- Clara, sabes o Zezinho lá da escola?
- O José Neto? (para a Clara as pessoas devem sempre ser identificadas pelo nome completo) Sei. Ele e a a Patrícia e o Bruno. Vão comigo às aulas da Ana Silva.
- Pois... sabes... houve um acidente.... O Zezinho morreu.
- Não faz mal, ficam a Patrícia e o Bruno.
Definitivamente, ela não percebeu.Nova tentativa, agora da irmã. - Clara, o Zezinho que brincava contigo. Ele e o Helder e o Nuno tiveram um acidente e morreram. Agora quando a escola começar não vais poder brincar mais com o Zezinho. Não tens pena? - Não. Esse morreu, não ouviste a mamã?E, para a Clara, a morte é assim. Hoje está, hojamanhã, única palavra que sempre usou para indicar qualquer tempo futuro, deixa de estar.Simples, não é?
Há 2 anos
8 comentários:
Glup...
A simplicidade do pensamento leva-nos back to the basics. Essa é que é essa...
A lei da vida explicada numa única frase.
Fiquei a pensar: e se fosse uma pessoa realmente próxima?
hojamanhã! ora aqui está uma palavrinha que vai passar a estar presente no meu léxico.
Essa é que é essa mesmo, Peixa. Não vale a pena complicar o que é simples.
Se fosse alguém realmente próximo o raciocínio seria o mesmo CJ. Ou está ou não está. O vazio do não estar hoje é que conta. Hojamanhã logo se vê.
Para o meu já entrou há muito, Gaija.
A sanidade mental da Clara fez-me reflectir sobre a ausência da minha.
Bravo!
Com bofetadas dessas, eu entrego a outra face com a maior das bonomias.
condessa das urtigas
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