Acredito que o Dear Raed diga tanto à blogosfera de hoje como o Henrique Mendes diz a estas duas que aqui ao lado papam Canal Panda, mas comigo foi por onde tudo começou. Os americanos estavam no vai não vai atiramo-nos a eles lá na terra do Grão Vizir que queria ser Califa no lugar do Califa, nas Lajes serviam-se pastelinhos de bacalhau aos senhores da guerra e o Salam, na Bagdad de todas as notícias, procurava o Raed e dava-nos, ao vivo e a cores, as estórias que a CNN não tinha nem podia nunca ter. Lia o blog do Salam como quem lê a carta de um amigo que não se chamava Anne Frank, mas que trazia também colado à pele o cheiro fétido da maldade dos homens e, todos os dias, torcia os dedos antes de abrir a página, pedindo aos deuses que a bomba não tivesse caido naquela casa e que os danos colaterais não se chamassem Salam Pax.
Não me recordo quando deixou o Salam de postar, mas guardo na coluna dos favoritos aquela coisa chamada "blog" que me trouxe, pela primeira vez, uns olhos sem lentes e uma voz sem dono para me darem, lá de longe, notícias dos que também são meus. Mas que, pela primeira vez também, me fez tentar espreitar para além das pessoas feitas de letras, que no mundo virtual tudo pode acontecer e até o Salam, que procurava o Raed em Bagdad, podia ter pouco de Pax.
2 comentários:
Gostei da visita e ainda mais de descobrir esta "tasca".
Irei voltando.
Sobre as noites do Porto, se é verdade que há polícias que acumulam com a segurança ilegar (ou o contrário), são mesmo noites em branco. Haja resistência!...
Obrigada pela visita. Volte que será será sempre bem vindo, que um cantigueiro fica bem em qualquer tasca.
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