Se um génio de uma lâmpada mágica me oferecesse três desejos eu pedia-lhe um dia inteiro, ou dois, porque teria muito caminho para percorrer, a poder olhar para mim pelos olhos dos outros que me olham e a seguir, só a seguir, faria o segundo e o terceiro.
A mãe das minhas filhas não é a amante do pai delas, a amiga da loira não é a irmã dos outros dois, a cúmplice da Peixa não é a miúda do Santo, a penfriend não é a filha da minha mãe, a gorda não é a jeitosa, a vizinha da frente não é a vizinha do lado, a Teresa não é a Txintxin, e quando tento juntar estas todas até posso sair eu, só posso sair eu, mas a eu que sai desta balbúrdia é uma eu que sendo eu não sou só eu e de quem não consigo adivinhar os desejos porque tenho um par de olhos para olhar para mim mas vivo a ser olhada pelos muitos mais que me alteram a matéria tal como fariam a um quark qualquer confinado e sem estado livre que não pode ser conhecido mas somente inferido pela medida das partículas de que é feito.
E eu sou, mesmo que não o conceba, o resultado das visões dos olhos todos que me vêem.
Há 2 anos
32 comentários:
Eu sou mais de deitar o olho às partículas do teu físico, enfim...
e podes fazer um relatório? Será devidamente considerado, muito devidamente até.
Já a mim, o teu físico não me diz nada...
Mas eu também não sou de Olhão...
E tu és tu. O que os outros vêem são variantes de ti.
Define variantes.
de vez em quando a chefa vareia, lá isso...
vareia o caraças. olhem para estes armados em tesudos. sim, estou a falar contigo e com a outra.
A questão é muito interessante mas complexa.
Peixa: podemos ser o que somos, mas em que medida muito disso acaba por derivar da nossa inevitável tendência para nos colarmos ao perfil que define as expectativas dos outros?
Ou seja, essa consciência do que "somos" não acaba influenciada pelo olhar que os outros nos transmitem?
Tás a falar comigo também?
What about, mais concretamente?
(Se tás à espera do tal relatório, lá por punires a pobre peixinha não vais transformar o tubarão em funcionário público ou assim. E sim, tou aqui tou a exigir um aumento!)
É isso mesmo, Shark, eu acho que sim. Aliás teríamos de ser Super-Homens para que assim não fosse, melhor, teríamos que ser mais que super-homens porque até ele deixou de ter nacionalidade americana para não estar condicionado pelos olhares dos outros.
(Fónix que estás viciada em semântica...)
O que cada pessoa vê é apenas o que é mostrado. Tu és muitas coisas: mãe, filha, irmã, amiga, amante, etc, etc, etc...
Eu posso ver a mãe, a amiga mas não vejo a irmã, a amante, etc..
A forma como a mãe se comporta difere da forma como a filha se comporta que por sua vez varia da forma como a amante age... E por aí fora.
Os nossos comportamentos variam consoante o papel que estamos a assumir na altura. Mas o eu é sempre o mesmo. Tu não és muitas Teresas. És uma Teresa só. A pessoa que és comigo é a mesma que és com a tua irmã. O que difere é o grau de partilha do teu 'eu' com as diferentes pessoas. O que varia é o nível de informação a que cada um tem acesso.
Basicamente, cada um de nós é uma agência governamental tipo CIA e damos às pessoas das nossas vidas níveis de acesso. Que podem ir desde o 'need to know basis' ao 'full clearance'. Mas a agência é só uma. O que cada um pode aceder é que varia.
A exigir um aumento? Mas o aumento que tens já te deixou ficar mal?...
O que os outros pensam influencia o que és? Ou o que os outros pensam influencia a forma como te comportas com essas pessoas?
A penfriend não é a cabra de serviço.
(respondida a primeira questão?)
Tudo o que disseste poderia ser válido se o que os outros vêem de ti não funcionasse como varas da tua personalidade. Ainda hoje te vi aqui escrever - espero que tenha sido aqui... - que dificilmente voltarás a ter disponível a teu lado sensível e isso não é resultado do que quiseste mostrar, ó CIA de pacotilha, mas do que viram em ti.
(até dou erros ortográficos e tudo...)
E também já disse que nunca mais voltava a beber e sabe Deus o resultado da decisão.
Pensava que estávamos a falar de coisas sérias.
Mas pegando nesse exemplo, e como tu bem sabes, o que eu estava a fazer era mostrar ao Shark que era uma Peixa cool sem sentimentos.
Logo, a conceder um nível de acesso.
(Não percebi a da penfriend... Nem a que pergunta é que se referia...)
Portanto tu concedeste um nível de acesso ao Shark porque...
Não percebo em que momento é que isto se tornou acerca de mim ou dos meus níveis de acesso.
Mas a resposta a essa pergunta é, como deves calcular: Não sei / não respondo.
Cobardolas...
Disclaimer: Shark, como é óbvio os níveis de acesso diferem muito nas nossas conversas públicas das nossas conversas privadas. Mas tu é gaijo esperto e desempoeirado e entendes isso.
Ora níveis de acesso, xacáver: não tenho o de irmão, não tenho o de pai, nem o de filho.
Quais é que sobram, então, quais são?
:)
Chamem-lhe o que quiserem, Bruce.
Atendendo à minha personagem, até poderia alegar que já nem lembro porquê, mas prefiro não fazê-lo.
:p
Alto nível, eu arriscaria a dizer que te ficou um nível de acesso daqueles por cima...
O problema é que as lâmpadas agora são economizadoras, e os génios idem aspas. Mas sendo eu um génio, sempre te digo, e citando alguém,
"cada pessoa é ela e as suas circunstâncias". Por isso Dona TEREZA, somos o que somos. Eu que sou um gaijo de esquerda, acordei hoje o mais cds possível. Porquê génio? Porquê.....!
Este post já tem muitas e válidas contribuições. Nada posso acrescentar de valor aqui. Mas gostaria de dizer que admiro pessoas com a apurada capacidade de introspecção demonstrada pela autora do blog. Beijim. Giuseppe
(O José está a falar para ti, certo, Chefa?)
Eu sei, Peixa, eu sei....
Era uma pergunta, Chefa. Uma pergunta...
Acordaste virado do avesso, Fusão?
(o fusão do átomo a comentar este post é ouro sobre azul..)
E queres mesmo, mesmo, que te responda?)
Não, deixa estar.
(Tou a comer. Só agora me dei conta que estou esfomeada. Ainda apanho uma azia ou outra bicheza estranha...)
acho que nos vestimos de acordo com a ocasião. não é que o que os outros pensam, seja importante ou deva influenciar o nosso comportamento, neste caso a nossa fardaneta, mas a verdade, é que ninguém gosta de ser a única pessoa de vermelho num funeral... ou então até gosta, mas aí já uma pessoa para lá de cojonuda...
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