E eu a dar-lhe!

Bem vindos à NetJets!


NetJets Europe is the largest operator of business jets and private jets in Europe. You can fly direct to thousands of airports worldwide with unparalleled safety and security.


A NetJets é, como dizem no site linkado, o maior operador de jactos privados na europa. Servem 1000 aeroportos. A cada 5 minutos levanta um avião deles.
130 jactos. Todos com matrícula portuguesa!

Matricula portuguesa??!! Estranho... Ou talvez não.

Esta empresa vende jactos em timesharing. É isso mesmo, vendem fracções da propriedade de aviões. Tal e qual como nas famosas casas do Algarve, mas com aviões.
Vantagens? Para quem pode comprar são inúmeras, que, como eles dizem, quem compra fica com uma companhia privada de aviação. Quer ir a algum lado? Ainda tem horas de voo disponíveis? Telefona e à hora que quer e no aeroporto que quer o "seu" jacto está à sua espera. Tenha um avião só para si ou para quem realmente importa. Jogos para as crianças. Telefone de satélite para si. A comida que mais aprecia. Pilotos que o ouvem. ... Em todos os voos vai poder encontrar as suas bebidas, hors d’oeuvres, revistas e jornais favoritos e a célebre livraria NetJets de música e filmes.
Existem 400 pessoas no nosso centro de operações em Lisboa que bebem aproximadamente 30.000 chávenas de café por mês, enquanto cuidam de todos os detalhes do seu voo, do planeamento e serviços em terra aos horários e despacho – todos trabalham para que a sua viagem corra sempre como planeada.

Lisboa? Mas afinal o que é que esta companhia está a fazer em Portugal e não na Suiça ou assim noutro daqueles paises civilizados, limpinhos e com umas leis do trabalho mais jeitosas?
Está cá porque temos uma lei que mais ninguém tem, ou já pensavam que era pelos nossos lindos olhos?....
Só é possivel vender a propriedade de um bem em fracções se se tratar de um bem imóvel. É assim em toda a Europa, é assim em Portugal. Só que em Portugal há uma regrazinha no código civil que manda equiparar os carros os barcos e os aviões aos bem imóveis, por isso lá foram eles incluidos na lei do timesharing e lá veio a NetJets parar a Portugal.

E os clientes da NetJets, são portugueses? Alguns, poucos, muito muito poucos. 130 aviões vendidos aos bocadinhos dá muitos bocadinhos e por cá a malta não vive muito à larga para se dar a estes luxos.
Pode-se imaginar o tipo de pessoas que recorrem a estes aviões. Eu só sei uma, ou sabia, o Sting, mas como ele haverá muitos mais.
Ora o que me aflige é isso. Tanta gente tão importante a andar nos aviõezinhos portugueses. Sujeitos às nossas leis, portanto. Será que já alguém os avisou que desde Agosto temos uma outra lei nova cá pelo burgo? Será que já alguém os avisou que não podem fumar nos aviões, que são deles, mas também são nossos?

Estou a ver que há aqui muito pano para mangas e aquele senhor lá do Público, a quem dediquei uma musiquinha e tudo, devia era estar já a arregaçar as mangas, a mandar parar as rotativas, e a fazer capas e capas do jornal dele com esta escandaleira toda. É que é só gente famosa, já viu Zé Manel?

(já agora, senhor da imprensa, sabe que muitos dos pilotos desta companhia vêm directamente da Força Aérea Portuguesa? Pois é, andamos nós aqui a pagar-lhes a formação e depois chegam estes camones e passam-nos a perna, ou pensava que eles iam todos para a TAP e para a AirPortugal? Mas isto é coisa pouca comparada com uma bela cigarrada num avião. Isto não dá capa de jornal.)

5 comentários:

Anônimo disse...

TAP e Air Portugal, são a mesma coisa... E os pilotos da Força Aérea, cumprido o tempo de serviço a que legalmente estão sujeitos, não podem ser - com um mínimo de decência no raciocínio - diabolizados por procurar um salário decente.

Costa

Anônimo disse...

Mtos equivocos por aqui. A netjets, de facto, assentou arraiais, leia-se, tem aqui a sua operação baseada, em virtude de inumeros factores que se prendem mais com a legislação aeronautica (que lhe passou ao lado) do que com a propriedade fraccionada de aeronaves. Mais, os pilotos são na sua maioria não da f. a. mas sim estrangeiros. Depois existe o factor, por si ignorado, dos postos de trabalho criados pela empresa em portugal, bem como pelo dinheirinho gerado em virtude de os aviões, cerca de 140, terem matricula nacional. Por fim, e pq esta é matéria para mangas, qualquer um e não apenas os comproprietarios, pode alugar os jactos. Para este efeitos possui ainda outras concorrentes, diversas empresas de voo executivo em POrtugal. A TAP, já não é Air Portugal...apenas TAP Portugal.
Cumtps,

Teresa disse...

Porque será que achei que este post ia dar "raia"?

caros anónimos,

por favor leiam bem o que escrevi....
usei a netjets porque achei que era um exemplo interessante de jactos privados e alugados, que quase ninguém conhece, e onde, devem saber melhor que eu, não se aplicam as regras do fumar ou não fumar.
Que a Air Portugal e a TAP são agora a mesma coisa, eu sei. Que os pilotos da FAP têm todo o direito de entrar no mercado, eu também sei. Que é escandaloso o Estado pagar o curso e não se salvaguardar, isso é. Que faria eu? O mesmo que eles - mudava para quem pagava mais.

Anónimo 2,

Não vamos discutir picuinhices. Sei os postos de trabalho que a Netjets criou e até tenho algum orgulho que esteja em Portugal. Agora não vale a pena tapar o sol com a peneira. Só cá estão por caussa das regras do fraccionamento de propriedade, mais nada. As leis da aeronautica são praticamente iguais em todo o espaço europeu e as poucas diferenças que por cá teremos não seriam suficientes para uma empresa destas escolher Portugal - as leis do trabalho, por aqui, não são muito atractivas para empresas americanas.

Mas gostei de ver a dama a ser defendida...

Anônimo disse...

Não defendi qualquer dama. Alem disso a propriedade fraccionada não tem, repito, a ver com a "instalação" da operadora em causa...mais terá, por exemplo, a regra da recuperação do iva na importação de aeronaves...
mais, a leis aeronauticas estão em fase de uniformização, mas ainda não se encontram uniformizadas, muito menos estavam qd a netjets por cá se instalou...já lá vão uns anos. a netjets, embora de grande dimensão, é mais uma entre tantas outras de jactos privados.
por fim, a lei do tabaco nas aeronaves já é anterior à lei geral de proibição há pouco publicada. a duvida em termos juridicos subsiste contudo, em sede de voos fretados, charter e privado...quem paga cinquenta mil euros por um voo terá ou não direito a fumar....e estou a falar de um avião do tipo falcon....não de um airbus.
cumtps.
ps. o art. 4. é de resto ridiculo ser aplicado no caso socrates.
ps 2. não trabalho, directa ou indirectamente para a netjets, nem tão pouco usufruo dela qq proveito.

Anônimo disse...

"Que é escandaloso o Estado pagar o curso e não se salvaguardar, isso é".

Presumir-se-ia que o tempo mínimo de serviço que um piloto formado na FAP tem que cumprir, na instituição, seria já definido tendo em conta (também) esse aspecto: o do retorno do investimento que o Estado nele fez.

Não passará, creio, pela cabeça de ninguém, medianamente inteligente, que assim não seja.

Donde, saíndo o piloto no final desse tempo; ou saíndo mais cedo e indemnizando a F.A. no montante que esta (ou o Estado) estipula para tal saída (como, dizem-me, acontece), é de crer que ninguém - nomeadamente o Estado - fica a perder. Ou, se fica a perder, vê tal perda devidamente compensada.

Se assim não é, então é de crer que estamos perante mais um caso de desadequação legislativa. Nada que nos surpreenda. A não ser num peculiar aspecto: parece que desta vez essa desadequação prejudica o Estado, mais do que o particular.

O que não deixa de ser uma curiosa variante, nas nossas "nobres" tradições legiferantes.

Costa (o anónimo nº1, suponho).

Ps: TAP e Air Portugal, sempre foram a mesma coisa. Sempre. Designações diversas para a mesma empresa.