É dar as novidades na hora e assim ter a possibilidade de vos contar que aqui, no estádio de Alvalade onde me encontro, acabei de ver senhor Visconde de cabeça perdida a celebrar este quarto golo acabado de marcar. Trajava jeans mas impecavelmente vincadas.
E se não consegue pagar 100 euros de pensão de alimentos ao seu filho por causa da prestação do carro venda o carro e ande de bicicleta e se a si 100 euros não lhe chegam porque quase só isso gasta em fraldas compre fraldas de pano que fazem o mesmo serviço.
É que hoje ainda não me saiu da cabeça esta tirada de uma juíza que ouvi já lá vão alguns anos.
Nem que me mordesse todinha mas que estava difícil estava. Passemos a explicar, quando me registei a primeira vez no Blogger, nos idos 2003, usava uma conta de email que entretanto deve ter ido no dilúvio do Noé. Quando o Blogger passou para Beta todos os blogs do mesmo autor, mesmo que com várias contas de email, foram reunidos na conta do Google e o login passou a fazer-se com essa conta. Até aqui, sem problemas, juntaram os meus bloguinhos todos, tão lindos, estive a revê-los..., perderam dois ou três mas já eu nem me lembrava deles, e a coisa ficou quase perfeita. Quase, porque agora, só agora, com esta história do Mail2Blogger é que a porca torceu o rabo já que veio à tona da água o tal email que se tinha afundado há muito e o Blogger insistia, apesar da asneira ser dele, que eu estava a fazer qualquer coisa errada. O Blogger é gajo, está visto, faz merda mas a culpa é sempre nossa.
Ajuda para aqui, FAQ's para ali, foruns (eu sei que é fora mas soa mal) nacionais, foruns internacionais e lá estava a minha respostinha - nada a fazer! É um bug, o Blogger um dia flixaria isso e até lá que não nos doesse a cabeça, mas se quiséssemos mesmo mesmo postar por email podíamos criar outra conta com uma nova URL e transferir o blog. Estão parvos, os gajos. Então eu, que estou farta de mudanças de casa, ia andar com este estaminé às costas? Nem pensar.
Mas que raiva. Raiva, raivinha... Atão a outra anda feita maluca a mandar emails que se transformam em postas e eu fico a ver? Isso é que era doce.
E prontos, aqui está a Tereza by mail. Elementar, caro Holmes, foi só criar uma nova conta no gmail, como se eu já não tivesse muitas mas isso são outros carnavais, mandar um convite à gaja para escrever no Cabra, chamar-lhe, que é como quem diz chamar-me, Tereza by mail e fazer um manguito aos idiotas do Blogger mais aos outros todos que me disseram que remédio do bom não havia. Havia havia, eu é que não lhes vou contar. Fica aqui só entre amigos.
Ah, e já agora, não dei à gaja poderes de administração do blog que ela é maluca e ainda me froquilhava isto tudo.
Estou aqui a olhar para o Zé que está, há sensivelmente 10 minutos, a informar-me que me irá ao rabinho, digo, bolso. Eu, em vez de o mandar para a pata que o pôs, estou a olhar impavidamente.
Eu sempre achei que passei ao lado de uma belíssima carreira de cortesã...
(E isto é para não dizerem que eu não discuto coisas sérias e politica e assim...)
Eu digo já que fui à Wikipédia ver:
1. Quem raio era o Bublé (sim, já sabia que cantava umas coisas)
2. O que canta o Bublé.
3. Qual era a pinta do Bublé
4. Assim para que idade era o Bublé
Fiquei esclarecida sobre estas questões faltando-me agora saber:
1. Porque é que tem nome de chiclete Gorila.
2. Porque é que o povo anda tão alvoraçado.
3. Se o Bublé é amiguinho do Biber
4. Quanto tempo falta para o Bublé cantar o Somethin' Stupid em dueto com a Miley Cyrus.
5. Se as gaijas vão ao concerto ouvir o Bublé ou ver o Bublé
6. Se os gaijos vão ao concerto ouvir o Bublé ou ver as gaijas que vão ver o Bublé
Quem quiser ajudar-me a sair desta Terra das Trevas tem desde já o meu eterno reconhecimento.
Querem que eu acredite que com o dia de Sol e calor que por aqui está quem fez greve, e devem ter sido muitos que as escolas estão fechadas, foi para uma manifestação em Lisboa?
Se em tudo o mais forem idênticas as várias explicações de um fenómeno, a mais simples é a melhor, ou seja a resposta mais simples costuma ser a correcta. William de Ockham
E toda a nossa vida seria muito mais fácil se usássemos mais vezes esta Navalha de Ockham
a porca que achava que era rainha e a cabra tresmalhada que caíu de paraquedas no curral mas que também já deita o Bohemian Rapsody pelos olhos, ouvidos, narinas e restantes orifícios e agora vou ali ao tasco ao lado ver se finalmente já se disserta longamente sobre sexo ou se afinal era só garganta...
Reza a história, ou a lenda, que eu sempre achei que era mais lenda que história mas isso sou eu que sou muito céptica, que na Figueira da Foz, nos fins de tarde em que nem uma nuvem se vê no céu, lenda, lá está, que céu sem uma nuvem é coisa nunca vista por lá, em que a linha do horizonte é um traço bem definido entre o mar e o céu, lenda!, a linha está sempre mais borrada que o meu risco dos olhos, e em que nem uma brisa corre, ora cá está a prova provada de que é lenda, se nos concentrarmos bem no pôr do sol haveremos de ver, no exacto momento em que ele se esconde nas profundezas, um raio verde a aparecer do mar.
Há quem diga que já o viu, a minha mãe diz que sim, que o viu uma vez, mas eu continuo a achar que o raio verde é outro e que esta é, há muito, uma desculpa bem esgalhada para se ficar na praia quando já ninguém mais por ali anda excepto quem connosco ficou para ver o tal raio verde, que não foi dessa que apareceu mas já que por ali ficámos e não está mais ninguém que não se dê por mal empregue o tempo.
Este ano, num dos muitos fins de tarde em que se ficou pela praia à espera do raio do raio verde, que se algum dia o vi já nem me lembro e se me esqueci é porque não valeu a pena ser lembrado, não vi o raio verde mas vi uma outra luz. Contaram-me uma outra história, não a do raio verde, e eu percebi como tinha sido tão despudoradamente enganada durante tantos anos. Contaram-me, enquanto a iam traduzindo do alemão arcaico escrito pelas pouco delicadas manápulas dos irmãos Grimm, a história da Princesa e do Sapo.
Lembram-se da princesa boazinha que brincava no jardim, que deixou cair a bola de ouro ao lago, e do sapo que a apanhou e a quem ela deu um beijo de agradecimento transformando-se então o sapo num garboso príncipe? Errado, tudo errado, mas graças a isso andei eu, e muitas de nós, a dar beijos a sapos à espera que virassem príncipes. Ora lá está, quantas de nós já conheceram sapos? Muitas. Quantas de nós os trataram bem? Muitas. Quantas de nós viram o sapo virar príncipe? Han?!... Ouvi alguma coisa? Ninguém diz nada?!...
Pois não, nem há nada para dizer porque sapo algum vira príncipe assim, só os das histórias mal contadas. O sapo da princesa, tal como todos os outros sapos, não lhe pediu um beijo, pediu foi para ir para a cama com ela. A princesa, esperta, disse-lhe que sim mas logo que se apanhou com a bola na mão raspou-se para o palácio que com sapos ela não queria nada. A gaita é que o sapo foi atrás dela, fez queixa ao Rei e este obrigou a filha, promessa é promessa, mesmo feita a um sapo, a levá-lo para a cama. E ela levar levou mas na cama é que não o meteu, atirou-o para um canto do quarto e deixou-o lá. Qual quê, o gajo não se calava, queria cama, claro, e a princesa, a nossa princesa que sempre acreditámos ser tão boazinha, farta de o ouvir e não suportando mais o coaxar irritante, pegou nele e atirou-o à parede. Aí, e só aí, o sapo se transformou em príncipe. Acham que nessa altura ele olhou para a princesa e lhe disse ora adeus que és uma cabra e vou-me embora? Isso seria assim nas outras histórias porque na realidade o que aconteceu foi bem diferente que ele saltou-lhe para a cama e três dias depois, três dias depois!, saíram do quarto porque a princesa não era parva e dar beijos a um sapo é uma coisa mas ir para a cama com um príncipe é outra bem diferente.
E, ao contrário do costume, nem é preciso dizer qual é a moral da história já que todas a percebemos bem, o que não percebíamos era a outra que nos impingiram, porque, tal como o raio verde, era mesmo só uma lenda traiçoeira.
Sabem que eu cá não sou de intrigas e assim como assim nem sou eu quem está a escrever isto porque parece que me roubaram a password e andam a escrever por mim, mas há que reconhecer que é pouca vergonha a mais que a Peixa a quem ainda só ontem ofereceram um origami já esteja hoje a jantar sushi... Com quem não sei ou se soube já me esqueci que como já disse eu não sou de intrigas.
(e agora vou-me como se alguma vez aqui tivesse estado já que nem sou eu quem está aqui)
Há sinais que são mais claros que um sinal de Stop, que esses nem sempre são claros e nem sempre estão no sítio onde devem estar mas isso a Peixa explica, e assim que entrámos lá e eu ouvi aquelas vozes esganiçadas a gritar Is this the real life? Is this just fantasy?, a mesma canção que estou a ouvir agora, a canção que já não suporto porque elas a ouvem trezentas e vinte e duas vezes por dia, devia ter saltado de imediato nos versos que conheço de cor e cantado a plenos pulmões Just gotta get out, just gotta get right outta here, porquesó nos podíamos ter enganado no sítio tal como eles se estavam a enganar na canção. Nós devíamos era estar a ouvir o Tom Waits a dobrar o Capitão Gancho que, sentado ao piano, cantava Did the devil make the world while god was sleeping enquanto a Irmã Mais Feia servia copos ao balcão. É que nós tínhamos acabado de entrar na Taverna da Maçã Envenenada e o mais seguro era sair dali de fininho antes que alguém nos visse. Mas não saímos.
Comecemos pelo princípio que é assim que todas as histórias, mesmo as de ogres verdes e simpáticos, começam. Há alturas, poucas, raras, em que os planetas se alinham de uma forma especial sem que qualquer astrónomo ou mesmo astrólogo o consiga prever e eu e a Peixa temos simultaneamente uma pequena abertura no tempo de mães a todo o tempo que nos permite sair juntas para beber uns copos. Ontem foi uma dessas noites mas soubesse eu ontem o que sei hoje e tínhamos ficado em casa a jogar crapot. Too late, my time has come, e lá estou eu a sair de casa com uma gaija de cabelo ainda a escorrer água e que levava vestido, para uma noite que eu sabia como estava a começar mas que não sabia como ela a ia acabar, que eu não me meto em confusões, mas dizia eu que estávamos a sair de casa e ela levava vestido o soutien da minha filha mais velha e a blusa da minha filha mais nova, santas meninas que são maiores que a mãe. Mas vá, as cuecas e as calças eram dela e eu obriguei-a a repetir, várias vezes, que se mãos menos próprias tentassem chegar-lhe a roupa ao pêlo, ou tirar-lhe a roupa do pêlo, que para o que interessa a ordem é-me indiferente, a inocência das peças das crianças seria devidamente salvaguardada.
E agora voltemos outra vez ao princípio que não era o princípio. Acabámos de chegar ao sítio dos copos, tenho umas vozes a rebentarem-me os ouvidos na tentativa infrutífera de imitar os agudos do outro o que, ao contrário do lado para que sopra o vento, really matter to me, mas já que ali estávamos e estávamos podíamos ficar um bocadinho e beber o tal copo. Eu quero um gin, se faz favor. A cabeça ao lado levanta-se com dificuldade do braço que a sustentava e num inglês entaramelado pergunta-me o nome. Eu sabia que não devia ter respondido, eu sabia, mas até os grandes artistas cometem erros. Tereza. Na cena seguinte, abancado no sítio que até aí tinha sido da Peixa, estava o dono da voz que tentava que eu repetisse o nome dele, como se alguma vez, com álcool ou sem álcool, eu conseguisse dizer um nome sueco, que insistia em perguntar-me se eu era espanhola, que me explicava onde era a Suécia, que gritava que ainda não tinha conseguido nadar por causa das big waves, e que teimava, sabe-se lá porquê, em dizer-me que estava de férias sozinho. Pronto, está bem, vou perguntar-lhe qualquer coisa, coitado, está a esforçar-se e nós temos fama de sermos simpáticos. Que fazes na vida? I manage two factories. De uma holding? Não, minhas, two steel factories. You know steel? Ups!... Steel?!!... Convém fazer, imediatamente, um apanhado da situação que o tipo é dono de duas fábricas de aço. Ora portanto, o gajo até é giro, que é, e está bem vestido, que está, bêbado, muito bêbado, mas isso há-de passar-lhe, e last but not the least, é pessoa de posses. Tu pára Maria Tereza que estas coisas nunca te acontecem, a perfeição não existe ou se existe tu nunca a viste, portanto prepara-te para o embate. Enquanto isto, que eu penso rápido, o chuveiro de saliva ao meu lado ainda ia no steel, you understand? like this, steel, eu understendo-te perfeitamente, steel, like you, que quem está como o aço és tu e não esse tubo de latão do varandim onde bates como se não houvesse amanhã. E aí cometi o segundo grande erro da noite e tentei ter uma conversa inteligente, às três da manhã, num bar, com um sueco a cair de bêbado. Ora, pensei eu, mas Peixa não me ouviu, primeiro porque não estava ali, onde raio andaria?, segundo porque nem sempre me consegue ouvir a pensar, e portanto Peixa não me pôde mandar um berro como costuma mandar quando eu insisto em tentar ter conversas inteligentes com eles, e eu continuei a pensar, o tipo não deve ser parvo, é sueco, de fábricas de aço eu não percebo mas sempre deveremos poder falar das últimas eleições na Suécia e dos resultados da extrema direita mas melhor teria eu feito se tivesse aberto a boca para lhe falar das gémeas suecas do Santo, que também é um tema que eu conheço bem, e que não teria feito com que a história que mete um boi um olhar e um palácio lhe assentasse que nem uma luva. Pronto, desisto, e só há um sítio seguro, a pista de dança que o tipo nem se deve conseguir pôr em pé. Conseguiu, afinal os suecos são bichos manhosos, e num ápice eu estava a dançar o rock around the clock como em mil nove e trinta e cinco rezando para que ele não falhasse o passe e me conseguisse apanhar ou eu sairia dali a voar e atravessando pelo ar toda a sala mataria o armário da porta que ainda vai ser importante para esta história. Sim, que Peixa continuava desaparecida.
Suei, suei muito e quando me vi prestes a morrer de exaustão encostei-me ao balcão mais próximo e pedi-lhe uma bebida. One cocktail? O gajo é doido, eu quero água, muita água, uma garrafa de água, duas garrafas de água, de litro e meio, please. E o esperado embate chega. Eu sabia que ia chegar. Ele pede a água, mete a mão no bolso das jeans, giras, saca um molhinho de moedas, pretas, e diz que não tem mais dinheiro. Não fiquei nem para lhe contar os trocos. Fugi. Tenho a certeza que ele se estava a preparar para me cantar I'm just a poor boy nobody loves me e eu ia ter que desatar a berrar mama mia, mama mia mama Mia, let me go portanto, num só movimento,arrebanho Peixa, por onde andaste Peixa?, casacos e carteira mas lá está o sueco com o nome impossível na nossa frente, a dança deve tê-lo acordado porque ganhou uma velocidade que não tinha antes, com uma mísera garrafinha de água na mão, 20 centilitros, melhor que nada, há-de servir para alguma coisa. Garrafa à boca. Um gole, dois goles e o terceiro ficou por dar que o tipo tira-me a garrafa e começa a beber também. Agora acabou mesmo, fica com a garrafa que eu não lhe toco mais, toma lá o meu email que duas fábricas de aço sempre são duas fábricas de aço e boas férias.
Carro. Casa. Peixa com aquele sorriso, aquele, na boca. Onde estiveste, Peixa?Eu??!!... Vozinha fina, aquela, e pestana a bater, eu estive cá fora a fumar ao pé de Pedro. Pedro? Sim, Pedro, o porteiro armário, dois metros de altura três de largura cara de mau, e Pedro deu-me uma coisa... Mão ao bolso e lá está, na minha frente, um origami. Pedro, o latagão da porta, esteve a fazer-te um origami???!!!!!..... E isso é um coração?? Olhos no chão, pezinho metido para dentro, aquele, voz sussurrada, isto não é um coração.... voz ainda mais sussurrada, isto são uns pulmões... os meus... pretos... mas vês? vês?, do outro lado são cor de rosa... ele diz que se eu deixar de fumar ficam assim, cor de rosa...
Deprimente é pouco. É certo que somos gaijas rijas e vamos conseguir sobreviver sem assombrações que metam suecos tesos e pulmões de origami mas eu vou passar a ouvir com mais empenho os Queen e tentar lembrar-me que nothing really matters /Anyone can see / Nothing really matters / Nothing really matters to me Any way the wind blows...
Eu como sou vossa amiga, gostava de vos avisar que a password da Chefa foi roubada por um anâo sem escrúpulos que gosta de inventar histórias sobre esta vossa devotada amiga.
Como tal, qualquer coisa que leiam que inclua as palavras 'Origami', 'Armário' e 'Pulmão' é uma absoluta mentira, tá?
Tudo o resto que ele diga sobre habitantes da Suécia não relacionados com a minha pessoa, indústria do aço e água do Luso é verdade, ok?
(Mas tu não estavas aqui tão bem sózinha, Mente Maria? Havia necessidade de acordares as pessoinhas que estavam a dormir tão bem?)
Se não sabem eu explico, porque não tem nada que saber, mas não é por mal sabem, somos é muitos, e se nós somos giras eles não nos ficam atrás e temos todos o nosso feitiozinho, que temos, portanto já ninguém estranha que o Natal ou as férias de Verão de um ano não tenham assim exactamente as mesmas pessoas, as mesminhas, que os do ano a seguir. Pronto, está bem, por vezes, raramente, num caso ou outro e eu juro, ou quase juro, que comigo, eu faria lá uma coisa dessas, nunca aconteceu, mas por vezes, dizia eu, dá-se o caso de no fim de ano a seguir ao Natal a coisa já ter rodado mas só pode ter sido por alguma coisa que se comeu e caiu mal. Mas pronto, neste vai vem dos que nunca chegaram a ser Toyotas, alguns, poucos, deixaram saudades, mas nenhum ou nenhuma deixou tantas como o Mário. Eu até vos podia dizer que ele era educado e giro e simpático e boa pessoa e prestável e correctíssimo e brincalhão porque ele era isso tudo para além de ser namorado da prima mais nova de quem todos já gostávamos, mas ele era mais, era muito mais que isso. O Mário era mágico e de repente, assim como que por magia, os mais que vistos Natais, as festas de aniversário das crianças, os enfadonhos jantares de família ganharam outra alegria e os nossos filhos passaram a fazer uma pergunta nova cuja resposta era para eles vital – a Rita vai? Eu já disse, mesmo ali em cima, que todos gostamos muito dela e a Rita é a Rita mas a Rita não é mágica, mágico é o Mário que por acaso, só mesmo por acaso, ninguém estava até muito interessado nisso, acompanharia a Rita. E o Mário vinha e fazia magia, porque só podia ser magia a sério aquilo que nós víamos acontecer na frente dos nossos olhinhos que nem piscavam, na ânsia de lhe descobrirem o truque, com o guardanapo da mesa, o gancho do cabelo, o cinto das calças, os óculos da avó, a caneta do tio, o elástico que até aí só servia para prender as pernas do perú. E eu roía-me de raiva porque não lhe conseguia apanhar nem um truquezinho para amostra e ele insistia mais um pouco e fazia e refazia o mesmo passe na frente do meu nariz com aquela certeza de quem é muito bom e sabe, sem qualquer dúvida, que nem uma chata como eu lhe saca a carta da manga.
O Mário tem, finalmente, e porque ele é bom e porque o merece e porque aqui também já merecíamos matar saudades dele, um programa de magia na SIC. Chama-se Minutos Mágicos e vai para o ar aos Sábados às 23.00h se por lá forem tão bons a cumprir horários como o Mário é a deslumbrar-nos e a fazer de nós miúdos outra vez com bocas abertas de espanto.
Eu sei que vão pensar que eu estou a pensar naquilo que vocês vão pensar que eu estou a pensar mas só mentes tortuosas poderão tentar ver neste post algo mais, uma virgula que seja, do que aquilo que fica escrito. Eu estou aqui, cheiinha de boa vontade, para vos ajudar a defenderem-se desses malvados e malvadas que por aí andam e faço-o porque ajudar o próximo ou a próxima é o meu lema de vida.
Posto isto, vamos ao que interessa. Andava eu ontem a navegar sossegadita, bicada aqui, espreitadela ali, quando me cai o Prey no colo. A palavra Free ao lado encheu-me o olho e eu fui, assim, sem saber ao que ia, ver o que os senhores do Prey tinham para me dar. Li o artigo todo, até ao fim, vi o vídeo, pois claro, e fiquei convencida que os senhores são uns bacanos, querem mesmo ajudar a gente e a gente quer, ai quer quer, fiem-se no que eu vos digo, ser ajudada por eles. Eu sei que por esta altura já está tudo por aí em pulgas para conhecer o Prey portanto eu passo a explicar.
O Prey é um programa que, depois de instalado num laptop por que temos especial estima, permite seguir-lhe o rasto para o caso, que nós sabemos que há casos desses, se há, quanta gentinha não anda por aí capaz de levar um inocente computadorzinho sabe-se lá para onde, de querermos saber por onde anda, o que faz e com quem o faz. Sabe-se lá para onde o levam, não, sabia-se, porque agora só não vai saber quem não quiser. Numa explicação muito rápida, quem quiser saber mais, e olhem que um dia ainda vão querer, siga as pedrinhas que deixei e vá lá ao sítio ler o resto, o Prey instala-se no laptop e a seguir faz-se um registo no site dos senhores deixando um endereço de email que um dia, um dia, ainda nos vai dar muito jeitinho. Feito isto apaga-se o ficheiro de instalação porque, como nos explicam por lá, e bem, Because it's tracking software that doesn't want to be seen, Prey is almost invisible when it's running on your system, without any configuration or executable files to be seen. In fact, once you've deleted the installer, you shouldn't be able to find Prey at all in your system, because that's the idea. Um dia, no tal dia que não queremos nunca que chegue mas que pode chegar, nós temos assim uma necessidade súbita de saber por onde anda o bicho e o que está a fazer. E é aqui que o Prey se revela em todo o seu esplendor. Num qualquer computador acedemos ao site, fazemos login, pomos no on o telefone e é só esperar que nos comecem a cair informações no emailzinho que lá deixámos. E que informações são essas, perguntam vocês? Muitas e boas. Começamos logo pelas fotografias. Se o computador tiver uma câmara web o Prey, à surralfa para a malandragem não saber, tira e envia-nos as fotos do sítio onde o portátil anda e nós podemos logo logo saber se ficou no escritório, como tudo levava a crer, ou se, sei lá, se foi refrescar para alguma esplanada. Mas qual?, mas onde?, mas ele era tão sossegadito e agora anda neste desassossego. O Prey resolve porque assim que a net é ligada a um wi-fi spot recebem a indicação do IP e o nome e detalhes do local, porque até pode ter ido dar uma volta maior e quando pensam que ficou naquela reunião no Porto já está no Palace em Madrid. Pronto, lá estou eu a ser alarmista, o gajo, o portátil, entenda-se, está no escritório, nós sabemos. Pois está, estar está, o que está a fazer é que não sabemos mas o próximo email informa-nos. Está no escritório sim, a graça é que o relatório que está a fazer tem um formato estranho que isto anda tudo muito moderno. O Word não está aberto, o Excel muito menos, o Acrobat Reader já dorme mas o Facebook, ah caramba, anda numa roda viva.
E pronto, digam lá se o Prey não parece ser um excelente programa porque com a sacanagem que anda por aí nunca é demais a informação e se pensam, se acham, se vos passou pela cabeça, dar qualquer uso menos próprio ao Prey eu não me responsabilizo por isso porque a minha única preocupação é que um dia, se precisarem, consigam apanhar o ladrão. Ah, é que ainda há mais uma coisita, podemos configurar alertas que, para além de desatarem a tocar a marcha fúnebre se assim o quisermos (isto sou eu a inventar mas de certezinha que está previsto por aquelas inteligências) também faz aparecer em todo o ecrã um curto e atemorizador – APANHEI-TE!
Para quem acha que isto é muito difícil fica o vídeo a mostrar que é tão fácil como saltar à corda, coisinha que eu, para minha desgraça, ainda não consigo fazer muito bem.
Parece lógico até ao mais distraído que a "posição do missionário", tida como a mais ordinária para o acto sexual da Humanidade, não teria este nome na Idade da Pedra, mas, garante Marcos Garcia, ao jornal espanhol "El Mundo", há milhares de anos que existem as diferenças entre sexo recreativo e reprodutivo.
Em grutas e abrigos, entre peles de animais e camas de folhas, há milhares de anos o cardápio das actividades sexuais incluía práticas "hoje mal vistas", diz Marcos Garcia. O estudioso não especifica, mas diz que a mostra, patente em Burgos, Espanha, aborda exemplos pré-históricos de sexo oral, "voyeurismo", masturbação e sexo com animais.
Ora muito bem, cadernos a estrear, canetas novas, lápis afiados, resmas de papel, o Verão acabado, a praia fechada, tudo pronto para começar de novo.
Ponto da situação? Ponto morto, pois claro, portanto um olho na vizinhança para ver como param as modas e as modas não param, andam até numa agitação que se esvoaçam as saias e voam as cabeleiras umas mais postiças outras mais queimadas que o Sol quando nasce, dizem, é para todas.
Mas do que se fala por aí? Fala-se daqui, de blogues, de blogueiros, de bloganços e a procissão já há muito que saiu do adro e ainda ninguém se entende e lá vai de discutir se o andor é só um andor ou se é o poiso do senhor e se o senhor é aquele do manto roxo ou aquilo é só um boneco pintado que o Senhor, como toda a gente sabe, está no céu a zelar por nós e isso queríamos nós saber certinho onde fica o céu que até metíamos no GPS e era fila à porta a pedir benesses que tanto precisamos delas.
Ora muito bem, mas vamos lá pôr ordem nisto. Fachefavor, os meninos, que já devem ter tomado o pequeno almoço e dormido descansados, ai, não é isto, eu ainda não sou ministra da educação, mais uma tentativa, ai a porra, podem olhar para as figurinhas ali de cima? Um canivete suíço é um canivete suíço. Um chocolate não é um canivete suíço mas só um chocolate. Temos portanto que um chocolate, mesmo que pareça um canivete suíço, é só um chocolate e um canivete suíço, mesmo que pareça uma mariquice cor de rosa, é só um canivete suíço e toda a gente sabe, e percebe, a diferença entre um canivete suíço e um chocolate. Agora o busílis é sabermos para que serve um chocolate e para que serve um canivete suíço. Um chocolate servirá para algumas coisitas e se esquecermos que pode servir também para nos dar cabo das nossas preciosidades quando nos esquecemos da puta do chocolate do café no fundo da mala e ele derrete em cima de tudo o que por ali anda, tudo o resto são coisitas boas. Podemos comê-lo, podemos com ele ser comidas, ai esta não era para escrever, pois não?, podemos rechear bolos, podemos matar a fome e podemos mais umas tantas coisas, todas elas saborosas. Com o canivete suíço começa tudo a complicar-se um pouco. Olhem, olhem lá outra vez para as figurinhas e digam-me, se conseguirem, o quanto não poderiam fazer com aqueles canivetes.
E agora, o que é um blogue? Vá, repitam comigo, todos em coro, um blogue é só um blogue. Outra vez e agora diferente, um blogue é apenas um blogue. Mas afinal onde é que tinham dúvidas? Um blogue também é um pedaço de pão? Um blogue também é um macaco hidráulico? Ora gaita, claro que não. Um blogue é só e apenas um blogue da mesma forma, igualzinha, que um filho é só e apenas um filho porque, caraças!, se um filho não é só um filho mas também, sei lá, um irmão, está merda feita. Restringir um conceito a ele próprio não é desprimor mas lógica pura. Um livro é só um livro, há é livros diferentes e diferentes utilizações deles, que eu até os posso usar para tentar matar o sacana do rato que me passou à frente mas essa história, a da assassina de ratos em que me tornei durante as férias, fica para depois das vindimas.
E portanto era só isto que vos queria dizer, caso alguém, perdido, ainda ande por aí. Um blogue é só um blogue, a serventia que lhe damos isso é já outra conversa mas fica para a próxima que agora não tenho tempo.