrapada que a outra.
Há muito que acho que, apesar de tudo, a vida é-me fácil e os deuses gostam de mim e mais uma vez parece que tal se confirma. Sim, parti uma perna, mas do mal saiu muito bem. Tenho descansado como há muito não tinha oportunidade de o fazer (acho que já engordei e tudo), conheci gente muito engraçada, voltei a lembrar-me que tenho muitos amigos e que gosto muito deles e, acreditem ou não, diverti-me imenso neste tempo de hospital. Não posso esconder que andava com algum, bastante, muito, medo da operação e que essa nuvem negra não me largava, mas afinal era só mais um mito. As dores, as tais dores de que todos por aqui falavam e que vi alguns sofrerem, não as tive, os dias seguidos de cama que eu achei que não iria suportar foram sabotados por algum santo que toma conta de mim, e hoje, manhã cedinho e sem qualquer esforço, voltei a montar na minha cadeira alada para ir fumar o cigarro da praxe acompanhado de um presente muito especial, um café expresso. O gesso que pesava toneladas desapareceu, a minha perna já mexe e eu mexo-me com ela.
Sim, a vida é boa. Ou, pelo menos, a minha vida é boa!
CLOSER
Cada vez mais perto de acabar a sua estadia (ou será estada? Nunca sei…) no Hotel de Luxo Hospital, está a nossa Chefa. Mais uma prova superada com distinção e mais um passo dado (metáfora, ok?) em direcção à recuperação.
A operação correu bem e da parte da tarde, tínhamos uma Tereza esfomeada que ninguém lhe dava o lanche e isso é que não podia ser!
Estava com melhor aspecto que eu, é o que vos digo! Bem disposta mas ainda um pouco ensonada devido à anestesia. Manda beijos e abraços a todos e dará o ar da sua graça em breve.
O MEU PÉ ESQUERDO
OS HOMENS DO PRESIDENTE
NEVER TOO LATE
Dizem que mais vale tarde que nunca!
Shark!
Vi por aqui, numa caixinha, que nasceste por esta hora. Então toma lá os Parabéns com hora certa.
Sexo por muitos e bons
é o que te desejam as cabritas do curral (não lhes perguntei nada mas tenho a certeza que sim ;-)
PARABÉNS BRUCE!!!
NHOC!
Hoje faz anos o Tubarão!
E eu não podia deixar de ser a primeira a desejar-lhe um
feliz dia de aniversário e o melhor ano de sempre!
É cá dos nossos
O ALI AGCA só tem um problema que está prestes a poder ser resolvido - não se chama José Silva.
Fora da cama?! P´ra quê?
Pelo menos eu já fui almoçar um creme de agriões, uma saladinha de polvo e mousse de chocolate, fumei dois cigarritos na laracha e agora vim descansar, que esta vida é muito trabalhosa. E cá estamos, neste quarto frio e inóspito de hospital.
Chatice. Uma verdadeira chatice…
E vocês? Trabalhinho, não?!…
FORA DA CAMA!
Mas onde andam estas alminhas que não vejo posts a brotarem como cogumelos para impressionar a pobre da Chefa, hum?
NA CAMA COM A VOZ
A propósito do post da Peixa (ver abaixo) ocorreu-me abordar essa fascinante temática da voz de cama.
Claro que a única voz de cama propriamente dita será “nhéc nhéc nhéc” quando as molas do colchão até ganem sob a pressão, mas mesmo sem ficar aguadinho por confirmar o pressuposto levantado pela minha jovem parceira de blogue entendi interpretar a referida expressão à maneira do tubarão. As vozes de cama, por norma conotadas com timbres particularmente envolventes, algo roucos, sensuais, constituem um poderoso estimulante para a libido de qualquer ouvinte, com ou sem pila. São um chamariz, um canto de sereia que no mínimo prende a atenção da pessoa e suscita alguma curiosidade acerca do que possa revelar acerca do potencial desempenho de quem canta dessa forma. Ninguém fica alheio a uma dessas vozes quentes que podem seduzir os ouvidos mais sensíveis. Contudo, existe uma outra dimensão em que a bendita expressão se movimenta nas minhas águas.
São as vozes na cama que mais me fascinam. Por este ou aquele motivo, cada um de nós emite determinados sons (gemidos são música celestial) quando o prazer se apropria do controlo fonético da pessoa e nos deixamos de tretas e de vergonhas que só servem para nos inibir.
Claro que isto não implica que, também nisso, existam desafortunados/as cujos sons nessas alturas podem pecar por defeito ou por excesso ou simplesmente reproduzirem a sirene fanhosa de uma embarcação qualquer. Todavia, existe igualmente a voz na cama que não assumo nada menos do que uma fonte suplementar de alegria entre as muitas que nessas circunstâncias a pessoa pode desbundar.
Com a experiência acumulada que uma vida agitada sempre produz, uma pessoa começa a conseguir apurar os sentidos e elevar a fasquia da ambição a patamares que uma sexualidade imberbe não permite ambicionar. E o prazer de escutar surge como um factor adicional de distinção entre o mais ou menos e o excepcional.
É lindo, o som que apenas algumas mulheres, poucas até, emitem quando exprimem a sua voz na cama em todo o seu esplendor. São mulheres que cantam o amor enquanto ele se faz, rouxinóis esvoaçantes sob os lençóis e que se revelam aladas na capacidade de transportarem a pessoa para galáxias distantes que não sentimos como ficção. Soa exagerado, bem sei. Mas é a realidade como a ouço nesses raros instantes em que o destino nos presenteia com vozes na cama que se associam à atitude, ao cheiro, ao toque, à beleza que um rosto e um corpo podem oferecer para proporcionarem (à pessoa) experiências inesquecíveis que não conseguimos dispensar nas existências a valer.
As vozes na cama são os sons do prazer, gemidos e sussurros, mesmo gritos que não queremos de todo abafar. São sons que queremos gravar, para sempre, num espaço discreto do cofre das memórias mais valiosas onde guardamos os maiores tesouros que a vida nos dá.
JAWS
E finalmente percebi porque é que a vidinha académica anda de pantanas… Custou… Eu pensei que era incompetência minha… Inaptidão básica… Falta de estudo porque ando na rambóia no Cabra em vez de estudar… Pura burrice (embora esta me parecesse quase impossível)… Ser feia… Ser antipática… Ser demasiado sexy… Usar relógios da mesma cor das camisas… Ser demasiado alta… Ser demasiado baixa… Ser morena… Ter voz de cama…Mas não!!!
O problema da minha vida académica é simples e pode-se resumir numa única pergunta:
OH SÔ SHARK (sim, o senhor aí bem apessoado e galante que está a assobiar e a olhar para o tecto para ver se passa despercebido como se isso fosse possível em qualquer parte do mundo, arredores e galáxias adjacentes* – PORQUE RAIO É QUE NOS DIAS DOS MEUS TESTES E ORAIS, NÃO HÁ SEXO NESTE ESTAMINÉ??????
* Tou a ver se me garanto para os próximos…
A bicha voadora
Rondou o copo.
Avisei. Disse-lhe para sossegar.
Não quis. Teimosa, insistiu naquele mergulho suicida.
E eu deixei-a ir.
Oxalá tenha tido tempo para se embebedar antes do suspiro final!
Twilight Zone
Levanto-me com dores. Voltei a sonhar que estava a jogar futebol e acordo a meio da noite com uma dor horrível na perna causada por um pontapé mais violento. Tomo um duche que hoje é sofrido e arrasto-me na minha cadeira a cair aos bocados até à sala de chuto para fumar um dos últimos três cigarros que me restam. Encosto-me à janela numa manobra complicada, olho para a televisão e vejo um alien de cabelo amarelo e muita pele branca a sair de um apertado vestido preto de toilette. São dez da manhã. A boca do estranho ser abre-se, as mãos formam um largo circulo, um sorriso esticado à medida do possível afivela-se-lhe no rosto, e as palavras chegam até mim:
- o órgão sexual do elefante… ao menos esse tem trinta e cinco centímetros de diâmetro…
E Lili Caneças continua sorridente, num qualquer programa da manhã, a gabar as virtudes das pilas dos elefantes. Eu acabo rapidamente o cigarro e fujo dali. As minhas debilitadas forças não aguentam tanto.
Digam-me, por favor, que o mundo aí fora continua normal. Por aqui acho que entrei num qualquer universo paralelo…
Fado Prosado
Esperou por ela anos a fio ao fundo das escadinhas que lhe haviam dito ser passagem obrigatória para a mulher que amara acima de todas. Os dias, à espera, olhar brilhante apontado para o primeiro dos degraus onde lhe aguardava um passo que fosse para poder sorrir-lhe outra vez.
Sexo imenso
(Ou imenso sexo, em alternativa. Mal não faz...)
Pára tudo!!!
Malta, eu não sei o que se passa mas acho que deveríamos enviar a ACT investigar isto...
TETRA
DISPOSTA A TUDO
Sou desregrada. Ajo erraticamente. É um defeito, eu sei, mas é mais forte do que eu. Tenho sérias dificuldades em cumprir horários, seguir normas e procedimentos. O que não deixa de ser irónico, pois o meu dia-a-dia consiste em organizar a vida de outros, cumprir prazos e horários e faço-o bastante bem.
Conhecendo este meu ponto fraco, há uma coisa que nunca faço. Nunca faço uma promessa que não possa eventualmente cumprir. Se houver a menor hipótese de eu não cumprir o prometido, não me comprometo. Esta é a única regra e certeza inabalável da minha vida.
Como tal, e uma vez que prometi, ontem lá me meti a caminho.
Entrei tabacaria adentro e dirigi-me, de imediato, à secção das revistas. Mulher Moderna, não… TV Guia, não… Maxmen, definitivamente, não… Maria, era uma ideia mas, não… Linhas e pontos… Bricolage… Casa & Jardim… Voile… Vogue… Atão? Onde está a coisa? Não me digam que esgotou? Okay, eu não queria, mas não me deixam alternativas. Afivela o teu ar mais sério, Mente Maria, e vai lá falar com o menino no balcão, sim?
Mente Quase Perigosa: Boa Tarde.
Menino do Balcão: Boa Tardi (ler com acentuada pronúncia brasileira e simpatia a rodos).
MQP: Não tem a Playboy portuguesa deste mês?
MDB: Claro que sim, beim.
MQP: É que eu não encontro…
MDB: Tá qui, beim, na secção da sacanagem.
MQP (movida por curiosidade sincera): Mas as tabacarias têm secção de sacanagem??? Não sabia…
MDB: Agora já sabi, n’é beim? Fica bem aqui do meu ladinho…
Agarrei na Playboy e na Premiere (que sabe-se lá porquê estava na prateleira da sacanagem).
MQP: Porque é que a Premiere está na secção da sacanagem? Por isso é que eu achava que estava sempre esgotada aqui…
MDB: A genti não tem mais nenhum local para botar. A gente bota aí…
Paguei e saí acompanhada de uma piscadela de olho do brazuca. Ainda pensei acrescentar que a Premiere era para mim e a Playboy para a minha Chefa, mas tenho cá para mim que ele não ia acreditar.
Portanto, Chefa, 3ª poderás ler uma magnifica entrevista com o Mário Crespo e usar a centerfold como moeda de troca para qualquer coisa que queiras dos teus colegas da ortopedia masculina.
Mas por favor, muito favor, muito favorzinho, não peçam mais coisas que envolvam a prateleira da sacanagem que eu costumo ir aquela tabacaria comprar cigarros e por o euromilhões!
Coisas bonitas, e isso...
Muito bonito, aquele post com músicas dedicadas às Teresas que a Sem-se-Ver construiu para a Tereza.
Quese me apeteceu partir também uma perna, só para ver onde é que a Sem-se-Ver ía desencantar músicas dedicadas ao Visconde de Vila do Conde...
(Sem-Se-Ver, eu sei que estas coisas só se dedicam a quem merece...)
Uma geral
A sem se ver acabou de sair daqui. A Mente já passou por cá. Os telefones tocam durante o dia inteiro, a caixa de emails está cheia, as de comentários nem é bom falar.
É bom. É muito bom saber que vocês estão todos por cá. Tenho um trambolho de uma perna esticada na minha frente que não me deixa fazer nada, é desesperante depender de terceiros para abrir uma porta, lavar os dentes, chegarem-me o telemóvel quando está a tocar e mais umas coisinhas que não posso referir que a gaija não gosta de pormenores, mas há muito que não ria tanto como na semana que passou.
Rio até às lágrimas com os telefonemas do Shark (sim, não vou esquecer de escrever na perna, antes de entrar para o bloco, Não Cortar!), com os conselhos da Gaija, com as queixas do Santo que também está coxo e ninguém lhe liga, com o Visconde, o Cyber, a CJ que aposta que até já conhecia a minha voz, e tantos que, todos os dias, me fazem mais uns mimos. Ainda estava estendida na relva, debaixo do Sol, a ser devorada por formigas, com uma perna finalmente balzaquiana, completamente sozinha à espera que chegassem os primeiros socorros, e já o Santo me estava a fazer rir, a Mente me azucrinava aos ouvidos, o estupor do Pedro me perguntava se tinha feito a depilação ou ia para o hospital feita uma badalhoca, fazendo-me esquecer as dores e o tempo que teimava em não passar. Desde aí não tenho parado de rir e ontem, chegada ao Cabra, ainda ri mais. Ri de tal maneira que as enfermeiras foram ver que comprimidinhos andava a tomar. E ri também com o email que o Vasco me mandou de lá de longe, entre dois coffee shops, apesar de estar a ponderar seriamente na sugestão feita
só tu é que consegues cair para dentro duma piscina e partir uma perna ao mesmo tempo, é incrível, mas há sempre a hipótese de pedires uma bolsa ao Instituto Nacional de Estatística, porque [estatisticamente] deves ter entrado para uma franja muito reduzida de azarados, a quem tudo corre mal, e que probabilisticamente constituem uma fronteira, para lá da qual é mesmo MUITO difícil que alguém venha a ter "tantos ou mais azares que tu" : a ideia é ofereceres-te como caso de estudo ou cobaia para que as companhias de seguros e afins possam efectuar estudos e merdas...tens é que cobrar bem, tás a ver?
Tou. Tou a ver a sorte que tenho. E também tou a ver que não consigo agradecer-vos a todos. Que não vos consigo dizer como, ainda mesmo antes de ter net, me liam os posts ao telefone – o Visconde tentou imitar a Tina Turner mas não foi muito bem sucedido… – me liam os comentários, me faziam reportagens quase ao minuto. E riamos, claro.
Não vou responder a comentários antigos e não sei se consigo responder aos emails. Tinha muitos na caixa de entrada e, mesmo tendo todo o tempo livre, vai ser difícil de fazer. Assim, se não se importarem, vou passar directamente para os posts. É que nem imaginam como um hospital pode ser altamente inspirador. Durante uns tempos vou ser a Cabra do Serviço. De ortopedia, claro!
É que não há nada a saber.
Quarto com vista mar, ar condicionado, cama eléctrica, room service, atendimento personalizado 24 horas, televisão, telefone, internet (custou, mas…), sala de fumos e veículo próprio à disposição. Ah!, muitas drogas e algum álcool. ‘Tá-se bem!
E querem mesmo saber como parti uma perna e vim aqui parar? Fácil. Uma piscina, umas folhas a boiarem, uma rede e pés molhados. Estiquei, desequilibrei, patinei, mergulhei e a sacana da perna ficou para trás, a cumprimentar a pedra da borda. Quando se juntou ao resto do corpo já trazia um ângulo esquisito que não augurava nada de bom.
A partir daí foi como nos filmes (aprendi esta com a miúda da cama do lado que começa sempre assim a descrição de como ficou o pé depois de ter tentado saltar de um primeiro andar). E já tive direito a tudo.
Não faço ideia quanto tempo vou ficar por aqui, portanto preparem-se para uma novela com vários capítulos.
Para já, uma reclamação que quase me fez ligar para a TVI. O INEM, claro. Esqueçam os atrasos, as ambulâncias velhas e os gajos brutos. Nada disso. Apareceram num ápice, quase que pediram desculpa antes de me endireitarem o osso e meterem-me a perna numas talas, sim, mesmo como nos filmes!, eram simpáticos, fartei-me de os chatear para me deixarem fumar na ambulância linda e reluzente e confortável, disseram que eu estava muito bem disposta (sacanas, a perna era a minha, não era a deles!…) mas…. Raio de vida onde tem sempre de haver um mas…. Então não é que ando de ambulância pela primeira vez na vida, faço mais de trinta quilómetros, e não ligaram o tinoni? Eu, que me desvio sempre e encosto quando oiço uma ambulância, não tive direito a um grande banzé e tinónis por todo o lado mais aquela outra buzina mais lixada que é quase um ou sais da frente ou apanhas? Não acho certo e foi por um bocadinho, um bocadinho mesmo, que não liguei para a TVI e para a Srª. Dª Manuela. Sim, que ambulâncias que não fazem tinóni são um escândalo nacional e a culpa só pode ser do Sócrates.
YESSSS!…… Já tenho a p**** da placa.
Depois de ter ameaçado de morte quase todos os operadores do apoio de clientes.
E agora vou ver o que andou por aqui, que ainda não li nada, e já volto.
Já lhe entregaram a p*** da placa???
Chefa, espero que te faça soltar umas gargalhadas... e, já agora, um sorriso também :-)
Que tu és, e bem o sabemos, de todos e de ninguém: de ti mesma.
(é essa a tua força, miúda.)
Além de que ir à praia ser teresa da dita pendurada numas muletas vai botar cá um charme!!
Beijoca de melhoras e rápida recuperação da
sem-se-ver
Sexo tremendo
(No sentido sismológico da cena.)
DON’T SAY A WORD
Se há coisa que me surpreende sempre nesta coisa dos blogs e afins, é descobrir que alguém próximo, e que seria a nossa última aposta para estas lides, também se relaciona virtualmente. Não por o fazer, mas pelo que descobrimos dessas pessoas, pelo que não sabemos daqueles com quem convivemos diariamente e de quem temos uma imagem, uma opinião, e que pode estar errada.
A conclusão a que chego é que somos todos iguais, todos sentimetalões que acreditamos em coisas profundas mas que, por vezes, não as podemos expressar e, outras vezes, não as conseguimos encontrar no dia-a-dia, não as conseguimos ver a olho nú sem o filtro encantador do anonimato e do pseudo-desconhecimento.
Como dizia alguém no outro dia acerca do post da CJ sobre as vozes, será isto que os sociólogos, psicólogos e psiquiatras do futuro estudarão e eu, tenho cá para mim, que vai ser uma matéria que eles vão adorar.