Há um argumento que nunca admiti:
Que tenho de comer a sopa toda porque há meninos a morrer de fome do outro lado do mundo.
Se alguém me conseguir explicar como é que o facto de eu comer a sopa ou não ajuda ou prejudica alguém que não eu próprio ou a minha família, cheguem-se à frente, que até hoje ninguém conseguiu.
Há 2 anos
3 comentários:
Moral da história: O respeito pelo sofrimento dos outros é um valor de merda. Parabéns!
Marciano,
Não iria tão longe.
Mas nunca vi ninguém dizer "não quero esse ordenado, quero menos, porque há pessoas que ganham menos que eu".
Se calhar há pessoas que dizem isto. Eu é que nunca vi. E já vi muita coisa.
Se me quiserem tentar convencer que ganhar 900 EUR brutos como administrativo numa câmara é "falta de respeito" por quem é jardineiro é ganha 600, podem tentar.
(Obrigado pela resposta. Inesperada!)
Sem entrar na génese do marxismo, repudiado pela Europa e incompreendido pelas américas, atrevo-me a dizer que mesmo eu que olho diariamente para vários umbigos não deixo de olhar para o meu com mais indulgência.
O repúdio pelo excesso talvez não caiba tanto a quem recebe como a quem reparte. A chamada de atenção que absolvia no século passado, pela mera reprovação numa sociedade preponderantemente católica, talvez não se ajuste a este século de uma sociedade laica, por global.
Não estava a ser tão irónico quanto pareça, o que deduzo é que muitos valores que eram suficientes nessa realidade talvez sejam descabidos, mesmo contraproducentes, quando ela nos mostra que por mais atentos acabamos por ser lamentavelmente inconsequentes.
Mas de uma coisa me serviu o alerta parental, mostrou-me a precariedade do meu bem-estar, que, quando o tenha, devo agradecer e eventualmente retribuir, se possível não desperdiçando recursos. Mas se o não fizer pelo menos terei a noção de que o não fiz. Pelo meu riso egoísta ninguém me há-de porém agradecer, e até saberei porquê.
Por outro lado só saberá ensinar quem foi capaz de aprender. Eu vou aprendendo.
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