28 Dias
672 Horas
40320 Minutos
2419200 Segundos
Todos só para mim!
É favor prestar atenção apenas à parte em que o mocinho grita: freedom, freedom, freedom, que não faço a mínima ideia onde está. Se calhar, o melhor é não ouvirem nada!!!
Para derreter!
Do concerto (I)
Pensei que era no Hallelujah que me ía emocionar, afinal é no Hallelujah que o tipo das luzes ilumina o público e, é dos livros, o público quando se sente iluminado, tende a perceber que é a altura para libertar as emoções, afinal as luzes estão ali acesas precisamente para isso mesmo, levamos uma vida a ser treinados para libertar as emoções quando está toda a gente a ver, é isso e apanhar lixo do chão e deitá-lo no caixote, se não estiver toda a gente a ver não tem impacto, emoções libertadas quando não está ninguém a ver não são emoções, as emoções têm que ser libertadas em grande estilo, têm que ter audiência, olhem que emotivo que eu sou, coração quente, e tal, vejam, vejam bem, eu sou emotivo, o Halellujaj liberta-me as emoções, quem não vibra depois do Hallelujaj é um coração de granito, caramba, o tipo das luzes até colocou os focos no público, há-de ser um sinal.
Pensei que era no Hallelujah que me ía emocionar. Mas não foi, emocionei-me foi no So Long Marianne.
Brain Damage
Afastou-se daquele corpo indesejado que era o seu, sem olhar ao caminho que percorreu. Com a alma, cada vez mais distante, daquele corpo que rejeitava, cada vez mais indiferente, a ver ao longe o invólucro vazio que abandonava agora ao frio de uma madrugada qualquer.
PASSIONS
Quando pensei que estava curada, veio o Ensaio Geral e o desgraçado do Padre voltou a instalar-se neste cérebro mínimo pelos dedos hábeis do Santo.
Chegados ao Encontro Geral, a Chefa decide que o que é mesmo bom de viver dentro do meu crânio é o "doidas, doidas, doidas andam as galinhas" (não, não perguntem porquê porque eu estou farta de vos dizer que há perguntas para as quais nós não queremos saber a resposta) e eu começo a pensar que esta gente é perigosa e que, de facto, a net é o ponto de encontro de psicopatas.
É que isto das músicas funciona no meu cérebro de forma muito estranha. Ás vezes, parece que se entranha – muitas vezes, só um verso ou um refrão – e passa em repeat, over and over and over again. Sempre foi assim. Há uns anos, ouvia alguma coisa na rádio e começava a desgraça. É que eu não conheço vozes, nem tenho sorte naquela coisa de esperar para ouvir quem é o artista. E a tal da melodia instalava-se no meu cérebro e lá pegava eu na minha querida Fi e adentrava a Valentim de Carvalho do Oeiras Parque e lá lhe implorava que cantasse a música ao empregado (é que eu sou tímida, embora não pareça…). Ele que já nos reconhecia, suportava o sacrifício e apressava-se a reconhecer a música e a colocar-me o cd nas mãos. A última vez que a ‘obriguei’ a isso foi com o cd da Billie Meyers. E estávamos ambas convencidas que quem cantava a música que me fascinava (Kiss the rain) era um homem. Portanto, eu diria que fechámos com chave de ouro o ciclo de actuações na Valentim…
Portanto, acho que é claro que a música se entranha em mim. Eu não percebo nada de música, entenda-se. Além disso, sou dura de ouvido como um penedo. Mas a música transporta-me. Faz-me reviver fases da minha vida. Faz-me sonhar. Faz-me pensar em pessoas que associo àquele trecho em particular. Fica a fazer parte de mim.
É portanto, altamente destabilizante quando uma música ‘entra’ na minha cabeça. Como daquela vez que andei uma semana a cantar o ‘tenho uma lágrima no canto do olho’ e acreditem que esta é a única parte da música que eu conheço. Eu já não me podia ouvir a mim própria.
Anteontem, no entanto, vejo pegarem numa música. Só que desta vez, em vez de a introduzirem na minha cabeça, sinto-a antes a sair das minhas recordações. Sinto o cheiro de mar e de juventude quando relembro os primeiros acordes. Revejo o meu quarto de adolescente e sorrio à jovem sonhadora que lá habitava. Vejo o tempo avançar e sinto o peso do Complete Works of Shakespeare que me acompanhou na faculdade e que tinha uma declaração de amor logo no inicio feita por uma paixão da altura e fico triste por esse livro ter desaparecido. Releio, mentalmente, Virginia Wolfe, Goethe, Schiller, sento-me novamente na Távola Redonda e sonho com um futuro risonho e brilhante. Sinto a menina que fui caminhar a par com a mulher que sou. Reconciliadas e em paz como que cada uma perdoando à outra os erros que cometeram.
Ao fundo, enquanto elas riem baixinho de amores passados, dos sonhos que acalentam agora e contemplam embevecidas o herdeiro das duas, ouve-se a voz do Rui Veloso a empenhar um anel de rubi para apenas concluir que não se pode amar alguém que não ouve a mesma canção…
Pssst! Ó Sô Visconde!...
Só pra lembrar que o dia 31 de Julho se aproxima a passos largos...
Leitura para férias
E porque neste blog também gostamos de zelar pela cultura, deixo a sugestão de um livro. Da autoria de António Policarpo da Silva foi publicado pela primeira vez em fascículos em 1802, mas mantém toda a sua actualidade. Chama-se A História de Um Piolho Viajante e apesar de ter como sub título Dividido em Mil e Uma Carapuças não passou de setenta e duas, o que dá alguma esperança às nossas cabeças.
Lembram-se da conversa do outro dia?
Perguntar não ofende
Cada pessoa possui mecanismos de desejo e critérios de avaliação distintos, possui uma percepção muito sua do que um parceiro sexual representa. Para além disso, existem as emoções e o seu peso indesmentível na forma como sentimos o outro.
E ainda entram a jogo os impulsos do momento, as conjunturas (a ocasião faz o ladrão...) que nos levam a literalmente abraçar determinada pessoa sem termos sequer uma definição clara daquilo que a faz.
Ou seja, acaba por ser quase impossível obter um consenso na hora de explicar o que nos move, o que nos empurra para esta ou aquela pessoa que (tantas vezes...) nem possui o perfil que encaixa no padrão que entendemos ideal.
Contudo, deixo o estudo do sexo dos anjos para outra oportunidade.
O intróito serviu apenas para vos ilustrar a multiplicidade de variáveis que nos influenciam na selecção dos parceiros e que em boa medida impossibilitam qualquer tipo de conclusão universal, até porque em matéria de sexo somos todos algo imprevisíveis quando confrontados com a conjugação “perfeita” das situações e das emoções que por vezes nos cegam.
Essa visão toldada que por vezes nos encaminha (prá caminha) rumo a alguém que nem seria a nossa primeira opção não parece, no entanto, diminuir a nossa capacidade de avaliação daquilo que experimentamos com outras pessoas e, acima de tudo, daquilo de que gostamos e temos por certo como a nossa preferência. Conseguimos sempre formular uma opinião acerca do que vivemos com alguém na cama e acabamos por fazê-lo à luz da tal noção que é só nossa do que tomamos por melhor para nós.
E agora, para acabar com a conversa de treta e porque o que eu queria mesmo saber era isto, coloco-vos a questão:
o que distingue afinal uma boa cama? (E não me venham com as madeiras em mogno e os colchões ortopédicos...)
PROMISES
E deixo-vos apenas uma amostra da reportagem fotográfica.
Com portugueses assim, a Pátria está fundida...
De acordo com um estudo qualquer daqueles que já raramente nos deixam boquiabertos, são já 40% do total os portugueses apologistas de uma federação ibérica.
LETRA E MÚSICA
Data: 29 de Julho de 2009
Completamente de acordo
Programa de massagens em escolas previne violência.
BASTA
A lei em questão prevê apoios no arrendamento de casas para as vítimas de violência doméstica e o afastamento da mulher em relação ao agressor. Com a nova lei, há um critério nacional que atende às necessidades das vítimas que são muitas vezes «obrigadas» a sair de casa devido à violência de que são alvo. À ajuda na saída da residência, junta-se ainda o auxílio na transferência de emprego, que muitas vezes é necessária e o direito à urgência nos pedidos de rendimento social de inserção, assim como acesso preferencial a formação profissional.
Esta lei vem ainda pôr fim à polémica na detenção dos agressores. Agora, os suspeitos voltam a poder ser detidos fora de flagrante delito, o que não acontecia desde a entrada em vigor do novo Código de Processo Penal. O diploma prevê também outras medidas de coação para o agressor nas 48 horas seguintes à queixa de agressão, como por exemplo, não ficar na residência do casal ou não contactar com a vítima.
Só em 2008, houve registo de 40 mulheres que morreram vítimas de violência doméstica e a APAV registou 16.832 casos.
E eu continuo a interrogar-me sobre o porquê de estas pessoas não fugirem? E digo pessoas porque neste número grande estão incluídos homens. Claro que a percentagem é minoritária mas existe.
Eu, uma vez, tive medo. Uma única vez. E só temi. E isso fez toda a diferença na minha vida. O que leva uma pessoa a suportar anos e anos e anos de sofrimento? Como pode alguém ser tão rebaixada e tão humilhada ao ponto de achar que essa deve ser a sua vida? Como se pode viver conjugalmente com o medo?
E depois faço a pesquisa para este post e vejo comentários a artigos de jornais de pessoas que acham normal as mulheres apanharem uns tabefes - como este abaixo - e acho que, de facto, eu é que sou lírica…
Vale a pena
Ir até ao 31 da Armada ler o Rodrigo Moita de Deus em directo da blogoconferência com José Sócrates.
Trivialidades. Pfffft...
I.
Pena de 14 anos de prisão por matar os dois irmãos.Manecas, o meu amigo Manecas.
O Manecas é o indivíduo mais lento de raciocínio que conheci em toda a minha vida e, faço notar, sempre tive uma tendência fulminante para me cruzar com tipos de raciocínio lento (já com as mulheres, a coisa é diferente, parece que o meu destino é cruzar-me com mulheres de raciocínio certeiro e, pior, de raciocínio brilhante. Com excepções, lá está...). Mas o Manecas era tão absolutamente desprovido de qualquer centelha de inteligência que todos tínhamos por ele um sentimento de protecção, como se o simples facto de existir alguém tão falho de inteligência nos contaminasse a todos e prejudicasse a evolução da espécie. O Manecas copiou por mim todo o exame final de Termodinâmica e Fluídos, o Manecas fazia parte dos meus grupos de trabalho e tudo o que lhe pedíamos era que ficasse calado e não se esquecesse de trazer a garrafinha de Jotabê que havia de nos iluminar a noite, o Manecas foi o tipo que estava sorridente no final de um exame de Complementos de Matemática, porque tinha respondido a todas as perguntas e tinha acabado antes do tempo. No final desse exame, toda a turma estava de má cara, o exame tinha sido difícil, os tipos mais geniais da turma aspiravam a pouco mais que um onze, eu próprio contentar-me-ía com um catorze ou um quinze. O Manecas respondeu a todas as questões. E teve zero, o Manecas sorridente porque tinha respondido a todas as questões, errou completamente todas as perguntas. O Manecas era o bombo das meninas da escola, muitas vezes tive que intervir para parar as armadilhas que lhe estendiam, o Manecas do alto do seu metro e noventa, olhos verdes esbugalhados, e elas a contar-lhe histórias de primas ninfomaníacas que haviam de gostar de o conhecer a ele, Manecas.
Fui-me cruzando com o Manecas, casualmente, pela vida fora. O Manecas foi o único que não terminou o curso e começou a trabalhar com o pai, que tinha umas vinhas para os lados de Torres Vedras. O próprio pai acabou por dispensar o manecas dos trabalhos de gestão da vinha, tal era a tendência do Manecas em insistir que Porsches e Mercedes eram muito melhor investimento que tractores e pés novos de Cabernet Sauvignon. Sempre tinha uma história para contar, o Manecas, ainda ontem tinha atravessado o carro à frente de uma rapariga nuns semáforos, tinham parado um ao pé do outro, ele olhou para ela, ela sorriu, ele arrancou ainda o semáforo estava vermelho, saiu do carro, que estranho, ela correu a janela com ar assustado, ele ía só convidá-la para sair, ela era tão bonita. Ou então contava-me como tinha ido a uma qualquer aldeia em França à procura de uma rapariga com quem se tinha cruzado num bar, ela tinha-lhe dado um nome e uma localidade, ele havia de encontrá-la. Não encontrava, mas depois cruzava-se com outra rapariga absolutamente incrível no avião e lá começava mais uma aventura do Manecas.
Hoje fui almoçar com o Manecas, vai casar-se e queria entregar-me o convite em mão (afinal não se esqueceu da minha ajuda naquilo da Termodinâmica...). Apresentou-me a futura mulher. Loura, sorridente, mestrado em Engenharia Química, presidente de uma companhia qualquer, uma start-up de sucesso, conduzia um Jaguar clássico, excelente conversadora, linda de morrer, olhos luminosos como nunca vi, corpo perfeito, vestido de saia-casaco de bom corte, sentido de humor fino, estivemos à conversa quase duas horas, o Manecas embevecido a olhar para nós, a tentar apanhar a relação entre a produção de hidrogénio e a dessulfurização dos gasóleos.
O Manecas vai casar com uma mulher assim. E eu fiquei a pensar que o mundo é um lugar estranho.
E se o Capuchinho Vermelho tivesse sido atacada ontem em Portugal, como seriam as notícias?
Jornal da Noite (TVI)
A insegurança é uma constante nas florestas do país, José Sócrates é o principal responsável pela retirada de agentes da autoridade e menina é barbaramente atacada por animal pedófilo. (segue-se a entrevista à "amiga de Capuchino, "tia-avó de Capuchinho", "antiga educadora de infância de Capuchinho, ...)
24 Horas
Horror na floresta. Menina é retirada ensaguentada do estômago de animal feroz. O animal foi abatido no local.
Playboy
Capuchino Vermelho, como você nunca a viu
O Jogo
Lenhador, adepto do Futebol Clube do Porto, arrisca a vida para salvar menina de vermelho.
Bola
Drama e tragédia em treino na floresta. Jorge Jesus hesita entre Moretto e Moreira
Record
Quem tem medo do lobo mau? Liedson renova por dois anos, mais um de opção
Maxmen
Consiga uns bíceps de lenhador em menos de uma semana. Leia no interior.
Revista oficial do ILGA
Lenhador mostra como se usa o instrumento (Reportagem fotográfica)
Caras
Mãe de Capuchinho vermelho abre-nos a porta de sua casa
National Geographic Magazine
Tudo o que você tem que saber sobre o lobo ibérico
Revista Caça e Pesca
Zagalote ou carabina. Qual a melhor arma para atirar a matar num lobo?
Expresso
Veja a infografia do percurso de Capuchinho Vermelho na floresta
Jornal Avante
Capuchinho Vermelho é violentamente atacada por animal feroz e é salva por um camarada lenhador, representante do proletariado. Exigimos transportes públicos na floresta. A luta continua.
Jornal i
O i mostra-lhe outro ponto de vista. A avozinha estava num lar de idosos ilegal e tinha regressado a casa há menos de uma semana.
(podem contribuir nas caixas de comentários...)
Continuando a falar de visitas
Estas deixam-me (também) intrigada…
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Quase ao jeito de La Fontaine
Tenho nojo de aranhas. E digo nojo para não dizer medo, horror, pânico, fobia e mais uma resma de adjectivos desnecessários porque acho que já me fiz entender. A minha mãe tem nojo de aranhas. Os meus irmãos têm nojo de aranhas. A minha avó tinha nojo de aranhas.
Vivo bem com cobras, baratas, ratos, centopeias, escorpiões, sapos e mais uma enorme quantidade de bicheza que pode não me agradar mas não me paralisa, não me faz suar frio, não me deixa quase descontrolada. Trato-lhes da saúde e continuo, não dedicando muito tempo ao assunto. Com aranhas a coisa fia mais fino. A reacção física é incontrolável e é preciso fazer uma quase auto-hipnose para segurar o grito dentro da garganta e conseguir mexer os membros. Em caso de necessidade absoluta, digo, necessidade absoluta!, até as mato mas se encontrar uma às três da manhã ainda pondero primeiro fazer uns telefonemas com pedidos de ajuda.
A última vez que tive de defrontar uma bicha destas foi no quarto das miúdas. Elas e uma amiga dormiam a sono solto e foi quando tentei fechar melhor as cortinas que a vi. Era grande, peluda, um pesadelo preto instalado na barriga de um urso de peluche caído atrás da mesa de cabeceira. Não sei quanto tempo fiquei gelada, no meio do quarto quase às escuras, a tentar decidir o que fazer. Acabei por a matar mas não recordo qualquer pormenor, que esse tipo de coisas é rapidamente varrido da minha memória. Correu bem, dessa vez. Fui capaz de, num esforço quase sobre humano, gritar em silêncio e elas não chegaram sequer a acordar. Consegui protegê-las dos meus medos que não têm, não deviam, ser os delas, mas nem sempre é assim, apesar de ser assim a maior parte das vezes. Esteja eu mais descontraída e seja apanhada de surpresa e o grito sai mesmo antes de conseguir pensar. E foram seguramente todos os gritos que ouvi que me fazem gritar a mim e foram todos os gritos que as minhas filhas ouviram que as fazem gritar a elas. Gritos que saíram antes de os conseguirmos parar, ao contrário dos outros todos que nos ficaram presos nas gargantas por respeito a quem nos merece o maior respeito de todos - os nossos filhos.
Não me lembro de alguma vez as ter sentado no colo e lhes ter contado histórias tenebrosas de aranhas. Não me lembro de lhes ter dito que eram bichos perigosos, que nem o são, não me lembro de lhes dizer para fugirem a sete pés se virem uma. Não me lembro de lhes ter dado uma única razão para terem medo não me lembro de, conscientemente, as ter influênciado. Tentei sim esquecer os meus medos e em excursões national geografiquianas lhes ter mostrado as inúmeras qualidades das aranhas. Mas nada disto é racional, nada disto é uma escolha minha. Nada disto é uma escolha delas que me têm a mim como única referência e, mesmo não o querendo, me imitam. Foi assim que aprenderam a falar como eu falo, a usar os talheres, a não gostar de calão, a ouvir Sérgio Godinho, a terem medo de aranhas.
Tenho consciência que foram as minhas atitudes que lhes provocaram este medo, tal como sei que foram as da minha mãe que provocaram o meu e as da minha avó que levaram ao dela. Mas conseguirei eu viver vinte e quatro horas por dia absolutamente controlada de forma a não deixar transparecer nunca uma das minhas maiores aversões? Será humanamente exigível pedir que nos seguremos de tal forma que uma criança, e logo uma criança, não consiga perceber uma única das entrelinhas do nosso sentir? Isso fará de nós más mães ou maus pais? Deveremos nós ser castigados e, pior ainda, deverão as crianças ser castigadas? Não haverá formas mais justas, e mais inteligentes, de lhes mostrarmos que afinal as aranhas até podem ser boazinhas e que não devem ter medo ( pensamento arrepiante este, mas concedo…), apesar da mãe ou o pai terem? E se elas não conseguirem ultrapassar esta fobia, como eu duvido que algum dia fosse capaz de o fazer, não será de respeitar sem violentar?
Esta longa conversa, ou paleio, ou o que lhe queiram chamar, vem a propósito desta notícia.
O Instituto de Apoio à Criança recebeu, nos últimos tempos, um conjunto de apelos de pais relacionados com decisões judiciais sobre" casos rotulados de síndrome de alienação parental" . Ou seja, em que os juízes consideram que um dos progenitores manipulou a criança para a colocar contra o outro, impedindo o seu acesso ao filho. Foi este o motivo invocado por um juiz para retirar à mãe uma criança de sete anos, em Fronteira, que está há um mês internada numa instituição, sem poder falar com a família.
Sem querer pronunciar-se sobre casos concretos, a presidente executiva do instituto, Dulce Rocha, considera ser aconselhável "uma investigação mais rigorosa destas situações" pela Justiça. Porque, nalguns casos, alerta "poderá haver razão fundada da criança para se recusar a ver o pai ou a mãe". A recusa persistente dos filhos, defende, "tem geralmente outras razões. Porque quando não existem outros motivos a atitude de recusa é normalmente ultrapassada com a intervenção terapêutica".
GONE BABY GONE
Em 1994, Megan Kanka, de 7 anos, foi raptada, violada e assassinada por Jesse Timmendequas, um reincidente em crimes sexuais. Timmendequas havia-se mudado recentemente para a casa em frente à de Megan - onde vivia com mais dois ex-condenados por crimes sexuais – quando o crime sucedeu. Timmendequas foi condenado à morte e aguardava a execução quando, em 2007, a pena capital foi abolida no Estado de New Jersey. Timmendequas encontra-se a cumprir prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
A família de Megan alega nunca ter sabido do passado dos vizinhos, embora a maioria dos vizinhos próximos tivesse consciência do passado criminoso de pelo menos um dos habitantes daquela casa, Joseph Cifelli, que já vivia no bairro há 6 anos. A mãe de Megan continua a manter que caso tivesse sabido da condenação anterior de Timmendequas teria avisado Megan para que se mantivesse longe dele.
Os pais de Megan criaram a Fundação Megan Nicole Kankas sob o lema de que “Todos os pais têm o direito de saber se um predador sexual vai viver para perto de sua casa”. Após a criação da fundação, lançaram uma petição, que angariou mais de 400.000 assinaturas, onde exigiam a criação de uma lei para esse efeito. A lei foi aprovada passado 89 dias.
O Estado natal de Megan, New Jersey, foi o primeiro a aprovar a lei que é até hoje conhecida popularmente por Lei de Megan sendo depois seguido pelos restantes estados norte-americanos.
A Lei de Megan exige que as autoridades disponibilizem aos cidadãos uma lista conhecida como Lista de Megan (e foi este o termo que eu ouvi no CSI uma destas noites e que me deixou curiosa e desencadeou toda esta pesquisa) e que contem o registo dos indivíduos condenados por crimes sexuais. Cada estado decide por si que informações devem constar das respectivas listas e qual a forma como será difundida. É comum a informação conter nome, foto, morada, tempo da pena e natureza do crime praticado. As informação são comummente encontradas em sites de internet (como podemos ver neste do estado da California) mas também podem ser publicadas em revistas, distribuídas em panfletos ou divulgadas por qualquer outro meio que a lei preveja.
A lei estabelece que o seu objectivo é a protecção das pessoas e não a punição dos ex-criminosos, proibindo o uso da informação com o intuito de assediar ou praticar qualquer tipo de crime contra os mesmos.
Achei que era uma achega interessante a juntar à discussão dos últimos dias acerca de penas e direitos, liberdades e garantias.
DIÁRIOS DA BÓSNIA
Tenho uma série de posts imaginários que vagueiam na pasta dos rascunhos da minha mente.
E ainda me admiro de andar com o neurónio todo flipado…
O velho slogan do PSD volta a fazer sentido
“Hoje somos muitos, amanhã seremos milhões” e Manela Ferreira Leite não podia deixar de dar o exemplo.
( Também há que reconhecer que esta só pode ser uma estratégia vencedora. Já estou a ver os cartazes com a frase que fará virar o sentido de voto “Manela, a candidata imune”. Aguarda-se a reacção de Portas, mas parece que mandou actualizar de imediato as fichas dos militantes centristas na esperança de ter gente suficiente para uma “swine flu party”).
José Mendonça, assessor de imprensa de Manuela Ferreira Leite, confirmou ao DN que a líder do PSD "encontra-se em casa com gripe. Mas não é gripe A", tendo cancelado a agenda política de ontem.
José Mendonça desconhece se Manuela Ferreira Leite fez o despiste da gripe A.
Pareço uma barata tonta
SUSPENSÃO DO AVASTINPrediger no Porto para os testes médicos
Lyon anuncia Cissokho por 15 milhões
Roche anuncia programa para acelerar acesso ao Tamiflu
Sou só eu ou nestes últimos tempos vocês também têm dificuldades em perceber se estão a falar de um jogador de futebol ou de um medicamento?
Sexo aprovado
Porque se é aprovado é porque é do bom e porque a malta hoje nem quer ouvir falar em reprovações!
O Peter também lá terá estado?
Acho que já contei por aqui a história do Peter, ou pelo menos a que sei porque foi contada a mim. Do Peter, durante muitos anos, só conheci as histórias e a fotografia de meio corpo que estava no quarto que hoje é o quarto de hóspedes, mas o cabelo loiro encaracolado e os óculos redondos encantaram a minha meninice.
O Peter foi um dos tais “meninos austríacos” que hoje o Cavaco recebeu. Chegou a casa dos meus avós no pós-guerra para ser mais um filho para além dos outros seis e trinta anos depois, quando voltou àquela casa que já não era a mesma porque já era “a nossa”, explicava de cor o que estava aqui e ali, qual o lugar do “paizinho” e da “mãezinha” na mesa grande da sala de jantar, como estavam as camas naquele quarto que foi o dele e o David, o filho que veio conhecer este lado diferente da infância do pai e que tinha exactamente os mesmos sete anos que o pai Peter tinha quando por lá passou, olhava como se de um museu se tratasse a casa que nada lhe dizia e pedia num alemão que eu tive de começar a perceber para o levar a “spielt mit machines” nos flippers do café que o pai lhe tinha mostrado e que era o mesmo, com umas máquinas a mais, a que o pai dele costumava ir com o meu pai.
Mas com as histórias do Peter chegaram-me as primeiras histórias de guerra que ouvi e arrepiava-me olhar para o miúdo loiro das fotografias e pensar que se escondia em pânico debaixo dos móveis quando ouvia foguetes ou trovoada e que fazia da colher uma bomba deixando-a cair em cima do prato da sopa com todos os outros miúdos da casa instruídos para nem um ai dizerem. Assustava-me sobretudo a tal guerra que fez com que aquele miúdo da minha idade tivesse de ir para longe dos sítios dele, dos pais dele, para ali, naquela terra do fim do mundo, poder ter o que por lá não tinha, comida e tranquilidade.
O Peter, mesmo sem nunca o ter visto, fazia parte da minha família e ele, pelos vistos, sabia disso. E tenho a certeza que este e os outros Peter todos que por cá passaram não se esqueceram deste país estranho e desconhecido onde as pessoas primeiro não os percebiam mas onde passaram a ser mais um deles no exacto momento em que entraram em casa.
E hoje o meu medo é que tenhamos deixado de ser pessoas como aquelas que há 50 anos, apesar de casas cheias e muitas vezes pão contado, abriram as portas aos filhos dos outros só porque eles estavam a precisar e que ficaram, para sempre, a ser a “mãezinha” e o “paizinho”.
CHOCOLATE
E aqui anda uma Peixa triste, sozinha, farta de estudar, carregadinha de carências… E, principalmente, a saber que algures por aí foi feita uma mousse especialmente para ela. E o que é que acontece? Nada! A mousse lá está, sozinha como a musa que a inspirou, e eu aqui estou. Que é como quem diz: a boca cheia de pastilhas de menta e ninguém para beijar.
Salva-me o geladito que o Santo – no Encontro Nacional, mais parcimonioso com as suas t-shirts – carinhosamente depositou no meu congelador.
Tu és realmente digno do nome, Santo…
Fly High
Foram detidos dois pilotos, um comissário e uma assistente de bordo de linhas aéreas portuguesas por tentarem fazer entrar pela surra no país um carregamento de 20 quilos de cocaína.
SE É 69, É O SHARK QUE POSTA
Já repararam bem na cena da malta que segue o Cabra? Já são 69 e chamou-me a atenção precisamente a adesão que nos permite contabilizar as coisas dessa forma tão... recíproca.
Rule Britannia, Britannia rule the waves
E depois é assim, uns nascem para mandar e outros para serem mandados.
A Terra dá voltas, o Sol parece que também, mas nada muda o que tem de ser e o que tem de ser já se sabe, tem muita força. E ontem até o Presidente dos Estados Unidos da América, um tal de Obama por todos amado, não o outro, o Bush Puppet on a String, percebeu que uma dona de casa, gorda, feia, com duplo queixo, cabelo desgrenhado e escocesa, chega e volta a mandar. Mais, muito mais, que o Mr. President, que teve de amochar e pôr-se na fila se quis ser ouvido. É que Obi, tu desculpa lá, mas horário nobre não temos, está esgotado, se quiseres uma horita mais cedo está tudo bem portanto muda lá a tua agenda, que deve ser coisa pouca e tens muita gente a ajudar, que a senhora já cá está e sabes que parece que até mudou de penteado e se não está linda de morrer está pelo menos em condições de dar mais saúde ao povinho do que as reformas que tu queres fazer. Exclusivo, topas?
É do caraças, não é? Os gajos andam mais de duzentos anos a pôr-se em bicos dos pés, pensam que passam de servos a amos, mandam em tudo e em todos, dão-se ao luxo de mostrar que estão tão firmes e hirtos na sua Bill of Rights que podem ser benevolentes e entregar as chaves da casa a um neto do Pai Tomás, porque eles nem nunca souberam o que é isso de olhar de cima e os pretos, ou os negros, ou os afro qualquer coisa como agora dizem só porque parece melhor porque no fundo no fundo nem pensar em com eles casar as wasp filhas, sim, esses nunca tiveram de andar nos bancos de trás da grande civilização americana que de democracia percebem os sobrinhos do Sam e podem, a bem ou a mal, dar lições aqui à malta nem que seja com umas bombas, colaterais claro!, e depois chega a outra e embasbacam frente às televisões, mandam o Presidente orgulho da nação sentar-se caladinho e quietinho e ouvir também, que a senhora é importante, muito importante, vem lá das terras da Rainha e traz com ela o cheiro inebriante do Grande Sonho Americano, o sonho de um dia terem uma única estrela na bandeira, a estrela que tem o nome deles.
Cambada de parolos. E nós, cada vez mais fiéis súbditos destes outros súbditos envergonhados, que vergam perante um poder de comando de televisão mas que teimam em querer dar lições de liberdade ao mundo, vamos trocando o bitoque pelo hambúrguer que o nosso Tio da América um dia nos deu a provar.
Maravilhoso Mundo Novo, Maravilhoso!, eu te agradeço a amizade e a companhia, tu és a amigo quando há dor, és confidente no amor, quero dizer-te que sem ti não existia!
Susan Boyle "força" Obama a antecipar comunicação
Do aniversário
A verdade, mas mesmo a verdadinha, é que gosto de ser mimado. Bem sei, não parece nada, o copo com o Old Bushmills sem gelo numa mão e o Cohiba Lanceros na outra deixam-me as mãos sempre ocupadas, cortam-me as oportunidades de abraçar pessoas só porque me apetece.
Mas hoje, principalmente hoje, não posso e, principalmente, não quero deixar de dizer a todos vós que é uma delícia ter as vossas atenções e o vosso mimo. A todos os que comentaram os posts "da celebração do meu anivesrário" (Elle, obrigado...), um muito obrigado. A sério.
Mais em especial, um abraço mais apertado à Xica, a melhor e mais eficiente ajudante de cozinha que se pode ter, que me derreteu o meu velho e combalido coração até à quinta casa decimal. Xica, foi muito bonito. E ficamos por aqui, já se me começa a tremer a voz e, já se sabe, aos Viscondes nunca se lhes treme a voz em público.
A SSV é um caso à parte. A Juke que me dedicou é uma sucessão de piscadelas de olho, uma fotografia de discussões sadias que fomos tendo ao longo destes últimos tempos, a SSV, perdoem-me a presunção, é das poucas mulheres que me põem em sentido quando começo a discutir música e cinema, acho sempre que sei, nates de a SSV me demonstrar cientificamente que afinal não sabia assim tanto como isso. Da SSV espero sempre tratamento de luxo, é o que é. E a SSV é um caso à parte, não sei se já vos tinha dito.
A Mente e a Tereza, lá no fundo, têm alguma consideração por mim. Admito, estou a exacerbar, isto é tudo dos nervos. Mas dedicarem-me, cada uma delas, um post de aniversário é obra, ainda nem estou em mim.
A todos vós, Shark, Calamity, Santo, Jovem Senhora do Norte, companheiros desta casa, um muito obrigado pela vossa paciência e por não se terem esquecido do dia de hoje.
Aos nossos queridos comentadores, Elle, Cyber (cada vez gosto mais do Cyber, pá...), Ana T, muito obrigado pelo vosso carinho, pela gentileza que se sente nas vossas palavras.
THE SHOW MUST GO ON
Aparentemente, esta notícia corre o mundo e surge de tempos a tempos num qualquer jornal em diversos países. A lenda deu mesmo nome a um livro do autor Alex Boese que, aparentemente, dedica a sua vida a estudar mitos urbanos que compilou neste livro.
A minha questão é: e continuamos a chamar-lhes mitos urbanos? Estes que não calcorreiam as ruas das cidades mas antes surfam as ondas da net?
Disseram-me que fazia anos
para o caso de não ter percebido as motivações profundas e complexas desta cuidada e suada selecção:
1. Inicia-se a juke com um clarividente balizamento das fronteiras ideológicas e políticas que devem orientar a sua vida. Não se dê o caso de vc andar esquecido!
2. Lembra-se? Foi utilizada numa publicidade a um carro. Não, não era o Bentley... Era muito mais ao seu jeito: Renault Clio! Hum. O slogan declarava que Size Matters. Hum.
3. Ah... pois... toda a minha solidariedade compassiva... novo ciclo de 18 anos decorre, mas estarei cá para o consolar a cada ano que passe e em que o FCP continue a somar títulos...
4. Porque... Leão? Só se for este...
5. E esta a única concessão que lhe poderia fazer quanto ao xaroposo do Rodrigo Leão.
6. Se, quanto a este senhor, não se trata de concessão, fi-la de uma outra maneira: gosto mais do Que c'est triste Venise mas, vá..., quem faz anos é você e li num dos seus múltiplos blogs que é a sua preferida do Aznavour...
7. A noite passada, rapaz, A Noite passada do Godinho é que é a mais bonita canção de amor do cancioneiro português. Mas magnanimemente lha ofereço, com a devida vénia - ao seu bom gosto, à canção e à enorme Amália.
8. Esta não precisa comentário.
9. Mas esta sim: porque se não for eu a dar-lhe bons conselhos vc andará sistematicamente a fazer asneiras por aí.
10. Ora, se não os seguir, elas não lhe cantarão esta ao ouvido numa qualquer dança que lhe concedam. Porque aprenda, rapaz: elas é que lhe concedem a dança.
vá. tome lá um beijo e não diga que não vai daqui.
SSV
SR. VISCONDE À RECEPÇÃO, POR FAVOR...
Porque no fundo, no fundo, nós sabemos que o que a Marylin queria mesmo dizer não era President. Mas também sabemos que as mulheres ficam assim... Tímidas... Resta-nos a nós fazer a tradução correcta e colocar preto no branco aquilo que ela realmente queria dizer:
HAPPY BIRTHDAY, MR. VISCONDE!
De sexo não percebo nada...
O assunto já foi abordado nas caixinhas, mas a convivência tem destas coisas e agora também gosto de tudo muito certinho e bem esclarecido. Além do mais, o assunto é de suma importância e sabem como gosto de me debruçar sobre as grandes questões da humanidade…
Tenho constatado que há pequenos quês de gaija a que os gaijos não se habituam, não percebem ou fazem de conta (que eu de gaijos também não percebo grande coisa…), e nunca vou entender onde é que foram buscar o hábito de conversar depois de passar horas na trongalhonguice (não encontrei vocábulo mais adequado para a hora!). Uma gaija está ali em exercício físico intenso, vira daqui, vira dali, perna para cima, perna para baixo, a arfar, a contorcer-se, a tentar que os ligamentos resistam, a controlar a pressão sobre a clavícula, a desviar as costas daquele joelho que se convenceu que a lombar era o local certo para aterrar, a cerrar as pálpebras para que os olhinhos não saiam das órbitas quando o cabelo fica preso, a memorizar onde se situam cada um dos membros para voltar a colocar tudo em ordem… e quando finalmente nos é permitido o merecido descanso, os gaijos querem conversa! De onde saiu este tipo de gente? Já ouvi de alguns que “faz parte” e que é pelas gaijas que o fazem porque é esse o comportamento que esperam de um cavalheiro. Cavalheiro? Um gaijo que fez de nós gato-sapato, que transpirou como se andasse a correr cinco (ou seis ou sete, sei lá) maratonas, que disse o que os meus ouvidos não ouviram porque não tinha tempo para corar, um cavalheiro???
Confesso que não conservo na memória se alguma vez passei por semelhante suplício. Sei que uma vez ouvi qualquer coisa, sorri e disse “tá bem”, mas não faço a mais pálida ideia ao que estava a responder!
Aproveitem agora…
Mete nojo matinal
Bom dia Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Porto, Viseu, Guarda, Coimbra e Castelo Branco.
AVALON
A brisa morna da noite de Verão entrava pela janela aberta fazendo ondular a leve cortina branca e fazendo arrepiar a pele morena do corpo, nu, deitado de lado sobre a cama. Ele sentia os pequenos arrepios e interrogava-se onde ela andaria. Nos limbo que medeia o sono e a consciência sentiu a cama oscilar e sentiu-lhe o cheiro. O cheiro doce do corpo dela misturado com o cheiro de sabonete. O seu corpo semi-adormecido reagiu com violência ao cheiro que lhe era tão familiar mas ele não.
Sentiu um gemido rouco sair-lhe da garganta quando a língua húmida dela deslizou ao longo das suas costas e despertou por completo ao sentir os seus dentes roçarem ao de leve os seu ombro.
Virou-se para a abraçar e beijou-a com violência sentindo as línguas num duelo excitante e o cabelo húmido dela a percorrer-lhe a face. Ela gemeu o seu nome e ele soube que naquele momento ela poderia fazer o que quisesse dele porque ninguém nunca havia dito o nome dele dessa forma que mais parecia uma carícia para segundos depois a sentir morder a barba mal feita do seu queixo. A intensidade do prazer fê-lo agarrar as ancas dela com força e perante a súplica nos olhos dela, deslizou para dentro dela num encaixe perfeito. Viu sentar-se altiva em cima dele. Os olhos brilhantes fixos nele. A voz rouca que o incitava e o enlouquecia. Depois viu-a inclinar a cabeça para trás perdida num prazer primordial.
Quando o olhar de ambos se voltou a encontrar num vai e vem de ondas de prazer, ele soube que não estava mais no seu quarto. Estava num tempo muito distante e ela era uma feiticeira que o hipnotizava com o olhar que detinha toda a sabedoria e prazer do mundo. E depois já não era uma feiticeira nem ele um homem seduzido, eram antes um só; uma alma dividida por dois corpos e finalmente unia as suas duas partes. E depois eram milhares de fragmentos resultantes de uma explosão de estrelas. E depois era ela novamente ela e sussurrava incoerências ao seu ouvido e ele era novamente ele perdido nas incoerências que o prazer lhes ditava.
E quando as marés vivas da paixão eram lugar às águas serenas de um lago numa tarde de Verão e a cabeça dela estava sobre o seu peito e lhe sentia a respiração ainda irregular, soube que ela era tudo o que ele imaginara momentos atrás pelo simples motivo que ela era ela.
Sexo à séria e à fresca*
De pé, diante da grande cama de ferro, disse-lhe António antes dela se despir.- Fica com o cinto.Pôs-se então a rasgar o vestido de Louise a partir da cintura. Sem grande custo, com gestos lentos, fê-lo em tiras, como se fosse de papel. Louise toda ela tremia, sentindo a força das suas mãos. Só o que restava agora era o pesado cinto de prata sobre o seu corpo nu. Desatou-lhe os cabelos, que cairam sobre os seus ombros. Só depois é que a estendeu na cama e a beijou demoradamente acariciando-lhe os seios.Ela sentia a pressão do pesado cinto de prata, que a magoava, bem como a firme pressão das mãos dele sobre a pele nua. O desejo sexual enlouquecia-a, cegava-a. Não podia esperar mais. Não podia sequer esperar que ele se despisse. Mas António não se dava conta da sua impaciência. Não só continuava a beijá-la, bebendo-lhe os lábios, a língua, o ar, como também, com as mãos, lhe macerava a carne, com tantos fundos apalpões, que lhe deixavam doridas marcas no corpo. Estava toda encharcada, trémula, abria as pernas a tentar montar nele. Tentou desabotoar-lhe as calças.- Temos tempo - disse ele. - Temos o tempo todo por nossa conta. Vamos ficar vários dias aqui neste quarto. Para nós o tempo não conta.
AS TEIAS DA LEI
Tereza e Bruce, eu sei que têm ambos convicções muito fortes em relação a justiça e medida das penas e absolutamente díspares. Mas sei que têm uma convicção semelhante em relação ao tema abaixo.
E que pena seria justa para este caso? E eu confesso que também aqui me divido…
"O pai do bebé de nove meses, que foi encontrado ontem sem vida no interior de um automóvel, foi constituído arguido, revelou hoje fonte da Polícia Judiciária de Aveiro (PJ).
Voltando à vaca fria
E já que se trazem argumentos economicistas para a discussão sobre a medida das penas, recomendo a leitura deste artigo (devidamente traduzido para português) do jornalista do New York Times, Ian Urbina. Não sei qual a vossa opinião, mas a mim assusta-me que a discussão sobre a Pena de Morte, nos Estados Unidos, incida mais sobre os seus custos do que sobre a sua legitimidade. Quando as nossas vidas começam a ser esvaziadas de valores para se reduzirem a um mero custo num orçamento qualquer não tarda estaremos a defender que um deficiente profundo não deve ter direito a uma simples aspirina paga pelo Estado, paga pelos nossos impostos.
CAMPO DE SONHOS
Vá...
Adenda: Ironia? Ironia é postar isto e a seguir ligar para o SCP e ter direito a ouvir a musiquinha e tudo...
FAILURE
Oh Bruce, se calhar, para a próxima sexta-feira botavas aqui um Sexozito mas com o Prontuário Ortográfico todo... Digo eu...
Atravessada
É tarde.
CIDADE DOS ANJOS
“Maggie: I don't understand a God who would let us meet, if there's no way we could ever be together.”
Há uma palavra pela qual tenho uma especial embirração. A palavra ‘impossível’. Parece-me sempre que as pessoas se agarram a esse conceito para justificarem a sua própria incapacidade e/ou vontade de fazerem algo. Parece-me sempre que usam a palavra como meio de fuga de algo que é apenas um pouco mais difícil do que o normal.
E depois surge a ideia de um amor impossível. Não uma coisa tipo Romeu e Julieta, o meu pai vai-te matar e eu vou ficar viúva antes de casar portanto vamos lá optar por morrer juntos que sempre é mais porreiro e dá hipótese de ficarmos eternos. Não uma coisa tipo Love Story, tadinha da miúda que era tão boazinha mas veio o raisparta da leucemia e quilhou a cena toda. Não uma coisa tipo Paciente Inglês, porque é que não nos encontrámos uns anos antes de casares que o parvito que depois decide que prefere ver toda a gente morta a vê-los felizes juntos. Não, nada disso.
Surge a ideia de um amor impossível porque as duas partes não conseguem amar-se, amando-se, no entanto. Não cola. Desculpem mas não consigo conceber. Tem que haver mais do que isso. Tem que haver todos os meandros de uma história recambolesca para que “duas pessoas que vão até ao fim do mundo uma pela outra” não consigam viver esse amor. Ou então é comodismo. A grande doença da segunda metade do século XX e que se alastra de forma perigosa para o século XXI. A trabalheira que dá cultivar o amor, regá-lo, vê-lo crescer… E quando damos conta que nos temos esquecido da planta, olhamos o vaso e a planta morreu. Não porque era impossível mas porque nós o matámos. Porque nos esquecemos que tudo o que vale a pena nesta vida, dá trabalho. Tudo o que vale a pena, nos parece à partida impossível.
E a seguir, vêm os defensores da impossibilidades de personalidade e eu digo: BS! É fácil quando se ama alguém compatível e impossível quando se ama alguém não compatível? Ou será que o facilitismo não tem a ver com a nossa falta de espirito combativo? Não será porque é muito mais fácil dar-mo-nos com alguém sob a bandeira do Nacional Porreirismo? Porque é complicado discutir. É moroso debater ideias com alguém que não concorda. E é cá uma trabalheira…
Fala-se de amores impossíveis e focamo-nos apenas na impossibilidade. E o amor? A sublime sensação de nos sentirmos fundir com outra pessoa apenas com uma troca de olhares? O céu ao alcance dos nossos dedos com um toque de lábios? A intensidade brutal e desvairada de um orgasmo com aquela pessoa que é igual a tantas outras fisicamente, mas que quando está em nós se torna a única capaz de preencher a nossa alma?
Fala-se de amores impossíveis e pensamos na impossibilidade… E o amor, onde fica? Porque se o esquecemos assim tão facilmente, então é porque não valia mesmo a pena. E aí, meus caros, parece-me uma real estupidez lamuriar-mo-nos por algo que se tornou apenas o prefixo do adjectivo.
depois não digam que não avisei
Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia
chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a
é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece
Mário-Henrique Leiria
Alhos e Bugalhos
Eu gosto da separação das águas. Acredito num conflito permanente entre o Bem e o Mal que estão presentes na natureza humana e só me revejo num mundo e numa sociedade que saiba distinguir com clareza o que está certo e o que está errado e saiba actuar em conformidade com essa distinção.
Podia ser apenas o livro com a capa mais bonita do ano
A passar a limpo*
Deve ser este o sítio certo para escrever este post.
Estou sentada na areia. Ainda não é fim de tarde, mas o Sol já não queima muito. Mesmo por trás de mim as arribas, cobertas de verde, cercam esta praia pequena onde, num Domingo de Julho, se contam quase pelos dedos das mãos as pessoas que por aqui andam. No meu lado direito, escondidos no meio das árvores, numa pequena elevação das rochas onde o mar quase bate e cobertos pelo arvoredo, uns toldos marroquinos fazem um bar preguiçante em que um pequeno anúncio da próxima Festa da Lua Cheia me faz ter quase a certeza de que cá voltarei. Na minha frente, o Oceano. A Xica e um amigo apanham caranguejos nas rochas da maré baixa e, para além do embalo do som da rebentação, não se ouve absolutamente mais nada. Ao meu lado, a Clara mima os meus gestos e no caderno dela escreve uma qualquer regra número qualquer coisa mas que só pode ser importante, como todas as regras que agora resolveu escrever no diário cor de rosa. Ali, não longe, encostados a um rochedo, um pai de óculos sem aros e ar simpático faz de um pequeno pau uma fada enquanto conta uma história à filha de fato de banho de folhinhos. Têm um ar sereno, uma toalha estendida e uma cesta de verga com uma bóia dentro. Lá em cima, sentado num dos puffs por baixo do toldo bege e castanho, um tipo de cabelo louro entrançado, tronco nu bronzeado e ar de viajante vai-me olhando enquanto escrevo e eu vou fingindo que não o vejo.
Escrevo com um toco de um lápis de carvão num Moleskine de folhas quase gastas e tudo à minha volta me parece perfeito. O mundo está lá atrás, depois da estrada de terra e para além das casas impecavelmente iguais, porque aqui estamos num pedaço de Paraíso. O tempo não parou, que o tempo nunca pára, mas anda tão devagar que conseguimos ver-nos a viver. A viver livres.
Volto, num instante, ao pensamento que acordou comigo. Tudo aqui me leva lá, a essa interrogação a que na altura não soube responder mas que me parece absurda agora. Será, queria saber eu, que ainda somos livres? Será que não teremos perdido a noção de liberdade? Será que sabemos, nas nossas vidas, que podemos ser senhores dos nossos destinos, que podemos decidir o que queremos e o que fazemos, que podemos sentarmo-nos à beira-mar a olhar para o infinito e a pensar que é nosso?
Durante séculos a busca da liberdade perdida ou nunca vivida fez erguer espadas, destruir bastilhas, enfunar velas de barcos. Foi a busca da liberdade que arrumou malas de cartão, armou cidades, destruiu príncipes. Pela liberdade se gritou no Ipiranga, se queimaram barcos de chá e soutiens, se escreveram leis, se deitou um muro abaixo. Homens e mulheres escolheram morrer a viver prisioneiros, os hinos cantam-na, os homens louvam-na. Por ela Lutero cismou com um Papa, Ghandi morreu, Joana D’Arc lutou. De liberdade trata o sétimo dia da Criação e os primeiros artigos da Declaração Universal dos Direitos dos Homens. Pela liberdade saíram por aqui cravos à rua, choveu em Santiago e os nossos hermanos completavam, em voz baixa, o Arriba Franco! com o esperançoso Más alto que Carrero Blanco.
Mas hoje, que a liberdade já passou por aqui, que a liberdade já passou por quase todo o lado, damos-lhe tanta importância como a um presente já desembrulhado e visto em noite de Natal. Já temos, vai para o monte do que não tem valor. Ou, talvez, não queiramos olhá-la de frente, tentar encaixá-la nas prateleiras arrumadas das nossas vidinhas, questionar a sua existência no nosso rame rame diário. Talvez nos custe pensar até onde somos, verdadeiramente, livres.
Por aqui, neste blog, há poucos dias, discutiram-se prisões e penas. Todos nos indignámos com a justeza da lei que condena um assassino a uns meros vinte anos de vida atrás das grades. Nenhum de nós, nem um único, se referiu a uma pena de cadeia como uma pena privativa da liberdade, uma pena privativa do tal bem supremo, do valor pelo qual tanto sangue foi derramado, a Liberdade. Sugeriram-se modelos de penas, trabalho obrigatório, cadeias empresas, mas ninguém referiu o bem que até há pouco era mais valioso que a própria vida.
Eu percebo. As nossas vidas, cá fora, já pouco diferem das vidas deles lá dentro. E não foram as cadeias que melhoraram, mas as nossas vidas que se tornaram prisões e já poucas diferenças encontramos. Estamos tão prisioneiros como eles, estamos tão privados da liberdade como um assassino condenado. E é essa, só pode ser essa, a razão para nós, presos em vidas pequenas, contratos grandes, empregos tristes, cadilhos, agendas, rotinas, patrões, casas gaiolas, horizontes limitados, deixarmos de sentir que a Liberdade é o bem supremo e que a sua privação deveria ser a pior pena, pior que a pena de morte, e pedirmos mais e mais castigos para aqueles que estão fechados para cumprirem uma pena mas que acabam por ter vidas iguaizinhas às nossas. Para alguns, até melhores.
Não. Não é a lei que tem de mudar, não são as cadeias que têm de ser reformadas, não são eles que têm de ser açoitados, somos nós que temos de voltar a perceber o que significa ser livre para podermos perceber o quão horrível deve ser o perder a liberdade. As vidas que têm de mudar não são as que estão lá dentro, mas as que estão cá fora. Somos nós que temos de acordar, todos nós, todos os que temos direito à liberdade e não a sentimos, não a gritamos, não a usamos até termos um arrepio num quase fim de tarde, numa praia, com o imenso mar na frente.
Tens para a troca?
Estou encantada, deliciada, verdadeiramente fascinada. Já ontem a coisa me tinha passado pela frente e tropeçaram-se-me nela as vistas mas não lhe apanhei o conteúdo. Hoje tornou-me a saltar da televisão para o colo e já não fui enganada que assim que topei os primeiros sinais atentei bem no assunto e fiquei como estou, neste estado de deslumbre.
Coca-Cola. Falo de Coca-Cola. Mais precisamente da Coca-Cola Light. Por acaso, mas só mesmo por acaso, já viram a nova campanha? Aquela do quadro com o menino da lágrima? Não viram, pois não? É que eu estou mortinha por explicar!
Os senhores criativos, que passam o tempo a criar e criam sempre coisas muito giras, acharam que tínhamos colorido a mais e emoções a menos nas nossas vidas e resolveram dar um jeitinho nisso.
É que eu até consigo imaginar a emoção que vai ser por esse país fora na casa de avós, tias, madrinhas, vizinhas, primas em terceiro grau, velhas conhecidas, na do Orlandinho da farmácia e mesmo na casa do senhor prior, que por os meninos irem à catequese não quer dizer que não sofram de securas. Eu estou a ver, quase como se estivesse lá, a prima Inácia a desfalecer com os olhos pregados no sofá estranhamente despido, tentando articular a frase Onde estão os meus naperons de crochet amarelos gema?, enquanto o primo Alfredo recupera da quase apoplexia que sofreu quando deu pela falta do cãozinho de pelúcia que mantinha pendurado no retrovisor do automóvel desde o casamento da Aninhas. Que o Rui Miguel, filho da Mariazita, já nessa tarde virou três latas de Coca Cola Light não tem nada, repito, não tem nada, a ver com este assunto.
Quer dizer, ter não tem, que o puto só estava a fazer pela vida e a gostar dele, pois claro!
Chama-se Gosta de Ti a nova campanha publicitária da Coca Cola e eu acho que é genial. Não tanto pela campanha em si, mas pelas potencialidades que tem de nos alegrar a vida. É que até eu estou com vontade de ir fazer uma visitinha ali à D. Rosa, que nunca se sabe se ela tem os bibelots contados contadinhos.
Pois é, a Coca Cola acha que andam por aí umas coisitas a mais e que só servem para dar cabo da estética do nosso mundo e gentilmente prontifica-se a trocá-las por latinhas, cheias, claro!, de refrigerante. Eles dizem, aqui, que nem era preciso fazer uma lista mas, pelo sim pelo não, dão umas ideias.
O primeiro que pode marchar é o tal quadro do menino, mas esse não recomendo - dá muito nas vistas ir a casa da madrinha e sair com ele debaixo do braço. Já o resto é capaz de ser mais lucrativo e está mais à mão de semear porque devem ser poucas, muito poucas, as casas em Portugal onde não haja um parzinho de meias brancas e eles até têm o cuidado de explicar porque razão vale mais uma lata de Coca-Cola nas mãos que umas meias brancas nos pés - Na América, que é no estrangeiro, as meias brancas são muito apreciadas. Transmitem asseio. Mas um americano não toma banho todos os dias. É só ver os filmes: aquela gente acorda e veste-se. Um português não. E é por isso que, em lusos pés, a meia branca brilha de forma tão incómoda.
Mas caso não possam dispensar a meia branca ou não consigam apanhar um estendal a jeito, não desesperem. A bolsa de trocas também aceita os já citados naperons e embelezadores de retrovisores, bibelots, gravatas alternativas, unhas de gel, chinelos de salto alto e mais umas coisinhas devidamente discriminadas e explicadas.
Eu sei que vocês, Cabras e leitores do Cabra, são todos pessoas de elevados princípios e grande estatura moral, mas eu confesso que, fosse eu catraia (e daí, essa coisa do catraia não deve ser requisito...) e muito cãozinho de loiça, Santo António e naperon da avó havia de ser trocado por latas de Coca-Cola. E eu, com limão ou sem limão, muito ou pouco gelo, nem sou grande apreciadora, mas juro que não iria resistir a uma maldadezinha. Light, claro!
Serei bruxa?
"Tu tá calado que ainda vou ver o teu Glorioso a perder na Luz com o Olhanense... "
Postado por Chefa solidária com o pobre no blog Cabra de Serviço em 24 de Maio de 2009 18:47