Um, dó, li, tá.

Gosto do Luis Fernando Veríssimo e as crónicas dele na revista do Expresso foram a razão para eu, durante muito tempo, comprar, desculpem, roubar o jornal. Hoje, por um acaso, tropecei num pequeno conto que me apeteceu de imediato publicar por aqui, vá-se lá saber porquê, mas estou com um pequeno problema - não sei como acaba!

Digamos que quem conta este conto não se limitou a acrescentar um ponto. É que já procurei e voltei a procurar e o resultado é sempre o mesmo - há duas versões para o final. As palavras do texto, todas elas, são iguais, iguazinhas. A frase final  é à escolha do freguês.

Virei a net do avesso, googlei por aí fora, mas foi tudo em vão - não consigo perceber qual é a versão original e qual a alterada. Vai daí armei-me em Pilatos e lavei as minhas mãos - um conto, dois finais e escolham o que mais vos agradar!...

Conto de Fadas para as Mulheres do Sec. XXI

Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse:- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre.
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:

(hipótese 1) - Nem fudendo !
(hipótese 2) - Eu, hein?... nem morta!

(Luís Fernando Veríssimo).

8 comentários:

Anônimo disse...

enquanto a rã pensava: e agora que me comes finalmente vou-me instalar na tua alma e o princípe vai fuder-me como sempre quis, desculpa usar o teu envoltório,

merecias Tereza :)

z

Teresa disse...

e ficava uma rã com um envoltório com muito mais graça e uma alma bipolar com muito mais raça e a rã avisava os outros príncipes todos e eles queriam era ser comidos com molho à sautée por princesas do seculo xxi

merecias Z :)))))))

(beijos)

Anônimo disse...

assim até dispensávamos os tais de casamentos gay,

no entanto no real realíssimo ainda a rã tem que dar um beijoca à princesa para ela descobrir o principe que há em si,

não me perguntes porquê, que eu saiba não fui eu que fiz o mundo assim :)

butterfly

bjo->xonex

Anônimo disse...

olha um pensador :)

pronto, agora é que vou

Teresa disse...

agrada-me essa perspectiva. sabes, realmente é assim, um homem nas nossas vidas não nos faz sentir mais mulheres mas mais machos - é mais uma boca a alimentar, mais um desprotegido a tomar conta. e isto agora sem ironia, é mesmo assim, nós tomamos conta deles e realmente deve ser como dizes - a rã dá-nos um beijo e nós descobrimos o príncipe dentro de nós.

jantar. alheira da gaija que ainda cá tinha uma esquecida.
bjs

Teresa disse...

Já tinha visto este artigo e fiquei a pensar qual seria a diferença entre o chimpanzé que junta pedras para os visitantes e a formiga que junta comida para o inverno. Porque é que num é pensar e no outro é instinto. Parece-me que a grande diferença é que no caso do chimpanzé é o individuo que reage e na formiga é a espécie, mas isso é qualitativo ou quantitativo?

Anônimo disse...

o aumento de quantidade transforma a qualidade?

passas de um a muitos

Teresa disse...

Não passei de um a muitos, fiz o contrário. No chimpanzé foi considerado uma qualidade do individuo, nas formigas é uma qualidade da espécie. Parece que só é pensar, qualidade, se for só um.