Do concerto (I)

Pensei que era no Hallelujah que me ía emocionar, afinal é no Hallelujah que o tipo das luzes ilumina o público e, é dos livros, o público quando se sente iluminado, tende a perceber que é a altura para libertar as emoções, afinal as luzes estão ali acesas precisamente para isso mesmo, levamos uma vida a ser treinados para libertar as emoções quando está toda a gente a ver, é isso e apanhar lixo do chão e deitá-lo no caixote, se não estiver toda a gente a ver não tem impacto, emoções libertadas quando não está ninguém a ver não são emoções, as emoções têm que ser libertadas em grande estilo, têm que ter audiência, olhem que emotivo que eu sou, coração quente, e tal, vejam, vejam bem, eu sou emotivo, o Halellujaj liberta-me as emoções, quem não vibra depois do Hallelujaj é um coração de granito, caramba, o tipo das luzes até colocou os focos no público, há-de ser um sinal.

Pensei que era no Hallelujah que me ía emocionar. Mas não foi, emocionei-me foi no So Long Marianne.

3 comentários:

Anônimo disse...

muito bem conseguido, não?

eu confesso que fui porque não podia dizer que não, mas afinal gostei, bela equipa, guitarra, soproz,

Mente Quase Perigosa disse...

Eu, com holofotes ou sem holofotes, não teria resistido. Mas eu sou uma fraca...

snowgaze disse...

Adoro o So long Marianne, embora para mim essa seja uma versão. e acho que nunca ouvi o original. mas a versão (dos james) é linda.