Estou assoberbada...

No correr das notícias de hoje dei por mim a ler um artigo sobre futebol só porque me encantei com dois ou três adjectivos que apareciam no resumo do google. Era uma linguagem tão estranha que me fez abrir a notícia e lê-la, deliciada, até ao fim. Encontrei uns maneirismos no escrever diferentes de tudo o resto que conheço, com tiradas a quererem roçar a literatura erudita embrulhadas em cultura popular, requebros de anca e piscadelas de olho à escrita criativa, adjectivos aos molhos, metáforas, um cuidar do que se escreve e de como se escreve levado ao exagêro linguístico, e comecei a pensar se isto não fará parte da arte da elevação do trivial.
Será que se escrevem, assim, artigos de opinião sobre futebol pela mesma razão que a Playboy publica artigos com alguma consistência intelectual no meio de uns valentes pares de mamas? Haverá um branqueamento inconsciente da vulgaridade ou isto faz só parte de uma cultura que me era até agora desconhecida? É isto o chamado "futebolês"?
Fica o artigo das minhas delícias e esclareçam-me, por favor...

O tetra de Manuel José repõe verdades e faz desmentidos

Assoberbados pelo consumismo interno do nosso futebol, no qual, malsinadamente, somos menos vocacionados para apreciar e exaltar os méritos dos grandes vencedores, não tanto pela rotina viciante com que o fazem (F.C.Porto), mas porque a cidade Invicta parece distante e estranha para alguns, preferindo chafurdar na intriguices e desculpas de mau pagador, como que nos escasseia o tempo para abrirmos as janelas para vermos o que, além-fronteiras, consegue um homem da bola, por acaso português.
Com José Mourinho estrategicamente recolhido dos holofotes, surge Manuel José na ribalta dos treinadores, ao sagrar-se tetra-campeão do Egipto.

Com a mesquinhez e inveja que transportamos na mente como uma espécie de sarro que nenhum detergente elimina, dirão alguns que o futebol africano é rasca, de expressão menor, de qualidade enfezada, se calhar até da treta. Sem negarmos a distância entre o futebol europeu e africano - seria patético fazê-lo - importa, no entanto, não confundir o futebol europeu com as melhores equipas europeias, assim a modos como não identificar o futebol português com o F.C.Porto, porque as distâncias são uma constante. No entanto, mais do que discutirmos as assimetrias qualitativas do jogo, importa relevar o seguinte:
- um português conduziu uma equipa africana ao tetra-campeonato;
- um português já arrecadou três Ligas dos Campeões africanos;
- um português já somou quinze títulos (entre nacionais e continentais);
- esse português não tem espaço condizente no nosso futebol.
Nesta intrigante incompatibilidade - treinador vencedor, competente e respeitado, mas que se sentiu quase rejeitado e que foi obrigado a emigrar porque as portas dos clubes mais sólidos se lhe fecharam - há, porventura, uma explicação que tem mais a ver com a natureza (independente) do homem do que com a bagagem (rica) do treinador. Como quer que seja, Manuel José (com)provou no comando do Al-Ahly uma competência profissional indiscutível e que, inevitavelmente, alastra aos treinadores portugueses, cada vez mais solicitados de paragens distantes.

O triunfo de Manuel José (mais um...) vem desmentir alguns teóricos elitistas que vêem o futebol como uma ciência cuja descodificação se faz num linguarejar pretensamente sapiente, à custa de basculações, pressões altas, blocos e transições... Que maldades fez José Mourinho ao futebol português, ao produzir tantos (falsos e medíocres) acólitos...

Voltemos a Manuel José. Ao vencer - e como tem vencido! - com as «águias do Cairo», aos 63 anos, o treinador algarvio, remete-nos para outras verdades que, se calhar, extravasam do próprio futebol. Estas:
- a competência não se mede em função da idade (Alex Ferguson tem 65 anos; Arséne Wenger, 57; Eriksson, 60; Marcello Lippi, 60; Fábio Capello, 61; Jesualdo Ferreira, 62);
- um treinador moldado a partir do terreno, sem carga erudita-científica no currículo, pode ser um grande gestor dos recursos humanos colocados ao seu dispor ou por si escolhidos;
- é possível vencer sem estar dependente de «cunhas», de compadrios, de lobbies, de esquemas ou... sistemas.
Tão carregado de títulos e porque no futebol as vitórias não são eternas, Manuel José corre agora o risco de se querer suicidar, permanecendo no Al-Ahly até... perder. Por se ter deixado conduzir pelo coração, já perdeu uma vez em Portugal e só cometerá o mesmo erro duas vezes se quiser. Há outros lugares para o treinador que um dia esteve seleccionador nacional ser feliz, mesmo que aí não possa satisfazer o vício de comer caracóis...

2 comentários:

Ângela disse...

Todos temos um Saramago dentro de nós à espera do momento certo para brilhar!

Anônimo disse...

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