E vocês, vão votar? Eu não.

De repente saltou para cima da mesa e começou aos berros. Naquela sala de aula de Filosofia do 12º ano devíamos ser uns vinte e tal alunos, mas todos nós nos encolhemos de medo nas cadeiras. Ele continuava a bater com os pés na mesa, a dar murros no ar, a gritar connosco como se todos os demónios deste e do outro mundo o tivessem tomado de assalto.
Parou da mesma forma que começou, num repente. Desceu da mesa, ajeitou a camisa e começou a falar-nos da criação dos mitos, dos deuses, do Sagrado. O Alfredo Reis era assim e foi assim que numa tarde de Sol qualquer nos agarrou a todos antes de nos atirar para os primórdios da humanidade, quando a divindade mostrava o seu desagrado derrubando uma enorme árvore com um estranho raio de luz e os homens temiam o seu poder.

Deus, qualquer deus, sempre fez sentido para mim enquanto vigilante dos homens. O Deus Cristão, o Deus do Amor, nunca foi muito das minhas simpatias. Se é para amar então amamo-nos uns aos outros e está feito, porque o tempo que gastamos com alguém lá em cima que gosta de nós será muito mais bem aproveitado se o dedicarmos ao estupor do vizinho da frente, que esse, com quem dividimos o elevador, é que convém trazer nas palminhas. O outro Deus, o Deus que o Alfredo Reis nos apresentou naquela tarde, o antecessor do Deus do Antigo Testamento, do Deus de Abraão, de Sodoma e Gomorra, da Torre de Babel, fazia-me todo o sentido. Na falta de Justiça na terra criou-se uma Justiça Divina. Era Ele, ou Eles, os Deuses, que tomavam conta dos homens e os castigavam quando era necessário. Se os homens não tinham condições para impôr a Justiça, chame-se Deus.
E pensava eu que tudo isto era muito bonito, e tinha muita lógica, mas era passado. Deus tinha-se tornado obsoleto porque a cidade, mal ou bem, resolvia os seus assuntos sem ter de esperar por um Deus qualquer que não falha mas pode tardar.
Estava enganada. Começo a perceber que afinal o que nos faz falta é um Deus que atire uns raios por aí, faça tremer terras, derrube homens. Faz-nos falta o medo do castigo, mesmo desse castigo que é só uma promessa que ainda há-de ser cumprida mas a que sabemos não poder escapar.

Nós não perdemos a noção do Sagrado, dos valores, dos princípios. Sabemos muito bem o que é a ética, a verdade, a justiça, o certo e o errado mas também sabemos que há grandes probabilidades de nada nos acontecer porque aqui por baixo anda tudo ao mesmo e lá em cima o Deus castigador foi pai, amoleceu e passou a derramar paz e amor em lugar de dilúvios.

Talvez seja eu que ando com pouca paciência, mas gostava que as nuvens se abrissem e um velho de barbas compridas e ar de mau aparecesse lá em cima e distribuísse umas quantas bordoadas. É que já não consigo perceber como ninguém, nem um deus daqueles do antigamente, põe alguma ordem no caos.
A Cidade, a tal Cidade que podia fazer alguma coisa, diverte-se com pão e circo e até os deuses recolheram as garras e passaram a ser amiguinhos. E nós ficámos reduzidos à nossa mortalidade, ao hoje aqui e amanhã sabe-se lá, e armámos um Carnaval sem fim onde tudo é possível e ninguém presta contas. Dancemos pois nesta enorme roda de samba mas assumamos de uma vez por todas que já só interessa a música que nos faz bailar porque a letra até pode ser o lá lá lá do costume.

Vão realizar-se eleições? Acho que sim, mas o resultado vai mudar muito menos coisas que o do jogo de hoje entre Portugal e a Hungria. E Portugal, oito minutos depois, já marcou e tudo. Haja esperança pois para marcar golos ainda vamos usando a cabeça e o povo fica feliz. E afinal é o Povo quem faz a tal Cidade onde o pão nosso de cada dia, com mais ou menos sal, nos há-de ser dado por alguém, porque foi esse o legado que os deuses, caquéticos e já na pré-reforma, cansados de nos tentarem endireitar e sem voz para os sermões, nos deixaram antes de se retirarem para uma Flórida qualquer onde só podem estar bem, graças a Deus.
Mas fazem por aqui muita faltinha.

93 comentários:

Anônimo disse...

Se calhar os deuses devem estar loucos, já nem garrafas de coca-cola caem, pois agora até são trocadas pelo " Menino da lágrima"

Teresa disse...

E, se cair alguma, há-de ser light para não fazer grande mal.

E o Menino da Lágrima é que está a ser trocado por essas garrafas, ou latas, que não são carne nem peixe. Ao menos o menino sempre ia enfeitando as paredes por cima dos psichés.

Anônimo disse...

não vais votar contra a ferrugenta? De uma maneira ou outra? Pensa nisso, aquilo é salazarismo requentado do pior, e se concordas que é perigosa não percebo porque te alheias.

abstenção é o que mais tem havido.

Teresa disse...

Não, Z, não vou votar. Se fosse, e faço aqui e agora uma declaração de voto, votaria PS. O Sócrates pode ter inúmeros defeitos mas entre ele e a Ferrugenta, como lhe chamas e bem, mil vezes ele. E o resto é assim, acho que CDU e BE são óptimos na oposição, logo não me faz sentido votar neles e Paulo Portas é demasiado tenebroso para poder ser sequer opção. Mas não vou votar por uma razão simples - nunca, desde que sou eleitora, mudei o meu local de voto. A minha terra é aquela, onde sempre votei, e foi para lá que sempre quis escolher o poder local.
Nas legislativas, e dado o panorama, não me faz sentido fazer quase mil quilómetros para votar sem grande convicção no que estou a escolher.

Anônimo disse...

oh que pena! Mas deixa estar voto eu por ti que também estou nessa e como nas últimas votei noutros tenho esperança que signifique algo. Estou empenhado em que o PS tenha mais dez pontos que o psd/ferrugento porque acho aquilo terrível.

Anônimo disse...

olha que engraçado é o português dos nossos compinchas da Galiza. Bem, lá vou eu xonar, e antes vou ler duas páginas da Tereza, rainha de Portugal. Sabes que ela assinava mesmo como rainha e assim era reconhecida por cá? Mas cheira-me que era por causa da irmã Urraca que essa era mesmo rainha de Leão.

Teresa disse...

Faz-me esse favor, votas como os shampoo - dois em um.

A Ferreira assusta-me. Não consigo acreditar nas boas intenções dela e acho que quem faz o que ela acabou de fazer, elogiar o Jardim quando acredito que o bicho a repugna, é capaz de fazer de tudo e esse tudo é demais para mim. Não a quero a decidir o futuro das minhas filhas. Tenho medo. Muito medo.

shark disse...

Custa-me votar PS. Mas vou votar Sócrates. A minha filha é também um excelente pretexto.

Teresa disse...

Não é pretexto Shark, as escolhas devem ser feitas para a frente e não para agora e os próximos anos, mesmo que só quatro, vão ser muito mais decisivos para o futuro delas que para o meu.

Mente Quase Perigosa disse...

(Ai que saudadinhas que eu tenho de ter o PCTP/MRPP como opção...)

Teresa disse...

Tens tens só que agora chamam-se 31 da Armada.

Mente Quase Perigosa disse...

Se eles se candidatassem...

(olha eu a ser corrida à pedrada não tarda...)

shark disse...

Mas agora subir às varandas já é um cargo elegível?

Teresa disse...

Eu não disse isso. Eu disse que a postura desses meninos é a mesma que estes meninos agora têm e acho até que os nomes de uns e outros não serão muito diferentes.

Teresa disse...

Peixa tu nunca tiveste a opção MRPP- quando começaste a votar até o Durão já era PSD...

(e acho que um ou dois deles até são candidatos, não sei é se serão opção)

Mente Quase Perigosa disse...

Eu por acaso ja vos disse que não percebo nada de politica?

Mas uma coisa vos garanto. Eu já votei PCTP/MRPP. Afinal parece que não sou assim tão xavala (acho que foi logo aos 18 anos).

(E não me provoques; Dª Chefa que o pc está numa lentidão só. Perguntas porquê? Tenho 2 palavrinhas para ti: Gilmore Girls! Penso que poderá ser considerado um assunto de relevância nacional não? Mais até que as eleições...)

Teresa disse...

tunãoerascapazdemedeixardeemprestarosepisodiozinhostodosquetensdasgilmoregirlsporqueissoseriaumcrimedelesapátria

percebeste ou queres que explique?

Mente Quase Perigosa disse...

Loud and Clear.

Mas sabes que faltava a ponta final da coisa. Tou a colmatar essa lacuna as we speak.

Tou aqui em pulgas, mas acho que essa ponta é coisa para demorar a noite toda a baixar.

To whom it may concern: É claro que estou a falar de sexo desenfreado!!!!

(Tamos safas, Chefa)

shark disse...

disso também gosto de conversar. e de ficar calado.

Teresa disse...

E consegues ficar calado no sexo desenfreado, shark?

Teresa disse...

Baixa tudo a que temos direito Peixa que eu cá espero.

To whom it may concern - se a Peixa está a fazer qualquer coisinha que possa ser considerada menos de acordo com a lei vigente eu, apesar de contar aproveitar-me desalmadamente do resultado, não tenho qualquer responsabilidade no processo.

shark disse...

Não, não consigo. Mas não posso dizer que o diálogo seja muito coerente e apelativo.

shark disse...

digamos que não fico calado, emito sons.

shark disse...

e às vezes digo coisas.

shark disse...

mas desenfreado é mesmo assim.

Teresa disse...

O não ser coerente eu percebo mas o não ser apelativo importas-te de explicar melhor?

Teresa disse...

Sons? Que sons? tipo ai ai ou mais na base do haaaaan?

(eu gosto de pormenores, até estou a pensar fazer um postezinho sobre esta minha divergência com a maioria blogueira)

shark disse...

não é apelativo visto do meu lado da questão. por isso não me ouço. e não sou ensurdecedor.
mas isso tu já sabes, que a mansão é pequena e algumas portas são de fantasia...
:)

shark disse...

tás a fazer-te de mouca ou de distraída?

shark disse...

sinceramente, não tenho rotinas ou tiques de expressão no sexo desenfreado ou não. é o que sai na altura.

shark disse...

mas aiais não faz o meu estilo, chefa...

Teresa disse...

Na mansão tu dormes, mais nada. Nunca ninguém da ala inferior poderá atestar que tu estiveste debruçado sobre qualquer outra questão que não tenha sido o repouso.

Teresa disse...

E não me estou a fazer de mouca

shark disse...

(pronto, já espantei as miúdas outra vez... tenho mesmo que pedir instruções ao mestre. Durmam bem, piquenas.)

shark disse...

Fico feliz por sabê-lo, chefa. sempre tive medo que me dissessem que ressono ou assim...

shark disse...

e agora vou dormir que é tarde para andar na rua e a chefa puxa-me demais pela língua...

Teresa disse...

Não assustaste nada. Fui papar um CSI e agora vou papar outro.

(puxo-te o quê??)

Anônimo disse...

" Lisboa é uma cidade aliterada, afadistada, catita e conselheira.(...) Mas a náusea suprema, meu amigo, vem da politiquice e dos politiquetes.
(...)Fradique nutria pelos políticos todos os horrores: horror intelectual, julgando-os incultos, broncos, inaptos absolutamente para criar ou compreender ideias;... horror mundano ... horror físico "

( Eça de Queiroz, in A
Correspondência de Fradique Mendes ).

Pese embora a parcimónia da adjectivação, se nos reportarmos à nossa (ir)realidade política, no mais parece-me absolutamente actual.
Eça é que é essa.

( excelente texto, o seu, Teresa! )

condessa das urtigas

Mente Quase Perigosa disse...

Chefa, o que eu gosto mesmo, mesmo, mesmo é de como não me sinto abandonada pela comandante do barco quando estou a fazer algo como este tipo de sexo...

(Vais ver as GG por uma palhinha. É que nem é por um canudo!!!)

Mente Quase Perigosa disse...

Bruce, tu a mim nunca me espantas, amori!

Tive um acesso de 'tou aqui tou a mandar o pc à parede' quando ele decidiu que era mesmo boa altura para reiniciar quando devia era estar quietinho. Optei por ir dormir antes que a coisa corresse mal.

Eu até tinha tanta perguntinha para fazer, mas pronto... Fica para outro dia...

(não tão pormenorizada como a Chefa que eu não gosto assim tanto de pormenores como ela)

:p

Unknown disse...

o Alfredo Reis em cima de uma mesa aos berros? o gajo fazia isso em todas as turmas??!!!

julgava que tivesse sido apenas na minha. ( sacana)

reencontrei-o há 2 ou 3 anos, no CAE da Figueira. à saída, quando acabou o espectáculo, topou-me, olhou-me nos olhos e de dedo em riste disse: tu foste minha aluna!

e lá estivemos em amena cavaqueira a recordar cenas como a que descreves... :)


(um prof do caraças, pá)

calamity jane disse...

Ah pá, o meu prof de filosofia do 12º tb saltava para cima das mesas aos berros!
Mas eu vou votar. E não vai ser no PS :-)

(bai da uéie, eu cá gosto de pormenores. não sei é se eles gostam de mim, mas isso é outra história...)

O Santo disse...

pois, ja se falou de votacoes... nao posso faltar mas nao tenho por onde escolher.
nao tive filo no 12º mas o Lin Yun tb teve alguma influencia neste ser que aqui escreve.

Marias disse...

Ah, era o professor, pensei que era algum aluno emlouquecido.
Eu tive uma professora de Filosofia que sentou na secretária e começou a chorar. Vinha assim da aula anterior. Nós ficámos sossegados a fingir que não víamos, a fazer TPCs de outras aulas e tal. Não sei o que aprendi com isso.

Teresa disse...

Elle, o Alfredo Reis foi teu professor? E também, ainda hoje, te chama "miúda"?
(bem me parecia que eu e tu tinhamos coisas em comum...)

O Alfredo Reis foi meu professor três anos. Primeiro de psicologia e depois de filosofia. Continuo a considerá-lo "O Professor" e sempre que vi O Clube dos Poetas Mortos lembrei-me dele. Foi ele que quando eu tinha 18 anos, e apesar de fazer parte do programa, me pediu para não ler Nietzsche porque me iria fazer mal (até hoje ainda não fui capaz de ler...) e foi ele que me entregou vários testes sem nota mas com uma nota - "miúda, tu sabes a classificação que mereces".
Se a vida fosse justa todos nós deveriamos ter tido um Alfredo Reis como Professor.

Teresa disse...

Condessa, As Farpas estão aqui na minha frente. Não sei o que isso dirá de nós como povo mas qualquer uma das crónicas do Eça podia ser publicada agora no Expresso que actualidade não lhe iria faltar.

Obrigada.

Teresa disse...

CJ, vais votar em quem?
(eu daria um palpite, mas...)

Teresa disse...

Santo, esse foi qual? O do urso era o outro, não era?

Teresa disse...

Eu sei o que aprendeste, Gabs. E tu também sabes. Não sei é se terá sido um bom ensinamento.

Teresa disse...

Peixa eu nunca te abandono, só fico à porta a ver se vem alguém.

(livra-te de me privares das GG)

Mente Quase Perigosa disse...

O que me vale é que também não consegues fugir...

(essa cena não é coacção?)

sem-se-ver disse...

tereza e elle,

conheço o alfredo reis pessoalmente mas como colega da disciplina, e autor de manuais. um óptimo professor, sem dúvida. e ainda por cima giro :) (TEM BIGODEEEEEEEEEEEE)

sem-se-ver disse...

tereza,

não vais votar? fazes mal. porque não vais? estás a 1000km do local de voto? não é justificação (mete-te no comboio e vai, ou muda o recensealmento a tempo). não serve de nada? contava com tal chocha (para não dizer mais) argumentação vindos de muitos, mas nunca de ti.

uma nota:

não te concedo o direito, enquanto tua concidadã, durante todo o tempo da próxima legislatura, a fazeres um único post ou comentário sobre política portuguesa. porque perdes toda a legitimidade (a única, aliás, que terias) e autoridade a fazê-lo sendo uma abstencionista.

ainda mais, que argumentário o teu... votarias ps porque, entre sócrates e ferreira leite, de quem tens medo, muito medo, preferirias o primeiro. então vota, porque se há contenda a decidir nestas eleições para primeiro-ministro, é entre esses dois.

limitas contudo a tua análise aos partidos que poderão ser poder; rebolei-me a rir quando disseste que não votarias pc ou be porque são partidos da oposição. bela perspectiva tens tu da democracia, minha cara, se limitas o voto ao partido que mais hipóteses tem de ganhar, ignorando e menosprezando olimpicamente a vital função que os partidos minoritários, mas com representação parlamentar, têm na vivificação de qualquer democracia. há quem - vê lá!! - ache mais coerente e consentâneo com a sua análise do que deva ser uma democracia, votar em partidos minoritários, exactamente porque nunca serão poder, mas o útil e saudável contra-poder de que qualquer democracia carece!

sou independente de esquerda. sempre votei em TODAS as eleições dd os meus 18 anos. imagina a minha dificuldade - nunca o fiz por militância ou completo acordo fosse em que partido de esquerda fosse (a única verdadeira militância que tive foi na eleição presidencial da saudosissima engª maria de lurdes pintasilgo), pelo que tentei sempre que o meu voto fosse o mais racional possível. voto útil, como se diz. é tramado, dói até um pouco, porque nao temos as alegrias de quando, por exemplo, vence o fcp. mas ficamos com a consciência tranquila. votámos, e segundo o que nos pareceu mais útil para o país ou para o nosso concelho ou para a presidencia de portugal.

foi nesse sentido que votei ps nas últimas eleições. era uma questão de higiene sanear o psd do poder.

a legislatura do socrates foi tão vergonhosa (e o papel do min educação não foi seguramente a sua pior prestação) e comprometeu tanto este país e, como se costuma dizer, as gerações vindouras, que me parece evidente (para mim, é) que sócrates não merece - perdeu esse beneficio - voltar a ser primeiro-ministro com o meu voto; ajudei-o a ter uma das mais sinistras maiorias absolutas de que há memoria neste país, a par das do cavaco (mas esse n teve o meu voto, donde, é para o lado onde durmo melhor). é crucial que socrates nao renove tal maioria absoluta. donde, o meu voto não leva - seja porque nao concordo com ele (enganou-me nas anteriores, à 2ª só é enganado quem quer), seja porque não teria qualquer utilidade.

assim, votarei be, por uma simples razao: se nas anteriores eleiçoes ficou a 1000 votos de poder eleger um deputado no algarve, é muitissimo provável que o eleja agora: o algarve foi um dos distritos onde o bloco mais cresceu nas europeias, e embora se saiba que para as legislativas tera ele menos votos, pelo menos os tais 1000 deve conseguir obter. por outro lado, a cabeça de lista a eleger, cecilia honorio, merece-me respeito e credibilidade, tendo sido ja deputada, e uma boa deputada, pelo bloco.

no meu ponto de vista, o bloco tem feito um bom, senao mesmo belissimo, trabalho na ar (profissional, competente, atento, critico, denunciador), merece pois aumentar o seu grupo e a sua hipotese de atrapalhar as contas aritmeticas dos partidos do centrão.

sou bloquista? claro que nao. têm eles o meu acordo quanto a tudo que propagam ou fazem? também não. mas nao fere a minha consciencia politica, bem pelo contrario, dar-lhes o meu voto.

sem-se-ver disse...

shark,
desc mas nao percebi. votas no socrates pela tua filha porque? ela ainda nao tem o magalhaes?

(descontada a brincadeira, a serio que nao entendi mesmo...)

sem-se-ver disse...

(devo ter elaborado um comentario mesmo grande... o blgger nao o aceitou por ter excedido o espaço disponivel!!!! daí esses 3 agora aí de seguida)

shark disse...

ssv: a minha filha tem o magalhães há meses.
E uso-a como argumento, imitando a chefa - o que me cai sempre muito bem - porque entre a obsolescência do PCP/Jerónimo, a falsa adolescência do BE/Louçã e a aversão natural a qualquer opção de direita temo pelo futuro do país se nesta conjuntura qualquer dos citados chegar ao poder.
E em matéria de futuro o da minha filha será provavelmente mais longo, pelo que tendo a dar-lhe prioridade nas minhas preocupações eleitorais.

Teresa disse...

SSV, há pessoas a quem qualquer coisinha fica bem e o Alfredo Reis é um desses privilegiados.

Quanto ao resto, minha menina, é assim - não, não tenciono ir votar. Poucas foram as vezes em que deixei de o fazer e a primeira foi na primeira eleição do Guterres - a Clara tinha acabado de ser operada e eu não me podia deslocar. Mas à noite estive em Belém e mesmo não tendo votado senti que aquela vitória, ou pelo menos a derrota do PSD, também era minha.
O não votar é, como sabes, também um direito de cidadania e, desta vez, arrogo-me o direito de o exercer. Perco com isso a minha legitimidade para poder intervir politicamente? Não acho. Fico inibida, como tu dizes, de me pronunciar sobre a política do meu país? Isso era giro. Então achas que não posso fazer posts sobre o Obama porque não voto nas eleições americanas? Ou é diferente dado que lá não poderia nunca votar e aqui posso mas não o vou fazer?
Não, não me sinto muito confortável neste meu papel de abstencionista mas a decisão está tomada, não vou lá acima votar. E acredita que considero que as minhas razões são válidas.

Agora falemos de oposição. Percebo bem o teu raciocínio que te leva a escolher votar BE dado que é um voto útil. Queres ver o Bloco na AR e confias na deputada do teu circulo. Tudo certo mas eu considero o meu voto de outra forma. Aquela cruz que faço é para indicar quem, na minha opinião, deverá poder escolher as políticas do meu país nos próximos quatro anos. Não consigo fragmentar a minha escolha e votar em quem considero não ter capacidade para formar governo nem eu quero que tenha mas que pode ser útil como oposição. Não voto só em quem tem possibilidades de ganhar, mas voto em quem, se ganhasse, estaria mais próximo de legislar de acordo com os meus valores. De outra forma correria o risco de votar num partido para oposição, porque é útil, e a seguir, depois de eu e todos os outros termos feito o mesmo e o ver formar governo, ir bater à porta da Comissão Nacional de Eleições para explicar aos senhores que não era bem bem aquilo que eu queria podendo vossas excelências, se não se importassem, devolver-me o papelito para eu mudar o voto. Aliás, se bem me recordo foi mais ou menos isso que aconteceu com o PRD. Votaram nele para oposição mas assim que se percebeu que esteve quase quase no Governo o balão desinchou e morreu de morte natural. Ou então poderemos adoptar o esquema italiano em que o poder está dividido por mil e um partidos e muitas vezes o governo que sai é representativo de uma ínfima parte da população sendo a aritmética das coligações feita à revelia das verdadeiras escolhas dos eleitores.

E agora o Sócrates. Não acho que esta legislatura tenha sido vergonhosa. Acho que a maioria absoluta, como todas as maiorias, permitiu excessos de poder, mas não comparo, nunca, ao governo do Cavaco. Até porque não estou a ver o Sócrates, tal como vi o Cavaco, a entregar o partido a um Nogueira qualquer em vésperas de eleições só porque corre o risco de não ter a confortável maioria a que se habituou. Se alguém comprometeu o futuro do meu país não foi este governo e assino por baixo na maior parte das politicas dele. Mesmo na da educação. Ou queres que me lembre do Roberto Carneiro? Esse homem está para a educação como o Correia de Campos para a Saúde - são experts mundiais mas incapazes de implementar políticas que realmente funcionem. Este governo pode ter feito asneiras mas as escolas, para a semana, vão abrir. Há muito anos, quase desde o 7 de Outubro do antigamente, que não sabíamos o que era isso. Há coisas que ainda estão mal? Há, mas acredito que o Sócrates tem tanta responsabilidade como o teu amigo do bigode que não se chama Alfredo Reis.

O Santo disse...

eu ate era para dizer alguma coisa, mas dps de tanta letra pecantia vou ali buscar uns oculitos e ja volto

Teresa disse...

Se quiseres tenho aqui uns que te posso emprestar. E podes jantar também.

Marias disse...

Eu também não voto pois tenho o cartão de recenciamento em Lisboa e no BI que moro em Loures, e tenho medo que reparem.

Os profes de filosofia são todos malucos. O meu desagrado à profissão é mais hereditária...

calamity jane disse...

Sim, todos deveríamos ter tido pelo menos uma vez na vida um desses profs de filosofia malucos que saltavam para cima das mesas...

E talvez até mesmo dêvessemos ter tido uma dessas profs de seja-lá-o-que-for que se senta em cima da mesa a chorar. 14 ou 16 anos é uma boa idade para se perceber que os profs são seres humanos como os outros. Não acredito que ninguém passe por essa experiência sem que lhe sirva para alguma coisa mesmo que fique a fazer TPC's como se nada estivesse a acontecer...

De resto concorco quase integralmente com o que disse a SSV, com uma excepção: felizmente não carrego comigo o fardo de ter votado PS. Como se dizia em tempos mui recuados, "não tenho culpa, não votei..."PS!

Penso que o teu palpite estará certo, Tereza.

sem-se-ver disse...

obg, gabs, tomo-o como um elogio.

mesmo :))

Teresa disse...

Tem piada, ontem dei por mim a pensar em nós e em como votamos. Sei quais são a opções do Santo, do Visconde da Gaija e do Shark. A tua acho que não devo atirar muito ao lado. A ironia é que da Peixa não sei nada e nos últimos tempos temos passados horas juntas.
Mas conclui também que o instinto é o mais importante na escolha dos grupos "sociais". Nós começámos por ser personagens virtuais, sem cheiro nem ser, juntámos-nos por aqui por muitas e nenhumas razões mas acabamos por ser, em muito, um grupo coeso e com algumas formas de estar em comum. Não posso isolar dois de nós e comparar (estou a imaginar-te a ti e ao Visconde...) mas se olhar globalmente este conjunto faz sentido e servimos, nas diferenças, de pontes uns dos outros.Não há, no essencial, grandes abismos.

(já agora, tenho andado para fazer um post dedicado a ti desde que vi esta notícia que cita um relatório do Banco Mundial. )

sem-se-ver disse...

tereza,

não votar NÃO É um direito de cidadania, é a abdicação dela.

logo,
nao sejas demagógica, não distorças nem atires poeira para os olhos: eu e tu nao somos eleitoras nos states, mas cá. peroraremos o que desejarmos sobre a política lá. eu continuarei a ter legitimidade para o fazer no que concerne à política cá, tu é que não.

é porque pres/sinto que não te sentes confortável no papel de abstencionista que te azucrino a cabeça - não tens razões para nao ires votar. deixa-te de merdas e vai a coimbra, ou lá onde tens que depositar o teu voto - nem que seja branco ou nulo!

shark,

interessante notar como, para caracterizar outros partidos de esquerda que nao o ps, recorres ao insulto.

mas a cada um o que pode que a mais não é obrigado, não essa a expressão?

Teresa disse...

SSV como já disse, e já te tinha dito antes, o Alfredo Reis é o santo da minha devoção no que a professores diz respeito, mas professores de filosofia conheci mais dois. O Cabral Pinto, que quase quase chegava aos calcanhares do Alfredo Reis e que para além de me ensinar Filosofia me ensinou a representar e conseguiu transformar-me no criado do Mestre Pantelin e na mãe de A mais Longa Ceia de Natal e o outro, de quem nem o nome recordo, mas que me entregava os testes com longos poemas "na dobra da folha" como uma vez escreveu, feitos à menina de caracóis castanhos. Esse, realmente, era doido, mas deu-me a possibilidade de poder dizer "Sim, eu fui assediada por um professor!"

sem-se-ver disse...

tu sabes em quem vota o visconde???? eh pá, agora fiquei de beiça!

Teresa disse...

Não, SSV, não é, de todo, abdicar da cidadania. Claro que não me sinto muito confortável por não votar, mas pesando os prós e os contras acho que não devo ir. Não é uma atitude política, mas não posso isolar a política e pensá-la como estranha à minha vida. Assim, eu, pessoa, ser global, considero que não devo deslocar-me e se isso implica não poder exercer o direito de voto então não votarei.
Se bem me recordo logo aquando das primeiras eleições foi ponderado criar sanções para os cidadãos que não votassem e foi decidido que isso seria uma violação dos seus direitos. O não votar, quer queiras quer não, é um direito e, no nosso sistema eleitoral, não votar é o mesmo que votar em branco ou nulo. A guerra do Saramago pelo voto em branco é a minha também. Os votos em branco deviam ser contados separadamente e ter peso eleitoral - imagino a AR com uma bancada vazia, mas talvez isso fizesse repensar os políticos. Não a política, porque a política é também esta minha escolha - não vou votar.

Teresa disse...

eheheheeh... sei! Se entretanto o senhor não tiver alterado o sentido de voto, mas tudo me leva a crer que se mantém firme e hirto.

shark disse...

ssv, para mim o ps é um partido de alimárias. e não vejo onde estão os insultos de que falas. Insulto, pra mim, é chamar seca dum cabrão ao do pc e hipócrita de merda ao do be. E não chamei.

sem-se-ver disse...

shark,

nem mereces resposta.


tereza,

enganas-te: a 'luta' do saramago pelo voto em branco está nos antípodas da tua defesa do abstencionismo. e só por ligeireza (vamos chamar-lhe assim) podes equiparar a atitude de não votar como equivalente a votar branco ou nulo.

(e porque tenho eu a impressão de que estou a ensinar a missa ao padre?)

Mente Quase Perigosa disse...

Eu bem vos tento dizer, mas não se convencem...

Contrariamente à convicção vigente, eu, sim, sou a personagem mais misteriosa desta casa...

:o)

Mente Quase Perigosa disse...

(E a mais gira, também!)

sem-se-ver disse...

(lol, mente!)

calamity jane disse...

(EStás a chamá-la mentirosa?)

Mente Quase Perigosa disse...

(Para aqueles que possam ter ficado baralhados, a risada da SSV foi a forma carinhosa que ela arranjou de concordar com tudo o que eu disse antes!)

(Mania de distorcer as gargalhadas dos outros, pá!)

Anônimo disse...

que engraçado, tanta conversa. Sou mesmo nabo, achava que a SSV era psd, e não fazia idéia de que a Cecília ia por aí.

Conheço bem, eu, ela e outra fundámos o Bloco por aqui, é inteligente sim, da seita do Louçã, e também ajudou a crucificarem-me na primeira oportunidade, implacável. Mas nessa altura, verdade se diga, eu também era pavão, para não dizer parvão.

Só que tanta coisa e não lhe conmheço que tenha conseguido algo, de facto, a não ser a sua promoção. Eu consegui um centro de saúde, um ecoparque, a denúncia de uma ilegalidade brutal, desmanchei negócios de milhões e reconverti-os para o bem comum, e lixei-me.

Mas não lhe desejo mal, a minha inimiga é a ferrugenta e tudo o que significa e transporta.

No entanto, se o BE fosse poder era num instante que tínhamos o kgb. Sei do que falo.

Portanto trocamos: nas outras votei Bloco agora voto PS.

Anônimo disse...

(tufa)

Teresa disse...

Z não conheço a Cecília mas o que dizes do bloco é o que sinto e não posso, mesmo pensando que fazem uma boa oposição, dar-lhes o meu voto.

SSV, tu que falas no voto útil devias perceber o que digo sobre o votar em branco. Votar em branco ou não votar não tem qualquer eficácia em termos práticos só diz respeito à consciência de cada um. Deslocar-me a uma assembleia de voto e colocar um voto em branco é, na estatística final, exactamente o mesmo que não ir lá. Sei o que o Saramago defende e estaria pronta a defender o voto em branco se esse voto pudesse mudar o que quer que fosse, se pudesse ser lido de forma diferente que é lido o não voto. Mas, continuo a dizer, só não vou votar por uma questão prática, mais nada. Caso estivesse lá, onde voto, ou me pudesse deslocar com mais facilidade, certamente que não deixaria de votar e votaria PS. Assim, mesmo que tu aches que não tenho esse direito, vou passar a noite do dia 27 a torcer-me na frente da televisão tal qual como tu quando joga o Porto.
(já agora, és sócia? pagas quotas? vais aos jogos? tss tss... não sei se podes ficar feliz com as vitórias deles. :))) )

Teresa disse...

Peixa, ou tu me dizes em quem votas ou... ou... ou sei lá o que te faço!...

Teresa disse...

Z, fiquei a pensar no que disseste sobre o fazer e o dizer. Não consegui matade daquilo que tu conseguiste mas essa é a atitude certa e mesmo mil SSV não me poderiam convencer que serias menos cidadão se não votasses.

Mente Quase Perigosa disse...

Eu pra ti só tenho uma coisinha a dizer: as GG season 7 já cá cantam. Só falta a porcaria dos codecs. Amanhã tenho que namorar os meus inginheiros...

Teresa disse...

Só te faltam os codecs!... Pois é, falta-te quase tudo....
E precisas de engenheiro? Queres falar?

Mente Quase Perigosa disse...

Eu acho um engenheiro faz sempre falta a uma Peixa que se preze... Digo eu...

(E qualquer Engenheiro digno do nome me resolve qualquer problema em 2 ou 3 horinhas...)

Anônimo disse...

a Cecília fará 'bem' o seu posto, não dá um passo maior do que a perna. Todos os políticos que têm uma carreira ascendente são inevitavelmente calculistas, insidiosos e maquiavélicos no sentido próprio do termo. Jogam para ganhar.

Claro que depois vai-se a ver e não alteraram uma palha do que existe, porque isso é que é perigoso, isso sim mexe com o sistema, e eles jogam dentro do sistema, retórica qb.

Dou-te um exemplo: o Zilhão, a quem devemos o parque de Foz Côa, que obrigou a uma indemnização de 25 milhões de contos à EDP, e constitui a 'memória gráfica mais antiga da humanidade' descoberta até hoje, foi um dos fundadores do Bloco, desalinhado, e ainda hoje está exilado em Bristol...

No entanto o Bloco teve um papel importante como oposição, durante uns largos anos, não estou arrependido de ter contribuído na fundação e anos subsequentes. O que se seguiu e hoje sucede em pleno foi a tomada do poder do psr dentro do Bloco.

Enfim, como sabes do tempo do teu pai a política é a mais nobre e a mais pulha actividade humana, duas faces da mesma moeda. Já fiz o meu bocadinho, já chega, não sou dissimulado nem hipócrita condição imprescindível para se fazer carreira política, mas acontece, coisa que se calhar ninguém acredita que eu não gosto de política, sentia-me era obrigado a dar o meu contributo, e já que era que se vissem factos, que quando chega a hora da verdade sou positivista.

Acho o Socrates um bom político e um compromisso bem difícil de vingar, espero que vingue.

sem-se-ver disse...

ah z, mas que valentes gargalhadas já me proporcionaste com essa sensação de que eu era psd!

Teresa disse...

Até a mim, SSV

Anônimo disse...

pois imagino,

mas entretanto já comi o meu travesseiro de gila com fios de ovoss e estou a preparar-me para xonar, e ler mais duas páginas de Tereza, rainha de Portugal,

quanto a votar: só é um direito porque existe o direito de não votar, senão era uma obrigação.

que chatice: nas últimas legislativas em que conto votar saiu-me logo na rifa o pior pesadelo que podia imaginar - a ferrugenta.

Anônimo disse...

Tereza olha aqui, noutro dia isto saiu-me como uma coincidência do caraças, acho que é desta que lhe vou morder o pescoço, desde o fight club que ando a coçar-me.

vou feito mosquito

Teresa disse...

Z tenho pouco tempo para te responder que a caldeirada de atum fresco está à minha espera mas antes, agora que já desentupi a fossa, tenho de ir tomar um duche. Já volto.

Anônimo disse...

então ficamos para amanhã que como sabes sou um xonão profissional,

'té

Teresa disse...

Mas ainda fui ver o teu vampiro. Nem de propósito, hoje li num sítio qualquer que ele gastou mais de cinquenta mil euros numa gaiola para hamsters. Só isso chega para não conseguir olhar muito bem para o tipo. Até pode adoptar mais 500 criancinhas mas estes pormenores deixam-me enjoada.

Marias disse...

Sem-se-ver, não sabia que ers profe de filosofia !

Ela não se sentou "em cima da secretária" sentou-se "à secretária" erro meu. Nós ficamos a fazer os TPCs mas a delegada de turma foi lá perguntar se estava bem, ela dise que fizessemos o que quisessemos, mas nós não queríamos que as empregadas ou alguém a visse assim.
Antes disso, no sétimo ano, foi uma de francês a entrar já a chorar também. O que aprendi foi que dar aulas deve ser duro.

Quanto à Tereza concordo com ela, pelo menos quanto às escolas, rsto está melhor que antes. Ou meus também começam 2ª feira.

Visconde de Vila do Conde disse...

Eu votarei, como sempre. É a minha maneira singela de prestar homenagem aos que conseguiram esse direito para mim.

(estive para fazer aqui um post sobre aqulela gaffe do Louça com a adjudicação da auto-estrada do Centro e sobre o que penso de tipos que, percebendo que "meteram os pés" ainda são capazes de dizer que a adjudicação só foi cancelada porque ele disse no debate que a coisa era vergonhosa)