... gosto deste sítio, foi o meu sítio em muitos estados de sítio. Gosto de escrever e gostava de escrever neste sítio mas agora sinto-me fora de sítio.
HIDE AND SEEK
Desde o início dos tempos blogosféricos a questão do anonimato tem feito correr muita tinta nos monitores, tanto no plano dos autores como no dos comentadores. Interessa-me hoje a questão destes últimos.
Começo por deixar claro que o exercício do direito ao comentário anónimo implica a aceitação do eventual troco opinativo que deriva da liberdade de expressão que é sempre invocada quando alguém se insurge contra o anonimato sob qualquer das suas formas. E é disso que se trata aqui.
Quando alguém opta por se esconder por detrás do anonimato (e é de esconder que se trata) é porque pretende salvaguardar uma de duas coisas: a sua imagem, por sentir que pode ser afectada pelo que diz, ou a sua pele (por temer a represália inerente a qualquer excesso que cometa, como um insulto ou assim).
Mesmo quando a pessoa anónima pretende apenas dizer uma verdade necessária mas receia as respectivas consequências, e por muito boa que seja a sua intenção, está a fugir à responsabilidade inerente ao seu gesto e nesse caso estamos perante um acto de cobardia, variando apenas no grau e no pretexto relativamente a tudo o que um insulto mascarado engloba de pejorativo. É a diferença entre um medroso e um merdoso, bem vistas as coisas.
Colocadas essas coisas no plano devido, é inevitável concluir que o anónimo capaz de utilizar essa vantagem competitiva para poder denegrir alguém sem ao menos aceitar o preço a pagar, as mazelas na imagem de pessoa de bem, com a formação pessoal elevada que transpira do que diz com a identidade destapada, não pode fugir ao estatuto que assim abraça. E a cobardia custa sempre a engolir diante do espelho, excepto se a pessoa em causa for demasiado estúpida para perceber esta lógica simples: insultar sob a capa do anonimato equivale a apedrejar alguém pelas costas escondido atrás de uma árvore.
Daí me parecer necessário chamar os bois (os anónimos, no caso concreto) pelos nomes para de alguma forma equilibrar a parada.
É que se a pessoa insultada ou denegrida acusa o toque mas tem que disparar às cegas e correr o risco de ficar mal vista se responder à altura do que lhe disseram, a outra pessoa que sentiu o prazer mesquinho, porque impune, de dizer algo que não teria tomates para repetir com a identidade a descoberto, não pode deixar de vestir a pele cobardolas perante os factos que estão à vista no que acabo de afirmar mas também na percepção de quem lhes lê as atoardas.
Menos cobardes só mesmo os que preferem fugir depois de atacarem os outros.
Pelo menos tiveram a coragem necessária para darem a cara pelas suas ousadias fedelhas.DE COMO SEREMOS SEMPRE O VELHO DO RESTELO, SOPRE O VENTO DE ONDE SOPRAR
Grande Vitória
A minha filha voltou a comer outra vez.
E de momento é só isto. Ou, pelo menos, é isto o mais importante.
DE COMO VOU MORRER SEM SEXO E POBRE
ALGUÉM ME SUGERIU QUE MODERASSE A ACTIVIDADE SEXUAL NESTA FASE DA MINHA VIDA...
SIM, AGORA ESTOU NUMA DE ESCREVER SOBRE FUTEBOL
A posta na justiça de brandos costumes
Claro que qualquer jurista conseguirá atafulhar-me de argumentos capazes de justificarem as bizarrias em questão, mas existem duas coisas na Justiça portuguesa que me fazer soar os alarmes da desconfiança acerca de eventuais fundamentos para a sua existência.
ALGUÉM TEM QUE FALAR DE FUTEBOL, N'É?
E eu estou apostada em ser essa pessoa... No entanto, considerando que nem um minuto de jogo vi na primeira parte e não faço puto de ideia quem está a ganhar, isto está quase a tornar-se uma missão um tudo-nada impossível. Mas antes do final da cena, eu decerto terei algo a dizer.
Até lá deixo-vos com um clip dos desenhos animados mais sádicos à face da terra e arredores.
BEBER, FUMAR, FODER
GAIJOS ATENTAI QUE A PEIXA EXPLICA PORQUE A PEIXA É MESMO, MESMO, MESMO, MESMO VOSSA AMIGA
HOJE É O DIA!!!
FAÇAM ATENÇÃO QUE VOU ESCREVER SOBRE FUTEBOL!
Façam de conta que vou falar de cozido à portuguesa!
O sexo está para mim como os cozidos à portuguesa. Dos cozidos sou capaz de comer na boa dois ou três pratos. Do sexo, em geral, aprecio-lhe desde as entradas até à sobremesa mas gosto particularmente dos últimos dez, quinze segundos.
Eu até gosto mais de sexo do que dos cozidos à portuguesa mas em ambos os casos acho que está sempre a dar. Vocês sabem que sou voraz e sou. Já conseguir evitar repetir as doses é uma raridade quanto mais dizer que não a alguma dessas coisas.
Temos então que almocei um cozido à portuguesa hoje. A genética diz-me que se pudesse ter dado antes uma queca nem hesitava. Não aconteceu. A genética também me dizia que devia ter ido dar uma trancada com a Angelina Jolie (até podia ser um bocado depois do cozido, para não me parar a digestão) e é o que é.
Vai daí temos as passarinhas em primeiro lugar. Come-se bem (é um post sobre sexo e cozido estou a usar linguagem a condizer, tá?)! Se não quiserem que eu fique logo por detrás, sou gaijo para aceitar, até com algum agrado, ficar noutra posição qualquer! Até pode ser em cima da mesa, de preferência depois de tirar a louça...
EM ROMA, HOJE, SÊ DE OUTRA CIDADE QUALQUER...
ATÉ POR QUE A MINHA LINHA EDITORIAL DITA QUE EU SÓ ESCREVA SOBRE SEXO!
Todos os nomes
De cada vez que nos apareceu um cão à porta, e foram algumas, passámos a ter um cão, ou mais um cão, e o cão passou a ter dono e nome. Foi assim com o Tiggy, o Goma, a Preta, a Magda - parece que lhe chamavam Skank, como a banda, mas era tão burra, grande e desastrada que eu chamava-lhe Magda como a do Caco Antíbes - o Sebastião de má memória e até o Relvas que se não apareceu à nossa porta apareceu a outra e foi lá parar.
Agora não temos cães mas assim que aqui nos instalámos ele começou a aparecer por cá. Primeiro só lhe via os pêlos nas almofadas das cadeiras do alpendre mas uma manhã deu-nos a honra de se mostrar e por uma porta esquecida aberta entrou-nos casa a dentro e saltou-me para cima da cama como quem diz, querías-me ver estou aqui mas estou também no ir, bom dia e passa bem. É grande, gordo, amarelo e tem um rasgão numa orelha que lhe atesta o mau feitio. É raro, muito raro, aparecer durante o dia mas de vez em quando, sempre já noite feita, encosta-se aos vidros das portas do jardim e pede para entrar ou, se vem mais fino, faz um escarcéu na porta principal até que alguém o oiça e a vá abrir. Não pede comida, bebe leite e só quando lhe apetece, mas vem ao mimo. Instala-se nos sofás, roça-se nas nossas pernas, vira-se no chão para lhe fazermos festas na barriga e tenta, tenta sempre, apanhar a porta do meu quarto aberta e bater uma sorna em cima da minha cama. Nunca fica muito tempo e assim que está satisfeito pede com pouca delicadeza que lhe abram uma porta e sai disparado para desaparecer por mais uns dias.
Ontem foi dia sim e eu tinha uma surpresa à espera só que o sacana é desconfiado e assim que viu na minha mão uma bisnaga mínima mas que não devia lá estar defendeu-se bem e não fosse eu ligeiramente mais pesada e mais teimosa não tinha conseguido besuntar-lhe o pescoço com o anti-parasitante, um gato ainda vá mas um porta aviões de pulgas e carraças dispenso bem.
Não gosto de gatos, nunca gostei de gatos, ou por outra, gosto de cães e sempre gostei de cães mas este sacaninha vadio está a começar a amolecer-me apesar de não ser a dona dele e de ele não ter um nome. Um gato não é como um cão e não se vende por comida nem aceita de ânimo leve ser baptizado porque sempre que lhe arranjamos mais um nome ele olha-nos com desprezo e manda-nos ter juízo mesmo sendo um deles um nome cheio de pergaminhos blogosféricos.
Depois da guerra de ontem apostaria que tão depressa não me voltaria a aparecer por aqui mas os bichos gatos não são afinal tão diferentes dos bichos homens e apesar de continuar o todos os nomes, vadio e sem donas, hoje apareceu mais cedo e mesmo tendo-se instalado perto da porta para apanhar o fresco da noite que entra pelo mosquiteiro já percebeu que quem manda é a gaija e pelo que parece gosta tanto disso que voltou mais depressa para casa.
Eu? Eu não lhe ligo nenhuma porque ele pode ser gato vadio mas eu sou gaija sabida e ainda há-de vir quando eu quero, nem que lhe chame Todos os Nomes.
Hinos aos deuses, não, os homens é que merecem, que se lhes cante a virtude, bichos que cavam no chão, actuam como parecem, sem um disfarce que os mude*
Em Setembro de 2001 eu vivia numa pequena cidadezinha de província que se andou agora nas bocas do mundo porque o miúdo da casa do lado usou um saca rolhas quando já lhe tinha saltado a tampa, na altura era só uma terra chata e desconhecida com um nome chato e comprido. Por ali pouca coisa acontecia digna de nota e o único sobressalto vivia-se quando tocava a sirene dos bombeiros e parávamos por momentos para lhe contar os toques, um para acidente, dois fogo fora, três fogo na terra, curiosidade satisfeita e lá caiu mais um boi num poço, está um silvado a arder ou a frigideira da sardinha aqueceu demais.
Foi lá, muito longe de Nova Iorque e muito antes de Cantanhede lhe ter aparecido nas notícias dos jornais, que eu vi os aviões e as torres e as mortes e foi lá que a minha filha mais nova acrescentou uma palavra diferente às muitas que os três anos de vida já lhe tinham ensinado - talibã.
Os talibãs, os homens maus, entraram-lhe imaginação a dentro e povoaram-lhe os pesadelos e mesmo lá, longe muito longe dos mapas do medo, longe muito longe dos olhos da Al Quaeda, naquela terra chata onde nada acontecia, no dia em que viu a igreja de paredes picadas e coberta de andaimes agarrou-se à minha mão e quis saber se também tinham sido os aviões a fazer aquilo.
Lembro-me muito bem de quando eu era criança e sei que há memórias que resistem à lógica e ao tempo portanto consigo perceber perfeitamente que ela agora, do alto, muito alto, dos seus 13 anos me diga que nunca conseguiu deixar de pensar no bin Laden como um homem enorme, de barba comprida, que pegava em aviões com as mãos e os atirava contra prédios para matar pessoas e percebo também que no dia em que soube que ele morreu, ou que o mataram, o mundo dela tenha ficado menos assustador e tenha dado vivas por isso. O monstro que lhe fazia medo tinha finalmente sido destruído e se era um homem também, e se um homem morreu, isso não lhe tirou o sorriso da cara porque ali, naquele momento, ele era só o que tinha escolhido ser, ele era o pesadelo, ele era a ameaça que chegava tão longe como longe era a igreja entaipada, ele era o bicho papão.
Agora, depois do alívio, podemos voltar todos a ser civilizados e podemos discutir ad eternum a justiça daquela execução e a falta de compaixão de quem festeja a morte de um homem mas isso em nada diminui a nossa humanidade, confirma-a e acrescenta-a.
Não sei se este vídeo é fabricado mas se o é aquele soldado deveria receber um Óscar porque em poucos segundos foi o Homem, foi todos os Homens, fui eu também.
Se um desconhecido te oferecer sexo virtual isso não deve ser impulse.
Se um desconhecido me tentar saltar para a cueca eu percebo e até posso dar um jeitinho, se um desconhecido me tentar saltar para o disco rígido eu mando-o brincar com o seu próprio html em menos de um bit.
Das cartas Dear John e de como o que é preciso é engolir a pastilha e digeri-la depressa
Quero que saibas que nunca ninguém me deu tanta coisa com a qualidade de tantas coisas que tu me deste. Nunca o esquecerei e, por isso mesmo, guardarei sempre de ti uma imagem resultante do tanto que trocámos: ternura, entusiasmo, esperança, descoberta, amor, entrega, loucura, excessos, lágrimas, zangas e apaziguamentos e tanto, tanto mais..... Fica a imagem duma pessoa TOTAL, GENUÍNA, REAL! Fica a infinita ternura! Nunca te esquecerei. Quanto a mim, desisto! Sabia que serias a minha última oportunidade de encontrar "aquela" felicidade ao lado de alguém. Mesmo que não o soubesse já, sei agora que, depois de te ter conhecido, a fasquia ficou muito alta. Condenaste-me a ser feliz sozinho.
Happy birthday, Mr. Clooney
E QUANTOS LEVAMOS PARA UMA CAMA?
MÁXIMAS DO CURRAL - 1
Quem fode minha amiga, meu amigo é.
INCUMBE-ME A COXA DE FAZER A SEGUINTE COMUNICAÇÃO:
Ritmargarida,
Quem fala assim não é gaga
Mess with my friends and I will hunt you down, kill you and bury you where nobody will ever find you!
Consider yourself warned and have a nice day.
- Peixa in Aviso Público
AS GRANDES DESCOBERTAS DA CIÊNCIA SÃO SEMPRE OBRA DO ACASO
EU TENHO UMA AMIGA...
Essencial no dia de hoje
SALMAN RUSHDIE
A maternidade, na ordem do tempo, é a segunda profissão mais velha do mundo.
Entre os muitos males necessários para que a vida continue, a mãe é o número um: a existência não é concebível sem ela.
É capaz de amar-nos com tanta abnegação que nos fará sofrer de carências afectivas.
Mãe há só uma. Tem de ser! Duas não seriam compatíveis com a sobrevivência.
(...)
Frutos de uma experiência de engenharia genética, somos a realização imperfeita de um sonho perfeito. A mãe afadiga-se para que o resultado condiga com o projecto. É através dela que o processo evolutivo avança ao longo dos séculos.
É assim que, entre afagos e bofetões, progride afoita a civilização.
As partículas da minha física
Se um génio de uma lâmpada mágica me oferecesse três desejos eu pedia-lhe um dia inteiro, ou dois, porque teria muito caminho para percorrer, a poder olhar para mim pelos olhos dos outros que me olham e a seguir, só a seguir, faria o segundo e o terceiro.
A mãe das minhas filhas não é a amante do pai delas, a amiga da loira não é a irmã dos outros dois, a cúmplice da Peixa não é a miúda do Santo, a penfriend não é a filha da minha mãe, a gorda não é a jeitosa, a vizinha da frente não é a vizinha do lado, a Teresa não é a Txintxin, e quando tento juntar estas todas até posso sair eu, só posso sair eu, mas a eu que sai desta balbúrdia é uma eu que sendo eu não sou só eu e de quem não consigo adivinhar os desejos porque tenho um par de olhos para olhar para mim mas vivo a ser olhada pelos muitos mais que me alteram a matéria tal como fariam a um quark qualquer confinado e sem estado livre que não pode ser conhecido mas somente inferido pela medida das partículas de que é feito.
E eu sou, mesmo que não o conceba, o resultado das visões dos olhos todos que me vêem.
ARTUR E OS MINIMEUS
Dr. Daniel Sampaio,
Quando um adolescente nos diz "Tu ainda tens um rabo rijinho", devemos:
- dar-lhe uma lapada porque nos apalpou?
- dar-lhe uma lapada pelo "ainda"?
- dar-lhe uma lapada por não ter idade para ser pai dele?
Agradecida.
Mrs. Robinson
Já agora, doutor, que tá ca mão na massa...
Quando o Shark nos diz: "vais ter um rabo lindo até ao fim dos teus dias", devemos:
- dar uma trancada com ele por ter tão bom gosto?
- dar uma trancada com ele pelo "lindo"?
- dar-lhe uma lapada por ter demorado tanto tempo a dizê-lo e depois uma trancada para fazermos as pazes?
Agradecida,
leitora anónima
Diálogos Marinhos
OS AMIGOS DOS AMIGOS E OS AMIGOS DAS AMIGAS
É que nem dá para fazer sondagem
Mas que estou curiosa, estou. Digam, ali em baixo na caixinha, em que circunstâncias, tirando as óbvias em que elas servem de grampo e porque ninguém quer acabar a estatelar-se no chão, se tem um orgasmo com as pernas entrelaçadas no outro e terminado o orgasmo as pernas se mantêm entrelaçadas, ou seja, de músculos retesados tal qual estavam.
Só curiosidade, claro.
FÓNIX QUE EU DEVO ANDAR A FAZER A COISA MAL FEITA
E se, de facto, a prática corrente é quebrar o recorde dos 100 mts barreiras depois de se virem, eu não percebo mesmo nada de sexo. O que, bem vistas as coisas, é capaz de ser o caso.
P.S.: Os segundos têm tendência a estender-se se acabares debaixo do adversário. Dizem-me que é mais difícil sair debaixo do que sair de cima... Dizem...
P.S.1: O Coyote Ugly foi um mau exemplo, Chefa. "Did you ever wake up sober after a one night stand, and the person you're next to is layin' on your arm, and they're so ugly, you'd rather chew off your arm then risk waking 'em? That's coyote ugly." Não só estão entrelaçados como dormem juntos, Chefa. E abraçadinhos e tudo... Será amor?
Sócia, tu concentra-te, estás a falar de sexo.
Havia ali qualquer coisa que não me fazia sentido mas estava tão bem disfarçada que foi preciso começar a fazer o desenho para dar com o rabo do gato escondido.
"I THINK I COULD FALL MADLY IN BED WITH YOU."
Triste, muito triste....
É ter ido lá fora, reparado que o pátio estava cheio de folhas caídas e as sebes aparadas, ter pedido explicações à mais nova e ter ouvido um Ai tu não percebeste? Andaram aqui a cortar as nossas sebes.
- Ai foi? O anão aqui do lado veio tratar-nos do jardim?
- Não!!!.... Foi o da frente. O alto, giro e de olhos azuis...
Ora muito bem, tive um gajo alto, giro, de olhos azuis e de serra eléctrica empunhada a aparar-me a folhagem e não dei por nada.
Foda-se, ou estou cega e surda ou devo estar apaixonada.
(EU ESTOU DE GREVE! JÁ ALGUÉM REPAROU?)
Sexão correio sentimental, mais uma posta amorosa
Já que a Chefa anda distraída com casamentos reais e a tentar pôr ordem no curral, alguém tem de botar alguma titica no ventilador, de modos que vou já colocar a segunda questão existencial da sexão de correio sentimental. E vou já dizendo que isto - à diferença da posta anterior - não é um supônhamos. É um assunto sério e merece reflexão aturada.
Hoje ao almoço um amigo meu proferiu a seguinte frase: "Sexo não tem nada a ver com amor". Aguardo os contributos do rebanho.
UM TEXTO PARA UMA TARDE DE SOL
"Namora uma rapariga que lê. Namora uma rapariga que gaste o dinheiro dela em livros, em vez de roupas. Ela tem problemas de arrumação porque tem demasiados livros. Namora uma rapariga que tenha uma lista de livros que quer ler, que tenha um cartão da biblioteca desde os doze anos. Encontra uma rapariga que lê. Vais saber que é ela, porque anda sempre com um livro por ler dentro da mala. É aquela que percorre amorosamente as estantes da livraria, aquela que dá um grito imperceptível ao encontrar o livro que queria. Vês aquela miúda com ar estranho, cheirando as páginas de um livro velho, numa loja de livros em segunda mão? É a leitora. Nunca resistem a cheirar as páginas, especialmente quando ficam amarelas. Ela é a rapariga que lê enquanto espera no café ao fundo da rua. Se espreitares a chávena, vês que a espuma do leite ainda paira por cima, porque ela já está absorta. Perdida num mundo feito pelo autor. Senta-te. Ela pode ver-te de relance, porque a maior parte das raparigas que lêem não gostam de ser interrompidas. Pergunta-lhe se está a gostar do livro. Oferece-lhe outra chávena de café com leite. Diz-lhe o que realmente pensas do Murakami. Descobre se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entende que, se ela disser ter percebido o Ulisses de James Joyce, é só para soar inteligente. Pergunta-lhe se gosta da Alice ou se gostaria de ser a Alice. É fácil namorar com uma rapariga que lê. Oferece-lhe livros no dia de anos, no Natal e em datas de aniversários. Oferece-lhe palavras como presente, em poemas, em canções. Oferece-lhe Neruda, Pound, Sexton, cummings. Deixa-a saber que tu percebes que as palavras são amor. Percebe que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade – mas, caramba, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco com o seu livro favorito. Se ela conseguir, a culpa não será tua. Ela tem de arriscar, de alguma maneira. Mente-lhe. Se ela compreender a sintaxe, vai perceber a tua necessidade de mentir. Atrás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. Nunca será o fim do mundo. Desilude-a. Porque uma rapariga que lê compreende que falhar conduz sempre ao clímax. Porque essas raparigas sabem que todas as coisas chegam ao fim. Que podes sempre escrever uma sequela. Que podes começar outra vez e outra vez e continuar a ser o herói. Que na vida é suposto existir um vilão ou dois. Porquê assustares-te com tudo o que não és? As raparigas que lêem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Excepto na saga Crepúsculo. Se encontrares uma rapariga que leia, mantém-na perto de ti. Quando a vires acordada às duas da manhã, a chorar e a apertar um livro contra o peito, faz-lhe uma chávena de chá e abraça-a. Podes perdê-la por um par de horas, mas ela volta para ti. Falará como se as personagens do livro fossem reais, porque são mesmo, durante algum tempo. Vais declarar-te num balão de ar quente. Ou durante um concerto de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Pelo Skype. Vais sorrir tanto que te perguntarás por que é que o teu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Juntos, vão escrever a história das vossas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos ainda mais estranhos. Ela vai apresentar os vossos filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos da vossa velhice e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto tu sacodes a neve das tuas botas. Namora uma rapariga que lê, porque tu mereces. Mereces uma rapariga que te pode dar a vida mais colorida que consegues imaginar. Se só lhe podes oferecer monotonia, horas requentadas e propostas mal cozinhadas, estás melhor sozinho. Mas se queres o mundo e os mundos que estão para além do mundo, então, namora uma rapariga que lê. Ou, melhor ainda, namora uma rapariga que escreve." (Rosemary Urquico)
VIÚVA NEGRA
(Tou quase a desistir desta merda. Atão não é que a Chefa acha que eu sou uma Viúva Negra?)
(É que nem uma letrinha me sairá destes dedinhos até a Chefa me dar autorização para enfiar a pila onde me apetecer!!!)
Ass: Mente em strike mode
Já que se está com a mão na pila
Regra #324-A do Cabra
1. No caso de se vir a verificar a entrada de novos elementos nesta casa fica rigorosamente proibida a introdução de pilas e/ou troca de fluídos com e entre os novíços;
a) A Chefa, e unicamente a Chefa, tem a prerrogativa de ANTES da inscrição se tornar definitiva fazer o devido teste ao material, se assim o entender, considerar necessário e/ou lhe apetecer muito ;
b) Em caso algum ficará a Chefa obrigada a prestar contas ou a apresentar relatório do serviço efectuado podendo, não obstante e se lhe aprouver, fazer descrições pormenorizadas em público ou em privado.
2. O previsto no número anterior não se aplica aos cabras com mais de dois anos de casa desde que o façam exclusivamente entre eles e cumpram, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) Estejam devidamente autorizados pela Chefa devendo a referida autorização ser requerida com, pelo menos, uma hora de antecedência sendo que cabra que é cabra tem de se aguentar mais que isso;
b) Pagamento à Chefa de uma Bula a determinar caso a caso e podendo ser exigido por ela que este pagamento seja feito em espécie;
c) À cautela a Mente Quase Perigosa AKA Peixa nunca poderá beneficiar deste regime excepcional.
E por falar em pilas
Bom, diz que a nova cabra de serviço se emancipou mais um bocadinho de modos que eu gostava de lançar uma (ou várias, quiçá) acha(s) para a discussão primaveril aqui do curral.
Lembrei-me de vos propor uma sexão Consultório Sentimental e sem esperar pela resposta vou desde já inaugurá-la, colocando aqui uma questão existencial.
Apesar de ter ali afirmado numa caixa mais abaixo que tenho um amigo que sabe ser colorido sem imaginar que quero casar com ele, tenho algumas dúvidas sobre a possibilidade de manter amizades coloridas saudáveis e profícuas. Por exemplo, e isto é um supônhamos:
Gaija meets gaijo. Dão-se bué da bem. Gaijo mostra interesse em gaija. Gaijo é casado. Gaija é livre e desimpedida e começa a ver gaijo com outros olhos - e até corre sério risco de se apaixonar. Sendo que a) gaija pretende que a amizade seja preservada e até tem cadastro de amizades anteriores destruídas por via de coloração apaixonada; b) gaija e gaijo não falam de um assunto que está latente mas não é verbalizado; c) gaija e gaijo têm poucas hipóteses de se encontrar e em princípio estará sempre gente à volta a não ser que combinem e para isso teriam de verbalizar; que deveria a gaija fazer: a) atirar-se de cabeça ao gaijo e seja o que deus-nosso-senhor quiser; b) deixar-se ficar sugadinha e deixar que seja o gaijo a tomar a iniciativa; c) voltar-se para o outro lado e dar umas belas quecas com um amigo colorido por quem não corre o risco de se apaixonar e ficar com o coração partido?; d) nenhuma das anteriores; e) todas as anteriores.
Repito, isto é um supônhamos.
Mas que las hay las hay...
- Isto não funciona.
Ok, a gaijinha bloqueou o telemóvel que a Tia Peixa lhe desenrascou. Bloqueio de telefone, está lá, escrito sem margem para dúvidas e sem apelo nem agravo.
- Que fizeste?
- Não sei....
- Andaste a brincar com isto?
- Não sei.... estava assim....
Tenta, Teresa, tenta, inventa números, vá, começa pelo 1111 e vai por aí fora que as combinações não são assim tantas, devem ser 10 elevado a qualquer coisa ou assim que de números não percebo nada. Código incorrecto. Código incorrecto. Código incorrecto. 'bora lá tentar palavras. Código incorrecto. Código incorrecto. Código incorrecto.
- C., diz-me, tu estiveste a brincar com o telefone?, que números aqui puseste?
- Então, era ...., e era ......., e era......, e era.....
e ia debitando números aparentemente sem nexo e eu ia escrevendo, tentando, código incorrecto, e escrevendo outra vez, estás a inventar para aí mas olha, inventa que pode ser que acertes.
Não, não estava a debitar números ao acaso. Tinha-me dado o meu número de telefone, o da irmã, o do pai, o da avó, mais uma porrada deles e, a cereja no topo do bolo, a porra do PIN, do PUK e da referência multibanco em que tinha posto os olhos por poucos minutos há mais dias do que aqueles que consigo contar quando deixei o cartão do telefone esquecido em cima da mesa. Está tudo ali, certinho e sem falhas na cabeça dela mas a minha é que já não tem capacidade para lidar com mais isto porque talvez se eu não estivesse tão esgotada visse aqui qualquer coisinha boa, sei lá, deve dar para a pôr a render, ou não? Eu já vi aqueles filmes todos dos gajos que contam cartas em Las Vegas e dos outros que vão para a NASA e assim....
"NUM AMBIENTE DE GUERRA NINGUÉM CONSTRÓI. TUDO O QUE SE CONSEGUE É DESTRUIR."
Da amizade compilada
Isto dos blogues mistos tem a vantagem de a pessoa poder aceder a pontos de vista dos dois lados da barricada que afinal é uma barrigada (de riso), isto dos géneros, a menina e o menino e o mundo tão diferente como a gente afinal o vê.
E é isto.
Porque um dia também vamos ter o Dia Internacional da Blogaria e vão-me entrevistar como àquele velho castiço que é rádio amador há mais de sessenta anos e nem imagina menina isto é uma maravilha eu sento-me aqui nesta cadeira, ponho os auscultadores, ligo o rádio e falo com gente de todo o mundo e depois pode estar até Sol aqui e lá a chover e tenho amigos em todo o lado e nunca os vi e a malta dos sms e do facebook e dos tuítes e de sei lá o que mais vai olhar para nós, os bloggers empedernidos velhos e teimosos e fazer um sorriso condescendente como eu fiz ao ver aquela parafernália imensa - a onda entra, bate na válvula, esta aquece, já está a fazer barulho, e o som sai - que lhe permite, vejam lá, ter o mundo todinho aqui neste escritório, e quando me tentarem explicar que eu já passei à história e que quaisquer 140 caracteres podem muito mais porque até já fazem cair facínoras e tudo eu vou dizer que sim, pois claro, mas, que querem?, isto é um vício. Allo, D. Rosa, D. Rosa, chegou a sua filha do Brasil.
A ROSE IS A ROSE IS A ROSE IS A ROSE*
A premissa é simples. Uma gaija é amiga de um gaijo. Só somos amigos de quem gostamos, certo? Nós preocupamo-nos com os nossos amigos, certos?